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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.9 UMA VISÃO GERAL DO CEA JACUHY

Este trabalho se apropria da prática de Educação Ambiental em espaços não formais com intuito de entendermos a importância da aproximação dos conhecimentos adquiridos na escola com a prática cotidiana, propondo, assim, aos nossos alunos, conhecer, e aprofundar, conhecimentos a partir de uma experiência extramuros escolares. Para tanto, o local escolhido foi e Centro de Educação Ambiental (CEA) Jacuhy (Figura 5).

Figura 5 - Centro Educacional Jacuhy

Fonte: CEA Jacuhy

O CEA está localizado na Rodovia do Contorno, Km 275, Carapina no município da Serra/ES (Figura 6), trata-se de uma construção sustentável com 342m² inserida em uma área de vegetação propícia à práticas de Educação Ambiental. Tanto a EA quanto a educação patrimonial, com viés sustentáveis, são o foco da teoria e da prática da instituição. O espaço conta com um auditório amplo e equipado, ampla área verde com acesso direto à APA Manguezal Sul, possibilitando ao visitantes o contato direto com ecossistema manguezal, tecnologia de energias renováveis, como: carregador de veículos elétricos, energias fotovoltaltica, espaço de exposição de produtos solidários que recebem artistas locais e nacionais, sala exclusiva para exposição de artefatos arqueológicos recuperados na região estudada e, ainda, espaços flexíveis para múltiplos usos. A intenção do projeto do CEA Jacuhy é contribuir para o desenvolvimento de projetos socioambientais e de recuperação ambiental, pesquisas científicas, atividades de Educação Ambiental e de turismo ecológico.

Figura 6 - Mapa Político da Serra, ES.

Merece destaque a visita às trilhas ecológicas do manguezal (ainda não estruturadas, aguardando o plano de manejo da APA Manguezal Sul) em uma área aproximadamente de 10,6 Km², que permite o uso sustentável do ecossistema manguezal. As trilhas seguem os caminhos abertos pelos catadores de caranguejo e pescadores da comunidade. Em visita às trilhas, o aluno pode conhecer mais sobre a fauna e a flora do ambiente costeiro assim como toda dinâmica desse ambiente de transição entre o ambiente terrestre e marinho. Foi inaugurada no mês de Janeiro a sala de exposição arqueológica, com apresentação da cultura material localizada na região da baía de vitória, onde os alunos terão contato com peças retiradas do solo capixaba, que retratam a historia local, além de Mapa de Sítios Arqueológicos da região, linha do tempo, estratigrafia dos solos, entre outros.

O CEA Jacuhy foi construído pelo empreendimento imobiliário Alphaville Jacuhy que está situado na região do entorno da APA manguezal Sul. O CEA foi entregue à Prefeitura Municipal da Serra (PMS) no dia 23 de junho de 2012. Segundo a coordenação do centro, trata-se de uma determinação (condicionante ambiental) a criação de um centro de Educação Ambiental, que, futuramente, funcionará, também, como sede da APA. Trata-se de uma gestão compartilhada entre o setor público e o setor privado.

Segundo a coordenação da Fundação Alphaville no documento de entrega da edificação, consta que a gestão do mesmo deveria ser compartilhada, entre a Fundação Alphaville e PMS. A mesma destaca que parte dessa gestão ocorreu, e ocorre, até os dias atuais, porém, a parcela maior dos custos do CEA ainda estão por conta da Fundação Alphaville. Entre os motivos da não efetivação da gestão compartilhada por completo, podemos citar a troca de mandato de prefeitos, a rotatividade de secretários e também a má gestão dos recursos públicos.

Segundo a direção do Departamento de Recursos Naturais (DRN) da prefeitura da Serra, a gestão compartilhada não se efetivou devido a divergências administrativas entre os dois órgãos. Sendo assim, o DRN aguarda a finalização do plano de manejo da APA Manguezal Sul que indicara as ações de responsabilidade do órgão municipal, possibilitando a prefeitura da Serra retomar as ações no CEA.

O departamento de Educação Ambiental alega falta de pessoal para uma ação efetiva no CEA Jacuhy, sendo assim suas ações são mínimas em eventos pontuais realizados pela fundação Jacuhy. Está em andamento um projeto de parceria entre empresas de transportes e a secretaria de meio ambiente para viabilizar as visitas das unidades de ensino do município para as áreas com potencial de EA do município.

Percebe-se que esse impasse entre a Fundação Jacuhy e a Secretaria do meio ambiente dificulta uma real integração entre a comunidade escolar municipal e a CEA Jacuhy, privando milhares de alunos e toda a comunidade escolar de se apropriar de um espaço público com um grande potencial para discussões, reflexões e vivência ambiental e cultural.

Segundo a gestão do Ensino Fundamental do município da Serra, não existe uma política própria para o CEA Jacuhy, onde o espaço é utilizado pela secretaria de Educação para eventos, formações e por algumas escolas, que, por iniciativa própria, utilizam o espaço não formal. O setor público justifica a ausência de uma política de utilização do CEA, pela falta de recursos destinados para tal fim, principalmente para locação de transportes para deslocar os alunos de suas unidades de ensino até o Jacuhy, salientando que o espaço é relativamente novo, e demanda tempo para reorganização das políticas para o desenvolvimento de projetos que viabilizem sua utilização mais frequente. A coordenação de ensino do município está discutindo orçamentos e revendo o planejamento estratégico para colocar em prática ações com vistas a utilizar o potencial educacional do CEA Jacuhy.

Durante este ano, com a atual gestão, o quadro sofreu mudanças benéficas. Com constantes oriundos mídias inseridas no site da PMS, o CEA recebeu, até junho/2014, mais de 1000 visitantes, sendo, em sua maioria, oriundos de escolas públicas, dentre as quais cerca de 90% são do município de Serra. Estima-se que esse número aumente ainda mais com a conclusão do plano de manejo da APA manguezal sul, pois dessa forma as atividades a serem desenvolvidas estarão mais bem direcionadas possibilitando a abrangência de diversos públicos.

O CEA tem como objetivo democratizar o acesso ao conhecimento, à cultura, e ao lazer, oferecendo à comunidade do seu entorno cursos de capacitação e exposições itinerantes, Educação Ambiental e patrimonial, um ambiente de discussões sobre a sustentabilidade ambiental, de estímulo ao convívio social egeração de renda entre os moradores da comunidade, aberto, ainda, ao público em geral e para realização de eventos ambientais.