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3. CARTAS DE CONTROLE DE PROCESSO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA CLÁSSICA

4.4 Fatores críticos de sucesso sob responsabilidade do nível operacional

Refere-se aqui aos fatores que estão sob responsabilidade do nível operacional, já listados no Quadro 4.3. Observa-se neste subitem uma predominância dos FCS relacionados a questões estatísticas e metodológicas.

a) Dimensão Metodológica

 3.1 Agilidade na identificação e resolução de problemas:

Outra função primordial desta ferramenta é auxiliar na tomada de decisão. A morosidade na identificação das causas de variação causa descrédito com a ferramenta. Para que isto não ocorra, devem-se adotar mecanismos que permita ao operador fazer os ajustes quando necessário, trazendo o processo a sua estabilidade imediatamente após a constatação da tendência de deslocamento dos valores centrais (BHOTE, 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; MAHANTI; EVANS, 2012; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.2 Utilização de pacotes computacionais.

Uma estrutura computacional com softwares e hardwares é um recurso importante para armazenar e analisar as informações nas organizações. Este recurso deve ser utilizado pelo nível operacional no desenvolvimento de suas atividades. Devem ser utilizados pelos operadores os pacotes computacionais na condução das atividades do CEP tais como: Minitab, Statistica, Statgraphics. (AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MUJTABA; FELDT; MAHANTI; EVANS, 2012; RUPA; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARUB; 2014).

 3.3 Conhecer os conceitos estatísticos relacionados ao CEP: É importante um treinamento formal do nível operacional no uso das cartas de controle. Necessariamente conceitos mais complexos e gerenciais não devem ser aprofundados, sendo mais pertinente nos treinamentos abordar os conceitos relacionados à identificação das causas especiais e auxiliar em questões práticas como coleta de dados, preenchimento das cartas e outras questões do cotidiano. Os conhecimentos adquiridos sobre CEP nos treinamentos devem ser aplicados imediatamente após o treinamento para não se perder conceitos importantes neste processo (BHOTE, 1987; FELDT; PETERSEN, 2011; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MAHANTI; EVANS, 2012; LIM e ANTONY, 2013; MUJTABA; SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.4 Interpretação equivocada das cartas de controle:

É importante que o nível operacional conheça as regras de interpretação das cartas e que as ações sejam especificadas em planos de controle. Isso possibilitará uma intervenção mais assertiva no processo produtivo, atuando no processo apenas

quando for necessário (MONTGOMERY, 2004; GRIGG e WALLS, 2007; OAKLAND, 2008; HOERL, SNEE, 2010; COLIN; VANHOUCKE, 2014; LIM; ANTONY, 2014; SHARMA; KHARUB, 2014).

b) Dimensão Estatística

 3.5 Observação dos pressupostos estatísticos:

Um ponto crítico para o sucesso da implantação das cartas de controle diz respeito ao cumprimento dos pressupostos estatísticos. Um dos pressupostos básicos diz respeito à observação de questões como a distribuição dos dados para que isso não interfira na robustez da técnica. Sendo assim as pessoas envolvidas com o CEP tem domínio adequado dos métodos estatísticos que viabilizam o funcionamento das cartas de controle (BHOTE; 1987; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; MAHANTI; EVANS, 2012; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.6 Excesso de ajustes no processo:

O nível operacional deve conhecer as relações de causas de variação. Portanto, as correções ou ajustes no processo devem ser feitos e quantificados com o objetivo de manter o processo estabilizado. As cartas de controle são ferramenta para verificar as tendências de deslocamento das características do processo e fazer correções quando necessário para que estas características voltem aos valores de normalidade. Sem o elemento “intervenção” a carta de controle perde a sua principal funcionalidade. Entretanto, a significância prática deve ser considerada na tomada de decisão sobre a intervenção no processo, pois muitas vezes uma causa especial identificada na carta pode não ser economicamente viável para uma tomada de ação (BHOTE; 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; LIM e ANTONY, 2013; MAHANTI; EVANS, 2012; SHARMA; KHARUB; 2014).

