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Enxergando a variação linguística no ensino de Língua Portuguesa e o comportamento

4.1 Análise da entrevista das professoras P1 e P2

4.1.3 Enxergando a variação linguística no ensino de Língua Portuguesa e o comportamento

Antes de partirmos para análise da categoria em questão, sentimos a necessidade de frisarmos que compartilhamos em nosso estudo do pensamento de Antunes

Não existe língua sem variação. O desafio é ter competência suficiente para variar conforme as condições de realização da atividade verbal. [...] Quanto maior é o domínio das variedades de uma língua, maior é a capacidade de alguém para usá-la adequadamente em cada circunstância (2007, p. 106).

Dito isto, damos continuidade a nossa análise. Ao indagarmos as professoras em relação a como veem a variação linguística no ensino de Língua Portuguesa, obtivemos a seguinte resposta da P1

É interessante porque assim, a variação é o modo de falar né, de cada um, cada um fala de seu, da forma sua enquanto tá inserido conforme sua região. E aí é bem interessante você ouvi ele falar, porque aí você percebe né a linguagem dele, o modo dele falar, a região que ele vêm, tipo aluno do sítio completamente diferente do aluno da rua né, o jeito dele se expressar. Eu acho que enriquece né, conhecer outras culturas, o modo de falar das outras pessoas, você aprende muito, muito interessante.

Entendemos que com sua afirmação a professora evidencia que a variação é algo interessante para ser abordada no trabalho com a Língua Portuguesa, pois segundo ela a variação refere-se ao modo de falar das pessoas de acordo com a região na qual estão inseridas, retomando, portanto um pouco do que evidenciou em sua fala exposta na categoria anterior.

A docente ainda destaca que o ouvir também é algo interessante, visto que através da escuta poderemos perceber a variação e até descobrirmos de qual região é o falante. Ela usa como exemplo o modo diferente de falar entre alunos que moram na zona rural e na zona urbana. É verdade que por meio da escuta podemos perceber, por exemplo, quando uma pessoa do estado de Minas Gerais está a passeio no estado de Pernambuco, quando falamos com pessoas que residem no campo ou na cidade, a docente reconhece que a variação linguística é um fator que confere identidade aos indivíduos. Fato confirmado por Camacho “A variedade linguística de uma comunidade é fator de identificação social de seus membros” (2012, p. 80). Pois, como é ressaltado por Beline

[...] ao mesmo tempo que a comunicação intensa entre membros de uma comunidade leva à manutenção de suas características linguísticas, a falta de contato linguístico entre comunidades favorece o desenvolvimento de diferenças linguísticas. Tendemos a falar como aquelas pessoas com quem mais falamos (2012, p. 129).

No entanto, esclarecemos que a variação que evidenciamos ocorrer na linguagem oral também pode ser encontrada na linguagem escrita como em uma correspondência entre amigos que moram em regiões distintas e ao escrever usam de acordo com Travaglia (2009) o grau informal em suas correspondências no qual a linguagem utilizada é caracterizada pelo uso de abreviações, ortografia simplificada etc.

A P1 ao concluir sua fala evidencia que a variação enriquece o ensino de Língua Portuguesa, visto que leva ao conhecimento de novas culturas através do modo de falar das pessoas, sendo assim com a variação linguística se aprende muito. Ressaltamos que compactuamos com o que a docente evidencia ao concluir sua fala.

Agora vejamos como a P2 se expressou em relação ao nosso questionamento

É um tema que a gente não abordava muito na sala, mas que, que eu acho bom, porque aí você mostra as várias variações regionais, geográfica, eu não sei se fica bem assim que tem por aí, e que muitas vezes a gente acha assim, fulano fala errado né, e a gente mostra que não, que ali é a região dele, e fala assim, daquele jeito né, muitas vezes a gente tem dúvida de passar pra o aluno essa questão, porque do jeito que ele, do jeito que o pessoal do Sul, o pessoal

do Sudeste fala, se eu for escrever, eu escrevo daquele jeito, eles sempre pergunta, eu escrevo desse jeito, é certo escrever assim, porque a senhora não diz que é errado desse jeito, é assim essa concepção que a gente tá tendo de passar pra eles que não é errado, é o costume, é a região que é daquele jeito, que a gente precisa respeitar, quando muitas vezes, a gente é, é ignorado, o nordestino né, quando chega em São Paulo, têm pessoas que tipo, ficam até tirando onda né, do nordestino, porque fala assim, fala arrastada, que não puxa muito o S, mas que tem essa variação em cada região, cada um tem o seu jeito de falar.

