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5 Enquadramento macroeconómico mundial, taxas de câmbio e balança de pagamentos

De 31 Jul 2002 a 11 Set

(índice: 1999 T1 = 100)

Contribuições para as variações das TCE 2)

(em pontos percentuais) Ago. 2 9 16 23 30 6 90.20 90.40 90.60 90.80 91.00 91.20 91.40 91.60 90.20 90.40 90.60 90.80 91.00 91.20 91.40 91.60

AUD CHF GBP KRW SEK USD

CAD DKK JPY NOK SGD HKD

-0.20 -0.10 0.00 0.10 0.20 -0.20 -0.10 0.00 0.10 0.20 Fonte: BCE.

1) Um movimento do índice no sentido ascendente representa uma apreciação da taxa de câmbio efectiva face às moedas dos 12 países parceiros.

2) As variações são calculadas utilizando pesos do comércio face aos 12 principais parceiros comerciais.

tensões gerais nos mercados financeiros internacionais nos meses anteriores, depreciou- se gradualmente face ao euro em Agosto num contexto de recuperação dos mercados bolsistas, antes de voltar a subir ligeiramente no início de Setembro. Em 11 de Setembro, o euro era cotado a CHF 1.46, isto é, 0.5% acima do nível observado no final de Julho, mas 3.2% abaixo do seu nível médio em 2001.

No contexto de mercados cambiais relativamente calmos, a taxa de câmbio efectiva nominal do euro, medida face às moedas dos 12 principais parceiros comerciais da área do euro, permaneceu praticamente inalterada durante a maior parte de Agosto, tendo aumentado ligeiramente no final do mês e no início de Setembro, principalmente devido ao enfraquecimento da moeda norte-americana; porém, essa tendência foi invertida no final do período em análise (ver Gráfico 38). Em 11 de Setembro, o euro situava-se sensivelmente no nível registado no final de Julho e 3.8% acima da sua média em 2001. Os índices da taxa de câmbio efectiva real do euro acompanharam de perto o índice nominal, situando-se acima dos

seus níveis médios em 2001 (ver Gráfico 39). Porém, os índices deflacionados pelo IPC e pelo IPP subiram mais do que a taxa de câmbio efectiva nominal em comparação com o seu nível médio em 2001, reflectindo principalmente a deflação prolongada no Japão durante este período e a evolução moderada dos preços em outros dos principais parceiros comerciais, tais como o Reino Unido e a Suíça.

Balança corrente excedentária em Junho de 2002

A balança corrente da área do euro registou um excedente de €3.9 mil milhões em Junho de 2002 em comparação com um défice de €1.0 mil milhões em Junho de 2001 (ver Quadro 11). Esta evolução ficou principalmente a dever-se a um aumento do excedente de bens (de €8.4 mil milhões para €12.1 mil milhões), em conjunto com pequenas descidas dos défices quer dos rendimentos, quer das transferências correntes, enquanto o excedente dos serviços permaneceu praticamente inalterado.

A evolução no primeiro semestre de 2002 mostra que a balança corrente acumulada passou de um défice de €20.4 mil milhões no período homólogo no ano anterior para um excedente de €9.3 mil milhões. Isto reflecte um aumento significativo do excedente de bens (de €21.4 mil milhões para €56.8 mil milhões), o qual foi apenas parcialmente compensado por défices ligeiramente mais elevados dos rendimentos e das transferências correntes e por uma passagem de um pequeno excedente para o equilíbrio nos serviços. O aumento do excedente de bens ficou a dever-se ao facto de as importações, em valor, terem registado uma descida mais rápida do que as exportações (7.8% e 0.6%, respectivamente), reflectindo parcialmente a descida significativa do preço das importações de petróleo ao longo deste período.

Analisando a evolução mensal em cadeia corrigida de sazonalidade, o valor das

Gráfico 39

Taxas de câmbio efectivas nominais e reais do euro 1)

(dados mensais/trimestrais; índice: 1999 T1 = 100)

nominal real, IPC real, IPP real, CUTIT 1999 2000 2001 2002 80 85 90 95 100 105 80 85 90 95 100 105 Fonte: BCE.