 3.7 Tomar decisões baseado em fatos:

Os ajustes no processo devem ocorrer baseados na identificação das causas, identificar corretamente o que está ocasionando a variação e fazer os ajustes necessários no processo. Neste sentido, a literatura não recomenda realizar ajustes no processo na forma de um experimento enquanto o processo estiver operando. Muitas vezes ações sem o devido embasamento técnico apenas comprometem ainda mais a estabilidade dos processos Assim o uso eficiente das cartas de controle possibilita a

tomada de ações assertivas, baseada nos resultados confiáveis dos processos (BHOTE; 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MAHANTI; EVANS, 2012; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARU, 2014).

3.8 Seleção correta da carta de controle

Gráficos de controle adequados devem ser usados para monitorar a estabilidade do processo MONTGOMERY, 2004; GRIGG e WALLS, 2007; OAKLAND, 2008; HOERL, SNEE, 2010; LIM; ANTONY, 2014).

 3.9 Utilizar critérios para selecionar tamanho e frequência de amostra:

O nível operacional deve dominar os critérios de formação dos subgrupos racionais para acompanhar efetivamente o desempenho do processo. Isto permitirá a visualização das tendências de deslocamento e a estabilidade do processo produtivo, influenciando diretamente na tomada de decisões voltadas para se obter a estabilidade do processo. Para que isso funcione corretamente, os operadores do CEP Devem observar todos os pressupostos estatísticos (tamanho amostral, normalidade, dentre outros) no uso das cartas de controle (BHOTE; 1987; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; MAHANTI; EVANS, 2012; LIM e ANTONY, 2013, SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.10 Implantação das cartas de controle em processos fora de controle

A literatura recomenda iniciar as medições e avaliações do desempenho do processo apenas quando estiver livre da presença das causas assinaláveis. Isto possibilitará o estabelecimento correto dos limites de controle. Inicialmente, visando a implantação das cartas de controle, na fase I de pré controle e imprescindível que se realize a estabilização (BHOTE; 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; MAHANTI; EVANS, 2012; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARUB; 2014).

 3.11 Falta de revisão periódica dos limites de controle:

Outro aspecto importante do cotidiano das cartas de controle consiste na revisão periódica dos limites de controle do processo ocorrendo quando deliberadamente se alteram os parâmetros do processo. A literatura recomenda que os limites de controle sejam revistos quando sejam atingidos novos patamares de estabilidade no processo (BHOTE; 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011;

MAHANTI; EVANS, 2012 AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; LIM e ANTONY, 2013; SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.12 Estimar corretamente os limites de controle:

A estimativa dos limites de controle deve ser feita inicialmente em um nível próximo aos padrões de engenharia. A literatura recomenda que à medida que o processo se torna mais estável deve-se revisar estes limites de controle, diminuindo assim a amplitude da relação entre o limite superior e inferior de controle (BHOTE; 1987; EVANS, 2012; LIM; ANTONY, 2014; SHARMA; KHARUB, 2014).

 3.13 Cálculo de capacidade do processo:

É recomendado que o nível operacional acompanhe o desempenho do processo não se limitando a verificar a atuação das causas assinaláveis, mas verificar por meio dos indicadores de índices de capacidade e capabilidade do processo (cp, pp, cpk, ppk) a tendência de deslocamento dos valores centrais do processo (BHOTE; 1987; MUJTABA; FELDT; PETERSEN, 2011; AHMED; KHAN; GHOSH, 2012; LIM e ANTONY, 2013; MAHANTI; GONZALEZ, 2013; SHARMA; KHARUB; 2014).

Neste capítulo foram apresentados os FCS para a implantação das cartas de controle. Extraímos da literatura quarenta e cinco FCS que os gestores devem observar para uma efetiva implantação do CEP. Esta tese limita-se a estudar apenas os principais e mais recorrentes e passiveis de serem classificados de acordo com Rohani; Yusof e Mohamad (2010) e Firka (2011).