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2.2 ESTRUTURA DA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

2.2.4 Espaços municipais de Educação Ambiental

2.2.4.1 Museu de História Natural Capão da Imbuia MHNCI

O Museu de História Natural Capão da Imbuia desenvolve pesquisas na área zoológica com especial destaque às espécies ameaçadas de extinção. São feitos levantamentos que visam conhecer e cadastrar as espécies que compõem o ecossistema urbano nos níveis terrestre e aquático. Este espaço, localizado na Rua Professor Benedito Conceição, 407, no bairro Capão da Imbuia da cidade de Curitiba, conta com uma área de 42.417 m2 disponíveis para atender aos visitantes.

Existem três museus de história natural que marcaram a história brasileira: um na cidade do Rio de Janeiro, inaugurado em 1818 por D. João VI, e outro na cidade de

23 Seiffert (2010, p. 23) explica que “desenvolvimento sustentável constitui-se na adoção de um padrão de desenvolvimento requerido para obter a satisfação duradoura das necessidades humanas, com qualidade de vida. Isto necessariamente implicará na eficácia do uso dos fatores de produção dos recursos naturais (matérias-primas e insumos de processo) e sociais (mão-de-obra).

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A Educação Ambiental, nestes espaços, é desenvolvida conforme orientações do PRONEA (Programa Nacional de Educação Ambiental de 1994), da Rede Brasileira de Jardins Botânicos e da Instrução Normativa nº 04/2002 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) de acordo com o disposto no artigo 2º da Lei Federal nº 7173/83.

Belém, no estado do Pará, que foi criado em 186625, e em Curitiba. As concepções do Museu Paranaense e de um jardim de aclimação tiveram início em 1874, quando Agostinho Ermelino de Leão e José Candido Muricy lançaram o projeto e receberam doações de colecionadores: “Constituía-se, então, o Museu Paranaense, o terceiro do gênero no país, juntamente com o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o Instituto Emilio Goeldi” (CORDEIRO et al., 2011, p.2).

Os museus surgiram, na sociedade moderna ocidental, em um contexto de preservação e de testemunho da memória e da cultura material. Inicialmente, essas estruturas institucionais exerciam o papel de guardiãs de acervos de natureza artística e documental. Após a revolução industrial, a ciência, e posteriormente a tecnologia, receberam igualmente espaços museográficos que assumiram, além da função da preservação da memória e do patrimônio, uma missão pedagógica de transmissão de conhecimentos (NASCIMENTO & VENTURA, 2005, p.445).

Segundo informações contidas no jornal Gazeta do Povo, no encarte especial que retrata a viagem de D. Pedro II ao Paraná, no dia 22 de maio de 1880, o Imperador teria visitado o museu, o qual que era um dos poucos existentes no Brasil e contava com duas salas: na primeira havia coleções de cristais de rochas, minerais, cobras e lagartos, peles de animais, animais empalhados, insetos, erva-mate, seção indígena, madeiras e cereais; na segunda havia, entre outras coisas, seções de marinha, médica e botânica, fósseis, sambaquis, pinhas (CARNEIRO, 2003, p.21). O Museu também recebeu visitas de cientistas como o sueco Per Karl Dusen, que colaborou para a ampliação e organização do herbário.

A partir de 1939, o museu foi organizado em seções e as áreas de estudo de História Natural foram divididas em Zoologia, Botânica, Geologia e Paleontologia, além de Antropologia e Etnografia: “[...] as coleções passaram a ter um caráter eminentemente científico, com a colaboração e participação de vários especialistas de outras partes do Brasil e do mundo” (CORDEIRO et al., 2011, p.3).

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O Museu Paraense (PA) de História Natural foi fundado em 1866, mas foi inaugurado em 1871, em um pavimento do Liceu Paraense da cidade de Belém. Teve vários nomes: Museu Paraense de História Natural e Etnografia (1871); Museu Emílio Goeldi (1900); Museu Paraense Emílio Goeldi (1931). Domingos Soares Ferreira Penna, naturalista, acreditava que o museu deveria ser um centro de estudos das ciências da natureza, com biblioteca, atividades pedagógicas e acadêmicas (DICIONÁRIO..., 2011).

No ano de 1956, as seções biológicas e geológicas foram desmembradas do Museu Paranaense e originaram o Instituto de História Natural, ligado, na época, à Secretaria da Agricultura. Todo material podia ser apreciado pelos interessados, no Edifício do Grupo Paranaense, na Praça 19 de dezembro.

Posteriormente foi transferido, para a “Policlínica Dr. Garcez do Nascimento; para um edifício na Rua José Loureiro; para o prédio do Instituto Histórico e Geográfico e, finalmente, para uma edificação própria no bairro Capão da Imbuia” (SEEC, 2011). Ainda segundo informações contidas no site da SEEC, o Museu teve várias denominações como Instituto de Defesa Natural, que abrangia as divisões de Meteorologia, Defesa da Fauna, Zoologia e Botânica. No ano de 1975 passou a se chamar Coordenadoria de Defesa dos Recursos Naturais Renováveis e a integrar a Secretaria de Agricultura. Nessa época sua finalidade era a fiscalização.

