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CAPÍTULO 2 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE NO BRASIL

2.4 Demonstrações Contábeis Brasileiras e as Normas Internacionais de Contabilidade

2.4.1 Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC

2.4.1.1 Entidades Congraçadas

Conforme exposto anteriormente, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi criado por meio da Resolução do Conselho Regional de Contabilidade (CFC) nº1.055/05 resultante da união de esforços das seguintes entidades: Associação Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA, Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – APIMEC NACIONAL, Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA, Conselho Federal de Contabilidade – CFC, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI e Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON.

Apesar de algumas entidades já terem sido tratadas no presente trabalho em decorrência dos assuntos estudados anteriormente, entende-se se fazer necessário uma objetiva apresentação de cada uma delas.

2.4.1.1.1 Associação Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA

Fundada em 1971, a ABRASCA é uma organização civil sem fins lucrativos e tem como missão a defesa das posições das companhias abertas junto aos centros de decisão e à opinião pública. Possui cerca de 170 empresas associadas (dentre as maiores e melhores empresas do país) e é coordenada por um conselho diretor representante das empresas associadas, com cerca de 70 membros, que elege a diretoria.

A ABRASCA se empenha prioritariamente no desenvolvimento da estrutura do mercado de capitais e na disseminação de informações sobre os principais títulos (ações, debêntures, notas comerciais, entre outros), buscando como foco principal o aprimoramento das práticas de política e de administração empresarial, no que se refere ao mercado de capitais, base na qual devem ser inseridas as boas práticas de governança corporativa.

2.4.1.1.2 Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais – APIMEC NACIONAL

Entidade criada em 1988, tem seu foco no desenvolvimento do mercado de capitais, composto de pessoas físicas. Distribuída em seis regionais (Sul, SP, RJ, MG, DF e NE) com cerca de 1.500 associados nas categorias de profissionais de investimentos (analistas de renda variável

e de crédito; consultores financeiros; gestores de renda variável; profissionais de financiamento e de fundos de pensão; e relações com investidores), investidores e estudantes.

A APIMEC NACIONAL funciona como uma confederação das APIMEC´s e concentra suas atividades na certificação dos profissionais, representação política institucional frente ao governo e entidades representativas congêneres do mercado, no intercâmbio internacional com outras confederações de profissionais. Desenvolve também estudos e pesquisas visando ao desenvolvimento do mercado de capitais e a capacitação dos profissionais. Oferece, ainda, programa de certificação nacional e internacional, Prêmios e Selos Assiduidade APIMEC.

As APIMEC’s regionais dedicam-se ao treinamento dos profissionais (através de cursos e seminários), à elaboração de trabalhos técnicos através de comissões temáticas permanentes, à promoção de reuniões com empresas e ao relacionamento com todos os associados.

2.4.1.1.3 Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA

A BOVESPA foi criada em agosto de 1890, é considerado o maior centro de negociação com ações da América Latina, concentrando cerca de 70% do volume de negócios realizados na região.

Recentemente, em 28 de agosto de 2007, uma reestruturação societária resultou na criação da BOVESPA Holding, que tem como subsidiárias integrais a Bolsa de Valores de São Paulo (BVSP) - responsável pelas operações dos mercados de bolsa e de balcão organizado - e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) que presta serviços de liquidação, compensação e custódia, consolidando o processo de desmutualização, permitindo que o acesso às negociações e demais serviços prestados pela Bolsa sejam desvinculados da propriedade de ações. No formato anterior da BOVESPA, apenas corretoras proprietárias de títulos patrimoniais podiam negociar em Bolsa.

2.4.1.1.4 Conselho Federal de Contabilidade – CFC

Conselho Federal de Contabilidade é uma autarquia especial de caráter corporativo, sem vínculo com a Administração Pública Federal, criado há 60 anos pelo Decreto-Lei nº 9.295/46 estabelecendo como finalidade orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade. Se propõe também a

promover o desenvolvimento da profissão contábil, primando pela ética e qualidade na prestação dos serviços a fim de ser reconhecido como um Conselho atuante e representativo da profissão contábil, buscando o fortalecimento da imagem do Sistema CFC/CRC’s e do profissional da contabilidade, a otimização do registro e da fiscalização e ampliação política e social do contabilista.

O CFC possui representatividade em todos os estados da Federação e do Distrito Federal, representado por seus 27 conselheiros efetivos e igual número de suplentes, fato alcançado com a aprovação da Lei nº 11.160/05.

2.4.1.1.5 Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI

Em 1970, professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA/USP elaboraram e lançaram o livro Contabilidade Introdutória com intuito de trazer um novo pensamento ao mundo contábil no Brasil.

Em decorrência do fato acima citado, em 1974, foi criada pelos professores do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atu- ariais e Financeiras – FIPECAFI, para atuar como órgão de apoio institucional ao referido Departamento, contribuindo fundamentalmente para a evolução na forma de se fazer Contabilidade no Brasil, modificando o cenário Contábil, Atuarial e Financeiro do País e a contabilidade voltou seu foco para elaborar, divulgar e dar transparência às suas demonstrações. Projetos desenvolvidos e elaborados para a CVM e Banco Central resultaram em manuais que regem a contabilidade dos setores de sociedades por ações, instituições financeiras e fundos de investimentos, dentre outros.

O Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP também criou o primeiro Mestrado em Contabilidade e o primeiro Doutorado (até este ano, o único ainda no Brasil).

Dentre os principais objetivos da FIPECAFI, destacam-se:

a) Realizar pesquisas, desenvolvendo e promovendo a divulgação de conhecimentos da área contábil, financeira e atuarial através do incentivo à participação de professores e estudantes em congressos e seminários com trabalhos científicos, na produção de livros,

artigos, papers e material científico, no financiamento de laboratórios de pesquisa, implementando bolsas de estudo para a formação de docentes dessas áreas nos níveis de Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado e promovendo a internacionalização da Pós- Graduação em Contabilidade da Universidade de São Paulo bem como promovendo cursos e consultorias.

b) Discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral;

c) Auxiliar na difusão e na correta interpretação das normas que regem a profissão, possibilitando aos profissionais conhecê-la e aplicá-la de forma apropriada, contribuindo para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido pela ética profissional;

d) Atuar, também, no conjunto das entidades de ensino colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em nossa sociedade.