• Nenhum resultado encontrado

1 TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

1.6 ERA DE REFORMA, CONFLITO E EXPANSÃO (1888-1900)

Em 1888 a IASD tinha sua plataforma doutrinário-profética estabelecida, estava organizada para anunciar a tríplice mensagem angélica e adotava um estilo de vida peculiar. A Igreja se transformara numa corporação religiosa que gradualmente se espalhava pelo planeta. Isso levou a denominação a transmitir sua singularidade, através de suas crenças fundamentais: a volta pré-milenal de Cristo, o ministério de Jesus no santuário celestial, a imortalidade condicional, os dons espirituais e o sábado do sétimo dia. A denominação acreditava que sua missão consistia em alcançar outros cristãos à mensagem adventista. Por consequência, ―a maior parte dos adventistas do sétimo dia ignorava os aspectos do cristianismo que já compartilhavam com outros cristãos. Na época em que se realizou a [assembleia] da Associação Geral de Minneapolis, [...] essa negligência havia atingido proporções alarmantes.‖ (KNIGHT, 2000, p. 87-88).

1.6.1 1888

Schwarz e Greenleaf (2009, p. 11) consideram as discussões em torno dos embates de justificação pela fé da Assembleia da Associação Geral da IASD de 1888 como ―a primeira grande batalha doutrinária para os adventistas depois de terem desenvolvido seu sistema de ensinos.‖ Logo após ‗o grande desapontamento‘, a denominação se distinguiu de outros segmentos cristãos por conta das doutrinas da imortalidade condicional, o sábado do sétimo dia, a atuação do Espírito Santo na Igreja através do Espírito de Profecia de Ellen G. White, uma compreensão diferenciada de outros grupos das três mensagens angélicas de Apocalipse 14 e a crença no ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial.

Em 1860, os adventistas elegem um nome que apresenta suas duas crenças definidoras. Nos anos seguintes, eles fundam instituições educacionais, de assistência sanitária e de publicações para auxiliar em sua obra missionária. Essas se tornam pontos de referência do adventismo. Depois da Guerra Civil Americana, a IASD era essencialmente uma Igreja da região norte dos Estados Unidos. Após o conflito, ela se dirigiu ao sul, com certa precaução, pois para os adventistas aquela era quase que como uma missão a um país estrangeiro. Os precedentes do confronto histórico de 1888 apresentam ministros ansiosos em difundir as crenças denominacionais, os quais pregavam ousadamente, às vezes de modo

ameaçador, sobre profecia, observância do sábado e a breve volta de Jesus. Em contraponto, dois líderes jovens – Waggoner e Jones, veementemente, expunham novas noções sobre a relação da lei com a obediência, perdão e graça. Em Minneapolis ―a Igreja discutiu o assunto deixando feridas cujas cicatrizes duraram um longo tempo.‖ (SCHWARZ; GREENLEAF, 2009, p. 11).

Contextualmente, nos 20 anos anteriores à assembleia de 1888, entre as

décadas de 1870 e 1880, tinha surgido uma nova geração de adventistas do sétimo dia. Ridicularizados por seus companheiros cristãos como legalistas e judaizantes, e perseguidos em algumas regiões, esses adventistas do sétimo dia pesquisavam a Bíblia para suster sua crença sabática. Acharam nela um verdadeiro arsenal de textos-prova, que poderiam ser organizados com uma lógica esmagadora para demonstrar a perpetuidade do sábado. Eles apreciavam debates e, imperceptivelmente, tendiam a se tornar precisamente o que eram acusados de ser: legalistas que olhavam para suas próprias obras em busca de salvação, em vez de olhar para Jesus Cristo. (SCHWARZ; GREENLEAF, 2009, p. 175).

