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3 WEBJORNALISMO AUDIOVISUAL

3.1 Fases do Webjornalismo Audiovisual

A partir das características do Webjornalismo, citadas na seção anterior deste trabalho, Nogueira (2005) propõe três fases do Webjornalismo Audiovisual. Essas fases consideram o grau de aproveitamento das ferramentas oferecidas pela Internet: multimidialidade, hipertextualidade, memória, interatividade e personalização (EMERIM E CAVENAGHI, 2012). Nogueira se baseia nos Mosaicos Digitais de Notícias, os MDNs, que representam a interface que provê acesso aos bancos de dados específicos e interrelacionados de um meio de informação na Internet. A primeira é a fase contemplativa, a segunda é denominada participativa e a terceira fase é chamada de construtiva.

Na primeira fase, a contemplativa, os recursos multimidiáticos não são bem explorados. A hipertextualidade é limitada ao link para o conteúdo audiovisual e a interatividade aos botões de play, pause, stop, avançar ou retroceder e ao

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envio de sugestões de pauta por e-mail (NOGUEIRA, 2005, p. 54). Nesta fase, os MDNs proporcionam o aparecimento das empresas de comunicação no ciberespaço, mas oferece aos usuários apenas os arquivos das últimas edições dos telejornais exibidos em canal aberto. Não há produção de material exclusivo para a Internet e a maior parte dos textos destina-se a promover a programação televisiva (NOGUEIRA, 2005, P. 35).

A segunda fase é marcada pela oportunidade de maior envolvimento do usuário, por isso é denominada participativa. O Mosaico Digital de Notícias nesta fase permite mais interatividade aos usuários, por meio de ferramentas de busca, enquetes, fóruns, chats e envio de matérias. Nesta fase, também, o usuário passa a ter acesso aos bancos de dados dos websites. No que diz respeito à produção de conteúdo, é nesta fase que as emissoras de televisão disponibilizam aos usuários a possibilidade de assistir a alguns programas ao vivo. É importante lembrar que a maioria dos MDNs com este perfil apresenta conteúdos produzidos exclusivamente para a Web (NOGUEIRA, 2005).

Na fase construtiva, a terceira apontada pela autora no desenvolvimento do Webjornalismo Audiovisual, o MDN permite que o usuário monte seu próprio noticiário audiovisual. Essa ação se dá por meio de ferramentas específicas e dá ao receptor a oportunidade de receber o conteúdo via e-mail. Essa fase é definida pela personalização e pela dinamização centralizada do conteúdo. Sobre esta fase, Nogueira (2005) aponta:

a ordem de exibição das reportagens selecionadas poderia ser definida pelo usuário e alterada a qualquer momento. Existiria também a possibilidade de armazenamento da seqüência para uma exibição posterior caso fosse necessário interromper a reprodução (NOGUEIRA, 2005, p. 36)

Apesar das ferramentas que possibilitam a participação do usuário na montagem da sequência das notícias, os websites da terceira geração ainda utilizam as linguagens características do telejornal de televisão (EMERIM E CAVENAGHI, 2012, p. 7). Essa característica se apresenta a partir da estrutura interna de cada um dos fragmentos dispostos ao usuário, que seguem o formato tradicional da notícia televisiva. Esses fragmentos correspondem a um aspecto do Webjornalismo Audiovisual. Independente da origem, os sites que

disponibilizam material jornalístico audiovisual têm uma característica em comum: a fragmentação do conteúdo (EMERIM E CAVENAGHI, 2012).

Emerim e Cavenaghi (2012), após análise das fases propostas por Nogueira, propõem reflexão a respeito de uma possível quarta fase do Webjornalismo Audiovisual. Nela, de acordo com as autoras, a linguagem de notícia televisiva cederia espaço à produzida inteiramente para a Internet:

é a partir da constatação de que os produtos webjornalísticos audiovisuais podem ser vistos e revistos diversas vezes, assim como um texto no jornal impresso, que se pode vislumbrar novas formas de apresentação das notícias. Seria necessário recorrer à estrutura cabeça-off-sonora-passagem para disponibilizar notícias na Internet? (EMERIM E CAVENAGHI, 2012, p. 12)

A respeito das três fases já existentes do Webjornalismo Audiovisual, Nogueira aponta que elas não são dispostas por meio de uma evolução temporal, ou seja, em um mesmo período se podem encontrar características de uma ou mais fases. Nogueira faz relação com as fases do Webjornalismo identificadas por Mielniczuk (2003), citadas na seção anterior desta pesquisa, e ressalva:

as fases do webjornalismo audiovisual “não são estanques no tempo, e nem excludentes entre si, ou seja, em um mesmo período de tempo, podemos encontra publicações jornalísticas para a web que se enquadram em diferentes gerações e, em uma mesma publicação, pode-se encontrar aspectos que remetem a estágios distintos” (NOGUEIRA apud MIELNICZUK, 2005, p. 36-37)

Apesar das ressalvas de Emerim e Cavenaghi sobre as linguagens da terceira geração do Webjornalismo Audiovisual, nós consideramos a fase construtiva a mais relevante de acordo com o objetivos desta pesquisa. Esta escolha se justifica por conta das novas ferramentas para o audiovisual na Internet que essa fase propõe.

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Quadro-resumo 2 - Fases do Webjornalismo Audiovisual de acordo com Nogueira (2005) FASE 1 - CONTEMPLATIVA Os recursos multimidiáticos não são

bem explorados. Os MDNs

proporcionam o aparecimento das empresas de comunicação no

ciberespaço, mas oferece aos usuários apenas os arquivos das últimas edições dos telejornais exibidos em canal

aberto. Não há produção de material exclusivo para a internet e a maior parte dos textos destina-se a promover a programação televisiva (Nogueira, 2005).

FASE 2 - PARTICIPATIVA Marcada pela oportunidade de maior envolvimento do usuário. Nesta fase, também, o usuário passa a ter acesso aos bancos de dados dos websites. No que diz respeito à produção de

conteúdo, é nesta fase que as

emissoras de televisão disponibilizam aos usuários a possibilidade de assistir a alguns programas ao vivo. É

importante lembrar que a maioria dos MDNs com este perfil apresenta conteúdos produzidos exclusivamente para a web (Nogueira, 2005).

FASE 3 - CONSTRUTIVA Nesta fase, o MDN permite que o usuário monte seu próprio noticiário audiovisual. Essa ação se dá por meio de ferramentas específicas e dá ao receptor a oportunidade de receber o conteúdo via e-mail. Essa fase é definida pela personalização e pela dinamização centralizada do conteúdo.

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