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Quadro 5

Evolução de preços e de custos na área do euro (taxas de variação homólogas (%), salvo indicação em contrário)

1999 2000 2001 2001 2001 2002 2002 2002 2002 2002 2002 2002 2002

T3 T4 T1 T2 Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago.

1.1 2.3 2.5 2.4 2.1 2.6 2.1 2.5 2.4 2.0 1.8 1.9 2.1 0.9 2.7 2.5 2.3 1.7 2.2 1.4 2.0 2.0 1.3 1.0 1.2 . 0.6 1.4 4.5 5.1 4.7 4.9 2.8 4.2 3.6 2.7 2.3 2.1 . 0.9 1.1 2.8 3.3 3.5 3.5 3.1 3.3 3.2 3.1 3.1 2.9 . 0.0 1.7 7.0 7.9 6.7 7.0 2.4 5.5 4.1 2.1 1.1 0.9 . 1.0 3.4 1.5 1.0 0.2 0.9 0.7 1.0 1.2 0.6 0.3 0.7 . 0.7 0.7 1.1 0.9 1.6 1.8 1.7 1.8 1.8 1.7 1.6 1.4 . 2.4 13.3 2.7 1.1 -4.1 -2.1 -2.4 -1.6 -0.5 -2.9 -3.6 -1.7 . 1.5 1.7 2.5 2.5 2.8 3.1 3.2 3.2 3.0 3.3 3.2 3.2 . -0.4 5.5 2.1 1.4 -1.0 -0.9 -0.9 -0.8 -0.8 -1.0 -1.1 -0.6 . 1.0 1.2 2.6 2.4 3.4 3.4 . - - - - 1.0 1.4 0.1 0.2 -0.4 -0.4 . - - - - 2.0 2.6 2.7 2.7 2.9 3.0 . - - - - 2.3 3.2 3.4 3.7 3.3 3.9 . - - - - 17.1 31.0 27.8 29.0 22.4 24.6 27.8 27.9 29.3 28.1 25.8 25.9 27.0 -5.9 16.7 -7.6 -10.4 -15.6 -3.6 -5.5 -0.3 -1.4 -6.8 -8.4 -7.7 -0.8 Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) e suas componentes Índice global 1) do qual: Bens Produtos alimentares Transformados Não transformados Produtos industriais Não energéticos Energéticos Serviços

Outros indic. de preços e de custos

Preços da produção industrial 2)

Custos unitários do trabalho 3)

Produtividade do trabalho 3)

Remuneração por trabalhador 3)

Custos horários totais do trabalho 4)

Preços do petróleo (EUR p/ barril) 5)

Preços das matérias-primas 6)

Fontes: Eurostat, dados nacionais, International Petroleum Exchange, HWWA (Instituto de Economia Internacional de Hamburgo) e cálculos do BCE.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

1) A inflação medida pelo IHPC em Agosto de 2002 refere-se à estimativa provisória do Eurostat. 2) Excluindo a construção.

3) Conjunto da economia.

Os preços dos produtos energéticos, que registam uma taxa de decréscimo homóloga de 1.7%, tiveram uma queda menos forte em Julho de 2002 do que em Junho (ver Gráfico 27), reflectindo efeitos de base associados à descida dos preços do petróleo denominados em euros em Julho de 2001. A descida da taxa de variação homóloga dos preços dos produtos alimentares não transformados de 0.2 pontos percentuais, para 0.9%, em Julho de 2002, resultou da queda do preço da fruta atenuada pela evolução dos preços dos vegetais.

As taxas de crescimento homólogas dos preços dos produtos industriais não energéticos e dos preços dos produtos alimentares transfor- mados voltaram a descer 0.2 pontos

percentuais, para 1.4% e 2.9%, respectivamente, o que pode reflectir a continuação do desaparecimento dos efeitos indirectos de anteriores choques dos preços do petróleo e dos produtos alimentares sobre essas componentes.

Em Julho de 2002, a taxa de variação homóloga dos preços dos serviços manteve-se em 3.2%, ou seja, inalterada em relação a Junho. Contudo, a taxa de crescimento homóloga da subcomponente recreação e serviços pessoais, que deu o maior contributo para o aumento geral dos preços dos serviços nos últimos meses, caiu ligeiramente de Junho para Julho. No que se refere aos preços praticados em restaurantes e cafés, as taxas de crescimento mensais em cadeia, depois dos níveis muito elevados registados no início do ano, continuaram a regressar aos valores observados antes da transição para o euro fiduciário.

