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Etapa do Diagnóstico do Estágio de Desenvolvimento do Cluster

5.5 DEFINIÇÃO DAS ETAPAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE MODELO

5.5.2 Etapa do Diagnóstico do Estágio de Desenvolvimento do Cluster

O diagnóstico é feito a partir da avaliação da presença e intensidade dos FCOS no cluster. Esta avaliação vai diagnosticar seu estágio de desenvolvimento e servir como diretriz na determinação de quais, e em que ordem, os FCOS precisam ser evoluídos. Ou seja, esta etapa tem o propósito de avaliar a presença e intensidade dos FCOS e determinar

em que estágio do ciclo de vida o cluster se encontra, para que se aplique as devidas ações de correção.

O estágio de desenvolvimento de um cluster está associado ao seu ciclo de vida, que tem relação direta com o nível dos FCOS. No entanto, como visto em 3.6 e 3.8, nenhum autor pesquisado fez relação do ciclo de vida do cluster com sua idade cronológica. Um cluster pode ser muito antigo e ainda estar na sua fase de desenvolvimento embrionária. Por outro lado, um cluster mais novo pode estar em plena fase de desenvolvimento.

A Figura 31 retrata a etapa de diagnóstico do nível de desenvolvimento de um cluster e sua dependência da mobilização, tendo como resultado o conhecimento de quais FCOS precisam ser evoluídos ou desenvolvidos.

Figura 31 - Diagnóstico do estágio de desenvolvimento de um cluster

DIAGNÓSTICO

Mobilização

 Identificação e definição do cluster  Identificação dos

pontos fortes e pontos fracos

FCOS A MELHORAR

Fonte: O autor

A partir do estudado no item 3.8, pode-se refletir sobre o tema e proceder algumas considerações como visto a seguir.

5.5.2.1 Considerações Sobre as Fases do Ciclo de Vida de um Cluster

Muito embora a divisão do ciclo de vida de um cluster em estágios ou fases possa oferecer uma visão panorâmica do seu nível de desenvolvimento, ela serve mais para avaliação da tendência e do encaminhamento da ordenação das ações, priorizando os FCOS mais importantes para o ciclo de vida em que o cluster se encontra. No entanto, não há precisão na determinação desta priorização, pois conforme visto em 3.6, Menzel e Fornahl (2009); Brenner e Schlump (2011) expressaram que não se pode determinar um ponto óbvio de ruptura que evidencie o momento de mudança de seu estágio de

desenvolvimento. Um instante único que possibilite ter como base comparativa entre o antes ruim e o posterior bem-sucedido e daí extrair-se as ferramentas que objetivem entender e avaliar as ações que venham a incrementar seu nível de desenvolvimento e a capacidade de competir. Porém, mesmo face a esta característica, é possível avaliar a presença e o peso de importância dos FCOS e com base nesta avaliação, posicionar o cluster em um dos estágios do ciclo de vida, tendo como orientação os estudos de Van Klink e De Langen (2001); Menzel e Fornahl (2009); INNO (2010); Brenner e Schlump (2011); Ingstrup e Damgaard (2013) e Tavassoli e Tsagdis (2014) analisados nos itens 3.6, 3.7 e 3.8. Mais importante, no entanto, é que a avaliação da presença e do peso dos FCOS, possibilita entender a posição competitiva do cluster de forma mais detalhada, bem como facilita traçar de forma coerente, uma linha metodológica que possibilite fomentá-los e consolidá-los, tendo como base uma determinada estratégia de atuação.

As diversas divisões de fases do ciclo de vida estudadas no item 3.8 são muito parecidas e na verdade oferecem oportunidades similares de visualização e entendimento do estágio de desenvolvimento do cluster. Para evolução desta tese, será feita uma interação entre as divisões das fases propostas pelos autores estudados, tendo como referência a representação gráfica adaptada de Sölvell (2008, p. 17), com a introdução de um novo eixo (x,y) considerando a migração do novo patamar relacionado ao dinamismo em função do tempo para o início de um novo ciclo de vida. Este novo marco zero indica um possível rompimento com o pré-existente e o surgimento de novos conceitos, novas atitudes e formação de novas oportunidades em possíveis novos mercados. A representação proposta pode ser vista na Figura 32.