Em seu relato a P2 assume que a variação linguística é um tema o qual não abordava com frequência em sala de aula, assim a variação linguística não recebe pela P2 a mesma frequência de abordagem em comparação a outros temas tratados pela docente no ensino de Língua Portuguesa, porém ela considera um bom tema, por através dele ser possível mostrar as variações regionais, geográficas que como vimos em categoria anterior é de acordo com Travaglia (2009) denominada de dialeto na dimensão territorial, revela não possuir clareza em relação às nomenclaturas que utiliza, fato que causa confusão até mesmo entre profissionais que estudam a língua de acordo com Bagno (2007) e que precisa ser superado, pois precisamos conceber adequadamente os termos com os quais trabalhamos em sala de aula, visto que como será possível realizar um tratamento adequado dos mesmos se não o concebemos satisfatoriamente.

A P2 segue revelando em sua resposta que há situações em que é possível acreditar que há indivíduos que falam errado, no entanto, logo em seguida diz mostrar para as pessoas que pensam dessa forma, que não se trata de erro, esses indivíduos estão apenas falando do jeito que é falado em sua região, ou seja, de início admite que muitas vezes enxerga a variação como erro, mas logo em seguida afirma o contrário, então notamos que a professora busca abordar a variação como sendo um fenômeno natural da língua, mas há momentos em que não a enxerga assim, e sim como algo passível de correção. Sobre essa questão do erro Bagno alerta que

[...] do ponto de vista exclusivamente científico, não existe erro em língua, o que existe é variação e mudança, e a variação e a mudança não são “acidentes de percurso”: muito pelo contrário, elas são constitutivas da natureza mesma de todas as línguas humanas vivas (2002, p. 71-72).

A docente segue expondo que seus alunos indagam sobre como precisam escrever ao utilizarem na escrita a variação linguística, questionam sobre como seria correto, bem como dizem que a docente afirma ser errado escrever do jeito que se fala. Após todas essas colocações a professora afirma buscar mostrar aos alunos que não se trata de erro, mas sim,

que tem haver com costume, com a região dos falantes e que é necessário respeitar esse modo de falar e em determinado momento a docente sugere que a variação deve ser respeitada. Finalizando suas colocações a P2 diz que existem situações em que os falantes são ignorados pelo modo que falam, cita que os nordestinos quando chegam à cidade de São Paulo, encontram pessoas que tiram onda de sua maneira de falar, e entendemos que a expressão utilizada pela docente neste caso possui o sentido de ridicularização, assim compreendemos que a professora nesta afirmação revela a existência do preconceito linguístico em relação à forma de falar dos nordestinos, entretanto defende mais uma vez que em cada região as pessoas possuem o seu jeito de falar. Por isso, compactuamos com o que Scherre destaca “Devia haver lei contra o preconceito lingüístico!!!” (1999, p. 23).

