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Segunda visita ao Museu de História Natural Capão da Imbuia

4. VISITAS TÉCNICAS, INTERAÇÕES E COLETA DE DADOS

4.1 INTRODUÇÃO

4.1.10 Segunda visita ao Museu de História Natural Capão da Imbuia

A pesquisadora e sua orientadora estiveram no Museu de História Natural Capão da Imbuia, no dia 22/11/2010 e foram atendidas pelo biólogo Marco Aurélio Bregenski, Mestre em Ecologia41 e Conservação. Ele forneceu muitas informações e mostrou-se aberto para trabalhar em parceria institucional.

O museu é na sua essência uma instituição de pesquisa, que possui uma programação de atividades de Educação Ambiental: Centro de Exposição de dioramas que representam ecossistemas como: banhado, cerrado, floresta tropical, floresta com Araucária e ambiente marinho (ver fotografia 26). Esses dioramas são alterados, pois, abrigam exposições temporárias, como por exemplo, as aves de Curitiba, que complementaram as festas de lançamento em agosto de 2009, do livro que leva o mesmo nome, escrito por Fernando Strauber.

O livro foi produzido pela SMMA e faz parte do Programa Biocidade42. Segundo informações contidas no site “Bem Paraná”, (2011a) “o livro reúne o trabalho de 18 ornitólogos de Curitiba, que registraram a presença de 367 espécies nativas, sete espécies introduzidas e já aclimatadas e outras 22 exóticas. Junto com a descrição das espécies, a obra traz as datas e os locais onde as aves foram encontradas”.

Fotografia 26 - Diorama Fonte: Elaborada pela pesquisadora.

41 “Ecologia - palavra proveniente do grego oikos (lar) – é o estudo do Lar Terra. Mais precisamente, é o estudo das relações que interligam todos os membros do Lar Terra. O termo foi introduzido em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, que o definiu como „a ciência das relações entre o organismo e o mundo externo circunvizinho‟” (CAPRA, 2006, p. 43),

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As ações da PMC se desenvolvem em sintonia com as Metas de Desenvolvimento do Milênio e da sustentabilidade. Planejamento Urbano, Transporte e Meio Ambiente fazem parte do programa BIOCIDADE, “cujo objetivo visa a quebrar a voracidade com que as cidades se desenvolvem atingindo as áreas naturais, destruindo ecossistemas e nichos de vida, fragmentando espaços naturais levando-os muitas vezes aos limites da extinção. O Projeto busca na identificação e estudo de espécies da flora nativa com potencial paisagístico a possibilidade de sua produção e utilização no paisagismo de áreas como parques, praças e jardins públicos, jardins privados e quintais, incentivando a população adotar também esta prática (CIDADES E BIODIVERSIDADE..., 2011).

A manutenção dos animais taxidermizados é feita diariamente através de escovação e limpeza e passam por tratamento químico anualmente. O Museu possui coleções científicas conservadas de dois modos: em meio líquido com álcool e formol (peixes, répteis, anfíbios, invertebrados) e em via seca, aves, mamíferos, insetos, materiais herpetológicos (répteis e anfíbios), tais como, cascos de quelônios (tartarugas), couro de jacarés, entre outros.

O prédio da administração abriga três coleções científicas (aves, mamíferos, e insetos), setor de exposição, onde estão os animais para empréstimos e outros exemplares destinado a exposições. Há também a coleção do naturalista André Mayer, colaborador e funcionário da PMC, que já foi considerado o maior taxidermista do Brasil. Ele deixou grande quantidade de animais na postura natural (como é visto na natureza) e científica (forma prática para acondicionamento de coleções científicas).

No ano de 1995, foi inaugurada a exposição interna denominada Ecossistemas Brasileiros, com animais taxidermizados e outros elementos desse tipo de vegetação. A partir de 1996 passaram a ser desenvolvidas atividades de Educação Ambiental e desde então mantém uma média mensal de visitas orientadas de 1500 alunos. Os professores podem pedir ao Museu materiais emprestados sem passar por burocracias, mas a escola é responsável pelo transporte e pelo cuidado com os materiais, os quais nem sempre voltam no mesmo estado que foram.

Nos dois espaços de visitação, que são a passarela e o setor expositivo, acontecem visitas orientadas com os seguintes procedimentos: palestras, explicações e informações de cada diorama, e atividades lúdicas e interativas com o objetivo de fixar as informações. A formação acadêmica da equipe que trabalha no Museu é interdisciplinar: geografia, biologia, pedagogia e educação física. As palestras são realizadas em diversos espaços do Museu, conforme o público, mas existe uma sala com capacidade para cerca de 50 pessoas que está sendo preparada para essa atividade. O horário de atendimento é das 9 à 17h, com intervalo das 12 às 13h30.

O Museu também é representado nas atividades externas que acontecem anualmente, como a Feira da biodiversidade, Feira de ciência e a Feira do conhecimento. No ano de 2010 os professores da RME, em dois grupos de 30 participantes, foram ao Museu para participar de curso de capacitação. Por vezes, as

escolas municipais de Curitiba convidam funcionários do Museu para participar da Semana de Estudos Pedagógicos.

Anualmente, são ofertados dois cursos para funcionários de todas as secretarias da PMC, que ocorrem uma vez ao mês junto ao Instituto Municipal de Administração Pública - IMAP43. Os cursos chamam-se: “Conhecendo nossa fauna” e “Um olhar sobre a história natural”. O público mais frequente é o da SMMA. Nos cursos são abordados temas referentes a florestas com Araucária; polinização; decomposição do solo; dispersores de sementes; controle de pragas e manutenção de equilíbrio hídrico. Os cursos visam trabalhar com conceitos e práticas a partir de vivências. São abordados aspectos da história natural do Paraná, a importância das coleções científicas para a conservação da biodiversidade e a Rede de Proteção Animal. Há visitas às coleções científicas, exposição permanente dos biomas paranaenses e fauna associada, criadouro científico e laboratórios de taxidermia.

O Museu oferece uma atividade noturna, denominada “Uma noite no museu”, direcionada para alunos universitários e dos cursos pós-médio, que compreende visitação e palestras sobre temas relacionados à zoologia. Ocorre uma vez ao mês e é preciso marcar por telefone. O objetivo é apresentar o funcionamento de um museu de história natural e repassar informações sobre biodiversidade.

No período de março de 2009 e julho de 2010, 600 pessoas participaram da atividade noturna. No ano de 2010, que foi o Ano internacional da Biodiversidade44, os cursos e palestras deram ênfase a temas relacionados à diversidade biológica. Segundo informações contidas no documento interno sobre a Educação Ambiental desenvolvida no Museu (Curitiba, 2011a, p. 3) “Os programas de educação ambiental desenvolvido no Museu dependem fundamentalmente de materiais informativos como folders, fichas biológicas dos animais e painéis, proporcionando informações básicas ao visitante”.

43 O Instituto Municipal de Administração Pública - IMAP é uma autarquia municipal que presta serviços de consultoria em gestão pública e tem por missão a gestão e desenvolvimento do capital intelectual de pessoas e de gestão de excelência (Disponível em: http://www.imap.curitiba.org.br. Acesso em: 25 nov. 2010).

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“O Ano Internacional da Biodiversidade 2010 é uma campanha global para estimular o mundo a agir pela proteção da biodiversidade. A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade para conscientizar sobre a importância da biodiversidade para o planeta” (Disponível em: < http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/prizes-and- celebrations/international-year-of-biodiversity/> Acesso em: 07 out. 2011).

Isso facilita a otimização do tempo de visitação, e agiliza a assimilação das informações.