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1 INTRODUÇÃO

2.5 AUDITORIA DE RECURSOS HUMANOS

2.6.6 Férias

Para o empregado ter direito à férias, há necessidade de cumprir um período que é denominado de período aquisitivo. No momento em que é admitido na empresa, começa a correr esse período aquisitivo, e somente após 12 meses de vigência do contrato de trabalho é que haverá o direito às férias. (Art. 130, CLT).

As férias correspondem ao período em que o empregado não presta serviços, com o fim de restaurar suas energias, mas recebe remuneração do empregador, em período não inferior a 10 dias, uma vez que só podem ser fracionadas em casos especiais e em 2 períodos. O pagamento das férias deverá ser feito com antecedência de 2 dias ao inicio do gozo e acrescidas de 1/3 da remuneração proporcional aos dias gozados.

O empregador deverá controlar o período de concessão das férias para não deixar vencer a segunda, pois se acaso acontecer, terá que indenizar o empregado em dobro a remuneração correspondente.

A concessão das férias deverá ser informada ao empregado, por escrito, com antecedência mínima de 30 dias. (Art.135 da CLT).

O valor das férias será sobre o salário do empregado na época da concessão, acrescida das vantagens, médias variáveis e 1/3 sobre a soma de salário mais médias e vantagens, descontando o INSS e IRRF conforme tabela vigente.

Conforme art. 130 da CLT, após período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a 30 dias de férias, sem prejuízo na remuneração, porém se tiver faltas injustificadas, terá férias na seguinte proporção:

 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado por mais de 5 (cinco) vezes;

 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;

 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;

 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

 Nenhum dia de férias, quando tiver acima de 32 (trinta e duas) faltas.

Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo conforme cita Valcam (2013, p. 46-47):

o Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes á sua saída;

o Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias; o Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa, neste caso a empresa comunicará o MTE, com antecedência mínima de quinze dias, as datas de inicio e fim da paralisação e nos mesmos prazos informar o sindicato.

o Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxilio doença por mais de 6 meses, embora descontínuos.

A CLT prevê direito de coincidência para estudantes menores de 18 anos gozarem as férias junto com o período de férias escolares. (CLT, art. 136). Os membros da mesma família que trabalham no mesmo estabelecimento, terão direito de coincidência se desejarem, desde que não resulte em prejuízos ao empregador. (CLT, art. 136).

2.6.6.1 Férias do empregado contratado a tempo parcial

Considera-se trabalho a tempo parcial, aquele cuja duração não exceda as 25 horas semanais. As férias proporcionais se dá da seguinte forma:

Quadro 3 - tabela proporcionalidade de férias

Jornada de Trabalho Semanal Férias - Duração

Superior a Até Até 7 Faltas Injustificadas 8 ou mais Faltas

Injustificadas

22 horas 25 horas 18 dias 9 dias

20 horas 22 horas 16 dias 8 dias

15 horas 20 horas 14 dias 7 dias

10 horas 15 horas 12 dias 6 dias

5 horas 10 horas 10 dias 5 dias

Igual ou inferior a 5 horas 8 dias 4 dias

Fonte: site http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2012/0601_regime_tempo_parcial.html

O empregado contratado sob o regime de tempo parcial que tiver mais de sete faltas injustificadas ao longo do período aquisitivo terá o seu período de férias reduzido pela metade. Para empregados contratados por regime de tempo parcial, não há conversão de parte das férias em abono pecuniário.

2.5.6.2 Abono pecuniário de férias

A lei permite a transformação de 1/3 das férias em pagamento em dinheiro. Haverá redução nos dias de férias e proporcional aumento no ganho do empregado, conforme Oliveira (2012, p. 184):

Todo empregado que quiser poderá converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração das férias, já acrescidas de 1/3, referido no citado artigo 7º, inciso XVII, da constituição federal. Para isso é necessário que o empregado requeira tal abono até 15 dias antes do término do período aquisitivo.

2.5.6.3 Férias Coletivas

A CLT permite que sejam concedidas férias coletivas a todos os empegados de uma empresa ou de determinados setores da empresa, poderá ser fracionada em 2 períodos, porém nenhum inferior a 10 dias.

A decisão de conceder férias coletivas ou individuais é de encargo do empregador, bem como a sua abrangência e o fracionamento. Conforme art. 140 da CLT, apesar da proibição de fracionamento de férias, para empregados contratados a menos de 12 meses pela empresa serão concedidas, na oportunidade, férias coletivas proporcionais ao tempo de serviço, iniciando-se novo período aquisitivo a contar do primeiro dia do inicio das férias coletivas.

2.6.7 Faltas justificadas

Quando o empregado, sem motivo justificado, faltar ou chegar atrasado ao trabalho, o empregador poderá descontar-lhe do salário quantia correspondente à falta (OLIVEIRA, 2012). Já em outros casos, conforme art. 473 da CLT, a falta será abonada.