Taxa de decréscimo homóloga dos preços no produtor abrandou em Julho de 2002

Em Julho, a taxa de decréscimo homóloga dos preços na produção industrial na área do euro situou-se em 0.6%, face a 1.1% em Junho (ver Gráfico 28). Este abrandamento resultou principalmente da menor taxa de decréscimo homóloga dos preços dos produtos energéticos, voltando a reflectir efeitos de base resultantes da queda dos preços do petróleo em Julho de 2001.

A taxa de decréscimo homóloga dos preços dos bens intermédios continuou a descer em Julho, possível reflexo dos efeitos desfasados da recuperação dos preços das matérias-primas e, em especial, dos preços do petróleo, entre Janeiro e Abril de 2002. A taxa de crescimento homóloga dos preços dos bens de consumo aumentou ligeiramente em Julho, depois de ter atingido em Junho de 2002 o nível mais baixo observado em dois anos. Este facto pode sugerir que o desaparecimento dos efeitos indirectos dos anteriores aumentos dos preços das importações sobre os preços no consumidor está a terminar. Em contraste, a taxa de crescimento homóloga

Gráfico 27

Desagregação da inflação medida pelo IHPC na área do euro por componente

(taxas de variação homólogas (%); dados mensais)

IHPC global

produtos alimentares transformados produtos alimentares não transformados produtos industriais não energéticos produtos energéticos serviços 1997 1998 1999 2000 2001 2002 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Fonte: Eurostat.

Nota: Para os períodos anteriores a 2001, os dados do IHPC não incluem a Grécia.

dos preços dos bens de investimento continuou a descer em Julho.

Relativamente aos indicadores do inquérito sobre a evolução dos preços no produtor, o Índice de Preços da Área do Euro (IPAE) caiu em Agosto de 2002, mas continuou a assinalar pressões ascendentes sobre os preços dos factores de produção pelo quinto mês consecutivo (ver Gráfico 29).

Subida dos indicadores dos custos do trabalho no primeiro trimestre de 2002

trabalho situava-se em 3.4%, mantendo-se inalterada face ao quarto trimestre de 2001. A taxa de crescimento homóloga das remunerações por trabalhador aumentou ligeiramente de 2.9% para 3.0% no quarto trimestre de 2001, enquanto a taxa de decréscimo da produtividade do trabalho permaneceu inalterada, em -0.4%, devido principalmente à situação cíclica.

A taxa de crescimento homóloga dos custos horários totais do trabalho no sector não agrícola situou-se em 3.9% no primeiro trimestre de 2002, ou seja, 0.6 pontos percentuais acima do valor registado no último trimestre de 2001.

Gráfico 28

Desagregação dos preços da produção industrial para a área do euro

(taxas de variação homólogas (%); dados mensais)

produtos energéticos (escala da esquerda) indústria excl. construção (escala da direita) bens intermédios (escala da direita) bens de investimento (escala da direita) bens de consumo (escala da direita)

1997 1998 1999 2000 2001 2002 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 -4 -2 0 2 4 6 8 Fonte: Eurostat.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

Gráfico 29

Preços no produtor globais e preços dos factores de produção na indústria transformadora na área do euro (dados mensais)

IPP 1)

(escala da esquerda) IPAE 2) (escala da direita)

1997 1998 1999 2000 2001 2002 -4 -2 0 2 4 6 8 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80

Fontes: Eurostat e Reuters.

Nota: Quando disponíveis, os dados referem-se ao Euro 12 (incluindo períodos anteriores a 2001).

1) Índice de Preços no Produtor; taxas de variação homólogas em percentagem; excluindo a construção.

2) Índice de Preços da Área do Euro; preços dos factores de produção baseados no Inquérito aos Gestores de Compras. Um valor do índice superior a 50 indica um aumento dos preços dos factores de produção na indústria transformadora, enquanto um valor inferior a 50 indica uma redução.

