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FASES DA PESQUISA

No documento CURITIBA - PR 2009 (páginas 119-124)

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 FASES DA PESQUISA

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 158), o início do trabalho de pesquisa vem com a escolha do tema e neste estudo foi esta a etapa inicial. Consequentemente vem a pesquisa bibliográfica relacionada ao tema, um levantamento dos principais estudos, que fornecem dados pertinentes à pesquisa. Neste aspecto foi tratado com o orientador os elementos relevantes e a formulação de questões que buscam dirimir onde, como, o quê e por que fazer este estudo.

As fases desenvolvidas nesta pesquisa foram:

a) planejamento do projeto de pesquisa: onde se trabalhou a definição do problema, os objetivos, a hipótese, justificativas, produtos e resultados esperados, riscos, recursos, cronograma e limitações da pesquisa;

b) revisão bibliográfica: investigou-se a bibliografia dos principais assuntos e autores relacionados com o tema proposto. Havendo assim a seleção da bibliografia, leituras, organização dos assuntos, escrita e revisão;

c) protocolo de coleta de dados: segundo Yin (2001, p. 99), o protocolo é uma das táticas principais para aumentar a confiabilidade da pesquisa, neste estudo. Após a revisão bibliográfica, definiu-se o protocolo de coleta de dados, composto por uma entrevista estruturada como forma de coleta de dados e obtenção das informações relativas aos fatores pertinentes à pesquisa, extraídos das empresas definidas para o Estudo de Caso.

A entrevista foi composta por perguntas que compreendem os seguintes aspectos:

dados da empresa, estrutura organizacional, como a empresa gerencia seus projetos, como gerencia seus múltiplos projetos, como a empresa pratica o planejamento estratégico, como são gerenciados os portfólios da empresa, qual o nível de maturidade em gerência de projetos da empresa.

As perguntas elaboradas buscaram obter informações sobre a metodologia aplicada pelas empresas entrevistadas em seu gerenciamento de projetos, as questões buscam levantar os documentos de registros gerados pelas empresas com o intuito de confrontar estes dados com as práticas identificadas na revisão bibliográfica e poder propor melhorias através da elaboração de um roteiro de processos de gestão de micro e pequenas empresas de arquitetura direcionado a múltiplos projetos e portfólios, de acordo com a realidade vivenciada na atualidade;

d) pré-seleção dos casos: na elaboração do plano de pesquisa definiu-se que os estudos de caso seriam realizados em seis escritórios de arquitetura de micro ou pequeno porte.

Inicialmente foram consultados doze escritórios de arquitetura, e destes selecionados, foram oito os escritórios que aceitaram participar da pesquisa;

e) estudo piloto: de acordo com Yin (2001, p. 100) o estudo de caso piloto auxilia o pesquisador a aperfeiçoar o plano para a coleta de dados, promovendo elucidações quanto aos procedimentos para a coleta de dados e ao conteúdo dos dados a serem levantados. Neste estudo foi realizado um estudo piloto em uma micro empresa - escritório de arquitetura, que não fez parte dos casos analisados e na qual foram testadas as perguntas e os procedimentos de coleta de dados.

O estudo piloto levantou falhas na abordagem de algumas perguntas, como desconhecimento do entrevistado de determinados termos utilizados, dúvidas quanto a algumas questões (significado das mesmas), houve também o acréscimo de mais perguntas para uma maior elucidação das questões. Contudo, a entrevista foi afinada e aprimorada. Foram melhorados os seguintes aspectos: maior facilidade de aplicação das entrevistas, melhor formatação, maior compreensão das questões por parte do entrevistado, maior confiabilidade nos dados coletados;

f) seleção dos casos: inicialmente foram selecionadas oito empresas de arquitetura dentre elas as três maiores do ramo, na cidade de Joinville/SC – seis classificadas de acordo

com o SEBRAE (2008) como microempresas e duas como empresas de pequeno porte, estas mesmas apresentavam processos gerenciais formalizados, demonstrando que melhor se enquadravam aos propósitos da pesquisa, sendo uma delas a maior da cidade. Durante a coleta de dados, no entanto, dos oito escritórios que foram coletados os dados, apenas seis foram mantidos, isto ocorreu devido à falta de consistência em algumas respostas às questões da entrevista, impossibilidade de respostas a algumas questões, e a não apresentação de documentos e registros, que comprovassem as informações obtidas na entrevista. Sendo assim foram descartadas duas das empresas de arquitetura pesquisadas (Quadro 16). Assim a pesquisa constitui-se de seis estudos de caso, sendo eles duas empresas de pequeno porte e quatro microempresas de arquitetura na cidade de Joinville/SC.

