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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.11 O ESTUDO

O presente estudo se limitou à proposição de práticas pedagógicas de Educação Ambiental, utilizando como espaço de estudo a UMEF João Paulo II, com desenvolvimento de práticas educativas com enfoque interdisciplinar em espaços formais e não formais de educação (CEA Jacuhy).

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tendo o ambiente escolar e o natural como fonte de pesquisa. Segundo Ludke e André (1986), uma pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Para Moreira (2011, p. 42), [...] a pesquisa qualitativa se preocupa com a compreensão dos fenômenos sociais, segundo a perspectiva dos atores, por meio da participação na vida desses atores [...], em que a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p. 12).

Foi utilizada como metodologia de pesquisa a etnografia escolar, por meio da qual desenvolvemos uma proposta de ensino e aprendizagem dentro de um contexto cultural e amplo, levando em consideração o que acontece dentro e fora da escola (LUDKE; ANDRÉ, 1986). A etnografia é a descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo, que utiliza como método básico a observação direta das atividades do grupo estudado (FIRESTONE; DAWSON, 1981; SPRADLEY, 1979 apud LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.14).

Iniciamos a pesquisa com uma revisão da literatura disponível atualmente sobre a temática em questão, por meio de leituras de artigos publicados recentemente e de livros relacionados ao tema, com intuito de construir nosso referencial teórico e do estado da arte. Após a fase de mapeamento do tema, de conhecimento acerca de outras pesquisas nesse campo, definimos o local da pesquisa. O critério de escolha para a realização da prática foi a localização da escola: a unidade fica próxima ao local de trabalho e alguns de seus professores se disponibilizaram a contribuir com a nossa pesquisa. A escola foi a EMEF ―João Paulo II‖, e o diretor da instituição é o Marcelo Pedrini Nunes, que, de imediato, nos recebeu, e autorizou, o desenvolvimento da pesquisa.

Com isso, passamos para a escolha do espaço não formal, elencamos o CEA educacional Jacuhy como ambiente mais propício ao desenvolvimento das práticas pedagógicas a serem desenvolvidas, devido ao fato de ser um local próximo ao ambiente escolar escolhido e por realizar diversas atividades com a comunidade escolar. Em seguida, realizamos o planejamento das atividades, primeiramente com as pedagogas da instituição e, posteriormente, uma interlocução informal com os professores de Ciências e de História para discutir a sequência didática a ser aplicada na pesquisa.

Em seguida, foram desenvolvidas uma série de atividades diversificadas, tais como exibição de filme, aulas expositivas, debates, desenhos, aula de campo, entrevistas e mostra cultural, distribuídas em 18 aulas que foram detalhadas no tópico ―sequências didáticas‖ deste trabalho. Todas as atividades foram mediadas pelos pesquisadores e pelos professores envolvidos no projeto. A temática central escolhida para desenvolver a pesquisa, foi o Ecossistema Manguezal, sendo assim,

as atividades propostas tiveram como foco a visita ao espaço não formal, onde visitamos o manguezal da região do entorno à comunidade escolar. Sendo assim, foram realizadas atividades pré- campo, visita de campo e pós-campo. Para encerramos as atividades, foi realizada uma atividade de divulgação cientifica, qual seja, uma mostra cultural com exposição dos trabalhos e o debate dos novos conhecimentos adquirido pelos alunos.

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados da presente pesquisa o diário de bordo do pesquisador, em que todos os momentos da pesquisa foram registrados por meio de observação sistemática dos atores escolares e sua participação nos debates, nas aulas, na visita de campo, servindo como instrumento de análise das atividades e arquivo de dados. Todos os alunos possuíram também seu diário de campo.

Na primeira aula da sequência didática cada aluno recebeu um caderno que foi utilizado como diário de bordo para registro das atividades. A cada momento os alunos recebiam orientações de procedimentos para registro, todos os dados registrados pelos alunos (entrevistas, discussões, roteiros de visita, atividades de sala de aula, produção de texto) foram utilizados para análise da pesquisa.

Foram utilizados, ainda, roteiros de estudo para a visita de campo com intuito de registrar as informações consideradas relevantes pelos educandos na palestra sobre o manguezal, para as observações e discussões realizadas na trilha ecológica, para a aula em que foi exibido o filme ―Os sem florestas‖. Esses roteiros objetivaram, também, fomentar a discussão sobre as temáticas exibidas no filme, para a entrevista com os moradores da comunidade escolar,na qual os alunos realizaram um levantamento histórico do seu bairro para enriquecimento do debate na aula de História, para a entrevista com o catador de caranguejo e as ceramistas da associação Jacuhy, em que os alunos puderam responder a questionamentos levantados pelo pesquisador e também satisfizeram a curiosidade e dúvidas de cada um deles.

Foram feitas filmagens da entrevista dos atores sociais ( ceramistas e catador) e da visita de campo ao CEA Jacuhy,as quais foram utilizadas para análise da pesquisa e

também para o encerramento das atividades em que as mesmas foram exibidas. Todos os momentos foram registrados com fotografias, que foram utilizadas como dados da pesquisa e também como objeto de exposição no encerramento das atividades. Nas aulas 05, 06 e 17 da sequência didática, foram confeccionados desenhos sobre o ecossistema manguezal que serviram como dados para análise de aprendizagem. Além de dialogar essas atividades com os nossos referenciais teóricos, todos esses dados foram analisados da perspectiva do seu conteúdo.