Acompanhamento da evolução salarial: um indicador dos acordos salariais

O BCE acompanha regularmente um conjunto de indicadores de custos do trabalho e salariais (por exemplo, custos unitários do trabalho, remuneração por trabalhador e custos horários do trabalho), a fim de avaliar, em particular, a possível influência dos custos do trabalho sobre as perspectivas para a evolução dos preços e os riscos para a estabilidade de preços a médio prazo. Cada indicador pode apresentar um quadro ligeiramente diferente da evolução dos custos do trabalho, dependendo do facto de se basear no número de trabalhadores ou nas horas trabalhadas e de incluir ou não bónus, pagamento de horas extraordinárias ou contribuições para a segurança social (para mais pormenores, ver caixas nas edições de Outubro de 1999 e de Fevereiro de 2001 do Boletim Mensal do BCE). O resultado dos acordos salariais colectivos constitui uma fonte de informação importante, comum a todos esses indicadores, embora dependa da negociação salarial específica dos mercados de trabalho nacionais. O resultado directo da negociação entre os parceiros sociais é referido por “acordo salarial”». Em regra, exclui os bónus, horas extraordinárias e outros tipos de compensação individual não associada a acordos salariais. As diferenças entre o resultado das negociações salariais verificadas e os acordos salariais acordados ou negociados previamente são, em geral, referidas por “desvio salarial”. Assim, é possível calcular uma medida do desvio salarial comparando um indicador dos acordos salariais e indicadores dos resultados salariais verificados, tais como ganhos mensais brutos ou remuneração por trabalhador (corrigido da evolução das contribuições para a segurança social).

O BCE construiu um indicador dos acordos salariais para a área do euro utilizando dados nacionais disponíveis. O indicador da área do euro apresentado nesta caixa é calculado como uma média ponderada das taxas de crescimento homólogas nacionais dos acordos salariais colectivos para a maioria dos países da área do euro. Contudo, é necessário ter em consideração diversos pressupostos importantes na interpretação da evolução deste indicador, nomeadamente, o facto de se basear em dados nacionais não harmonizados e da cobertura dos acordos salariais colectivos variar de país para país. Por exemplo, alguns indicadores nacionais não têm em consideração os sectores da administração pública e/ou agrícola. Contudo, mais de dois terços das remunerações totais da economia encontram-se cobertos. Além disso, em alguns casos, não existe um indicador nacional dos acordos salariais. Em particular, o índice francês dos ganhos mensais brutos é utilizado como aproximação. Convém também salientar que nem todos os trabalhadores da área do euro se encontram explicitamente cobertos por acordos colectivos. Outras diferenças entre países residem no tratamento de certos tipos de bónus.

Considerando os pressupostos associados à sua construção e o curto período de tempo para o qual já se encontram disponíveis, as conclusões sobre a evolução do desvio salarial na área do euro, tendo por base este indicador, devem ser tiradas com cuidado. Actualmente, o indicador dos acordos salariais da área do euro dá essencialmente informações úteis que complementam as de outros indicadores salariais e de custos do trabalho. Na verdade, é o que apresenta dados mais atempados. É possível calcular uma estimativa, que cobre a maior parte da área do euro, cerca de dois meses e meio após o final do trimestre de referência. Ou seja, cerca de um mês mais cedo do que o índice dos custos horários do trabalho e dois meses antes da divulgação dos dados das contas nacionais sobre a remuneração por trabalhador. Dado a sua divulgação atempada, este indicador consegue prever possíveis pontos de viragem ou variações nas taxas de crescimento homólogas dos custos do trabalho.

Além disso, apesar dos pressupostos atrás referidos, a evolução do indicador dos acordos salariais da área do euro, em geral, é compatível com a de outros indicadores dos custos salariais e do trabalho, confirmando o quadro global da evolução salarial na área do euro (ver o gráfico). Ao contrário de outros indicadores disponíveis, o novo indicador não é afectado pelas variações nas contribuições para a segurança social ou no horário de trabalho. Na verdade, as variações no tratamento das contribuições para a segurança social na Itália distorceram, de forma significativa, a remuneração por trabalhador e os custos horários do trabalho em 1998, enquanto os custos horários do trabalho foram fortemente influenciados pela redução do horário de trabalho em França, particularmente visível a partir do final de 1999. Em contraste, o indicador dos acordos salariais apresentou uma evolução mais estável. Em simultâneo, apresenta um elevado grau de correlação

contemporânea com outros indicadores, tais como a remuneração por trabalhador e os ganhos mensais brutos. Mais especificamente, o índice confirma o quadro global de aumentos salariais relativamente moderados e estáveis entre 1997 e 2000, tendo a taxa de crescimento homóloga média dos acordos salariais permanecido ligeiramente acima de 2%. Dá igualmente algumas indicações de um ligeiro aumento a partir de meados de 2000, subindo, em média, para 2.6%, em termos homólogos, em 2001, um movimento ascendente geral, também observado em outros indicadores disponíveis.

