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Expectativas relativas ao estágio profissional

Ao longo da minha vida enquanto aluno na escola, nunca pensei como seria ser professor. Sempre tive a ideia de seguir desporto, ao nível das modalidades mas nunca como docente. Essa ideia foi alterada anos mais tarde, mas só no mestrado é que percebi o verdadeiro significado da profissão, a sua grandeza e a sua dificuldade. Um dos pontos positivos do 1º ano de mestrado, foi o de nos elucidar para o dever que tínhamos em mãos de acrescentar algo vantajoso para a vida dos alunos, transmitir aprendizagens para que eles se

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tornassem melhores e principalmente sermos inovadores, adaptáveis e compressivos no que toca à arte da E.F.

As minhas ambições enquanto professor estagiário foram surgindo consoante o tempo e parte delas baseavam-se em pontos simples que qualquer estagiário têm o objetivo de alcançar. Deambulavam pela minha cabeça várias metas como conseguir transmitir bem os conteúdos, deixar uma boa imagem profissional aos meus alunos, Professor Cooperante (PC) e Professora Orientadora (PO) de estágio, ser feliz no que estava a fazer e principalmente absorver todo o conhecimento que viesse por acréscimo. A forma que eu encontrei nesta altura para dar resposta a esta ansiedade foi focar-me naquelas que tinham sido as minhas aprendizagens teóricas e coloca-las em prática de modo a reduzir qualquer receio de falhanço.

Neste misto de pensamentos e emoções também havia espaço para algumas expectativas do que seria este estágio. O facto de no passado ter realizado um estágio, permitiu-me saber que a aprendizagem ia ser constante e gradual e que o medo assim como o receio percecionados iriam desaparecer à medida que o tempo fosse passando. Deste modo antes do início do ano letivo esperava persistência, compreensão e ajuda por parte do professor cooperante e da orientadora de estágio, contava ainda tornar-me um profissional mais completo e experiente e principalmente encontrar as minhas qualidades e corrigir os meus defeitos enquanto professor estagiário.

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8 Capitulo II: Enquadramento profissional 3. A escola enquanto instituição

A escola representa uma parte da educação e crescimento da criança, sendo que o conjunto de aprendizagens são inúmeras e não se resumem apenas a saberes teóricos. Esta entidade para além dos habituais conhecimentos multidisciplinares abrange um conjunto de valores transmitidos de uma forma informal que de modo subentendido podem influenciar, ou não, o percurso dos alunos. De acordo com Charlot (2005), a educação caracteriza-se como um movimento de socialização, humanização e subjetivação, o que potencia a pertença do individuo à sociedade e cultura num determinado momento e lugar.

O contexto escolar não se resume apenas às aulas, mas sim a todo o envolvimento e atividades que nesta ocorrem durante o período em que os alunos nela estão, o que por vezes representa uma grande parte do dia das crianças. É neste sentido que a escola desempenha um papel fundamental na contribuição de valores à sociedade, sendo esta uma das instituições de primeira linha que permite a estruturação daquele que será o futuro da sociedade (Dayrell, 1992).

Caracterizando-se como um microssistema na qual todos têm direito, a escola não representa apenas aquelas que são as transformações atuais da sociedade, como também adicionalmente lida com as distintas demandas de um mundo globalizado. Como tal, uma das suas principais tarefas é a de preparar tanto aqueles que são os seus alunos, como pais e docentes para viverem e ultrapassarem aquelas que são as dificuldades impostas pelo mundo, como é o exemplo dos conflitos interpessoais, potenciando assim aquele que é o processo de desenvolvimento da pessoa (Dessen & Polonia, 2007). De forma a concretizar esta tarefa, a escola deve proporcionar aos seus participantes os recursos psicológicos essenciais a esta evolução intelectual, cultural e social, através de atividades articuladas e sistemáticas que permitam a apropriação dessas experiências (Hedeggard, 2002; Rego, 2003).

9 4. Caracterização da escola

O meu estágio profissional realizou-se no ano letivo de 2019/2020 na Escola Secundária de Ermesinde. Esta é constituída pelas valências de 2º ciclo, 3 º ciclo e Secundário, sendo que a mesma é a sede do Agrupamento de Escolas constituído pela EB1,J1 da Bela, EB1,J1 da Gandra, EB1,J1 de Sampaio e a Escola D. António Ferreira Gomes.

No que diz respeito às suas instalações desportivas, a presente escola conta com um pavilhão multidesportivo, um espaço exterior com marcações para variadas modalidades, pista de atletismo e espaços onde é possível realizar testes de fitescola e praticar voleibol. Quanto às condições interiores, o pavilhão multidesportivo (Figura.1) embora sendo antigo e com condições de pavimento degradadas, apresenta dimensões favoráveis à prática da EF. Em contrapartida, os balneários tinham sido sujeitos a renovações no ano anterior, e por isso apresentavam-se em excelentes condições. Neste local encontrava-se ainda uma sala destinada aos professores de EF, onde ocorriam as respetivas reuniões de núcleo de estágio (NE) com o professor cooperante e orientadora de estágio.

Figura.1 – Pavilhão Multidesportivo ESE

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O espaço exterior da ESE (Figura.2) encontra-se em muito bom estado e com uma área para uso significativa. Neste espaço, as linhas de campo foram renovadas recentemente e existe uma maior preservação do espaço em si.

Deste modo aqui consegui realizar atividades como os percursos de orientação estipulados desde o início do ano e onde foram realizadas provas como o percurso do corta-mato ao longo de todo o perímetro da escola.

Figura.2 – Complexo desportivo exterior ESE

É de ressalvar que no início do estágio existia uma escassez ao nível do material disponibilizado pela escola, nomeadamente ao nível da modalidade de futebol à qual não poderia ser lecionada no 1º Período devido a este mesmo fator. Contudo, no final deste mesmo período foi rececionado o material em falta o que permitiu introduzir a modalidade no plano anual uma vez que já teríamos as condições necessárias para o leccionamento correto da mesma.

Com o intuito de gerir da melhor forma os espaços acima referidos, foi elaborado um roulement (Anexo 1) logo no início do ano. Este documento encontrava-se na sala dos professores e ditava a rotação de cada uma das turmas pelos espaços (exterior ou interior) consoante as semanas. Importa referir que esta gestão teve sempre em conta aquela que seria a necessidade de cada

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turma correspondente à modalidade em que se encontravam a lecionar, de modo a não criar um conflito de necessidades entre espaços.

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