Os adventistas do sétimo dia veem a Assembleia da Associação Geral de 1888 como uma mudança profunda no percurso teológico da denominação. As reuniões de menos de um mês em Minneapolis ―alteraram a configuração do adventismo.‖ (KNIGHT, 2003, p. 11). Darius avalia que a história da IASD ―pode ser dividida em antes e depois da aceitação da graça como ponto inicial para a caminhada cristã, o que só aconteceu [...] em 1888.‖ (2010b, p. 113). Mesmo assim, mais de 100 anos depois, os adventistas ainda se encontram divididos no âmbito da relevância e significados dos encontros de outubro e novembro do citado ano. Knight classifica a reunião anual de 1888 da Associação Geral da denominação como um dos ―maiores ‗acontecimentos‘ teológicos da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia‖ (2003, p. 17).

A ―preciosíssima mensagem‖ de 1888, segundo palavras de Ellen G. White (KNIGHT, 2003, p. 19-20), conduzida pelos pastores Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones apresentava, como principais tópicos: o Cristo enquanto Salvador crucificado; a justificação pela fé em Jesus; uma relação entre a justiça de Cristo e a obediência aos mandamentos de Deus; a necessidade dos adventistas centrarem sua atenção em Jesus; a justiça de Cristo ou justiça pela fé e sua relação com a terceira mensagem angélica de Apocalipse 14:9-12; o Cristo morto em lugar da humanidade como expiação pelo pecado; as ―bênçãos pactuais‖ de Jesus para Seus filhos; o alerta de que os adventistas enfatizavam a lei e negligenciavam a Jesus e a relevância da fé em Seu sacrifício; a fé nos méritos do Salvador crucificado enquanto ―a vida da Igreja‖; o aviso de que Satanás desviara os olhos da Igreja dos méritos de Jesus e os conduzira para a teologia eclesiástica alicerçada em esforços humanos; e o chamado dos

pastores Waggoner e Jones para conduzir a visão dos adventistas para Jesus, para a fé em Seus méritos e sacrifício e para a relação existente entre a salvação pela fé e a mensagem do terceiro anjo.

Os principais envolvidos nas discussões da assembleia da Associação Geral de 1888,35 que teve como dinâmica central ―o conflito de personalidades‖ (KNIGHT, 2003, p. 24), foram quatro. De um lado, George I. Butler (1834-1918), presidente da Associação Geral dos adventistas do sétimo dia entre 1871 e 1874 e 1880 e 1888 e Urias Smith (1832-1903), secretário da Associação Geral desde 1863 – com exceção de três anos –, editor por quase 25 anos de um dos periódicos de maior renome na instituição, o Review and Herald e conhecido como ―autoridade insuperável em interpretação profética‖ da denominação (KNIGHT, 2003, p. 25), enquanto representantes da ―velha-guarda‖ da Igreja (KNIGHT, 2003, p. 24). Do outro lado, os jovens Alonzo T. Jones (1850-1823) e Ellet J. Waggoner (1855-1916), redatores de um periódico da IASD na Califórnia, os quais desafiaram os velhos colegas com ‗novos preceitos‘ para a teologia adventista.

Tudo começou quando os dois jovens editores adventistas iniciaram a publicação, entre 1884 e 1886, na revista Signs of the Times (Sinais dos Tempos), de artigos que concorriam à tradição denominacional. A. T. Jones interpretava de modo diferente de Urias Smith o tema relacionado aos dez chifres de Daniel 7. No mesmo período, E. J. Waggoner expressou uma nova visão sobre a lei no livro de Gálatas, o que incomodou o presidente da Associação Geral, George I. Butler, o qual cria que a atitude de Waggoner era o início de uma derrocada da denominação em sua compreensão da perpetuidade dos dez mandamentos. Com a crise dominical em andamento no período, as questões amplificaram-se (KNIGHT, 2000, p. 89).

A resposta para o pensar a importância da ênfase e discussão sobre os assuntos relacionados na assembleia de 1888 tem a ver com as primeiras décadas do adventismo e da teologia adventista, pontua Knight. A teologia da denominação, prossegue, possui dois tipos de doutrinas inter-relacionadas. A primeira inclui as crenças que os adventistas possuem em comum com os demais cristãos, caso da salvação pela graça mediante a fé, da importância da Bíblia, do papel histórico de Jesus como Salvador da humanidade e da eficiência da oração. A segunda diz respeito a ensinos peculiares da IASD, como o sábado do sétimo dia, a segunda vinda real e pré-milenal de Cristo, a imortalidade condicional e as mensagens de juízo procedentes de Daniel 7 e 8 e Apocalipse 14 (2003, p. 20-21).