Indicadores seleccionados de custos do trabalho para a área do euro (taxas de variação homólogas (%))

Fontes: Eurostat (remunerações mensais; custos horários do trabalho); dados nacionais e cálculos do BCE (acordos salariais; remunerações).

1996 1997 1998 1999 2000 2001 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 acordos salariais

remuneração por trabalhador ganhos mensais brutos custos horários do trabalho

ascendente desde o início de 2001, em linha com a evolução dos outros indicadores de custos do trabalho, poderá ter sido afectada pelas alterações no número de dias úteis em alguns países da área do euro.

A informação disponível sobre os acordos salariais sugere que não se verificou um novo aumento da taxa de variação homóloga dos salários negociados no segundo trimestre de 2002. Para mais informações sobre as características e construção deste indicador, ver a Caixa 5, intitulada “Acompanhamento da evolução salarial: um indicador dos acordos salariais”.

Inflação medida pelo IHPC deverá permanecer perto de 2% nos próximos meses

As perspectivas a curto prazo para as taxas de inflação deverão continuar a estar muito dependentes da evolução dos preços do petróleo,

ascendente nas últimas semanas. Além disso, a presença de alguns efeitos de base desfavoráveis nas componentes mais voláteis do IHPC irá afectar, nos próximos meses, a inflação global medida pelo IHPC. Em suma, a inflação medida pelo IHPC deverá situar-se próximo de 2% a curto prazo, embora, como é óbvio, a sua evolução esteja muito dependente da dos preços do petróleo.

A recente apreciação da taxa de câmbio do euro, assim como a conjuntura económica mundial, deverão contribuir para um ligeiro impacto descendente sobre a inflação dos preços no consumidor. Além disso, a inflação dos preços dos serviços deverá registar uma ligeira moderação nos próximos meses, após aumentos particularmente acentuados no primeiro semestre de 2002. Contudo, para que as taxas de inflação desçam para níveis inferiores a 2% em 2003, como actualmente antecipado pela maioria das previsões, é fundamental que os preços do petróleo não registem uma nova escalada

Crescimento trimestral em cadeia do PIB real situou-se em 0.3% no segundo trimestre

De acordo com a primeira estimativa do Eurostat para o segundo trimestre de 2002, o PIB real área do euro registou um aumento trimestral em cadeia de 0.3%, uma taxa de crescimento ligeiramente inferior à taxa de 0.4% registada no primeiro trimestre (o crescimento do PIB real no primeiro trimestre foi revisto em alta em 0.1 pontos percentuais face aos dados anteriormente divulgados). Apesar de uma taxa de crescimento do PIB real marginalmente inferior (essencialmente devida a arredondamentos), a composição da procura deverá ter sido mais generalizada no segundo trimestre (ver Quadro 6). Enquanto o crescimento no início do ano resultou essencialmente das exportações líquidas (em especial devido a fracas importações), do forte consumo público e do contributo positivo das

variações de existências, a actividade no segundo trimestre foi sobretudo apoiada por contributos significativos do consumo privado e das exportações. As variações de existências também contribuíram positivamente para o crescimento no segundo trimestre.

Mais especificamente, o consumo privado registou um aumento trimestral em cadeia de 0.4%, após uma contracção de 0.2% no trimestre anterior. A evolução mais favorável dos preços no consumidor no segundo trimestre poderá ter contribuído para o aumento das despesas de consumo real. Apesar da evolução mais positiva do consumo privado, o contributo da procura interna situou- -se apenas em 0.2 pontos percentuais, em resultado de uma nova contracção acentuada do investimento. Assim, o investimento desceu pelo sexto trimestre consecutivo, indicando que o período prolongado de ajustamento em baixa se estendeu pelo primeiro semestre do ano.