Estudo de caso Tamanho (n° funciorios) SEBRAE IBGE Tamanho (Renda Bruta anual) SEBRAE Decreto nº 5.028/2004 Tipo de projeto foco da empresa Receptividade Conteúdo

Caso A 4 Micro 100 mil Micro Resid./Instit. Alta Satisfatório

Caso B 7 Micro 250 mil Micro Urbano Alta Satisfatório

Caso C 6 Micro 400 mil Micro Urbano Média Suficiente

Caso D 14 Peq. Porte 900 mil Peq. Porte Resid./Instit. Alta Satisfatório Caso E 11 Peq. Porte 480 mil Peq. Porte Resid./Instit. Alta Satisfatório

Caso F 8 Micro 315 mil Micro Urbano Alta Suficiente

Caso G 3 Micro 42,8 mil Micro Resid./Instit. Baixa Insuficiente Caso H 6 Micro 150 mil Micro Urbano Baixa Insuficiente SEBRAE – IBGE: até 9 funcionário - Micro-empresa / 10 até 49 funcionários – Pequeno Porte.

SEBRAE Decreto nº 5.028/2004: receita bruta igual ou inferior a R$ 433,8 mil define-se como Micro-empresa; acima R$ 433,8 mil e igual ou inferior a R$ 2,1 milhões, como Pequeno Porte.

Quadro 16: Dados dos oito estudos de casos consultados.

Fonte: Da autora, 2009.

g) estudos de caso: como fontes de informações foram utilizadas a entrevista, a verificação de documentações e um teste de maturidade. Inicialmente, aplicou-se a entrevista estruturada formal, incluindo também questões abertas, e entrevista espontânea com perguntas surgidas todos os momentos julgados necessários por parte da pesquisadora. Durante a entrevista, foram verificados documentos e registros em arquivos e para finalizar se fazia a aplicação do teste pelo Modelo de Maturidade em gerência de projetos MMGP – Darci Prado v1.5.0.

Os estudos de caso selecionados apresentam peculiaridades quanto ao porte, tipo de projetos, formação da estrutura organizacional, práticas gerenciais, o que agrega à pesquisa uma maior compreensão das diferentes práticas gerenciais;

h) análises dos casos: os dados coletados(pesquisados) e reunidos conforme a literatura.

Os dados compilados apresentados através do diagnóstico e análise das evidências e estas foram confrontadas com a literatura com o intuito de validá-las;

i) conclusões cruzadas: é uma síntese dos dados compilados nos seis estudos de caso, para que haja uma compatibilidade entre as evidências;

j) comparação com a bibliografia: é o confronto das evidências apresentadas nos seis estudos de caso com as informações apresentada na bibliografia, com o intuito de sustentar a produção de um roteiro para melhoria dos processos gerenciais;

k) proposta do roteiro: é o desenvolvimento de um roteiro que proponha melhorias no gerenciamento de projetos, múltiplos projetos e portfólios em empresas de arquitetura.

O roteiro é composto de etapas de maturidade, explicando-se suas fases e as fontes utilizadas.

Desta forma, a pesquisa se desenvolveu através do seguinte fluxo de atividades, conforme a seguir:

Figura 46: Etapas da pesquisa.

Fonte: Da autora, 2009.

O Estudo de Caso é um método que tem sido visto com certo desdém por parte da comunidade científica, isto em função de suas características que facilitam evidências equivocadas ou visões tendenciosas influenciando nos resultados da pesquisa, pouca base para fazer generalizações, por requerer muito tempo e gerar muitos documentos ilegíveis (YIN, 2003, p. 28).

Para mitigar estes fatores algumas soluções precisam ser tomadas. Segundo Yin (2003, p. 29), para evitar as visões tendenciosas é preciso que o pesquisador seja preparado e se requer deste algumas habilidades, estas descritas por Yin, às quais serviram como base de preparação para o comportamento do pesquisador ao longo da condução da pesquisa. Outro fator relevante, é o fato de um estudo de caso não precisar necessariamente ser extenso, pois confundem as estratégias do estudo.

No documento CURITIBA - PR 2009 (páginas 119-124)