• Nenhum resultado encontrado

A dissertação está dividida em seis partes.

O capítulo 1- Introdução: apresenta idéias gerais sobre problemas ambientais e a importância da Educação Ambiental para a busca por melhorias no que diz respeito ao Meio Ambiente. Após apresentação geral do que trata a presente dissertação, segue-se a delimitação do tema, a justificativa, o problema de pesquisa, os objetivos, procedimentos metodológicos e as etapas da pesquisa.

O capítulo 2 - Meio Ambiente e mudança de paradigmas: apresenta a estrutura da SMMA, seus objetivos e como a Educação Ambiental é trabalhada em espaços como Museu Botânico, Museu de História Natural, Zoológico e na própria sede da SMMA.

O capítulo 3 - A Educação Ambiental no Ensino Fundamental em Curitiba: apresenta estrutura da SME e seus objetivos para a educação em Curitiba. Trata também da Educação Ambiental no contexto formal que atende a documentos oficiais e legislações específicas.

O Capítulo 4 - Visitas técnicas e coleta de dados: relato dos dados coletados durante as visitas técnicas e conversas informais. Essas informações foram coletadas para subsidiar a análise e interpretação dos dados.

O capítulo 5 - Análise e Interpretação dos dados: análise dos dados dos questionários e das atividades, acompanhadas, em consonância com a pesquisa teórica.

Nas Considerações Finais faz-se uma retomada da pesquisa como um todo e expõem-se as conclusões e apresenta-se sugestões para futuras pesquisas.

2 MEIO AMBIENTE E MUDANÇA DE PARADIGMAS

Nos últimos vinte anos, em diversos campos do conhecimento têm surgido novos temas que parecem estar se impondo sobre disciplinas tradicionais. A tendência deste movimento são as mudanças de paradigmas14 que estão acontecendo a ponto do tema do meio ambiente estar sendo incluído nas discussões travadas dentro das disciplinas. A sociedade e suas instituições estão se estruturando para organizar a produção considerando a relevância do ambiente, além do capital, terra e trabalho, para decidir o que, como, para quem e o quanto produzir. Dentre as razões deste comportamento sócio-ambiental a questão dos limites do desenvolvimento ditado pela disponibilidade de recursos e degradação ambiental tem engrandecido o debate

A degradação ambiental parece ser o mais transnacional e, portanto, aquele que tanto pode gerar um conflito global (haja vista a discussão quanto à emissão de poluente e a disputa pela água, que se desenvolvem do nível internacional ao nível local) como pode constituir-se na base de um compromisso também transnacional em favor da democratização das oportunidades de desenvolvimento (PEREIRA, 2008, p. 18).

Todavia, além do caráter sócio-ambiental e econômico da produção, os conflitos também se concentram nos modos de apropriação dos bens. A complexidade avança, pois em todos os momentos há intenções, propósitos, decisões, deliberações e ensaios para a construção de uma nova racionalidade ambiental que oriente o desenvolvimento humano. Nesta dinâmica complexa percorrem princípios, valores e ideais, que precisam ajustar-se às relações produtivas e sociais e seguir as normas, legislações e justiça governamentais. A garantia de sucesso estaria também na possibilidade de constituição de vínculos com um sistema participativo de gestão.

Na visão de Capra (1996), a complexidade vai mais além destes horizontes. É preciso ter um enfoque lógico de um sistema em que o todo não represente apenas a soma das partes. Ele afirma que “os sistemas vivos são totalidades integradas cujas propriedades não podem ser reduzidas às de partes menores” (p. 46). Por exemplo, quando um sistema é dissecado, a propriedade sistêmica é destruída, pois as partes só podem ser compreendidas dentro do todo. Esta idéia explica, para o autor, a ordem

14 Por paradigma adota-se a definição de Passet (1994) citado por Pereira (2008, p. 11), o qual considera que “em qualquer época, com efeito, certa visão de mundo serve de referência, de modelo e de fundamento a todos os outros sistemas de pensamento”.

natural das coisas existentes no universo, suas leis, propriedades e organização. Todas as formas de vida seguem o princípio de sistemas interconectados, em especial os ambientes naturais e sociais. Mente, matéria e vida formam o pensamento sistêmico que pode circular pela ciência, filosofia, política educação, atividades produtivas, comerciais e serviços.

Capra (1996) afirma que os fenômenos estão interconectados e são interdependentes. A biosfera15 e a vida humana sofrem com a superpopulação e com a crença de que os problemas podem ser resolvidos somente com soluções vindas do intelecto. A crise também é de natureza emocional e existencial. As mudanças de pensamento, concepções, realizações e valores necessitam de amplas discussões e fazem parte dos processos cíclicos da natureza.

Por meio do conhecimento de como funcionam os ecossistemas16 pode-se valorizar as comunidades sustentáveis de plantas, animais e microorganismos. Para se compreender isso, é preciso se tornar “ecologicamente alfabetizado”, o que significa “entender os princípios de organização das comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades humanas sustentáveis” (CAPRA, 1996 p. 231). Estes princípios, quando repassados para a educação, a política, a economia e os sistemas administrativos, se questionados, possibilitam a observação da direção que está tomando nossa visão de mundo. A preocupação com a presente e futuras gerações pode fornecer as bases filosóficas e éticas para novos pensamentos e valores.

O equilíbrio é dinâmico, alicerçado em valores ecocêntricos (vida humana e não- humana) e pode conter aspectos de competição, expansão e dominação aliados a recompensas, desde que seja visto sob ótica de redes e não de hierarquias. Os problemas ambientais são problemas sistêmicos17, ou seja, estão interligados e são interdependentes.

15 “O termo „biosfera‟ foi utilizado pela primeira vez no final do século XIX pelo geólogo austríaco Eduard Suess para descrever a camada de vida que envolve a Terra. Poucas décadas mais tarde, o geoquímico russo Vladimir Vernadsky desenvolveu o conceito numa teoria plenamente elaborada em seu livro pioneiro Biosfera. Embasado nas idéias de Goethe, de Hunboldt e de Suess, Vernadsky considerava a vida como uma força geológica que, parcialmente, cria e controla o meio ambiente planetário” (CAPRA, 2006, p. 43).

16 Para ecossistema será utilizada a definição citada por Capra (1996, p. 43), “uma comunidade de organismos e suas interações ambientais físicas como uma unidade ecológica”.

17 “O pensamento sistêmico é [...] „contextual‟, e, uma vez que explicar coisas considerando o seu contexto significa explicá-las considerando o seu meio ambiente, também podemos dizer que todo pensamento sistêmico é ambientalista” (CAPRA, 2006, p. 46 – 47).

A qualidade de vida nos grandes centros urbanos vem sendo amplamente discutida sob os seguintes aspectos: áreas verdes, disposição de resíduos, saneamento básico, poluição, qualidade do ambiente urbano, preservação/conservação da natureza. As autoridades responsáveis pelo desenvolvimento da economia mundial, por meio de seus órgãos e instituições buscam soluções para manter o ritmo de crescimento, o consumo e a natureza em equilíbrio. A educação ocupa um papel importante neste processo, juntamente com a ciência e a tecnologia. Os valores, as percepções e as ações são construídos neste tripé e a responsabilidade é ampla, intelectual e ética.

2.1 AS INTERFACES DA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE