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As Formas Naturais de um ‘Paraíso’

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UM LUGAR PARA CONSERVAR

2.2 ALTER DO CHÃO E SUA HISTÓRIA DE OCUPAÇÃO

2.2.2 As Formas Naturais de um ‘Paraíso’

Ao pensar na vila de Alter do Chão, que já foi chamada de ‘Caribe da Amazônia’36, o principal destaque é dado para seu patrimônio natural. Com o clima tropical quente e úmido característico das regiões da Amazônia, um dos recursos mais apreciados, enquanto beleza e atrativo natural é o rio Tapajós que, em frente da vila, apresenta uma largura de 15 km, que se transformam em belas praias de água doce, principalmente nos meses de agosto a novembro (período do verão na região). Segundo Santos, et al (1999, p. 06):

A Vila situa-se em uma pequena enseada, na confluência do rio Tapajós com o Lago Verde (ou Lago dos Muiraquitãs). A separação entre esses dois acidentes geográficos é efetuada através de uma “barra fluvial”, de direção noroeste-sudeste, emersa durante o verão e submersa durante o período das cheias (janeiro a julho). Quando totalmente exposta [...], a “barra” atinge 1 km de comprimento e apresenta- se cercada por belas praias recebendo a denominação de “ilha”, pela qual é conhecida na região.

A ilha acima citada e, apresentada na FIGURA 04, é conhecida como ‘Ilha do Amor’. O Lago Verde é constituído por dois cursos de água convergentes que ao se interceptarem, em frente da vila de Alter do Chão, formam um só corpo de água em forma de V. Sua superfície, incluindo os dois segmentos que o compõem, é aproximadamente de 587 hectares, como se percebe na imagem de satélite apresentada na FIGURA 05. Tanto na seca como na cheia do rio Tapajós, o Lago Verde constitui-se no mais belo atrativo natural de Alter do Chão. Isto

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Uma discussão sobre o turismo será feita no próximo capítulo por este ser considerado a terceira justificativa da criação da APA – Alter do Chão. Por hora, estaremos falando desta atividade apenas para descrever sua ocorrência na vila de Alter do Chão.

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Este termo foi usado numa das campanhas de divulgação do local pelo órgão de turismo municipal de Santarém, na década de 1990.

porque, quer seja as praias de verão, ou as áreas de igapó37, no período das cheias (período de inverno na região), o mesmo possibilita para quem dele usufrui uma belíssima paisagem que acabou se tornando o principal produto turístico local (SANTOS, et al, 1999).

Em termos geomorfológicos, são identificados a Planície Fluvial e o Planalto Rebaixado da Amazônia. Da Planície Fluvial se destacam os aluviões do rio Tapajós por serem depósitos arenosos formadores das praias e/ou barras fluviais. Do Planalto Rebaixado o destaque são para duas paisagens: uma em forma de platô, com diferentes níveis topográficos, situados entre altitudes médias de 80 a 100 metros, e que podem ser exemplificados pela serra Piroca ou morro Alter do Chão, FIGURA 06, além dos morros do Mingote, Esfria e Carauari,

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Segundo Ribeiro (1992, p. 34): “Os terrenos que margeiam os rios de água preta, também inundáveis na época da enchente, são chamados igapós. Caracterizam-se pela baixa fertilidade, menor incidência de insetos hematófagos e pouca produtividade do ponto de vista da fauna aquática, não obstante a grande variedade de espécies”.

FIGURA 04: Vista da Ilha do Amor separando o

Lago Verde (D) do rio Tapajós (E)

Fonte: Foto Society, apud Santos, et al, 1999.

FIGURA 05: Vista Geral da Vila

de Alter do Chão através de Imagem LANDASAT WRS 227/062

todos localizados próximos a Vila. A outra paisagem do Planalto Rebaixado, topograficamente mais baixa, formada a partir da erosão dos platôs, são as savanas38. A geologia da Vila tem por base os clásticos da Formação Alter do Chão39, FIGURA 07, de idade Cretáceo Superior/Terciário e, além dessa formação, há também os aluviões quaternários que acabam por formar contínuas faixas de praias durante o verão que ficam submersas no inverno (SANTOS, et al, 1999).

FIGURA 06: Serra Piroca ou Morro Alter do Chão

Foto: Dickson Lima, 1999.

Disponível em: http://www.supridad.com.br/assinantes/pirarara/111.html. Acesso em: Maio/2005.

FIGURA 07: Barranco do Rio Tapajós, expondo Arenitos da Formação Alter do Chão

Fonte: Acervo SEMTUR, apud Santos, et al, 1999.

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As savanas são vegetações tropicais secas caracterizadas por arbustos rasteiros e árvores esparsas (IBGE, 2005). Estas serão abordadas, no que diz respeito a sua presença em Alter do Chão, no próximo capítulo devido serem consideradas uma das justificativas para a criação da APA – Alter do Chão.

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A Formação Alter do Chão por ser uma das justificativas da criação da APA Alter do Chão, também será abordada com maiores detalhes no próximo capítulo.

Das questões geológicas para o solo, podemos dizer com base em Oliveira Júnior, et al (1999) que na vila de Alter do Chão e seu entorno tem-se o Latossolo Amarelo e as Areias Quartzosas, produto de alteração das rochas da Formação Alter do Chão. Para Albernaz, et al (1999), este solo é arenoso, com quantidade de nutrientes mínima e elevada concentração de alumínio o que faz com que o mesmo tenha baixa fertilidade e, por isso, pouco propício para as atividades agrícolas. A vegetação, nesta área, é composta por: savanas (norte do lago Verde), florestas abertas com palmeiras (sul da vila de Alter do Chão) e áreas de igapó, campinaranas40, e vegetações secundárias que se localizam no entorno da vila de Alter do Chão (SANTOS, et al, 1999; ALBERNAZ, et al, 1999). A fauna local, tanto aquática como terrestre, também se constitui num importante e exuberante atrativo natural, com espécies de animais, aves, peixes, dentre outros, diversificados, complementando a belíssima paisagem natural da vila de Alter do Chão e entorno41.

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