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“As custas processuais são, em síntese, o conjunto da despesa exigível por lei, resultante da mobilização do sistema judiciário, para resolução de determinado conflito, e inerente à condução do respetivo processo”32.

As custas podem subdividir-se em custas cíveis e custas criminais.

A cobrança coerciva de custas cíveis no estrangeiro é regulada pelo Regulamento (CE) n.º 805/2004, de 21 de Abril, cuja análise não cabe no âmbito do presente trabalho33.

31 Atendendo ao valor fixado para a UC em 2019 (102 euros) – cfr. artigo 182.º da Lei n.º 71/2018, de 31 de Dezembro.

32 In Custas processuais, guia prático, 3.ª Edição – Abril de 2015, CEJ, pág. 31.

33 A partir do endereço: https://e-justice.europa.eu/content_european_enforcement_order-54-pt.do?init=true, pode ser descarregado (em português) um guia prático sobre o título executivo europeu.

A EXECUÇÃO DE MULTAS/COIMAS/CUSTAS NO ESTRANGEIRO 4. Enquadramento jurídico, prática e gestão processual

4.1. Enquadramento jurídico

Nos termos do artigo 3.º do RCP as custas abrangem a taxa de justiça, os encargos, as custas de parte.

A taxa de justiça penal é fixada nos termos do artigo 8.º do RCP para determinados actos concretos (constituição de assistente, abertura de instrução pelo assistente), sendo fixada a final pelo Juiz nas restantes situações, de acordo com o artigo 8.º, n.º 5, e 9.º do RCP e artigo 374.º, n.º 4, ou 376.º, n.º 2, ambos do Código de Processo Penal.

Deve ser elaborada a conta de custas, nos termos da Portaria n.º 419-A/2009, de 17 de Abril e dos artigos 29.º, n.º 1, e 30.º do RCP. Esta conta é notificada ao responsável pelo seu pagamento, acompanhada das respectivas guias e de DUC. O responsável pelo pagamento dispõe então de 10 dias, para efectuar o pagamento ou reclamar da conta de custas, acrescido da dilação de 5, 15 ou 30 dias, nos termos do artigo 28.º, n.º 1, da Portaria nº 419-A/2009. Não efectuando pagamento voluntário, deve ser dado cumprimento ao disposto no artigo 35.º, n.ºs 1 e 2, do RCP, com a entrega ao Ministério Público de certidão da conta de custas e da respectiva liquidação, acompanhada de certidão da sentença com nota de trânsito em julgado, para instauração da respectiva execução.

De acordo com a alteração introduzida pela Lei n.º 27/2019, de 28 de Março, a partir de 28 de Abril a secção de processo deve diligenciar no sentido de ser remetida tal certidão à administração tributária, quando as custas devem ser executadas em Portugal.

Quando o devedor é residente num Estado-Membro da UE, ou há notícia de que tem bens ou rendimentos num Estado da UE, é possível solicitar a execução para pagamento das custas (ou multas) a esse Estado, nos termos do artigo 1.º, al. a), subalínea i), e al. b) subalínea iii), da Lei n.º 93/2009.

Fora do espaço da UE, a Lei n.º 144/99, de 31 de Agosto não prevê a possibilidade de execução de custas (e multas) processuais. Além disso, o Ministério Público não tem competência para representar o Estado Português a nível internacional neste âmbito34.

4.2. Prática e gestão processual

Havendo ab initio notícia de que o responsável pelas custas é residente num Estado da UE, o Ministério Público deverá promover desde logo no processo que deu origem às custas o cumprimento prescrito no já referido Ofício-Circular Conjunto n.º 1/2018, do IGFEJ/DGAJ (cfr. descrito a fls. 20).

34 Cfr. Parecer do Conselho Consultivo da PGR n.º 119/82 publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 139, de 20 de Junho de 1983

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A EXECUÇÃO DE MULTAS/COIMAS/CUSTAS NO ESTRANGEIRO 4. Enquadramento jurídico, prática e gestão processual

Se o devedor não efectuar o pagamento voluntário das custas, deverá então, e de acordo com o previsto no artigo 35.º, n.º 4, parte final, do RCP, ponderar-se, atendendo ao montante das custas e os custos inerentes à sua cobrança coerciva, aos quais acrescem os custos relacionados com a tradução, se se justifica solicitar a execução a um Estado Estrangeiro. Entendemos que esta ponderação não deverá ser feita se estiverem apenas em questão multas processuais, já que estas, na sua maioria têm valores não muito elevados. Ponderar-se nestas situações seria o equivalente a não conferir qualquer força à decisão de aplicação da multa. Ter-se-ia que confiar apenas na vontade de o condenado pagar ou não a multa, sabendo este de antemão que, se não o fizesse não seria perseguido.

Deve ainda atender-se ao prazo de prescrição das custas que ocorre no prazo de 5 anos – artigo 37.º do RCP.

Avançando-se para a execução das custas, o passo subsequente consiste em promover a emissão e transmissão da decisão, nos termos do artigo 8.º e 9.º da Lei n.º 93/2009, de 1 de Setembro.

Salienta-se ainda o facto de as custas surgirem, em regra associadas a uma condenação pelo que, no caso de penas de multa ou execuções por coima, entendemos que deverá ser emitida apenas uma certidão, solicitando a execução das várias quantias em dívida, devendo tais quantias estarem devida e suficientemente discriminadas na certidão. Sublinha-se que, pelo facto de a pena de multa poder reconduzir à aplicação de prisão subsidiária, a distinção entre as quantias devidas a título de multa e de custas dever estar bem delimitada, devendo ainda constar de forma expressa qual o montante sobre o qual poderá incidir a prisão subsidiária, e que é este montante o primeiro a ser liquidado, no caso de pagamento parcial da execução. IV. Hiperligações e referências bibliográficas

Hiperligações

Gabinete de Documentação e Direito Comparado

Handbook - O reconhecimento mútuo da sanções pecuniárias na União Europeia Centro de Estudos Judiciários

Portal Europeu da Justiça Parlamento Europeu Referências bibliográficas

− FREITAS, José Lebre de, A Acção Executiva à Luz do Código de Processo Civil de 2013, 7.ª edição, Coimbra, Gestilegal, Lda., Setembro de 2017 (consultado).

− ALBUQUERQUE, Paulo Pinto de, Comentário do Código Penal à luz da Constituição da República e da Convenção Europeia dos Direitos dos Homem, 3.ª edição actualizada, Lisboa, Universidade Católica Editora, Novembro de 2015.

A EXECUÇÃO DE MULTAS/COIMAS/CUSTAS NO ESTRANGEIRO 5. Trabalho de grupo 5.TRABALHO DE GRUPO Dora Lopes Jorge Borges Carla Santos Inês Costa Santos

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Título:

A Execução de Multas/Coimas/Custas no Estrangeiro - Enquadramento Jurídico, Prática e Gestão Processual

Ano de Publicação: 2020 ISBN: 978-989-9018-19-8 Série: Formação Ministério Público Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro 1149-048 Lisboa cej@mail.cej.mj.pt