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Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica a partir das plataformas de buscas por artigos científicos para delimitar as espécies vegetais que poderiam ser estudadas, pois de acordo com a literatura, algumas plantas são mais sensíveis que outras aos poluentes atmosféricos.

A seleção das espécies de plantas juvenis baseou-se em quatro critérios:

a) Ocorrência natural na Mata Atlântica; b) Disponibilidade de mudas em viveiros;

c) Possuir estudos relacionados à poluição atmosférica; d) Espécies utilizados na arborização urbana.

Assim, foram selecionadas cinco espécies para a realização deste trabalho. A escolhas das espécies foi feita baseando-se também em levantamentos fitosociológicos realizados pela CETESB (AZEVEDO et al., 1995). A Tabela 1 relaciona as espécies utilizadas nesta pesquisa.

Tabela 1 - Relação das espécies de plantas utilizadas neste trabalho.

Espécie Família Nome popular

Campomanesia xanthocarpa

O. Berg. MYRTACEA Guabiroba

Psidium cattleianum MYRTACEA Araçá

Libidibia ferrea (Mart. exTul.) L. P.

Queiroz FABACEAE Pau-ferro

Schinus terebinthifolius

Raddi ANACARDIACEAE Aroeira

Cupania vernalis SAPINDACEAE Cuvatã

As mudas de árvores da mata Atlântica (Figura 6) são originárias do Horto Municipal da Barreirinha, de Curitiba/PR. As mudas da mesma espécie eram oriundas de um mesmo lote, possuindo a mesma idade e foram cultivadas no mesmo tipo de substrato, evitando desta formar variáveis espúrias.

Figura 6 - Espécies de plantas utilizadas no estudo.

3.1.1 Guabiroba - Campomanesia xanthocarpa O. Berg.

A espécie popularmente chamada de Guabiroba, cujo nome científico é Campomanesia xanthocarpa O. Berg. é uma espécie arbórea que ocorre desde o estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Trata-se de uma planta heliófila, seletiva higrófila até mesófila, de ocorrência frequente na Floresta Ombrófila Mista, especialmente nos solos úmidos das formações aluviais, nos capões e em áreas mais abertas das florestas secundárias (REITZ et al., 1983). A C. xanthocarpa é indicada para plantios em áreas degradas e pode ser utilizada como espécie ornamental (SOUZA; LORENZI, 2005).

Esta espécie apresenta geralmente indivíduos de 10-20 m altura com folhas membranosas elípticas a ovaladas, base obtusa a aguda, ápice agudo a acuminado, margem lisa a bastante ondulada, discolor, adaxialmente verde-escuro, brilhante, abaxialmente verde-clara, opaca, nervura central sulcada, com pelos longo nas axilas das nervuras secundárias, unidas em arco irregulares, afastados da borda

(ROMAGNOLO, 2003). As folhas medem de 4-10 cm de comprimento por 3-4,5 cm de largura (CORREA, 1974; MATTOS, 1984).

3.1.2 Araçá - Psidium cattleianum.

O araçazeiro, Psidium cattleianum Sabine, 1821 (Magnoliatae, Myrtaceae, Myrtoideae) é originário da região meridional da América do Sul e, embora tenha uma ampla dispersão, suas maiores populações se encontram em formações vegetais próximas à faixa litorânea (LEGRAND e KLEIN 1977). O araçazeiro é uma árvore ideal para pomares domésticos. Por ser de pequeno porte, não exige muito espaço para crescer e dar os frutos que toda família poderá apreciar. Também possui o poder de atrair uma infinidade de passarinhos silvestres, que vem degustar seus deliciosos frutos. Por este entre outros motivos, ele não deve faltar em programas de recuperação de áreas degradadas da mata atlântica. Esta espécie deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, profundo, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. O araçazeiro aprecia o clima tropical, com o calor e a umidade, no entanto, é capaz de tolerar as geadas do clima subtropical. Apesar de preferir sol pleno, tolera sombreamento parcial. Como outras mirtáceas, o araçá é sensível a gralhas e moscas-das-frutas e multiplica-se por sementes.

Espécimes deste gênero apresentam folhas simples, opostas, curto- pecioladas, limbo com 3 cm a 12 cm x 1,3 cm a 6,4 cm, oval e elítico, textura pergaminosa a coriácea. As espécies de Psidium ocorrem em áreas sob condições de estresse abiótico constantes, incluindo água e temperaturas extremas (HAMINIUK, et al., 2006).

3.1.3 Pau-ferro - Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz

As plantas desta espécie possuem porte arbóreo, podendo atingir até 10 metros de altura, caule e ramos acinzentados, com manchas irregulares (AGRA et al., 2005). Folhas compostas, bipinadas, com folíolos opostos; pecíolo 3,1- 3,3 cm comprimento, cilíndrico, pubescente, com pulvino; raque 0,9-11,2 cm comprimento, pubescente; 10 a 14 folíolos, 1,6-1,8 cm comprimento, subsésseis, obovados, base oblíqua, ápice truncado a emarginado, margem inteira, textura foliar membranácea.

O indumento é pubescente em ambas as faces, formado por tricomas tectores unicelulares (SILVA, et al., 2018).

A espécie possui múltiplos usos, sendo utilizada no paisagismo urbano pelo seu valor ornamental; sua madeira, de cerne muito duro e avermelhada, é empregada na construção civil, rural, naval, na marcenaria; recomendada para reflorestamentos destinados a recuperação de áreas degradas; na produção de tinturas; como melífera (LORENZI, 1992; CAMPOS-FILHO; SARTORELI, 2015).

3.1.4 Aroeira - Schinus terebinthifolius Raddi

Essa espécie é nativa da América do Sul (CARMELLO-GUERREIRO, PAOLI, 2002), comumente utilizadas na medicina tradicional devido aos seus efeitos antimicrobianos (LIMA et al. , 2006), anti-inflamatório (GAZZANEO, LUCENA, ALBUQUERQUE, 2005) e antitumoral (QUEIRES et al., 2006)

Pode ser encontradas na forma de arbusto ou árvore, atingem de 5-10 metros de altura e 20-30 centímetros de diâmetro,. A copa é ovoide, com um tronco tortuoso, revestido por uma casca grossa (BERNARDES, 2010). Suas folhas são perenes, verde-escuras, apresentam 10-15 cm de comprimento por 2-3 cm de largura, são compostas imparipinadas, com pecíolos cilíndricos na parte inferior e mais ou menos alados; três a dez pares de folíolos, oblongos a elípticos, estreitos na base e obtuso ou agudo ou ainda providos de um pequeno 5 dente no ápice, cerrados, membranáceos, glabros (SANTOS, 2007).

3.1.5 Cuvatã ou Camboatá - Cupania vernalis

Espécie conhecida como Cuvatã ou Camboatá a Cupania vernalis, é uma árvore perenifólia, com folhas alternas, compostas, pinadas, com até 18 folíolos. Ocorre em diferentes estratos da floresta, comportando-se, muitas vezes, como uma espécie esciófita (Lorenzi 1992), podendo atingir até 9 m de altura.

Indivíduos da espécie C. vernalis possuem características comuns de plantas adaptadas a regiões com menor disponibilidade de energia (BOEGER et al., 2006). Em seu estudo Roças et al. (1997) indicaram que provavelmente fatores ambientais (altitude, disponibilidade hídrica do solo ou nutrientes) também exerçam alguma influência sobre as características foliares.

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