Art. 473- o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário ou do repouso semanal:

 Em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que declara, sob sua dependência (até dois dias consecutivos);

 Em virtude do casamento (até três dias consecutivos);

 Em caso de nascimento de filho, (por cinco dias);

 Em cada doze meses de trabalho em caso de doação voluntária de sangue (um dia);

 Para fins de se alistar eleitor (até dois dias consecutivos);

 No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar

 Nos dias que prestar vestibular para ingressar em estabelecimento de ensino superior;

 Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo;

 Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante sindical, estiver participando de reunião oficial.

 Quando o empregado servir como testemunha

 Comparecimento à justiça do trabalho

 Em caso de doença do empregado, devidamente comprovada por atestado médico.

São muitos os casos de faltas justificadas, muitos estão em convenções coletivas e devem ser obedecidas em sua totalidade.

2.6.8 Reajuste Salarial

É assegurado ao trabalhador, a garantia de reajuste anual, que poderá ser baseado em convenção coletiva da categoria, conforme data base anual, e deduzido as antecipações, percentual negociado entre categoria econômica e profissional. (OLIVEIRA, 2012).

O sistema que irá homologar as negociações do dissidio coletivo se chama Mediador. O empregador poderá reajustar o salário de seu empregado por livre e espontânea vontade, ou por mudança de função, ou aumento de carga horária obedecendo as 220 mensais.

2.6.9 Equiparação Salarial

Conforme art. 461 da CLT, no que se refere a igualdade salarial, cita que: “Art. 461- Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”.

No entanto, no inciso 2º do art 461 da CLT, cita que se a empresa tiver pessoal organizado em quadro de carreira, os dispositivos desse artigo não prevalecerão, porém, deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento.

2.6.10 Contribuições Sindicais

Conforme art. 149, da Constituição Federal, prevê a contribuição Sindical da seguinte forma:

Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

Parágrafo único - Os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.

O recolhimento da contribuição sindical obedecerá ao sistema de guias, de acordo com instruções do MTE. Oliveira (2012, p. 68) afirma que:

Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados associados desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas aos sindicatos, quando por estes notificados, salvo quando à contribuição sindical, cujo desconto independe dessa formalidade.

A empresa deverá anotar na ficha ou folha de registro de empregados e na CTPS, informações relativas ao desconto, para também o empregado comprovar o devido desconto

em outra empresa em caso de rescisão contratual. Quanto ao valor da contribuição, o artigo 582 da CLT, rege que:

Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos;

§ 1º Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da importância a que alude o item I do Art. 580, o equivalente:

a) a uma jornada normal de trabalho, se o pagamento ao empregado for feito por unidade de tempo;

b) a 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão;

§ 2º Quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social.

2.6.10.1 Contribuição Assistencial

A Contribuição Assistencial, conforme prevê o artigo 513 da CLT, alínea "e", poderá ser estabelecida por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho, com o intuito de sanear gastos do sindicato da categoria representativa. Ela é imposta pelo sindicato quando fecha as negociações do dissidio, e, normalmente é em torno de um dia de salario, o qual deve ser descontado do trabalhador e repassado para a entidade sindical. A data da contribuição varia de sindicato para sindicato.

Todo trabalhador poderá abster-se do desconto, porém, deverá escrever a próprio punho, carta ao sindicato informando que não autoriza a empresa a fazer o devido desconto, porém, os sindicatos estipulam prazo para isso.

2.6.10.2 Mensalidade sindical

A mensalidade sindical é uma contribuição que o sócio sindicalizado faz, facultativamente (conforme art. 5º, inciso XX da CF), a partir do momento que opta em filiar-se ao sindicato representativo. Esta contribuição normalmente é feita através do desconto mensal em folha de pagamento, no valor estipulado em convenção coletiva de trabalho, e a empresa repassa a entidade sindical.

2.6.11 Vale Transporte

O vale transporte é direito de todo o trabalhador que necessita de transporte público para se deslocar de casa até o trabalho e vice-versa. A opção do vale transporte pode ser feita no momento da admissão ou posteriormente, caso venha a usar com o tempo, devendo o empregado informar o seu endereço completo, a linha de transporte que irá utilizar e o número de vezes. No entanto, vale transporte não incorpora o salário, uma vez que é um benefício sem natureza salarial.

A contribuição do empregado é 6% calculado sobre o salário base, portanto terá reajuste toda vez que esse aumentar, e o empregador deverá fornecer todos os vales que o funcionário necessitar.

Não existe distancia mínima para que seja obrigatório o fornecimento do vale, se o empregado necessitar, o empregador é obrigado a fornecê-lo.

È terminantemente proibido a substituição do vale transporte em dinheiro, conforme Lei 7.418/85. No entanto, o fornecimento de alguma ajuda de custo de auxilio transporte tem natureza salarial e, portanto, deverá ter incidência de INSS e FGTS e também fará base de calculo para férias e 13º salário.

Para as empregadas domésticas, de acordo com o parágrafo único do art. 19 da LC 150/2015, o empregador doméstico poderá conceder, a seu critério e mediante recibo, os valores para a aquisição das passagens necessárias ao custeio das despesas decorrentes do deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Ainda que seja concedido em espécie, tal valor não tem natureza salarial e nem se incorpora ao salário.

O uso inadequado do vale transporte, se comprovado, constituem falta grave, passível de justa causa, conforme artigo 482 da CLT.