• Nenhum resultado encontrado

FAÇA O ERRO PARECER FÁCIL DE CORRIGIR

No documento Como Fazer Amigos e Influenciar Dale Carnegie (páginas 183-187)

CAPÍTULO IX O Q UE TODOS Q UEREM

FAÇA O ERRO PARECER FÁCIL DE CORRIGIR

Um amigo meu, solteiro, com cerca de quarenta anos de idade, ficou noivo; sua futura esposa o convenceu de que devia tomar algumas tardias lições de dança. “Deus sabia que eu necessitava de umas lições de dança”, confessou ao narrar o seu caso, “pois eu dançava exatamente como fazia quando dancei pela primeira vez, há vinte anos passados. A primeira professora que tomei, provavelmente me disse a verdade. Declarou que eu estava todo errado; devia esquecer tudo e começar de novo. Mas isto não me agradou Não tive incentivo para continuar. Assim, abandonei-a.

“A outra professora devia estar mentindo; gostei do que disse. Declarou sem cerimônia que a minha dança estava talvez um pouco fora de moda, mas os passos estavam certos, e assegurou-me que eu não teria dificuldade alguma em aprender alguns passos novos. A primeira professora desanimou-me mostrando todos os meus erros. Esta nova professora elogiou as coisas que eu fazia certo e diminuiu meus erros. Fez justamente o oposto da primeira. “O senhor tem um senso natural do ritmo”, firmou-me.

“Realmente, o senhor é um dançarino nato”. Agora meu senso comum me diz que sempre fui e sempre serei um dançarino de quarta classe; entretanto, no fundo do coração, ainda gosto de pensar que podia ser que ela julgasse mesmo assim. Para ter certeza, eu lhe estava pagando para dizer aquilo; mas por que pensar assim?

“De qualquer modo, sei que sou um dançarino melhor do que seria se ela não me dissesse que eu tinha um senso natural do ritmo. Isto me incentivou. Deu-me esperança. Fez com que eu quisesse progredir”. Diga a uma criança, a um marido ou a um empregado que ele é estúpido ou inútil em uma determinada coisa, que não receberá prêmio por esta razão, que ele está fazendo tudo errado, ter-lhe-á destruído quase todo o incentivo para qualquer tentativa de melhorar. Use, porém, a técnica oposta; seja liberal seu incentivo; faça com que o trabalho pareça fácil de ser executado; deixe a outra pessoa compreender que você tem confiança na sua habilidade para fazer uma determinada coisa, que ela tem uma capacidade latente para isto, e ela trabalhará para o fazer até que a madrugada entre pela sua janela, unicamente com o fito de sobressair.

Esta era a técnica que Lowell Thomas empregava e, creia-me, ele era um artista nas relações humanas. Ele construía, dava confiança, inspirava confiança e fé. Por exemplo: passei um fim de semana com o Sr. e a Sr.2 Thomas, e, num sábado à noite, fui convidado para tomar parte numa amistosa partida de bridge. Bridge? Eu? Oh, não! Não! Não! Eu não. Nada sei sobre isto. Este jogo tem sido sempre um indecifrável mistério para mim. Não! Impossível!

“Por que, Dale? Afinal de contas não há nenhum mistério”, replicou Lowell. “Nada é preciso no bridge exceto memória e raciocínio. Você uma vez escreveu um capítulo sobre memória. Bridge será fácil para você. Facílimo mesmo”. E imediatamente, quase antes de compreender o que estava fazendo, encontrei- me, pela primeira vez, numa mesa de bridge.

Tudo porque me disseram que eu tinha uma inclinação para o mesmo e porque o jogo me foi apresentado como muito fácil.

Falando de bridge lembro-me de Ely Culbertson cujos livros sobre o assunto têm sido traduzidos em uma dúzia de línguas alcançaram mais de um milhão de exemplares. Entretanto, declarou-me que nunca teria feito uma profissão do jogo se uma jovem não lhe houvesse dito que ele tinha queda para isto. Quando veio para os Estados Unidos em 1922, procurou um emprego como professor de

filosofia e sociologia, mas nada conseguiu. Tentou vender carvão, mas também fracassou. Experimentou vender café e foi mais um novo fracasso.

Nunca lhe ocorrera, até então, ensinar bridge. Ele não era apenas um mau jogador, mas também muito rude. Fazia muitas perguntas e viu, por muitos exames posteriores, que ninguém queria jogar com ele.