35 As tensões, significados e desdobramentos da assembleia da Associação Geral dos adventistas do sétimo dia

Por emergirem de uma cultura amplamente cristã, os adventistas se portavam de modo a não ressaltar as crenças que partilhavam com outros cristãos, mas a prezar pelos preceitos notadamente adventistas. Uma estratégia adotada pelos evangelistas adventistas, como anteriormente citado, era a de entrar em uma comunidade e desafiar publicamente o ministro local mais notável para um debate sobre as doutrinas bíblicas defendidas pelos adventistas, visto que, em uma ―época anterior à televisão e ao rádio, métodos combativos reuniam multidões nas pequenas cidades de então.‖ (KNIGHT, 2003, p. 21).

O historiador destaca que a abordagem produziu resultados negativos. A pregação adotada nesses moldes, realizada por cerca de 40 anos, conduziu a uma separação do adventismo em relação ao cristianismo em geral. Tanto o foi que Ellen G. White chegou a afirmar (KNIGHT, 2003, p. 21; KNIGHT, 2011, p. 92) que o adventismo devia primar pela pregação da ―mensagem do evangelho de Sua graça‖, para que ―o mundo – incluindo as outras igrejas – não mais dissesse que os adventistas do sétimo dia falam na lei, na lei, mas não ensinam a Cristo nem nEle [creem].‖ Ao final da década em debate, o adventismo observava a precisão de alterar o curso de sua teologia para lograr êxito mediante outras confissões cristãs (KNIGHT, 2011, p. 92).

Knight tem a Assembleia da Associação Geral de 1888 como uma das reuniões mais importantes e hostis da denominação. Certos acontecimentos da década de 1880 explicam, segundo ele, o clima tenso experimentado. No contexto, os Estados Unidos caminhavam, já desde a década de 1860, para uma crise nacional que envolvia a lei dominical. Uma plataforma política, encabeçada pela Associação Nacional de Reforma, desejava ―proteger a santidade do domingo‖ (2000, p. 88). Nesse sentido, alguns norte-americanos viam os adventistas guardadores do sábado como um ―problema‖ na campanha de proteção do domingo. A situação, para a Igreja Adventista, se agravou em 1882, quando autoridades da Califórnia prenderam W. C. White, filho mais novo do casal White, por colocar em funcionamento, num domingo, a gráfica da Pacific Press, editora da Igreja. Pelos idos de 1885, adventistas foram presos no Arkansas e por volta de 1888, no Tennessee e outros estados. Posteriormente, ministros adventistas realizaram trabalhos forçados junto a presos comuns, por ‗profanarem‘ o domingo.

O clímax do embate dominical (KNIGHT, 2000, p. 88-89) ocorreu em 21 de maio de 1888, quando H. W. Blair, senador de New Hampshire, submeteu ao Senado norte-americano um projeto de lei em favor da promoção do domingo – classificado até então como o ―dia do Senhor‖ – como dia de adoração religiosa. Essa foi a primeira proposta de tal natureza

apresentada ao legislativo dos Estados Unidos desde os primórdios do movimento adventista, nos anos 1840.

Os adventistas consideravam os acontecimentos em torno da legislação dominical como um cumprimento profético. Raciocinavam que a pregação sobre os livros de Daniel e Apocalipse feita por 40 anos estava prestes a se cumprir, já que, com a fixação da guarda do domingo por lei, a formação e a imposição da marca da besta de Apocalipse 13 apontavam para o fim do mundo, conforme as crenças da denominação. Com esses desdobramentos em mente, entende-se porque alguns líderes adventistas foram contrários quando correligionários passaram a reavaliar a validade de aspectos de interpretação profética e teológica da lei sustentados pela Igreja. Como o período era de ‗crise‘, pensavam, tal postura ameaçava publicamente o centro da mensagem adventista (KNIGHT, 2000, p. 89).

