i) À questão Quantas vezes foi submetido este agrupamento a AEE, os diretores reponderam que à data das entrevistas (janeiro e março, respetivamente) já haviam sido avaliados, pelo atual modelo da IGEC uma vez. Referem-se ainda as inspeções parcelares por parte da DREN (atual DGEstE) e uma experiência ao nível do modelo testado pela IGE, no âmbito do programa ―Avaliação integrada das escolas‖:
D1: ―Quando fui eleito diretor (2009) eu quis forçar a mudança. Ela é feita de quatro em quatro anos e eu disse eu quero e já. (Ocorreu em novembro de 2009). (…) Estamos a prever que venham cá para o ano‖
D2: ―Nós tivemos uma primeira experiência logo no primeiro ano. Parece que era o modelo que a IGE quis testar aqui em S. João da Madeira (…) se não me falha a memória em 2003/2004. Foi uma primeira experiência… (Depois em 2008, outra) já formal e igual para todas as escolas
― Depois tivemos também outras inspeções, mais parcelares, levadas a cabo pela DREN (…) no âmbito das suas competências (…) para acompanhar alguns domínios como a organização educativa, a organização pedagógica…‖
ii) A apreciação que fazem das visitas da AEE é de um organismo intimidante mas cujo trabalho se revela pertinente, objetivo e eficaz. Reconhecem o contraditório como meio, não para reconhecerem erros na avaliação mas, para a recolha de informações sobre o modo como é feita a inspeção, procedendo a ajustes e melhorias sempre que necessário.
Em ambos os casos a primeira inspeção teve maior impacto nos agrupamentos no sentido em que orientou práticas apontando caminhos a percorrer, enquanto as seguintes serviram ou servirão para a verificação do modo como a escola se autoavalia e procede a melhoramentos:
D1: ―É como vir aqui a TROIKA (…) é uma situação complicada mas é importante vir alguém de fora dizer que é preciso mudar e muito mais quando são serviços públicos. (…) E no público é fundamental vir alguém de fora tal como em Portugal: ou se aproveita para mudar tudo ou nunca mais muda nada!‖
180
―O contraditório pode servir para melhorar os procedimentos dos avaliadores mas (…) não nos vão alterar a nota. Eles fizeram tantas reuniões com pais, professores, educadores que eles percebem se a comunicação funciona, se há bom ambiente, e depois os resultados são objetivos (…) eles começam a cruzar os dados. Ou dizem todos a mesma coisa ou estão uns contra os outros‖
―Acho que o relatório foi o que contribuiu para a mudança‖
D2: ―(A primeira experiência) fez-nos olhar para as coisas de maneira diferente (…) fez- nos olhar para certos domínios como a avaliação, as condições em que era feito o apoio à família‖
―Na realidade a primeira inspeção acabou por se revelar mais enriquecedora porque haviam aspetos menos bons e que tínhamos de melhorar e aí deu-nos um ponto de partida (…) foi mais positivo em 2003 porque nos permitiu alicerçar e estruturar o nosso trabalho numa determinada direção e motivar os docentes‖
―Nesta segunda avaliação, os resultados foram bons. (…) Um fator menos bem foi a oferta educativa. Eu na altura nem percebi muito bem porquê, porque as escolas estavam todas lotadas e ampliar a oferta educativa ia sobrelotar ainda mais as escolas‖
iii) Reconhecem o ensino pré-escolar como uma mais valia na obtenção dos resultados alcançados na avaliação externa, no que se refere à articulação vertical e à boa opinião e participação dos pais e outras entidades mas, reconhecem também que foi o grau de ensino menos ―inspecionado‖ por não apresentar resultados sumativos apesar de se avaliarem os alunos de forma adaptada às suas características.
D1: ―Quando vem a AEE (…) interessam-lhes os resultados. E onde os resultados são objetivos é no ensino obrigatório (…) não se mostram muito preocupados com a pré.‖
―Isso (a articulação) sempre funcionou a nível da pré e do 1º ciclo (…) Nós agora (escola sede) já trabalhamos com os 4º anos, na altura não! Era só a pré com o 1º ciclo‖
―As prés eram das coisas que estavam melhor (…) Todas têm boas educadoras com muita experiência e que os pais gostam muito‖
D2: ―Acho que sim. Nós tínhamos sempre boas equipas, (…) que tinham uma perceção daquilo que devia ser a gestão educativa‖
181
―Uma das coisas que na altura se fazia e acredito que ainda se faça, era envolver não só os pais como outras entidades‖
iv) Em resposta à questão: ―Foi elaborado plano de melhoria?" os diretores apresentaram os planos de melhoria como existentes e como efetivos instrumentos de trabalho, discutidos e assumidos pelos docentes numa cultura de melhoria, nem sempre consensual (ver também 2.3, ponto iv):
D1: ―Neste momento está a circular o primeiro plano de melhoria que saiu deste primeiro grande relatório que fizemos (da autoavaliação). Só o ano passado é que foram instituídos planos de melhoria‖
―Primeiro é debatido no pedagógico, todas as medidas e todos os pontos fracos são debatidos… vão-se tomando algumas medidas‖
D2: ―A partir daí (primeira inspeção) o projeto educativo passou a refletir a nossa intenção. O que queríamos fazer e porquê‖
―Foi feito um esforço de melhoria da oferta educativa (e a) tentativa de diferenciar a escola por aquilo que era possível: as tecnologias, os meios colocados ao dispor, enfim uma série de medidas para tornar a escola mais atrativa‖.
―O plano de melhoria era sempre incluído no Plano Anual… era muito discutido‖
v) A educação pré-escolar não foi alvo de alguma atenção em particular no plano de melhoria porque não lhe foram apontados pontos fracos consideráveis pretendendo-se essencialmente dar continuidade a medidas iniciadas anteriormente que reforçavam a articulação vertical por parte da educação pré-escolar, principalmente com o 1º ciclo. A articulação horizontal era já uma realidade positivamente avaliada. O cumprimento de regras e o saber estar numa sala de aula (comportamento e disciplina), são também uma preocupação:
D1: ―Nós para o pré-escolar pedimos acima de tudo o cumprimento de regras… cada vez mais começar de pequenino‖
―…tem de haver ordem, respeito e o saber estar dentro da sala de aula, saber ouvir um não, obedecer, está difícil… está muito difícil (…) Já tem de vir de trás‖
D2: ―Para a educação pré-escolar não houve assim uma medida em concreto… não era tão…‖
―…havia ainda um trabalho a fazer na parte de consolidação de práticas e de articulação vertical (…) No global queríamos (…) estruturar o trabalho das colegas numa cultura de trabalho
182
transversal, de trabalho em conjunto (…) a aproximarem-se daquilo que os outros faziam, verticalizar mais principalmente com o 1º ciclo‖