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O ESTADO DE SANTA CATARINA NO CONTEXTO DO MERCOSUL

No documento Jose Correia Goncalves.pdf (páginas 92-95)

CAPÍTULO III O ESTADO DE SANTA CATARINA E O MERCOSUL

3.1 O ESTADO DE SANTA CATARINA NO CONTEXTO DO MERCOSUL

O Estado de Santa Catarina cuja capital é Florianópolis, está situado na Região Sul do Brasil, com uma área de 95.442 km² que corresponde a 1,12% do território brasileiro. Sua população é em torno 5,5 milhões de habitantes distribuídos em 293 municípios; e a densidade populacional é de 53,41 habitantes/km²78.

O território catarinense foi povoado no decorrer de sua História por imigrantes que vieram de várias partes do mundo, resultando em uma heterogeneidade de culturas. Em função desse multiculturalismo, foram criados traços notórios no dia-a-dia das pessoas e na economia. No litoral, portugueses oriundos da Ilha dos Açores e Madeira (séc. XVI); alemães a partir de 1828 (em 1850 fundaram a cidade de Blumenau); italianos em 1836, quando veio o primeiro grupo (em 1877 fundaram Urussanga). Além do Sul do Estado de Santa Catarina, os italianos também foram responsáveis pela povoação em outras regiões79.

O Estado de Santa Catarina recebeu, em menor número, correntes migratórias de: africanos, poloneses, russos, ucranianos, japoneses, austríacos, noruegueses, húngaros, sírios, libaneses, letos e ainda tropeiros gaúchos e paulistas (que faziam o transporte de gado entre o os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo na Serra catarinense). Esta diversidade étnica criou marcas profundas no cotidiano e na economia. (ANEXO D – Povoação de Santa Catarina).

A posição geográfica do Estado de Santa Catarina no Mercosul pode ser considerada estratégica, visto que o Estado está bem posicionado em relação aos polos mais expressivos do continente que são São Paulo e Buenos Aires.

A duplicação do trecho Sul da BR-101, que já está sendo denominado como “Corredor do Mercosul”, vai proporcionar melhores condições de transporte terrestre. O Estado de Santa Catarina fica a cerca de duas horas de voo das capitais dos países membros

77 Parafraseado de Kaiser (2006).

78 A cidade de Florianópolis que foi fundada em 23 de março de 1726; é a capital de Santa Catarina com aproximadamente 342.315 habitantes, considerada a capital brasileira com a melhor qualidade de vida.

79 São muitas as cidades de colonização italiana – Criciúma, Tubarão, Urussanga, Nova Veneza e Orleans, no Sul; São João Batista, Rodeio, Nova Trento, Botuverá e Ascurra, no Vale do Itajaí; Videira, Tangará e Pinheiro Preto no Meio Oeste, entre tantas outras. Em todas há comunidades que preservam as tradições herdadas dos pioneiros: o cultivo da uva e do vinho, a fartura na mesa a alegria e a religiosidade.

do Mercosul. Os aeroportos das cidades de Florianópolis, Navegantes e Joinville operam com jatos comerciais regularmente, sendo que os dois primeiros citados são internacionais; outros aeroportos regionais estão situados nas cidades de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina; em Lages, na serra catarinense e no Sul do Estado, na cidade de Forquilhinha que fica próximo a Criciúma. Em função da localização dos aeroportos80, todos os municípios-polos podem ser acessados por via aérea.

A região Oeste do Estado de Santa Catarina81 faz divisa com a Argentina. As distâncias rodoviárias entre Florianópolis, a capital, e as principais cidades do Mercosul são: Rio de Janeiro - 1.144 km; São Paulo - 705 km; Brasília - 1.673 km; Buenos Aires - 1.850 km; Assunção - 1.350 km e Montevidéu - 1.360 km.

Figura 1: Mapa de localização das principais cidades do Mercosul

Fonte: Kaiser (2006).