Nesta caminhada, foi em 1963 que o museu passou a ser denominado Instituto de Defesa do Patrimônio Natural (IDPN) e todo seu acervo foi transferido para o Bairro Capão da Imbuia. A partir de 1976, o espaço passou a integrar o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e a participar do Programa de Recursos Naturais Renováveis, que terminou em 1980, período em que a coleção de aves começa a ser organizada pelo funcionário municipal Pedro Scherer Neto. O espaço, então, passou a ser administrado pelo Departamento de Parques e Praças da Prefeitura Municipal de Curitiba. Todo o acervo foi transferido em sistema de comodato para a Prefeitura Municipal de Curitiba, a partir de 1981 (CORDEIRO et al., 2011, p.3).

O Museu passou a integrar o Departamento de Zoológico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente em 1992, e todo material de botânica foi transferido para o Museu Botânico de Curitiba, localizado no Jardim Botânico. Hoje é um dos últimos remanescente dos capões nativos que podem ser vistos em sua área.

Atualmente, as visitas podem ser feitas na parte externa, composta por uma trilha, e na parte interna, onde estão expostos em dioramas (recomposição das plantas e animais que vivem em determinados meios) que mostram cenários dos ecossistemas brasileiros. Em 1992 houve a implantação da passarela intitulada “No Caminho das Araucárias” que contém vitrines e painéis sobre essa espécie. As atividades de Educação Ambiental, desta parte do Museu, só tiveram início em 1995, quando foi aberta a exposição intitulada “Ecossistemas Brasileiros”. Seu acervo está tombado como

Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, Unidade de Conservação Municipal (CURITIBA, 2010b).

O Museu disponibiliza uma parte para a exposição interna que atende a comunidade em geral e estudantes. Há também um setor expositivo onde são realizadas atividades de Educação Ambiental. Na área externa existe uma passarela elevada que contorna a vegetação nativa com aproximadamente 400 metros de extensão, com um bosque compostos de espécies de Araucária Augustifolia. As “Visitas Orientadas na Trilha” visam sensibilizar os alunos para a importância de manter vivas as florestas nativas.

O espaço também conta com a “Exposição Permanente de Educação Ambiental” que visa repassar informações sobre a importância da conservação e da preservação. Há doze dioramas que mostram aspectos da fauna e da flora dos Ecossistemas. Conforme informações obtidas na página oficial da SMMA, estão expostos neste espaço representações de “Ecossistemas Brasileiros: Floresta com Araucária, Floresta Atlântica, Cerrado e Banhado, [...] em salas compostas por dioramas, animais taxidermizados26 e vegetais desidratados, [...] Fósseis, Aves, Moluscos e um aquário com peixes da Bacia do Rio Iguaçu” (CURITIBA, 2010b). É possível fazer “Empréstimo do Acervo Biológico” além de outros materiais didáticos como vídeos, textos e painéis. O objetivo é levar a locais diversos o acervo zoológico, como por exemplo, os animais taxidermizados.

Há também um acervo didático que pode ser emprestado por professores, em forma de Kits compostos com diferentes temas, há ainda animais em meio líquido e animais taxidermizados, acompanhados de apostilas explicativas. O MHNCI foi “credenciado pelo Ministério do Meio Ambiente, como fiel depositário de amostras de componentes do patrimônio genético natural” (CURITIBA, 2010b).

Para a comunidade há uma área de exposição em que são realizados trabalhos de Educação Ambiental e atende, principalmente, escolas que agendam visitas orientadas. Dentre as atividades estão as denominadas “Sentindo e percebendo o ambiente” que visa propiciar às pessoas da terceira idade atividades de relaxamento, reflexão sobre o meio ambiente e perceber suas alterações, e “Aprendendo com as folhas”, que tem como objetivo levar aos estudantes conhecimentos da macro-anatomia das folhas das

26 Do grego taxis = arranjo, disposição; derma = pele, mais sufixo ia = qualidade. A arte de empalhar animais mortos, dando-lhes a aparência de vida, com a preservação do seu aspecto externo.

árvores. As “visitas ao setor expositivo” repassam aos visitantes informações sobre os ambientes brasileiros através de dioramas, plantas desidratadas e animais taxidermizados (CURITIBA, 2010b).

Arzua (2010, p. 8) relata quais são os objetivos das atividades que são desenvolvidas com maior freqüência pelo MHNCI. Sobre as coleções de animais taxidermizados, em meio líquido e as exposições denominadas Dioramas, os objetivos são “possibilitar o conhecimento de exemplares da fauna brasileira, bem como permitir o enriquecimento da prática didática em sala de aula” As visitas orientadas têm por objetivo oportunizar o conhecimento da “importância dos componentes do meio [...], a fim de estimular o interesse pelos temas ligados à biodiversidade, [de modo que haja] uma reflexão sobre os problemas ambientais que afetam a nossa biota, sensibilizando a comunidade escolar” para que compreendam a necessidade de preservar o patrimônio natural. Para efetivar esse momento, utilizam-se como meio educativo, recursos museográficos. A autora fala ainda sobre os objetivos da atividade “Noite no Museu” que são:

[...] informar sobre as etapas da técnica de taxidermia; valorizar o trabalho de taxonomia junto aos estudantes; informar sobre as técnicas de organização de Coleções Científicas; oportunizar a vivência de atividade em campo, através da realização de caminhada noturna em trilha, dentro de bosque natural contendo Araucaria angustifolia (pinheiro-do-parana) e Ocotea porosa (imbuia) e, por fim divulgar o criadouro científico, através do morcegário, que no momento busca aperfeiçoar uma técnica de atração de morcegos frugívoros com o uso de óleos essenciais de frutos quiropterocóricos de modo que possa tornar-se uma ferramenta eficiente para a recuperação de áreas florestais degradadas (ARZUA, 2010, p. 9).