Na controvérsia, Ellen G. White defendeu o direito de Jones e Waggoner a serem ouvidos, mesmo que Smith, Butler e outros delegados da assembleia de 1888 fossem contrários.

Certos escritores adventistas do século vinte têm afirmado que a mensagem apresentada em 1888 por Jones e Waggoner era algo novo para o adventismo. Mas os fatos não confirmam esse ponto de vista. Ao contrário, dois dos mais influentes participantes de 1888 contradizem repetidamente essa declaração. (KNIGHT, 2000, p. 91).

Knight cita um escrito de Waggoner no qual este afirma que o ponto de vista defendido por ele, basicamente alicerçado nas crenças da justificação pela fé e a justiça de Cristo em relação à lei, era o mesmo que moveu o apóstolo Paulo e os reformadores Lutero e Wesley. Ellen G. White concordava que os jovens apresentavam uma mensagem que não era nova. Lamentavelmente, diz Knight, ao tratar, durante 40 anos, de doutrinas exclusivas, os adventistas descuidaram das crenças que mantinham em comum com outros cristãos, caso da salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Por isso, a pregação de Jones e Waggoner em Minneapolis teve destaque, visto que reuniu crenças tipicamente adventistas com a mensagem de salvação unicamente em Cristo (2000, p. 91-92).

―A importância das reuniões de 1888 reside no fato de terem rebatizado o adventismo no cristianismo.‖ (KNIGHT, 2000, p. 93). As tensões não terminaram aqui. Os discursos cristocêntricos de Jones e Waggoner produziram uma reação mista nos participantes da assembleia de 1888. Alguns líderes da Igreja os aceitaram, enquanto a maioria rejeitou a mensagem quanto os dois precursores dela.

―A [Assembleia] da Associação Geral de Minneapolis veio a ser um dos momentos mais decisivos no desenvolvimento da teologia adventista.‖ (KNIGHT, 2011, p. 94). Um dos problemas posteriores à reunião foi que os líderes do adventismo tradicional viram a afirmação dos ensinos sobre a graça e a fé como um desafio e ―uma negação do adventismo legalista do passado.‖ (KNIGHT, 2011, p. 129).

A ênfase cristocêntrica da assembleia de Minneapolis em 1888 conduziu a uma reorientação e expansão da educação adventista. Os indicadores mostram que a denominação possuía por volta de 1890 apenas 16 escolas, entre ensino fundamental, médio e superior. No fim da década, a Igreja passou para 245 instituições educacionais nos três níveis. Dois marcos durante a transição foram os cursos para ministério promovidos por W. W. Prescott, que orientavam os ministros adventistas sobre a centralidade da justiça pela fé para a teologia e missão do adventismo e um programa de instrução similar promovido para educadores adventistas em Harbor Springs, em Michigan, entre julho e agosto de 1891. A partir daqui, relatou Prescott para a assembleia da Associação Geral de 1893, a educação adventista transformou-se e o ―elemento religioso‖ tornou-se fundamental para as escolas da Igreja (KNIGHT, 2000, p. 96).

1.6.2 Impulso missionário

Após sua organização institucional, a IASD empreendeu uma intensa obra proselitista, justificada no senso de Igreja portadora da verdade e remanescente nos dias finais do mundo (CARVALHO, 2011a, p. 150). Embora relutantes nos primeiros anos de existência, em 1889 a IASD se preparava para expandir suas crenças em nível global. Knight resume o percurso até a abertura da ―porta fechada‖ (2000, p. 99).

Em primeiro lugar, a ―antimissão‖ ou período da porta fechada (1844-1850) do pensamento adventista havia permitido o desenvolvimento de uma base doutrinária. Em segundo lugar, o período da porta parcialmente aberta (1850-1874) forneceu tempo para a construção de uma base na América do Norte, capaz de sustentar as missões em favor de outras nações protestantes. E em terceiro lugar, o período da missão em favor das nações protestantes (1874-1889) preparou o caminho para progresso semelhante na Inglaterra, Europa, Austrália e África do Sul. Embora cada base missionária precisasse ainda progredir muito depois de 1890, a infraestrutura fora lançada, e o adventismo estava pronto para tornar-se na década de 1890 uma Igreja verdadeiramente mundial.