Sendo assim, notamos na fala da P2 que a mesma possui dúvidas sobre como tratar a variação linguística, pois existem momentos que ela a enxerga como erro e em outros, como um fenômeno natural da língua. Evidenciamos também que a docente encontra-se em processo de tomada de consciência de que as variações que a língua apresenta são inevitáveis, precisando ser abordadas em sala de aula e de que os seus alunos ficam confusos diante do tema por não terem certeza de como devem agir em relação ao mesmo, visto que há momentos nos quais, em sua fala, a docente demonstra enxergar a variação como erro, já em outros, a variação deve ser respeitada, uma vez que, em todas as regiões, os falantes variam linguisticamente. Entretanto, enfatizamos que o respeito, por si, não é suficiente, posto que é preciso ter clareza de como trabalhar a variação linguística em sala de aula. Sendo assim, compartilhamos do que afirma Cyranka

Há que se desenvolver uma nova atitude do professor de português. Ele precisa se lembrar, antes de tudo, de que não vai “ensinar” o que os alunos já sabem, ele não vai ensiná-los a falar português. O que cabe ao professor é, simplesmente, considerando as experiências reais de seus alunos quanto ao uso da língua portuguesa, considerando a variedade linguística que eles utilizam e sua capacidade de nela se expressarem, conduzi-los nas atividades pedagógicas de ampliação de sua competência comunicativa (2015, p. 35).

Evidenciado como as docentes veem a variação linguística no ensino de Língua Portuguesa, mostraremos a seguir como segundo P1 e P2 um professor de Língua Portuguesa precisa se comportar em relação ao seu modo de falar em sala de aula. Vejamos primeiro o que coloca a P1

Eu acho que o professor precisa falar a língua culta né, o jeito que se deve ser falado, mas não desmerecer a fala do aluno, considerar, ele tá falando porque

é a região dele é assim, ele aprendeu falar assim, aí o professor não pode falar, assim ele tem que falar a linguagem certa que é pra o aluno ver que é assim que se fala, mas não querer mudar o aluno né, é dele da região dele, agora que precisa conhecer né, ó se fala assim, mas que o certo é assim, você tem que considerar, fazer jogo de, esse jogo né, eu sei que eu falo, mas o professor não usa gíria, essas coisas, assim tem o momento de você, de descontração, você pode falar né, mas se for dentro da aula mesmo normal, dentro do conteúdo vai aceitar a língua culta, o jeito que tem que ser e considerar a fala do aluno também né mostrar pra ele, olhe é assim porque fala assim né, não desvalorizar o jeito dele ser, o jeito dele falar.

Notamos que a P1 defende que o professor ao falar precisa fazer uso da língua culta, pois segundo a docente é como deve ser falado, confirmando então o que Possenti declara “[...] o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido” (2012, p. 17). A docente segue acrescentando que, no entanto a fala do aluno deve ser levada em consideração, já que como cita em outros questionamentos faz parte da região em que ele vive, sendo assim o educando fala do jeito que aprendeu em sua comunidade de fala.

Concordamos com o que sugere a P1 que na escola seja tratada a norma culta, que o docente esteja atento ao seu modo de falar em sala de aula, mas não se deve querer que eles deixem de utilizar sua variedade linguística, esta precisa ser também levada em consideração, não devemos esquecer que para seu uso tem o momento adequado, por exemplo, em momentos de descontração. Enfatizamos que sobre a existência de momentos adequados que a professora sugere existir para o uso da variedade linguística estigmatizada ou da norma culta é tratado por Travaglia (2009) como sendo variação de registro, a qual como vimos neste estudo pode ser classificada em três tipos: grau de formalismo, modo e sintonia; no caso exposto temos o grau de formalismo deliberativo que exige do falante uma linguagem cuidada em relação ao uso oral da língua. E o grau de formalismo casual ou coloquial distenso no qual ocorre uma integração completa entre falante e ouvinte, ambos fazem uso de gírias, a interação verbal não ocorre de forma monitorada. No entanto, a docente não nomeia nenhum desses graus, acreditamos que por não possuir um conhecimento mais específico sobre a variação linguística.

Neste estudo, destacamos que o próprio professor poderá fazer uso da variação linguística em sala de aula, assim esperamos que os professores de língua materna saibam colocar para seus alunos que a variação linguística faz parte da identidade social das pessoas, de sua cultura, e que todos os falantes de uma língua a utilizam sem restrição. Como bem enfatiza Bortoni-Ricardo

Na sala de aula, como em qualquer outro domínio social, encontramos grande variação no uso da língua, mesmo na linguagem da professora que, por exercer um papel social de ascendência sobre seus alunos, está submetida a regras mais rigorosas no seu comportamento verbal e não verbal (2004, p. 25).

