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3. CARTAS DE CONTROLE DE PROCESSO: UMA ABORDAGEM TEÓRICA CLÁSSICA

4.5 Benefícios gerados a partir da aplicação adequada do programa CEP

4.5.1 Resultados Soft

No que se refere à dimensão Soft, estão agrupados os resultados indiretos, tais como a melhoria da satisfação do cliente, melhor compreensão do processo e melhoria da competitividade da empresa. O Quadro 4.4 apresenta os principais resultados Soft identificados na literatura.

Quadro 4. 4: Dimensão Soft

Dimensão Soft Referencias

4.1 Satisfação do cliente RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010 4.2 Compreensão do processo ANGHEL, 2001; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002 4.3 Competitividade da empresa RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002

4.4 Promover a cooperação GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002 4.5 Melhoria na imagem da

organização ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010

4.6 Habilidade de resolver problemas GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002 4.7 Auxiliar na manutenção AHMAD, et. al., 2012

4.8 Componente do sistema de

qualidade ABNT, 2009; BEVILACQUA, 2001; DZULINSKI,2012 4.9 Motivação da equipe de melhoria RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002

4.10 Desenvolvimento técnico da

equipe GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002 4.11 Ferramenta de abordagens de

melhoria RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002; AHMAD, et. al., 2012; LIM; ANTONY; ALBLIWI, 2014 Fonte: Próprio autor

A seguir, os resultados da aplicação eficiente do programa CEP identificados na literatura com Soft são descritos.

 4.1 Satisfação dos clientes:

As organizações, que produzem itens com baixa variabilidade em suas especificações, tem seu processo reconhecido por seus clientes como superiores. Se levantada apenas a questão do desempenho do item produzido em atender corretamente as especificações de engenharia, além de uma robustez maior, chega-se a uma maior satisfação do cliente (RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002; ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010).

 4.2 Compreensão do processo:

Um dos reflexos indiretos da aplicação das cartas de controle diz respeito à compreensão sobre as relações de causalidade entre os insumos do processo produtivo e seus efeitos sobre o resultado final do produto sob análise. A utilização das cartas de controle possibilita compreender as alterações causadas pela variabilidade a partir de uma mudança em algum dos componentes. Assim, por meio de um método dedutivo, as pessoas envolvidas com o CEP avançam em seus conhecimentos técnicos sobre o processo (ANGHEL, 2001; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.3 Competitividade da empresa:

Também indiretamente, uma empresa que tem domínio sobre seu processo atendendo às especificações e necessidades de seu cliente, tendem,

considerando-se apenas este aspecto, a ser mais competitivas perante seus concorrentes (RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.4 Promover a cooperação:

Conforme preconizado no principio do pensamento estatístico, a produção de um determinado item está primeiramente sujeita a variabilidade sendo impossível eliminá-la completamente do processo. Em segundo lugar, o processo de transformação é de maneira geral composto por vários sub-processos produtivos, que vão desde a matéria prima até o produto final.

Assim, um problema pode ser causado por variáveis do processo anterior, sendo necessárias tomadas de ações que necessitam ser sistematicamente analisadas em níveis de decisão diferentes. Neste sentido, a utilização da ferramenta CEP dentro do contexto de resolução de problemas, promove a cooperação entre os diversos níveis de decisão e responsáveis pelos processos nos departamentos arrolados. (GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.5 Melhoria na imagem da organização:

Relatos na literatura apontam para que o programa CEP, de maneira indireta, melhore a imagem que os clientes têm da organização, uma vez que a estabilidade do processo produtivo pode ser comprovada junto ao seu cliente mediante uso das cartas de controle, além de uma maior capacidade em atender às necessidades e especificações de seus clientes e a capacidade dos envolvidos com o programa CEP de resolver problemas (ROHANI; YUSOF; MOHAMAD, 2010).

 4.6 Habilidade de resolver problemas:

A utilização da ferramenta CEP, dentro de um contexto de desenvolvimento de projetos de melhoria, balizados pelos princípios da melhoria continua, possibilita aos envolvidos o aprendizado no método de resolução de problemas e gerenciamento de projetos tendo as cartas de controle como uma importante ferramenta para identificar e controlar as causas de variação no processo. Portanto, os usos das cartas de controle colaboram para o desenvolvimento das habilidades de resolução de problemas dos seus utilizadores (GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.7 Auxiliar na manutenção:

Um exemplo da importância das cartas de controle para o processo de manutenção pode ser observado na aplicação dessas, demonstrando uma tendência de

desgastes de ferramentas e quando uma falha no equipamento pode ocorrer. Desta forma, os responsáveis pela manutenção podem intervir antes que o problema ocorra. Sendo assim, um dos resultados práticos da aplicação das cartas de controle está relacionado à prevenção de falhas de equipamentos produtivos, além do uso efetivo como ferramenta do TPM (AHMAD, et. al., 2012).

 4.8 Componente do sistema de qualidade:

As cartas de controle são uma das principais ferramentas para avaliar a estabilidade do processo presente no sistema de gestão da qualidade ISO 9000 e também no sistema de gestão da qualidade ISO TS 16949, que trata do sistema de gestão da qualidade para organizações de produção automotiva e peças de reposição. Neste sentido, um dos benefícios derivados da utilização dos sistemas de gestão da qualidade está em uma melhor utilização das cartas de controle (ABNT, 2009; BEVILACQUA, 2001; DZULINSKI,2012).

 4.9 Motivação da equipe de melhoria:

O envolvimento do nível operacional com as atividades do CEP, por meio de treinamentos e a participação das pessoas no desenvolvimento de projetos de melhoria, bem como o desenvolvimento de metas de desempenho, são elementos destacados na literatura como motivadores da equipe de melhoria (RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.10 Desenvolvimento técnico da equipe:

Os treinamentos estatísticos no uso das cartas de controle, bem como os elementos de gestão da qualidade são elementos fundamentais para o desenvolvimento técnico da equipe. De maneira pratica, o uso das cartas de controle em problemas reais melhora a compreensão dos envolvidos sobre as variáveis que estão atuando no processo desenvolvendo, assim também o conhecimento técnico e gerencial da equipe de melhoria (GORDON, 1994; RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002).

 4.11 Ferramenta de abordagens de melhoria:

O CEP e principalmente as cartas de controle são citadas em diversas abordagens de melhoria como ferramenta para promover a melhoria e a estabilidade do processo produtivo tais como: Seis Sigma, Kaizen, Teoria das Restrições e Manutenção produtiva total e TQM (RUNGASAMY; ANTONY; GHOSH; 2002; AHMAD, et. al., 2012; LIM; ANTONY; ALBLIWI, 2014).