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Expresso Itamarati AFFONSO OGER

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EXPRESSO ITAMARATi

José Oger e os filhos Affonso e Clowis.

E

Eu Valdeir Zanin nasci na cidade de Poloni próxima a São José do Rio Preto. Estudei, me formei como técnico em contabilidade ali na região mesmo e montei um escritório de contabilidade em Poloni. A partir de 1969 eu fui para São José do Rio Preto onde estudava Direito, montei um escritório de contabilidade e continuei trabalhando na área contábil.

Em primeiro de março de 1972 fui trabalhar como contador na Expresso Itamarati onde estou até hoje. Na contabilidade fiquei pouco tempo, mais ou menos uns dois ou três anos, os serviços foram se avo- lumando e fui assumindo outras atividades dentro da empresa, comecei a viajar e cuidar da área de regularização de linha, de criação de linha, implantação de serviço junto ao DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – do estado de São Paulo, cuja sede era no Rio de Janeiro. Permaneci na Expresso Itamarati e depois de mais ou menos 20 anos, fui para a diretoria da empresa onde estou até hoje.

A história da Itamarati começa quando o senhor José Oger e seus filhos, Affonso e Clowis resolveram em 13 de abril de 1951, encerrar o negócio de compra e venda de automóveis e decidiram comprar uma empresa de ônibus sediada em Novo Horizonte, no interior do Estado de São Paulo. A proposta de compra incluía uma

frota de duas jardineiras Ford F5, ano 48, e uma única linha inter- municipal operada por elas, ligando Novo Horizonte a São José do Rio Preto. Avançava o processo de urbanização regional e com isso cresceria a demanda para transporte de pessoas. O Expresso Rio Preto Viação Ltda., mudava de mãos, nascia a Oger & Filhos, cujo maior desafio era manter em operação os dois únicos horários que sua limitada frota permitia.

Sempre que passava em frente de um terreno plano e coberto de grama verdinha em São José do Rio Preto, coisa de 50 metros além do córrego Canela, o senhor Affonso se detinha e dizia para si mesmo que ali estava o lugar ideal para trabalhar nos ônibus. Com a aquisição de um terreno na rua Pedro Amaral, deu início à construção da antiga sede da empresa, ampliada com a compra de outros terrenos tornando-a com espaço cerca de dez vezes maior que o primeiro terreno.

A prosperidade era proporcional ao trabalho, Clowis em Novo Horizonte, Affonso em São José do Rio Preto, e, todos cuidavam não apenas da parte operacional da empresa, mas também tinham as preo- cupações comerciais.

Em 1953, já era evidente a necessidade da empresa Oger & Fi- lhos adquirir um novo ônibus para

aumentar a frequência das linhas. A oportunidade surgiu quando os Oger souberam da existência de um Ford 52 encalhado numa re- venda de Jaboticabal, por causa do chassi fora de linha. Semana depois; de carroceria novinha em folha, o novo ônibus encostou no ponto, no largo da estação trazen- do pintado no para-choque dian- teiro, o nome Expresso Itamara- ti. Dias depois, o nome Itamarati

Valdeir Aparecido Zanin EXPRESSO ITAMARATi

– expressão tupi-guarani que significa algo como lugar da pedra branca – apareceu no para-choque do terceiro ônibus da frota, adquirido em 1953. O sucesso na operação animava os irmãos a olhar com interesse para algumas linhas que serviam as cidades intermediárias localizadas entre São José do Rio Preto e Novo Horizonte – normalmente exploradas por empresas pertencentes a negociantes locais que dividiam seu tempo com outras atividades. A primeira incorporação foi a linha Urupês – São José do Rio Preto; em seguida Termas de Ibirá – Uchoa e depois São José do Rio Preto – Cedral. Eram pequenos negócios, que normalmente envolviam investimentos de pouco mais que o valor dos carcomidos um ou dois ônibus utilizados em cada uma dessas linhas.

Em 1955, foram comprados quatro ônibus e a linha entre São José do Rio Preto e Votuporanga. Nos anos subsequentes foram adquiridas de empre- sas regionais, linhas entre Votuporanga e Fernandó- polis, entre Fernandópolis, Jales e Santa Fé do Sul, criando a linha entre São José do Rio Preto e Santa

Garagem da Itamarati.

Fé do Sul, chegando até a divisa do Estado de São Paulo com Mato Grosso do Sul. Investimentos que podiam ser considerados como pe- queno salto e uma ligeira demonstração de ousadia. No final dos anos 1960, foram adquiridos novos ônibus e novas linhas regionais: 6 ônibus e as linhas da empresa Viação Tamoio Ltda.; 4 ônibus e as linhas da empresa Sanches & Cia.

Entre os anos 1955 e 1971, foi a criada junto ao DER/SP, a linha entre Santa Fé do Sul e São Paulo, passando por Jales, Fernandópolis, Votuporanga, Mirassol, promovendo a ligação do extremo noroeste do Estado com São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Cam- pinas, Jundiaí, Americana.

No início de 1971 foi adquirida a empresa de médio porte, Via- ção Aprazível Paulista Ltda. (VAP), que detinha importantes ligações regionais no eixo da rodovia SP-310 entre São José do Rio Preto e Ilha Solteira, atendendo várias cidades ao longo do percurso entre elas Mi- rassol, Neves Paulista, Monte Aprazível, Poloni, Macaubal, Nhandeara, General Salgado, Auriflama e Pereira Barreto, além de linha ligando todas essas cidades com São Paulo e Campinas. Com uma frota de ôni- bus novos nas cores verde e amarelo, respondia também pelo serviço circular entre São José do Rio Preto e Mirassol, cuja demanda já exigia naquela época, horários ininterruptos.

Ainda em 1971 houve aquisição da linha que fazia a ligação intermunicipal no então Estado de Mato Grosso entre a divisa do Estado de São Paulo e Mato Grosso e Paranaíba – Porto Taboado/Pa- ranaíba (hoje Mato Grosso do Sul). Para a efetivação e operação dessa nova linha de transporte interestadual de passagei- ros mediante integração/conexão de dois serviços intermunicipais, a Itamarati plei-

teou a preferência de passagem nas balsas Um dos ônibus antigos comprados em 1955.

Sempre que passava em