1) Um movimento do índice no sentido ascendente representa uma apreciação do euro. As últimas observações para os dados

comparação com Maio, aumentando 3.6% e 5.5% respectivamente (ver Gráfico 40). Porém, os valores trimestrais corrigidos de sazonalidade das exportações de bens registaram uma descida de 0.3% no segundo trimestre de 2002 em comparação com o primeiro trimestre, apesar do forte crescimento

da procura externa ao longo do mesmo período. Em parte, esta situação pode dever-se ao facto de os exportadores da área do euro estarem a reduzir as margens de lucro, baixando assim os preços das exportações (em euros) ao longo deste período, de modo a compensar parcialmente a perda de competitividade dos

Quadro 11

Balança de pagamentos da área do euro (EUR mil milhões; dados não corrigidos de sazonalidade)

2001 2001 2002 2002 2002 2002

Jan. - Jun. Jun. Jan. - Jun. Abr. Maio Jun.

-20.4 -1.0 9.3 -5.8 0.1 3.9 858.4 148.1 831.7 136.1 140.8 141.1 878.8 149.1 822.3 141.9 140.7 137.2 21.4 8.4 56.8 8.2 9.2 12.1 517.1 90.0 514.0 86.1 86.7 88.2 495.8 81.6 457.2 77.9 77.6 76.1 1.5 2.1 -0.0 -0.1 2.8 2.0 151.7 28.4 152.4 25.8 28.0 27.0 150.2 26.3 152.5 25.9 25.2 25.0 -24.2 -4.2 -26.6 -7.9 -6.4 -3.4 -19.0 -7.3 -20.8 -6.0 -5.5 -6.7 6.4 0.8 6.5 1.3 1.1 1.1 18.6 -14.0 -61.4 -1.1 4.9 -36.9 -92.3 -11.0 -19.5 7.7 5.1 -15.5 -146.0 -21.9 -79.0 -6.6 -14.6 -15.6 -85.7 -8.5 -51.2 -3.0 -9.2 -11.0 -60.3 -13.4 -27.8 -3.6 -5.4 -4.6 53.6 10.9 59.5 14.3 19.7 0.1 45.2 3.4 30.8 6.7 9.0 3.2 8.4 7.5 28.7 7.6 10.7 -3.2 -12.8 29.8 2.9 11.5 32.0 14.3 55.8 27.3 10.8 -0.7 21.9 -9.2 -71.6 -11.6 -47.1 -3.0 -5.8 -5.7 127.4 38.9 57.9 2.3 27.6 -3.5 -68.6 2.5 -7.9 12.2 10.1 23.5 -86.8 -15.2 -66.9 -5.6 -20.4 -1.5 18.2 17.7 59.0 17.8 30.5 25.0 -105.1 18.8 -16.6 19.3 37.1 -1.3 -1.4 -4.6 -0.6 2.1 -1.9 -1.1 113.0 -27.4 -48.1 -30.8 -32.4 -31.0 12.1 -0.8 3.9 8.3 2.1 -3.5 -4.6 14.2 45.6 5.6 -6.1 31.9 Balança corrente Créditos Débitos Bens Exportações Importações Serviços Exportações Importações Rendimentos Transferências correntes Balança de capital Balança financeira Investimento directo No estrangeiro

Títulos de participação no capital e lucros reinvestidos

Outro capital, principalmente empréstimos entre empresas

Na área do euro

Títulos de participação no capital e lucros reinvestidos

Outro capital, principalmente empréstimos entre empresas Investimento de carteira Títulos de participação Activo Passivo Instrumentos de dívida Activo Passivo Por memória:

Investimento líquido directo e de carteira, em conjunto Derivados financeiros Outro investimento Activos de reserva Erros e omissões Fonte: BCE.