O compromisso assumido pela IASD com as missões estrangeiras se torna claro em meados da década de 1880. Uma série de visitas à missão europeia foi realizada por notáveis líderes adventistas entre 1882 e 1887, dentre as quais se destacam as do presidente da

Associação Geral no período, George I. Butler, em 1884 e as de Ellen e seu filho W. C. White entre 1885 e 1887. Ainda na metade da década, os adventistas criaram o Concílio Europeu. Concomitantemente, na Europa, foram lançadas publicações em vários idiomas e as instituições educacionais usadas para capacitar funcionários às missões. Nesse período, os adventistas iniciaram seus trabalhos entre protestantes europeus residentes na Austrália e África do Sul, em 1885 e 1887, respectivamente (KNIGHT, 2000, p. 99-100).

No interim, em 1886, a Igreja publica seu primeiro livro sobre missões estrangeiras. Em 1889, S. N. Haskel e Percy T. Magan são enviados para uma viajem de dois anos para conferir possibilidades, problemas e possíveis locais para missões adventistas ao redor do mundo e, em específico, em partes da África, Índia e Oriente. No mesmo ano, em novembro, a Assembleia da Associação Geral providenciou a criação da Comissão da Missão Estrangeira Adventista do Sétimo Dia para administrar a obra missionária estrangeira da denominação. Também em 1889, se lançava a Home Missionary (Missionário Denominacional), que divulgava os empreendimentos missionários dos adventistas. Os adventistas nunca mais recuaram nas missões e, em contrapartida, tornaram-se conhecidos por seus esforços de anunciar suas crenças a todo o mundo, levando consigo editoras e instituições médicas e educacionais. Assim, ao fim dos anos 1890, o adventismo firma-se em todos os continentes e em muitos arquipélagos (KNIGHT, 2000, p. 100-101).

Na década de 1890, a obra missionária adventista buscou alcançar os negros norte- americanos. Mesmo com a participação de alguns negros no movimento milerita, o adventismo sabatista era um movimento formado predominantemente por brancos, que levou meio século, a contar do desapontamento, para estabelecer-se entre os negros dos Estados Unidos. Estimativas apontam para 50 negros adventistas em 1894 e um salto para 900 em 1909, resultado devido aos projetos missionários entre tal faixa da população efetivados durante os anos 1890. Mesmo assim, a realização do trabalho não foi consensual.

A obra deles [missionários adventistas entre os negros sulistas no Texas, Tennessee, Geórgia e outros estados] enfrentou muitas vezes a violência de brancos locais, cujo receio era que os intrusos pregassem a ―perigosa‖ doutrina da igualdade racial. Dadas as dificuldades, a liderança decidiu finalmente que seria melhor seguir a convenção social, estabelecendo congregações separadas [...]. Charles M. Kinney, o primeiro afro-americano ordenado como ministro adventista do sétimo dia, concordou com a decisão. Embora não achasse que ter congregações separadas fosse o ideal, Kinney acreditava piamente que essa solução era preferível a segregar os negros nos bancos de trás das igrejas dos brancos. (KNIGHT, 2000, p. 102-103).

Outras modificações significativas ocorridas no limiar do século XX foram a mudança da centralização de instituições adventistas em Battle Creek – a cidade representava para os adventistas o mesmo que Jerusalém era para os judeus e que Salt Lake City significa para os mórmons. No entanto, o novo século trouxe a dispersão do adventismo de sua ―cidade santa‖ –; e os novos contornos da postura evangelística da Igreja, iniciados na primeira década do século em questão: o realce ao evangelismo nas metrópoles. Os adventistas eram de origem essencialmente rural. Eles encontraram dificuldades para se ajustar às grandes cidades. Todavia, compartilhar a mensagem do advento nos grandes centros tornou-se urgente em meio à crescente urbanização. O impulso para a iniciativa, novamente, partiu de Ellen G. White (KNIGHT, 2000, p. 125).

1.7 CRISES DE IDENTIDADE, FUNDAMENTALISMO E CRESCIMENTO MUNDIAL

Documentos relacionados