Como primeiro estágio, decidiu-se por seguir a linha de raciocínio de ECOTEC (2004); Sölvell, (2008); INNO (2010); Brenner e Schlump (2011); Ingstrup e Damgaard (2013); ECOTEC (2014) e Tavassoli e Tsagdis (2014) que mencionam existir um estágio de pré-desenvolvimento ou embrionário. Uma fase em que o cluster está surgindo ou nascendo, a fase que Sölvell, (2008) definiu como heroica, em que não existe ainda qualquer comunhão dos atores no sentido cooperativista. Esta fase será chamada de embrionária.

No segundo estágio, já existe consciência de que a união cooperativa é de suma importância para o desenvolvimento competitivo regional e que existe necessidade de ações para fortalecer relações entre atores para criação de ambiente propício as

inovações, como mencionado por INNO (2010), devem ser adotadas medidas para a inovação, como o empreendedorismo, e o desenvolvimento de parcerias. Nesta mesma linha seguem Van Klink; De Langen (2001); Brenner e Schlump (2011); Ingstrup e Damgaard (2013); ECOTEC (2014) e Tavassoli e Tsagdis (2014). Este estágio foi chamado pelos autores estudados, de crescimento, expansão, crescente e desenvolvimento. Para esta tese será adoto o termo desenvolvimento.

De acordo com o analisado em 3.7, Sölvell, (2008) e INNO (2010) afirmam que no terceiro estágio, da maturidade, a tecnológica das empresas é madura e elas se valem da economia de escala para explorar as oportunidades de negócio. Ainda em 3.7 Brenner e Schlump (2011) comentam que nesta fase existe a necessidade do cluster romper com o status quo e promover profunda renovação da rede, com projetos de novos negócios e inovações. Conforme visto em 3.7.3, Martin e Sunley (2006) orientam que uma trajetória esgotada leva ao declínio e a morte, havendo necessidade de aumentar-se a diversidade da rede e a geração de nova temática focal. De maneira geral, como visto em 3.6 e 3.7, os autores chamam esta fase de madura ou de maturidade. Nesta tese será adotado o termo maturidade.

A renovação e a reorientação focal podem trazer o renascimento do cluster baseado em novas tecnologias, novas empresas ou novos negócios. Esta quarta fase foi chamada de transição por Van Klink; De Langen (2001), que como mencionando em 3.7, apontaram estarem presentes nesta etapa, a reconfiguração das relações estratégicas e o uso de novos recursos e know-how. Sölvell (2008) chamou esta fase de renascimento, mesmo termo que será empregado nesta tese.

A quinta fase, declínio e a possível transformação em museu, em uma sexta fase, como mencionado em 3.7 por Sölvell (2008) ocorrem quando não há reinvenção estratégica e não existem políticas de inovações eficientes. Estas fases serão nominadas, respectivamente, de declínio e estagnação.

Resumidamente, nesta tese serão adotadas as seguintes etapas do ciclo de vida de um cluster: (i) embrionária; (ii) desenvolvimento; (iii) madura; (iv) renascimento; (v) declínio e (vi) estagnação. O renascimento do cluster se dá em um ponto entre as fases madura, declínio ou mesmo estagnação.

Figura 32 - Etapas do ciclo de vida de um cluster D in ami smo Tempo Fase embrionária Fase madura Renascimento Declínio Estagnação Tempo D in am is m o Fase de desenvolvimento Fase de desenvolvimento

Fonte: Adaptada de Sölvell (2008, p. 17)

O dinamismo representa a própria evolução dos FCOS, avaliado com a pesquisa de campo.

O exposto, denota evidências que um cluster ‘ótimo’ estaria em constante processo de evolução, com o gráfico das fases de seu ciclo de vida sempre crescente, demonstrando adaptabilidade a mudanças e inovação associada ao empreendedorismo.