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ESTRUTURA NAS COMUNIDADES

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UM LUGAR PARA CONSERVAR

ESTRUTURA NAS COMUNIDADES

Quant. % Quant. %

Posto de Saúde 02 12 14 87

Agente de Saúde 06 37 10 62

Energia Elétrica 08 50 08 50

Posto Telefônico/Linha Telefônica 03 19 13 81

Transporte Coletivo 10 62 06 37

Ensino Fundamental (até 5ª série) 08 50 Ensino Fundamental (até 8ª série) 01 06

Ensino Médio 02 12

Não tem Escola 05 31

Abastecimento de Água 12 75 04 25

Pequena Produção (agricultura, criação, pesca e artesanato)

16 100

Fonte: ISAM, 2005

OBS.: Os percentuais acima são obtidos pelo número de comunidades que responderam as questões.

No que tange à infra-estrutura existente nas comunidades pesquisadas da região do Eixo Forte, apresentadas no QUADRO 06 se percebe que o ranking do que as comunidades têm mais acesso fica assim:

QUADRO 07: Ranking do Acesso a Infra-estrutura da Região do Eixo Forte

RANKING INFRA-ESTRUTURA

Abastecimento de Água

Transporte Coletivo

Energia Elétrica e Ensino Fundamental (até 5ª série)

Agente de Saúde

Posto Telefônico/Linha Telefônica

Posto de Saúde e Ensino Médio

Ensino Fundamental (até 8ª série)

Fonte: ISAM, 2005

O item pequena produção atingiu 100% permitindo concluir que tais atividades são cotidianas, como afirma o membro do ISAM responsável por este Levantamento, “[...] todas elas vivem da pequena produção, da agricultura de subsistência, da criação, da pesca, e que desenvolve alguma forma de artesanato.” (ASSEMBLEIA DE IRURAMA, 2005, p. 39). É interessante aqui fazer uma comparação desses dados com o que foi questionado pelos

moradores do Eixo Forte que se fizeram presentes na Assembléia do Irurama. Ao se abrir para o debate do primeiro bloco de questões, que podem ser visualizados na Proposta de Programação desta Assembléia (ANEXO D), que, no geral, se resumiu em: histórico do movimento de criação da APA; situação fundiária das comunidades do Eixo Forte; e, conceitos e objetivos de uma APA, se percebeu que os membros das comunidades começaram a listar certas demandas de infra-estrutura que para eles são urgentes. Os destaques aqui são para: o melhoramento e construção de ramais que dê acesso às comunidades; a melhoria dos transportes coletivos, principalmente os que conduzem os alunos as escolas; e, a questão da eletrificação. Nos questionamentos dos comunitários é perceptível que problemas com relação aos ramais são sérios para eles e, acaba acarretando os demais problemas como a falta de transporte e a dificuldade das crianças e jovens de chegarem à escola.

Como bem afirma um comunitário:

Só quero dizer para o padre que, para se mudar a questão ambiental, para que a gente possa permitir a permanência dos nossos filhos e garantir a permanência das famílias nas comunidades, precisa que o próprio governo dê condições (ASSEMBLEIA DE IRURAMA, 2005, p. 19).

Esta afirmação demonstra que em áreas habitadas como o caso da região do Eixo Forte no distrito de Alter do Chão, e, até mesmo deste distrito como um todo, ao se pensar na questão ambiental é preciso também levar em consideração como vivem os membros da comunidade que se relaciona com esta natureza. Não se pode discutir a criação de uma APA sem ter claro que seus possíveis habitantes têm demandas de infra-estrutura prioritárias e que precisam ser levadas em consideração. Isto foi perceptível nos questionamentos dos comunitários que queriam saber se a APA poderia ser um instrumento de viabilização de tais demandas. O que foi respondido muito habilmente pelos membros do governo que ali estavam, como se percebe nas citações abaixo:

Então, nós gostaríamos de colocar para as comunidades que nós vamos trabalhar. Vamos trabalhar no sentindo de tentar amenizar os problemas de infra-estrutura dentro das comunidades. Mas, isso aí vai depender muito das comunidades, de chegar, procurar, como o padre Edilberto falou e não esperar cair do céu. Tem que correr atrás. Tem que procurar. Nós estamos lá com a nossa administração distrital, funcionando em Alter do Chão e fica aberta, tem o horário igual o da Prefeitura de Santarém, que é das 7:00 da manhã até as 13:00 da tarde. Todo dia, nós estamos funcionando e estamos abertos ao público, de todas as comunidades que fazem parte do Eixo Forte (ASSEMBLEIA DE IRURAMA, 2005, p. 22).

Aqui, nesse momento, nós temos autoridade de estar encaminhando o que diz respeito ao processo que vamos trabalhar a APA, certo? O processo de infra- estrutura, nós temos aqui o representante da região, que está aqui em nome da Prefeitura e que vocês devem se direcionar para poder está discutindo e isso ser levado para Maria do Carmo, para Valéria (Secretária de Infra-Estrutura) para vê dentro do processo das prioridades, que Santarém inteira está precisando de ramal, quais vão está sendo trabalhados (ASSEMBLEIA DE IRURAMA, 2005, p. 23).

Se não houver um processo de pressão, de organização, de chegar a demanda, vai se dar prioridade para onde a pressão está maior, por que ramal que não presta nesse município é só o que restou, certo? Então, uma coisa vocês podem ter certeza, vontade política, há, espaço para a participação, há também, agora, não tem dinheiro suficiente para fazer tudo. O que não é uma desculpa para dizer que não vai está sendo trabalhado. Quando o companheiro me pergunta: a APA ela vai resolver esse problema de infra-estrutura? De ramal e eletrificação? A APA por si só não resolve nada, certo? A APA ela é um meio de vocês estarem legalmente trabalhando o processo de uso da terra, trabalhando o processo de como vai ser a vivência, a produção, a forma como vocês vão usar essa área. Se vai ter infra- estrutura dentro da APA, vai depender do processo que nós do governo e vocês das comunidades vão estabelecer nesse processo (ASSEMBLEIA DE IRURAMA, 2005, p. 23).

Os trechos acima mostram que em termos de infra-estrutura, o que vai determinar sua viabilização ou não é o processo de organização das comunidades para reivindicar as soluções para tais problemas e, por outro lado, o governo municipal ter os mesmos como prioridades de solução. É interessante notar também no discurso do governo o reconhecimento de que a APA em si não resolve esses problemas, mas pode ser um canal para ajudar as comunidades a se organizarem para reivindicar as soluções, tendo, inclusive, o aval e/ou parceria do órgão ambiental do governo que, no caso é o ISAM. Pois, sendo este responsável pela administração da APA - que é municipal - poderá ser aliado ou não das comunidades nestas reivindicações.

O importante aqui é ficar o registro desses fatos, por que em se tratando de regiões da Amazônia, a relevância desses ramais para as comunidades mais afastadas do centro urbano se constitui uma prioridade. Demonstrando, com isso, que ao pensar a questão ambiental, no caso da Amazônia, não se pode desprezar as realidades dos que aí vivem. Sendo este um motivo a mais que fortalece a categoria APA nesta região, pois esta UC permitirá um exercício de organização das comunidades que poderá trazer benefícios para as próprias comunidades da APA.

2.3.3 Situação Fundiária

A situação Fundiária no Brasil, na Amazônia e na região Oeste do Pará constitui-se como um dos maiores impasses com relação à criação de UC’s. Em Alter do Chão não é diferente. Ou seja, a maioria das comunidades ouvidas não tem titulação definitiva da terra, como se vê no QUADRO 08:

QUADRO 08: Situação Fundiária das Comunidades da Região do Eixo Forte

SITUAÇÃO DESCRITA Nº. DE

RESPOSTAS POR

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