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As 18 ideias centrais classificadas em gestão da prestação de serviço são apresentadas a seguir (Quadro 14):

6.7 Ficha ambiente

A ficha dos ambientes é um instrumento que facilita a ação de levantamento de campo a partir de um modelo de avaliação que se utiliza de registro gráfico, fotográfico e escrito, complementando e auxiliando a coleta de dados técnicos e as características físicas do ambiente e seus elementos, bem como o entendimento das observações realizadas no ambiente. As fichas podem ser complementadas com informações colhidas durante o

walkthrough.

O ambiente dos sistemas metroferroviários impõe uma relação constante dos usuários com equipamentos de autoatendimento – escadas rolantes, elevadores, plataformas de elevação, bloqueios, trens. Esse instrumento foi concebido de forma bastante concisa para auxiliar o registro das informações sobre os aspectos técnicos e funcionais relacionados à configuração e aos sistemas de informação dos equipamentos, a partir do modelo proposto no Guide to Post

Occupancy Evaluation (UNIVERSITY OF WESTMINSTER, 2006). A ficha foi previamente

formatada, contendo espaço para a identificação do equipamento avaliado; espaço para inserção de croqui e/ou registros fotográficos e para anotação de eventuais observações. A aplicação desse instrumento possibilitou observarem-se aspectos relacionados à padronização de soluções para, posteriormente, confrontar os dados com os relatos sobre os aspectos positivos ou negativos apontados pelas pessoas com deficiência visual que responderam ao questionário. A utilização desse instrumento permitiu a compreensão das considerações realizadas pelos respondentes. O modelo da ficha ambiente elaborada consta do Apêndice L.

6.7.1 Escadas rolantes

O Metrô de São Paulo dispõe de 526 escadas rolantes, que foram instaladas de acordo com o início da operação das estações, por diferentes fornecedores (Otis, Thyssen-Krüpp, Villares). Com a evolução da tecnologia ao longo dos anos, um mesmo fabricante forneceu escadas rolantes que dispõem de configuração e sinalização diferentes. Portanto, pode-se afirmar que existem diferentes modelos de escadas rolantes ao longo de uma mesma linha ou mesmo numa única estação.

As escadas rolantes foram avaliadas quanto à padronização da localização da informação sobre o sentido de funcionamento e à existência de sinalização de alerta nos degraus. Observou-se a inexistência de um padrão de sinalização nos equipamentos (Figura 25). Sobre a sinalização tátil e visual dos degraus, constatou-se a existência/ausência dos seguintes itens:

 sinalização tátil e visual nos limites da superfície, nos degraus ou no limite entre a parte fixa e a parte móvel (pente);

 sinalização visual no limite da parte fixa da escada rolante.

Figura 25 – São Paulo – Sinalização tátil e visual nos degraus das escadas rolantes. Fonte: BARBOSA, M. B., 2011.

Observou-se que os equipamentos mais antigos têm a sinalização indicativa de sentido na própria estrutura enquanto que os equipamentos instalados recentemente dispõem de sinalização em estrutura independente. A sinalização orienta fluxos (luz verde) e contrafluxos (luz vermelha) e pode ser percebida por pessoas com baixa visão (Figura 26).

Figura 26 – São Paulo – Sinalização visual do sentido de deslocamento das escadas rolantes. Fonte: BARBOSA, M. B., 2011.

As escadas rolantes caracterizam-se por serem equipamentos de fluxo unidirecional, ao contrário das escadas fixas e elevadores. As escadas rolantes podem ser instaladas isoladamente ou associadas a escadas fixas ou outras escadas rolantes (Figura 27). O conjunto

de circulação vertical existente nos acessos e plataformas oferece diferentes possibilidades em função da combinação dos recursos (somente subir; somente descer; subir e descer).

Figura 27 – São Paulo – Escada rolante isolada ou em conjunto com outras escadas. Fonte: BARBOSA, M. B., 2011.