De acordo com Kaiser (2006), o desenvolvimento econômico do estado de Santa Catarina é assegurado pela infraestrutura:

• dos portos marítimos de São Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba, que são utilizados para o escoamento das exportações (ANEXO E – Portos do Estado de Santa Catarina) e instalados na costa catarinense, têm capacidade de receber

80 “Santa Catarina conta com 22 aeródromos públicos e sete privados em operação.” (KAISER, 2006, p. 32). 81 “Sua posição no mapa situa-se entre os paralelos 25º57’41” e 29º23’55” de latitude Sul e entre os meridianos 48º19’37” e 53º50’00” de longitude Oeste.” (Ibid., 2006, p. 17).

navios de até 45 mil toneladas de carga e operando com contêineres. Cabe ressaltar que há linhas regulares entre Santa Catarina e os principais portos do mundo;

• da malha ferroviária catarinense, que tem 1.361 km formada por três troncos: dois no sentido Norte-Sul e um no sentido Leste-Oeste, que atende ao porto de São Francisco do Sul. Um ramal ferroviário no Sul do Estado liga a zona de produção do carvão às usinas termelétricas e ao porto de Imbituba. O uso das ferrovias catarinenses é apenas para embarque e desembarque de carga;82

• das rodovias asfaltadas, que dão acesso a todas as regiões de Santa Catarina. A rodovia BR-10183, principal via de ligação entre Santa Catarina e os demais estados pelo litoral; a BR-116, com 310 km de extensão, que atravessa o interior do Estado no sentido Norte-Sul, conectando-o com os estados vizinhos e a BR- 282, com 690 km de extensão que corta transversalmente o Estado, ligando a capital, Florianópolis, à República Argentina;

• do gás natural (gasoduto Bolívia-Brasil) como fonte de energia desde abril de 2002, atende às regiões Norte do Estado, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e região Sul, sendo fornecido para indústrias e postos de combustíveis;

• de energia elétrica que abrange todos os municípios catarinenses. O Estado possui o maior índice de eletrificação rural do Brasil. A Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC) e a Tractebel Energia – as duas empresas que operam na geração de energia no Estado – formaram parcerias com a iniciativa privada nacional e internacional em usinas eólicas e projetos de usina de biomassa;

• de comunicações, onde os municípios catarinenses, em sua totalidade, dispõem de telefonia fixa e a maioria de seu território é coberto por telefonia celular. O serviço de internet de alta velocidade para uso doméstico e empresarial nas principais cidades é de fácil acesso;

• do cabo submarino de fibras óticas que interliga o Estado de Santa Catarina com a Argentina e o Uruguai.

82 “As principais mercadorias transportadas são farelo de soja, combustíveis, fertilizantes, madeira, cimento e areia.” (KAISER, 2006, p. 31).

83 “Já duplicada entre Florianópolis e o Norte do Estado para facilitar o escoamento da produção catarinense para os grandes centros consumidores da região sudeste. Está em construção à duplicação do trecho Sul, entre Palhoça (SC) e Osório (RS). A obra é estratégica, além de possibilitar acesso aos três portos catarinenses, é a artéria principal do Corredor Mercosul.” (Ibid., 2006, p. 32).

A economia do Estado de Santa Catarina é marcada, principalmente, por sua capacidade produtiva na agricultura e no setor industrial, pelas exportações e pelo turismo. Essa diversificação de atividades contribui de maneira singular para prevenir possíveis instabilidades da conjuntura econômica nacional e internacional. Outra característica econômica de Santa Catarina é a divisão em polos. (ANEXO F – Polos Econômicos de Santa Catarina).

A produção de alimentos em Santa Catarina coloca-o entre os mais importantes produtores do Brasil, sendo predominante a agricultura familiar. O setor agrícola84 destaca-se pela produção: de maçã, cebola, arroz, milho, alho, banana, entre outros. Na agroindústria, pela produção de suínos e frangos85. A produção de ostras e mexilhões cultivados do Estado de Santa é a maior do Brasil.

A indústria de transformação de Santa Catarina se destaca em nível nacional e internacional pela fabricação de compressores herméticos, confecções de malhas, refrigeradores entre outros.

O Estado se encontra numa situação privilegiada no Mercosul por ter condições favoráveis em vários setores produtivos (agroindustrial, indústria de transformação, agrícola, etc.). O turismo atrai um grande número de visitantes a cada ano que passa, principalmente no verão. Santa Catarina tem outros atrativos que podem ser aproveitados fora do período de verão, tais como: turismo rural, estâncias termominerais, ecoturismo, turismo de eventos, etc. que têm intenção de oferecer aos turistas, principalmente, os oriundos do Mercosul variadas opções em outros períodos do ano.

No documento Jose Correia Goncalves.pdf (páginas 92-95)