Conheceu então uma encantadora professora de bridge, Josephine Dilon. Enamorou-se dela e casou-se. Ela observou o cuidado com que ele analisava suas cartas e convenceu-o de que era um gênio numa mesa de cartas. Foi apenas este incentivo e somente este, disse-me Culbertson, que o levou a fazer do bridge uma profissão.

Clarence M. Jones, um dos instrutores do nosso curso, em Cincinnati, Ohio, contou como o incentivo e o fato de fazer o erro parecer fácil de corrigir, mudaram completamente a vida do seu filho.

“Em 1970, meu filho David, então com 15 anos de idade, veio para Cincinnati morar comigo. Em 1958, ele sofrera um acidente automobilístico que o deixara com uma grande deformação na cabeça e com uma cicatriz que se estendia pela testa.

Em 1960, divorciei-me de minha esposa e ele se mudou com a mãe para Dallas, no Texas. Até os 15 anos, frequentou as aulas de um curso especial numa escola de Dallas. Talvez por causa da cicatriz, os administradores da escola concluíram que ele tinha uma lesão cerebral que o impedia de aprender normalmente. Estava dois anos atrasado em relação ao grupo de meninos da idade dele. Estava no sétimo ano, mas não sabia ainda a tabuada, fazia somas contando nos dedos e mal conseguia ler.

“Havia um aspecto positivo. Adorava mexer em aparelhos de rádio e de televisão. Queria ser um técnico de televisão. Eu o estimulei e disse-lhe que precisaria da matemática para exercer essa profissão. Resolvi ajudá-lo a dominar a matéria. Obtive quatro jogos de cartas de baralho educativo: de multiplicação, divisão, adição e subtração. A medida que jogávamos, colocávamos as respostas certas num monte de descarte. Quando David errava uma, eu lhe dava a resposta certa e colocava a carta no monte de repetição, até que passamos por todas as cartas. A cada acerto, eu lhe fazia grandes elogios, principalmente nas cartas em que ele tinha errado anteriormente. Toda noite repassávamos as cartas de repetição, até terminarmos. Prometi-lhe que ele acertaria cada uma das cartas em oito minutos. A David isso pareceu impossível. Na primeira noite, ela levou 52 minutos; na segunda, 48, e daí em diante 45, 44, 41, até alcançar 40 minutos. Comemorávamos cada redução. Chamava minha esposa e todos comemorávamos. Ao final do mês, ele dava conta de cada carta em oito minutos. Quando fazia uma pequena melhora, pedíamos que ele a repetisse. Foi assim que ele percebeu, deslumbrado, que o aprendizado era uma

brincadeira muito divertida.

“Naturalmente começou a obter melhores notas em álgebra.” Ir impressionante como a álgebra fica fácil quando se sabe multiplicar. Surpreso, ele me mostrou a nota B em matemática. Isso nunca tinha acontecido antes. Rapidamente, outras mudanças foram ocorrendo. Melhorou a leitura e começou a empregar seus dons naturais para desenhar. Quando o fim do ano chegou, seu professor de ciências encarregou-o de fazer uma exposição. David desenvolveu uma série de modelos altamente complexos para demonstrar o efeito das alavancas. Isso exigia uma habilidade no desenho e na construção dos modelos, mas, principalmente, na matemática aplicada. A exposição recebeu o primeiro prêmio e em seguida participou de uma competição ao nível da cidade; ele ganhou o terceiro prêmio.

“Foram esses os resultados. Aquele era o menino que estava atrasado dois anos, que havia sido julgado incapaz por ter um cérebro lesado, e que fora chamado de “Frankenstein” pelos coleguinhas, que diziam que ele devia ter perdido todo o cérebro através do corte na cabeça. Subitamente, ele tomou consciência de que podia aprender e realizar coisas. O resultado? Do final do segundo semestre do 8 ° ano colegial até a universidade, ele nunca deixou de se distinguir, e, na universidade, integrou a sociedade de honra nacional. Uma vez descoberta a facilidade do aprendizado, toda a sua vida sofreu uma transformação”. Se você quer ajudar os outros a se aperfeiçoarem,

lembre-se... PRINCIPIO 8

CAPÍTULO IX

TORNE AS PESSOAS SATISFEITAS FAZENDO O Q UE VOCÊ Q UER

No documento Como Fazer Amigos e Influenciar Dale Carnegie (páginas 183-187)

Outline

Documentos relacionados