Sendo assim, ainda na perspectiva de Bortoni-Ricardo o professor deveria “[...] conscientizar os alunos quanto às diferenças sociolinguísticas e fornecer a eles a variante adequada aos estilos monitorados orais e a língua escrita” (2004, p. 43). Ou seja, é preciso orientar os alunos, mostrando que existem momentos em que o uso da norma culta se faz mais adequado e há momentos em que o adequado será a variedade utilizada por ele no dia a dia. O que a docente em sua fala sugere realizar com as gírias, no entanto, notamos que em sua afirmação ela trata a variação como erro, quando diz o certo é assim, não há fala certa ou errada e sim adequada ao contexto e ao interlocutor, assim como colocamos anteriormente não trata-se de erro e sim de adequação.

A P2 respondeu a nossa indagação de forma bem semelhante a P1. Observemos

Como professor a gente precisa sempre tá atento a isso e fazer, tentar se expressar, falar o melhor possível na sala não é, pra que eles, a gente sabe que a nossa criança ela tem uma variação linguística muito grande, ela, eles sempre tão na atividade, aqui de uns bilhetinhos, eles escrevem sempre, o tá, você tá bebeno, comeno e assim essas variações eles usam muito, a gente precisa não corrigir de maneira que ele se sinta constrangido, mas quando comemo, você está bebeno, você está bebendo, sempre eu vou fazendo isso vou fazendo essas correções de maneira que ele não se sinta constrangido, de, de achar que eu tô corrigindo ele na frente das crianças tem a gíria também, essa história de tá ligado né, que eu sempre digo a eles, a gente pode se comunicar, entre vocês, vocês podem falar o tá ligado, mas se você for falar com outra pessoa que seja, nessa questão mesmo que eu trabalhei com eles antes, de se você for falar com um juiz, você já precisa falar melhor né, você não pode tá com gíria, você tem que saber chegar, o senhor, a senhora, eu sempre tô fazendo essa abordagem, eu acho que o professor de Português deve se comportar assim, ele é o professor de Português, ele precisa fazer bem, se expressar bem, falar bem, mas ele não precisa fazer com que o aluno se constranja.

Como notamos grandes semelhanças na fala das docentes sobre como o professor de Língua Portuguesa deve falar em sala de aula e por já termos comentado as colocações da P1 que coincidem com as da P2 e não ficarmos repetitivas citaremos em seguida em quais momentos suas falas coincidem, no entanto teceremos maiores comentários sobre a P2 somente nas colocações que não coincidiram com as afirmações da P1.

Assim como a P1, a P2 evidencia que deve ser utilizada a norma culta, sugere em seguida que tanto na escrita como na oralidade dos seus alunos realiza correções, mostrando

como seria o certo, o que é sugerido pela P1 em relação à linguagem oral, ou seja, a P2 demonstra também enxergar a variação linguística como erro. Evidenciamos que diferente da P1 a P2 mostra realizar correções tanto na linguagem oral, quanto na escrita utilizada por seus alunos, enquanto a P1 em sua reposta se referiu somente a linguagem oral, portanto por já termos discutido a linguagem oral, trataremos somente das correções que a P2 evidencia realizar na linguagem escrita.

Travaglia (2009) ressalta que na linguagem escrita as pessoas podem utiliza-se de alguns dos graus de formalismo que a variação de registro apresenta como, por exemplo, o grau formal que apresenta uma linguagem cuidada na variedade culta e padrão da linguagem escrita ou o grau de formalismo informal em que a linguagem que as pessoas utilizam é caracterizada por abreviações, ortografia simplificada, ou seja, não é usada a norma culta da língua. Assim, frisamos mais uma vez que não se trata de corrigir como a professora mostra fazer, mas de adequar a linguagem ao contexto e ao interlocutor.

