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Estilos da fala

No documento Língua e Linguagem no quotidiano (páginas 78-81)

77 2.1.2 Diatópica

3. Estilos da fala

Existem vários estilos da fala de uma dada língua falada pela sua comunidade do falante nativo. Assim as demais línguas faladas já estão bem desenvolvidos como o português, o espanhol, o inglês que se ocupam bastante largada do espaço da fala cujos dialetos, jargões ou gírias, patoá e ainda demais estilos pertinentes de cada característica da própria língua falada. Sendo assim, o macassae também é uma variação da língua falada realmente como uma língua herança dos ancestrais da transnovaguiné que usam os mesmos estilos na fala entre os seus interlocutores.

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Dialeto

No Dicionário de Antônio Houaiss, o dialeto é um conjunto de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical, morfossintática e fonético-morfológica, restrito a dada comunidade de fala inserida numa comunidade maior de usuários da mesma língua, que não chegam a impedir a intercomunicação da comunidade maior com a menor. O dialeto pode ser geográfico ou social. Qualquer variedade linguística coexistente sempre com outra e que não pode ser considerada como uma língua, por exemplo: no macassae, o dialeto de Laga, o de Baucau, o de Ossú, o de Uatolari, etc.

Modalidade regional de uma língua que não tem literatura escrita, sendo predominantemente oral cujas diferenças em relação à língua padrão são tão acentuadas que dificultam a intercomunicação dos seus falantes com os de outras regiões por exemplo, de Sagadate e de Beaço de Viqueque. No abrangimento da sociolinguística, a gíria é uma forma do dialeto que linguagem informal caracterizada por um vocabulário rico em idiomatismos metafóricos, jocosos, elípticos, ágeis e mais efêmeros que os da língua tradicional.

Na perspectiva linguística e sociolinguística o registro é uma variante linguística condicionada pelo grau de formalidade existente na situação em que se dá o ato da fala, ou da finalidade, no ato da escrita; estilo de linguagem formal e não formal conforme a norma canónica da língua. Na língua falada como a de macassae podem distinguir-se, em grau decrescente de formalidade, os registros oratório, formal,

coloquial tenso, coloquial distenso e familiar, informal, pessoal. Algumas pessoas

usam uma classificação simplificada e falam, tanto para a língua falada como do macassae apenas ainda no registro informal.

Jargão ou Gíria

Jargão, ou seja, gíria é um código linguístico próprio de um grupo sociocultural ou profissional com vocabulário especial, difícil de compreender ou incompreensível para os não-iniciados. No contexto sociolinguístico, jargão é uma forma de linguagem deliberadamente artificializada empregada pelos membros de um grupo desejosos de não serem entendidos pelos não-iniciados ou, simplesmente, de diferenciarem-se das demais pessoas.

Os jargões utilizadas na língua macassae pelos falantes, de determinados eventos pelo grupo de pessoas confiantes entre uma a outra que vincula a sua profissional pertinente. Caso, o grupo de caçadores tradicionais cujam os jargões de caças.

Exemplos:

1. Pi ra‟u ira hai saar to‟e ba, matakini la pera guba ra‟isa to la‟a bu‟u gata la lewe isi la‟a!

O nosso prato estão em acecados, leve os elementos a sair andam por volta daquele sopé!

2. La‟a ba ni iti ‟u noto tutu‟u. = Saímos mas nunca tinha atropelado. 3. ‟U pera au migena gau la‟a! = Vá ver alguma!

4. La‟a soru daha ‟u rata‟a mas depa ipitau ini giredeke.

Encontrei seis sipres mas fracasso é o peste do cão.

5. Ma‟a a usa apa nana dete ma‟u neli-wata-ulu ‟u na‟u mini gua dula. Quase madrugadinha que vim apanhei um bulbo de coco.

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Nos cinco enunciados monstrados, encontram-se as várias palavras jargões como formas de variação da fala utilizadas pelos caçadores tradicionais. No primeiro enunciado encontram-se três jargões: pi ra‟u ira hai saara (o nosso prato estão em

acecados), matakini la (elementos) e bu‟u gata la lewe isi la‟a (por volta daquele sopé).

O primeiro jargão refere-se ao contexto de já determinado curto tempo as refeições de almoço e de jantar sem carne comestível. O segundo jargão matakini la designa-se cãos caçadores para caçar em busca da carne dos outros animais selvagens. Em outro contexto denotativo, a palavra matakini la se refere as crianças terminologia diminutivo aos determinados elementos de qualquer grupo. E o terceiro jargão „„bu‟u

gata la lewe isi la‟a (por volta daquele sopé)‟‟ designa um local indefinido onde se

esconderia os animais selvagens ao alvo da caça dos homens caçadores.

No segundo enunciado, o jargão ni iti ‟u noto tutu‟u. = Saímos mas nunca tinha

atropelado designa-se a uma ação de caça que tinha sorte de ter os animais caçados

preferências. Ao entender o jargão no terceiro enunciado ‟U pera au migena gau la‟a! = Vá ver alguma! demarcado a um conceito de o caçador saiu a esconder próximo dos lugares de descanso os animais ou os pássaros preferidos antes de anoitecer. Sendo assim, já tinha conhecido o lugar dos descansos dos animais preferidos, para na hora de anoitecer aproximar a matá-los.

O quarto jargão soru daha = seis sipres designada ao animal que prefere caçar. Neste sentido a designação do veado com seis chifres que tinha encontrado seu encaminhamento de caça, porém não foi morto ou apanhado. Enquanto, o quinto jargão neli-wata-ulu ‟u = um bulbo de coco assemelha uma metáfora que se designa a um porco do mato, ou seja, javali que foi apanhado na sua caça.

Portanto, esses jargões ou gírias são códigos da variação da fala que foram entendidos pelo grupo do falante de mesma profissão, culturalmente, tinha um sentido abstrato para se entender pelas pessoas que vem de fora deste grupo de jargões. Para eles, a variação desta fala são as linguagens bastante subentendidas, ou seja, são linguagens viciadas na sua presença no envolvimento daquele grupo jargossistas.

Patoá

Patoá é uma parte do dialeto essencialmente oral que difere da língua oficial e que é um empréstimo numa área reduzida e bem determinada, geralmente no campo pela população do lugar. Este estilo considerado dialeto do antigo, ou seja, dialeto primitivo da língua que era maioritariamente utilizada nos discursos orais tradicionais pelos falantes iletrados e muitos iludidos. Em macassae, a patoá bastante utilizado pelos pajés ou curandeiros num comportamento de linguagem especial que não tão entendido pelos outros na sua perante.

A variação de patoá como os exemplos de likasa (mundo), liu-ma‟a (torrão natal), uru-watu (Deus), kota mutu beli mutu (forma de castelo feito pelas pedras grossas duras), lonisi wo‟i, asanisi wo‟i (no outro mundo = mundo imaginário), isi dada isi nanu (os antepassados), hai wai turbou kalau gi newai (terras ou lugares abandonadas), ilu gali sa gali dane (desse graça ou benção), sari ma mate ma gau ria (desse os remédios necessários em cura) e demais outras.

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