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A Escola B

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2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ALFABETIZAÇÃO: DO ÂMBITO NACIONAL

2.6 CAMPO DE PESQUISA: AS ESCOLAS SELECIONADAS

2.6.2 A Escola B

Em 2019, a Escola B teve uma taxa de matrícula de 461 alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, distribuídos em 21 turmas, sendo uma delas de aceleração. A distribuição dos alunos por turma e turno (manhã-M e tarde-T) pode ser conferida na tabela abaixo:

Tabela 4 - Escola B – Distribuição de Alunos Matriculados por Turmas e Turnos SÉRIE 1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO Aceleração Turno M T M T M T M T M T T (12-14 anos)

Turmas 5 - 4 - 2 2 - 4 - 3 1

Nº alunos 102 - 91 - 53 44 - 95 - 67 9

TOTAL 461 ALUNOS

Fonte: SIGE ESCOLA, {200?}.

Percebemos, portanto, que a escola foi organizada para atender as turmas de 1º e 2º anos somente pela manhã, bem como para atender às turmas de 4º e 5º anos somente à tarde. Acreditamos que esse fator contribua para que a gestão se organize melhor para o acompanhamento das crianças nos horários de intervalo, por exemplo, porque assim a escola não precisa oferecer dois recreios pela manhã e dois recreios à tarde, já que a faixa etária das crianças é aproximada; isso parece facilitar também o acompanhamento aos professores em seu planejamento ou nas ações em sala de aula.

Em sua estrutura física, a Escola B conta com 12 salas de aula, biblioteca, cozinha, Laboratório Escolar de Informática (LEI), sala da direção e sala dos professores. Os equipamentos tecnológicos de que a escola dispõe são: televisão, DVD, impressora, projetor multimídia e copiadora. É uma Escola Padrão MEC1, com estrutura bem nova, recentemente pintada, em ótimas condições de funcionamento e com bastante espaço de circulação, pátios cobertos amplos que permitem o desenvolvimento de uma série de atividades com as crianças. A equipe gestora conta com um diretor e dois coordenadores pedagógicos, os quais já vêm de experiência em gestão e conhecimento sobre o programa, sendo que nessa escola o 1

Escolas Padrão MEC: escolas financiadas pelo Ministério da Educação e conquistadas pelos municípios mediante o diagnóstico apresentado via Plano de Ações Articuladas (PAR). Pelo estudo de demanda, a comunidade recebe uma escola que é construída obedecendo um projeto arquitetônico, por isso essas escolas ficaram conhecidas

diretor se encontra há 3 anos. O corpo docente é composto por 40 professores, sendo que em cada turma, são dois professores que se alternam: Regente 1 (R1) e Regente 2 (R2), sendo R1 o professor principal e o R2 aquele que atua nos dias de planejamento do R1. Assim, interessa- nos, para a pesquisa, os professores lotados nas turmas de 1º e 2º anos, especialmente os 9 professores R1 que atuam diretamente com o material do MAISPAIC. Além dessas pessoas, a escola conta com um (01) porteiro, um (01) secretário escolar, um (01) auxiliar administrativo, dois (02) auxiliares de serviços gerais e duas (02) merendeiras, lotados nos turnos matutino e vespertino.

A seguir, apresentamos os dados do SPAECE Alfa, que avalia os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, na série histórica 2016-2018, da Escola B.

Tabela 5 - Resultados da Escola B - SPAECE Alfa (2º ano do Ensino Fundamental) Ano Média municipal Média Escola B Padrão de Desempenho da escola

Distribuição dos estudantes por Padrões de Desempenho (%)

NA AI IN SU DE

2016 154,1 119,5 Intermediário 6,8 31,8 25,0 13,6 22,7 2017 158,9 153,4 Desejável 1,4 5,4 21,6 18,9 52,7 2018 161,6 160,4 Desejável 1,9 7,6 14,3 23,8 52,4 Fonte: Elaboração própria (2019)

*Legenda: NA – não alfabetizado; AI – alfabetização incompleta; IN – intermediário; SU – suficiente; DE – desejável.

Analisando os dados do SPAECE-Alfa da Escola B, percebemos um resultado muito baixo no ano de 2016, quando a escola se encontrou no padrão de desempenho “Intermediário” na avaliação estadual. No ano seguinte observa-se um salto de 33,9 pontos no desempenho em relação ao ano anterior. E no ano de 2018, a escola continuou crescendo, porém, apenas 7 pontos em relação a 2017 e, ainda assim, continuou abaixo da média municipal.

Para além da análise da média de proficiência, é preciso analisar a distribuição pelos padrões de desempenho. Nos anos dessa série histórica, percebemos a redução de alunos nos padrões de desempenho mais críticos, especialmente entre 2016 e 2017; no entanto, no último ano, o percentual de alunos nos padrões “não alfabetizado” e “alfabetização incompleta” teve um ligeiro acréscimo. Em 2018, nos padrões mais críticos foram 23,8% de alunos que precisam de atenção especial no ano seguinte para conseguirem superar as dificuldades apresentadas em leitura, compreensão e interpretação de textos e raciocínio lógico-matemático. É preciso considerar também que, ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, a escola tem conseguido alcançar a meta de alfabetização com apenas 52,4% dos alunos.

Na Tabela 6, apresentamos as taxas de rendimento da Escola B – aprovação (AP), reprovação (REP) e abandono (AB), em porcentagem, referentes aos anos 2016, 2017 e 2018.

Tabela 6 - Taxas de Rendimento da escola B no período de 2016-2018 Ano/

série

2016 2017 2018

AP REP AB AP REP AB AP REP AB

1º ano 100 0 0 100 0 0 100 0 0 2º ano 100 0 0 100 0 0 100 0 0 3º ano 92,0 8 0 85,9 14,1 0 95,8 4,2 0 4º ano 79,2 20,8 0 91,2 8,8 0 98,1 1,9 0 5º ano 84,1 14,6 1,3 97,5 2,5 0 100 0 0 Média 89,5 10,1 0,3 94,5 5,5 0 98,8 1,2 0

Fonte: Elaboração própria (2019)

Os dados apresentados na Tabela 6 indicam uma tendência de reprovação maior no 3º e 4º anos. É um dado que preocupa porque pode representar uma dificuldade que surge no estudante ainda nos primeiros anos de escolarização e se aprofunda ao longo do seu percurso escolar, o que pode significar a não consolidação de habilidades esperadas para aquele ano. Ainda que o número de reprovados tenha caído consideravelmente no intervalo apresentado, esse percentual de alunos que ficaram retidos precisa ser acompanhado com especial atenção para que não haja novas repetências.

A questão mobilizadora desse estudo indaga sobre a utilização dos materiais didáticos produzidos com a finalidade de implementar o Programa Aprendizagem na Idade Certa – MAISPAIC no município de Juazeiro do Norte. Nesse primeiro capítulo, apresentamos um levantamento de dados necessários à compreensão da questão de pesquisa, como os programas federais que, em maior ou menor medida, influenciaram a criação do PAIC/MAISPAIC, a estrutura organizacional da SEDUC/CE em que o programa está inserido, o contexto educacional de Juazeiro do Norte e os materiais didáticos disponíveis nessa rede para os professores do Ensino Fundamental. Ressaltamos que a presente pesquisa se debruçará sobre a análise da utilização do material estruturado do MAISPAIC nas duas escolas apresentadas neste capítulo. Parte-se, pois, na sequência deste trabalho, em busca de apresentar a fundamentação teórica que embasa o caso e o estudo empírico que possibilitarão responder à questão central que ora nos mobiliza.

3 IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS COM FOCO NA

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