Notas: Os valores podem não corresponder à soma das parcelas devido a arredondamentos. Na balança financeira, um sinal positivo indica uma entrada e um sinal negativo uma saída; para os activos de reserva, um sinal negativo indica um aumento e um sinal positivo uma diminuição. A página do BCE na Internet apresenta um conjunto pormenorizado de quadros contendo dados sobre a balança de pagamentos do Euro 12.

preços devido à apreciação do euro no segundo trimestre de 2002. Por outro lado, os preços mais elevados do petróleo (em euros) no segundo trimestre, apesar da apreciação do euro, pode em certa medida explicar o aumento do valor das importações de bens no mesmo

trimestre. A apreciação do euro também pode estar parcialmente subjacente ao aumento do défice dos rendimentos no segundo trimestre (ver Gráfico 41), visto que reduz o valor das receitas dos rendimentos do exterior quando denominadas em euros.

Aumento do investimento em

obrigações e outros títulos de dívida da área do euro no primeiro semestre de 2002

O investimento directo e de carteira em conjunto na área do euro registou saídas líquidas reduzidas (€1.3 mil milhões) em Junho de 2002, enquanto que as saídas líquidas de investimento directo (€15.5 mil milhões) foram, na sua maior parte, compensadas por entradas líquidas de investimento de carteira (€14.3 mil milhões).

As saídas líquidas de investimento directo foram consequência do investimento da área do euro no exterior numa escala significativa (€15.6 mil milhões), principalmente no capital de empresas e lucros reinvestidos (€11 mil milhões). As entradas líquidas de investimento de carteira no valor de €14.3 mil milhões em Junho tiveram origem em entradas líquidas substanciais de obrigações e outros títulos de dívida (€25.4 mil

Gráfico 40

Balança corrente, balança de bens e importações e exportações de bens na área do euro

(EUR mil milhões; dados corrigidos de sazonalidade)

balança corrente (escala da esquerda) balança de bens (escala da esquerda) exportações de bens (escala da direita) importações de bens (escala da direita)

1999 2000 2001 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 50 60 70 80 90 Fonte: BCE.

Nota: Os dados referem-se ao Euro 12. Saldos acumulados num período de 12 meses; exportações e importações de bens em valores mensais.

Gráfico 41

Créditos e débitos da balança de rendimentos da área do euro (EUR mil milhões; dados corrigidos de sazonalidade)

créditos débitos 10 15 20 25 30 35 10 15 20 25 30 35 Gráfico 42

Investimento estrangeiro em títulos de participação, obrigações e outros títulos da área do euro

(EUR mil milhões, dados mensais)

1999 2000 2001 -100 -50 0 50 100 -100 -50 0 50 100 obrigações e outros títulos

milhões), apenas parcialmente compensadas por saídas líquidas de títulos de participação no capital no valor de €9.2 mil milhões.

O aumento do investimento em obrigações e outros títulos de dívida da área do euro e a descida do investimento em títulos de participação da área do euro por não residentes no primeiro semestre de 2002 (ver Gráfico 42) parecem estar essencialmente associados ao aumento da incerteza sobre as perspectivas económicas globais na sequência dos escândalos contabilísticos nos Estados Unidos e da correcção das valorizações dos títulos de participação. Outros factores subjacentes ao aumento do investimento em obrigações e outros títulos de dívida poderiam ser as

expectativas de uma apreciação do euro, em particular no segundo trimestre de 2002. No primeiro semestre de 2002, o investimento directo e de carteira em conjunto numa base acumulada registou saídas líquidas, embora estas tenham sido substancialmente mais baixas (€16.6 mil milhões) do que durante o período homólogo em 2001 (€105.1 mil milhões). Em Junho de 2002, a rubrica “Outro investimento” registou saídas líquidas elevadas (€45.2 mil milhões) no sector das IFM, especialmente para passivos de curto prazo, o que poderá reflectir uma repatriação de activos líquidos por não residentes (€72.3 mil milhões).