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Quanto ao Objetivo das Demonstrações Contábeis

CAPÍTULO 6 – ESTUDO CRÍTICO DA ESTRUTURA CONCEITUAL DE

6.2 Quanto ao Objetivo das Demonstrações Contábeis

O CPC (2008, p.07) define como objetivo das demonstrações contábeis o de “[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisão econômica”.

A posição patrimonial e financeira deverá ser evidenciada no Balanço Patrimonial, o desempenho em determinado período evidenciado na Demonstração de Resultado e as modificações na posição financeira evidenciada na Demonstração de Fluxo de Caixa, no Brasil, a partir de 2008. Essas informações deverão ser úteis para um grande número de usuários no processo decisório.

Afirma também que as Demonstrações contábeis, muito embora devam ser preparadas para atender às necessidades comuns a maioria dos seus usuários, não fornecem todas as informações que estes possam necessitar para tomada de decisão econômica, devido à diversidade de interesses e competências. As Demonstrações Contábeis refletem principalmente os fatos financeiros ocorridos no passado, acreditando-se que o usuário dessas demonstrações tenha conhecimento razoável sobre contabilidade e tenha disposição e

interesse de estudar as informações. Essas demonstrações também deverão ser complementadas com notas explicativas, quadros analíticos ou outras demonstrações, possibilitando assim o devido entendimento sobre a posição patrimonial e financeira, desempenho e mutações na sua posição financeira, levando a uma adequada avaliação do passado e contribuindo para que sejam realizadas projeções do futuro.

No que diz respeito aos objetivos das demonstrações contábeis, o CFC, através da Resolução CFC nº774/94, aprovou o Apêndice à Resolução sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, buscando proporcionar maiores esclarecimentos a cerca do conteúdo e abrangência desses princípios. Assim, esta resolução, na sua parte introdutória, tratou de vários aspectos da contabilidade como ciência, do Patrimônio com seu objeto, chegando aos objetivos da contabilidade, sendo estes apresentados sob duas óticas: científica e pragmática.

Considera-se que “o objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas de suas mutações” (CFC, 1994, p.05) entendendo que não existem maiores dificuldades em delimitar objetivos para contabilidade no campo científico, partindo de seu objeto, o Patrimônio, pois os objetivos estariam relacionados com esse objeto e as mutações por ele sofridas.

Sob o ponto de vista pragmático, “a aplicação da Contabilidade em uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações [...]” (CFC, 1994, p.05), compreendendo esses aspectos os registros, demonstrações, análises, diagnósticos, prognósticos, expresso por meio de relatos, pareceres, tabelas, planilhas, entre outros.

Dessa forma, definir os objetivos de forma científica, quando se trata da aplicação em uma Entidade em particular, se torna mais complexo e requer comentários mais detalhados. Ressalta-se que na realização de seus objetivos, a Contabilidade encontra circunstâncias em que os aspectos jurídico-formais da transação ainda não estão totalmente esclarecidos, devendo considerar o efeito mais provável da mutação sobre o patrimônio, prevalecendo a substância da transação.

De acordo com a estrutura apresentada pela CVM, antes de apresentar o conceito do que seja o principal objetivo da contabilidade, esta estrutura trazia considerações sobre a Contabilidade

apresentada como um sistema de informações, sendo estas informações de natureza econômica, física e de produtividade.

Considerava como o objetivo principal da Contabilidade “[...] permitir, a cada grupo de usuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras.”(CVM, 1986, p.02) As demonstrações contábeis eram consideradas elementos necessários, mas não suficientes. Esclarece que a Contabilidade representava instrumento útil para o seu usuário na tomada de decisão. Desta forma, a Contabilidade deveria focar seus objetivos naquilo que o usuário considera como importante no processo decisório, evidenciando as informações que permitissem avaliações da situação patrimonial e das mutações do patrimônio de determinada entidade para que se pudessem realizar provisões sobre o futuro econômico e financeiro da empresa. As informações não obrigatórias de evidenciação explícita, se relevantes para tomada de decisão deveriam ser apresentadas através de notas explicativas ou em quadros complementares.

A CVM também afirmava que algumas vezes, a forma jurídica de uma transação poderá deixar de retratar a essência econômica de determinado fato ocorrido na entidade, e, nesse caso, a Contabilidade deverá cumprir seu objetivo de bem informar, considerando a essência sobre a forma.

A estrutura do CPC trata da definição do objetivo da contabilidade como fator primordial para o bom desempenho da disciplina com já era tratado anteriormente, com maior ou menor ênfase, e afirma que o principal objetivo da informação contábil é ser útil na tomada de decisão, estabelecendo parâmetros para provisões futuras a respeito da vida econômica e financeira da entidade. Também visualiza o fato de que devido a diversidade dos tipos de usuários e de suas necessidades, somente as Demonstrações Contábeis não são suficientes e nem o único meio de informação para os mesmos na análise do processo decisório, sendo necessária a apresentação de Notas Explicativas e Quadros Complementares.

As diferenças trazidas pela estrutura do CPC dizem respeito à abordagem, não sendo relevantes. Uma observação é que outras estruturas anteriores fazem menção a respeito da Essência sobre a Forma quando tratam dos objetivos da Contabilidade. Já o CPC trata desse assunto de forma mais específica, quando mais adiante, trata da primazia da essência sobre a

forma em tópico específico, como atributo indispensável para observância da característica qualitativa da confiabilidade.

6.3 Quanto aos Pressupostos Básicos, Princípios Fundamentais de Contabilidade e a