A P2 segue afirmando buscar não constranger os alunos diante dos colegas de classe quando realiza as correções, nota-se então uma preocupação para que os alunos possivelmente não se sintam envergonhados diante do seu modo de falar e escrever, o que de fato não é para acontecer, a variação não deve ser motivo de constrangimento, ela trata-se de um fenômeno natural de todas as línguas humanas vivas, portanto não se trata de corrigi-la, mas de adequá- la, a docente ainda aborda a questão de adequação ao interlocutor ao falar das gírias como a P1 o fez, sugere que a norma culta é melhor e que como sugerido pela P1 cabe ao professor de Língua Portuguesa falar utilizando-a. Diante do exposto recordamos o que Alkmim coloca “A variedade padrão é a variedade linguística socialmente mais valorizada, de reconhecido prestígio dentro de uma comunidade [...]” (2012, p. 42).

A P2 entende que a norma culta é melhor do que as demais variedades linguísticas, o que não é verdade, pois como é dito por Camacho

[...] variações de linguagem não devem passar por um crivo valorativo, já que não são mais que formas alternativas que o sistema linguístico põe à disposição do falante. Nesse caso, é outra a tarefa fundamental da pedagogia da língua materna: [...] cumpre-lhe, [...] despertar a consciência do aluno para a adequação das formas às circunstâncias do processo de comunicação (2012, p. 78).

Dando continuidade a análise, vamos verificar como se comportaram as docentes quando questionadas sobre suas atitudes diante das variações linguísticas evidenciadas pelos alunos em sala de aula. A P1 respondeu da seguinte maneira

Assim, quando eles falam uma palavra, tipo que não é para ser falada, que eles falam só que a gente sabe que tá errado, não é daquele jeito, mas aí eu digo a palavra certa, mas de um jeito que não vai menosprezar ele né, menosprezar a fala, a cultura dele, mas aí eu digo olhe, é assim eu mostro a palavra certa pra ele, só que não fica assim, não precisa humilhar, você fala de um jeito, deixar que ele entenda, ó a palavra é essa, aí eles vão e eles diz é mesmo né professora, eu digo é, aí eles compreendem, aí tem uns que já mudam, começa a falar do jeito que você diz, mas tem outros que não, têm outros que não, mas têm uns que eles aprendem, o professor né, o jeito que o professor fala, ele ficam te imitando, a professora fala assim, eu vou falar também, agora têm uns que não, mas eu tenho que fazer assim pra eles conhecer que não é daquele jeito, o certo é aquele, mas aí, você vai mostrando né, e eles vão aprendendo, é bem interessante.

Evidenciamos que a docente trata a variação linguística como erro e sua abordagem é a de correção da fala dos alunos no momento que eles fazem uso da variação, ela afirma fazer isso de forma que não menospreze sua fala e sua cultura, pois evidencia que não precisa humilhá-los por não terem usado a norma culta, no entanto mesmo buscando não menosprezar a fala e cultura dos alunos e não humilhá-los o que de fato não é para acontecer, visto que como aborda Bortoni-Ricardo (2004) na abordagem de uma regra não padrão é relevante o professor observar o devido respeito às características culturais e psicológicas dos seus alunos, na abordagem da variação linguística em sala de aula não se justifica o tratamento da variação como erro.

A variação linguística não recebe pela a docente o tratamento adequado, a P1 parece não enxergá-la como necessária para o desenvolvimento da competência comunicativa de qualquer falante, pois quantas mais variedades linguísticas os falantes sabem utilizar, mas competentes linguisticamente no uso da língua eles serão. A forma como a docente realiza a correção nos faz recordar do que Bortoni-Ricardo (2004) também ressalta que diante da ocorrência de uma regra não padrão, a professora precisa realizar a identificação da diferença e a sua conscientização, sem que aconteça prejuízo do processo de ensino-aprendizagem, ou seja, sem realizar interrupções inoportunas, assim às vezes será mais adequado realizar uma