Em relação ao fluxo, foi constatado que algumas escadas rolantes têm seu sentido de funcionamento invertido ao longo do dia, principalmente nos horários de pico da manhã ou da tarde, em função da demanda de embarque ou de desembarque.

6.7.2 Elevadores e plataformas de elevação

O Metrô de São Paulo dispõe de 142 elevadores e plataformas de elevação. Os diferentes modelos de elevadores e plataformas de elevação foram avaliados quanto à padronização da configuração, dos comandos e das informações táteis e visuais disponíveis interna e externamente, de forma a contextualizar os requisitos normativos e a rotina de uso dos equipamentos existentes nos acessos (interligando o acesso e o mezanino) e nas plataformas (interligando a plataforma e o mezanino).

Possibilitam a transposição de desníveis, com conforto e autonomia, especialmente por pessoas em cadeiras de rodas ou com restrição de mobilidade. A sinalização é fundamental para auxiliar e orientar o uso dos equipamentos e orienta quanto ao uso preferencial dos equipamentos por pessoas com deficiência, idosos, pessoas com criança de colo ou com carrinhos de bebê. A sinalização tátil, em Braille, é dirigida às pessoas com deficiência visual; a sinalização visual, em textos e figuras, é dirigida aos demais usuários. A existência de intercomunicador facilita a solicitação de auxílio ou instruções sobre a utilização das botoeiras internas, em função do percurso desejado;

6.7.3 Bloqueios

O Metrô de São Paulo dispõe de 789 bloqueios. Existem bloqueios com torniquetes e bloqueios com portas de vidro, com ou sem dispositivo para leitura de cartões magnéticos

(Figuras 28 e 29). Os bloqueios existentes nas estações foram avaliados em relação à sua configuração e sinalização de forma a contextualizar os requisitos normativos às rotinas de uso nos mezaninos das estações. Os diferentes modelos de bloqueios foram avaliados quanto à localização dos elementos de leitura de bilhete/cartão magnético. Em relação à sinalização, os bloqueios foram avaliados quanto à padronização da localização da informação sobre o sentido de funcionamento (entrada/saída) nos diferentes horários ao longo do dia. Todos os equipamentos possuem fenda para inserção de bilhete magnético, mas somente parte dos bloqueios dispõe de dispositivo para leitura de cartões. Esses dispositivos ficam posicionados na face superior do equipamento, ora alinhados com a face frontal ora centralizados sobre o equipamento, ora destacados do corpo do equipamento, ora incorporados ao equipamento.

Figura 28 – São Paulo: bloqueios com diferentes dispositivos para leitura de cartões. Fonte: Elaborado pela pesquisadora a partir de desenho fornecido pela CMSP.

Figura 29 – São Paulo: bloqueios com porta de vidro. Fonte: BARBOSA, M. B., 2011.

6.7.4 Carro preferencial dos trens

O Metrô de São Paulo dispõe de 11 frotas e 300 carros preferenciais. Os carros preferenciais estão localizados nas duas extremidades de cada um dos 150 trens. Os carros A (carros líderes ou primeiros carros da composição) são destinados ao embarque preferencial das diferentes frotas. Foram observados quanto aos recursos de informação, comunicação e orientação, além da configuração, localização e dimensionamento dos assentos preferenciais, posicionamento e configuração dos balaústres e dos apoios horizontais e verticais junto às portas de embarque e desembarque.

Em relação aos trens, foram selecionados os desenhos do carro-líder dos trens das diversas frotas que circulam nas diferentes linhas. Contudo, não foi possível identificar a frota objeto do comentário a partir dos relatos dos respondentes. Da mesma forma, na entrevista com os especialistas, os assuntos abordados foram mais genéricos, não se atendo a detalhes específicos de cada uma das frotas. Apesar da similaridade, as diferentes frotas possuem localização e dimensionamento de assentos preferenciais e configuração de apoios diferentes entre si, dificultando sua compreensão pelos usuários com deficiência visual.

Na Linha 1 – Azul –, circulam os trens das frotas A/B, H, I e J, conforme apresentado na Tabela 10 e nas Figuras de 30 a 33.