• Nenhum resultado encontrado

Capítulo IV – Estágio Pedagógico em Contexto de 1.º Ciclo do Ensino Básico

4.1.1. Caracterização do meio

4.2.2.3. Estudo do Meio: concretizando aprendizagens sobre o meio natural

Partindo da importância da aprendizagem ativa e com base nos conteúdos a serem desenvolvidos, as atividades desta área curricular (observação e descrição da natureza, experiências envolvendo a descoberta das formas de vida dos seres vivos existentes no planeta terra, descoberta do processo de desenvolvimento das plantas, entre outros) foram ao encontro dos conhecimentos prévios das crianças sobre os seres vivos.

Desta forma, sempre que possível utilizou-se várias estratégias para motivar os alunos, com recurso a instrumentos diversificados, valorizando também a utilização dos meios multimédia para cativar a atenção dos alunos e enriquecer as aprendizagens, de modo a dinamizar novas aprendizagens e relacioná-las com outras áreas do saber. O ME (2004) corrobora a afirmação precedente e acrescenta que cabe aos professores proporcionar aos alunos os instrumentos e as técnicas necessárias para que estes “possam construir o seu próprio saber de forma sistematizada” (Ibidem, p. 102).

Através do Estudo do Meio pretendeu-se ainda desenvolver as capacidades de observação, de investigação, de experimentação e de descoberta, recorrendo sobretudo a métodos de trabalho autónomo, de modo a desenvolver aprendizagens significativas e sistematizadas que fossem ao encontro das orientações curriculares do ME (2004) para este ano de escolaridade.

Os seres vivos

Para abordar este tema, considerou-se necessário, primeiramente, distinguir os seres vivos dos seres não vivos, para que os alunos compreendessem as diferenças entre ambos. Ao mesmo tempo teve-se em conta o que as crianças já sabiam sobre este tema. Neste sentido, levou-se as crianças para a horta da escola e pediu-se-lhes que observassem atentamente o meio à sua volta, identificando situações diferentes das que encontravam na sala de aula. No diálogo seguinte estão presentes algumas das inferências dos alunos:

Aluno M.G.: Na horta existem plantas e na sala não; Aluno M.V.: Aqui está vento;

Aluno L.A.: Na horta há minhocas e terra; Aluno D.C.: Aqui também existem pedras e paus.

Depois de todos terem falado sobre o que observavam, surgiu um debate sobre as diferenças que se podia encontrar entre algumas das observações feitas pelos alunos. Posto isto, conseguiu-se concluir, juntamente com os alunos, que “existem coisas que

têm vida e outras que não têm vida” (A.G.).

Para dar continuidade à atividade, no dia seguinte levou-se diferentes sementes e uma planta (feijoeiro) e questionou-se os alunos sobre a presença ou ausência de vida. As respostas das crianças foram registadas no quadro a fim de se identificar os conhecimentos que detinham sobre o que observavam.

Para responder a esta questão, tentou-se descobrir através de uma atividade experimental, quais as condições que uma planta necessita para sobreviver. Mas antes, a turma referiu que:

Aluno S.B.: Os seres vivos precisam de sol; Aluno D.C.: Os seres vivos precisam de água;

Aluno M.V.: As pessoas são seres vivos e precisam de comer.

Atendendo às observações dos alunos, sugeriu-se que cada um realizasse a plantação de uma semente de feijão (ver figura 30) e que, individualmente, acompanhasse o seu crescimento e registasse os fatores que influenciavam o seu desenvolvimento.

De modo a que se pudesse acompanhar melhor o crescimento da planta e verificar todas as suas alterações, estipulou-se que no fim de cada semana se registaria numa tabela específica os procedimentos (rega, luz solar, etc.) e as observações realizadas (tamanho da planta, número de folhas, etc.).

Na minha opinião, esta atividade proporcionou o envolvimento de todas as crianças, e embora o trabalho proposto fosse individual, ao longo dos dias verificou-se que algumas crianças se juntavam para tomar conta das suas plantas e trocar impressões, particularmente sobre o tamanho do seu feijoeiro (ver figura 31). Também se constatou que alguns alunos não apresentavam empenho nesta atividade e não se responsabilizavam em cuidar da sua planta, o que me levou a refletir que se eu tivesse levado sementes de diferentes plantas talvez tivesse cativado estes alunos, pois estes poderiam não achar o feijoeiro uma planta muito interessante. Neste sentido, deveria ter primeiro auscultado a turma, de maneira a conhecer as suas plantas preferidas, e só depois de ter um leque de sementes diversificado, propor esta atividade.

Uma vez que algumas plantas desenvolveram-se rapidamente, houve a necessidade de fazer o transplante para a horta da escola, proporcionando momentos de interação e de ajuda na preparação da atividade (ver figura 32).

Saliente-se que a atividade de transplante dos feijoeiros proporcionou aos alunos a observação de plantas mais comuns em ambientes próximos, o que deu lugar a outras aprendizagens relacionadas com este tema, nomeadamente: os conceitos de plantas espontâneas e de plantas cultivadas, em que ambientes vivem as plantas e, por fim, quais as partes constituintes das plantas (RS, 26 a 28 de maio de 2014).

Posto isto e de modo a realizar aprendizagens sobre os animais, enquadrado no tema “Os seres vivos”, um encarregado de educação levou para a sala um coelho, após ter sido solicitado que os alunos pesquisassem, com a ajuda dos seus familiares, as principais características dos animais. Neste sentido, durante a aula a turma dialogou

Figura 31. Alunos a cuidarem do seu feijoeiro.

sobre os conhecimentos que tinha adquirido através das suas pesquisas e com a minha ajuda, analisou as principais características dos animais, tendo como exemplo o coelho.

Importa referir que foi no decorrer destas aprendizagens que surgiu o projeto “Os Três amiguinhos”, o que proporcionou o desenvolvimento de diversas formas de expressão de acordo com os interesses dos alunos. Este projeto será explanado com mais pormenor no ponto seguinte “Expressões artísticas - aprender com todo o corpo”.