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Os filhos de Deus não são apenas os humanos ou as castas de anjos cristãos, muçulmanos e judeus. Há ainda aqueles seres que a Cidade de Prata optou por esquecer e aqueles que ela escolheu destruir. O uso desses dois tipos de personagem aqui citados deve ser limitado. Eles são muito mais raros do que as outras castas e seres do Mundo de Trevas. Como personagens, devem estar disponíveis para poucos jogadores. De fato, nesse caso, seus poderes são limitados pelas regras para que não haja um desequilíbrio no jogo, no entanto, o mestre de jogo tem toda liberdade para abusar dos poderes relacionados com os dois tipos de seres descritos a seguir. Eles são ideais para serem trabalhados como personagens do mestre, criaturas terríveis e

manipuladoras que representam a pior face de Demiurgo.

O uso dos Apocriphae e dos Nephalim como vilões ou aliados e personagens do Mestre de Jogo pode ser feito com mais imaginação e menor limitação por regras. Eles são seres naturalmente poderosos que podem gerar criaturas complexas a serem usadas durante as campanhas. Existe uma linha tênue entre a amizade com um Apocriphae e um Nephalim. O primeiro não hesitará em destruir os companheiros se considerar que vão contra as forças divinas. O segundo pode ter algumas lembranças que o tornarão um aliado dúbio à medida que as memórias ressurgem e modificam sua personalidade e vida.

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Apocriphae

“Descarregou contra eles o seu furor, a indignação, a ira, a opressão, uma multidão de anjos da desgraça.”

Salmos 78:49, A Bíblia

Alcunhas: Anjos Apócrifos, Abandonados, Exilados, Dedos de Deus, Anjos Infernais

Demiurgo foi o primeiro dos seres de Édhen a atravessar a Barreira Entre os Mundos e aparecer em Paradísia. Percebendo que seria inviável atuar diretamente todo o tempo, criou os anjos para servi-lo. Eram fragmentos do seu poder que representam todas as suas faces de Senhor de Tudo, Pai de Todos, Criador, Senhor dos Exércitos. Se Demiurgo sempre usasse seus poderes para resolver os problemas do mundo, acabaria com o equilíbrio do Universo e aceleraria a destruição da Roda dos Mundos. Com os anjos, pôde aproximar-se das almas dos mortais sem que Sua magnificência as tocasse irreversivelmente.

Os primeiros anjos foram criados antes que o conceito de religião surgisse na Terra ou em Paradísia. Eles eram apenas servos. Cumpriam ordens e existiam para obedecer ao Senhor no que quer que fosse. Não tinham conceitos ou leis que não fossem o exigido por Demiurgo. Quando a Cidade de Prata foi fundada, eles continuaram a existir e a trabalhar para o Senhor assumindo os aspectos mais temidos da divindade. Eram seres do tempo em que o próprio Deus punia, destruía, castigava e recebia as almas pecadoras após o fim das vidas.

Laoviah, Uriel, Lailah, Kushiel, Zilliah são exemplos de anjos que agiam para castigar. O primeiro era o Serafim da Destruição e do Castigo Final, aquele que ajudou a espalhar as Dez Pragas do Egito, fez chover fogo e enxofre em Sodoma e Gomorra e castigou o povo de Israel com a peste. Uriel era o anjo do sol, inclemente como ele só, também presidia o terror que o Senhor inspirava nos corações tanto de fiéis quanto infiéis. Lailah era a anjo que caçava pelas noites, Kushiel aquele que castigava almas com açoite, correntes e

veneno, Zilliah levava a retribuição merecida. Existem muitos outros exemplos, todos de anjos que foram esquecidos pela humanidade quando a mão do Senhor abrandou.

Os milênios foram passando e o Inferno foi criado. Os reinos espirituais onde os anjos presidiam a punição das almas foram se esvaziando. A época de destruição em que os Serafins desciam para matar acabou. O golpe final foi o aparecimento de Christos na Terra. Foi o fim da missão celestial de muitos anjos. Alguns continuaram na Cidade de Prata, como Laoviah e Uriel, outros preferiram o exílio. Houve quem preferisse cair ao notar que não eram mais bem recebidos na cidade do Senhor. Para eles, aquela não era mais a morada d´Ele.

Aparência: Os Apocriphae lembram os

aspectos punitivos de Demiurgo. Eles são os algozes do Senhor, anjos infernais encarregados de castigar almas, assassinos vindos de uma época em que o Criador enviava servos para destruir as almas ingratas que não o reconheciam. Todos possuem auras ameaçadoras que carregam orgulhosamente. É seu trabalho provocar temor nos corações alheios. Para isso, alguns fazem correntes crescerem em seus corpos, deixam asas negras ou flamejantes aparecerem nas costas. Os olhos podem ser de uma luz cegante e quente ou cavernas vazias de onde ecoam gritos de sofrimento ou escorre o sangue dos pecadores.

É comum portarem armas e armaduras pesadas para o combate. Quase todos possuem uma tendência guerreira. Mesmo aqueles que lidam com magia sabem usar instrumentos de combate. Alguns anjos mais sociais agem como executivos agressivos, com palavras rápidas e ríspidas para tocar diretamente as criaturas com quem lidam.

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Personalidade: Anjos de um tempo em

que a única lei era obedecer, os Apocriphae ainda seguem o simples pensamento de continuar seu trabalho não importando o que o Conselho da Cidade de Prata diga. Seus líderes são os mesmos anjos que reinavam nos primeiros infernos e lá é sua nova morada. São seres mais sinceros e espontâneos do que os celestiais que ainda vivem na cidade sagrada, pois não estão presos sob leis constantes de consciência e sentimento. Os votos que os prendem estão inseridos em suas almas. São fraquezas das quais não podem se livrar.

São seres esquecidos pela humanidade e que a própria Cidade de Prata preferiria manter afastada, mas que surgem para o desespero dos infiéis e um alívio silencioso de alguns anjos em situações precárias. São criaturas de pouca paciência para a hipocrisia e maior aptidão para as ações concretas. Mesmo os mais sociais e políticos entre eles são cheios de ações diretas, chamados de tubarões entre os políticos da Morada dos Anjos, por nadarem entre os jogos políticos como predadores agitados apenas esperando experimentar o cheiro de sangue e ameaça para destroçar suas vítimas com palavras agressivas e jogos rápidos.

Os guerreiros são anjos calejados e cicatrizados, que aprenderam que a dor é boa. Ela é boa para o infiel que ainda não aprendeu que o Senhor é o único Criador e a ele tudo pertence. É boa para o fiel para saber que o caminho até Deus é duro e que ela será seu único presente se desistir de Deus. É boa para o anjo, para que não se esqueça sua posição de servo e se imagine senhor.

Missão: Os Apocriphae mais velhos são

tão antigos quanto a Cidade de Prata e tão temidos que a morada dos anjos treme quando eles resolvem pisar nas ruas prateadas. O Conselho se agita quando sabe que um deles está para visitá- los, o que geralmente ocorre sem aviso e com informações conseguidas através de espiões. Os líderes Apocriphae vivem em pequenos reinos espirituais nas extremidades de Paradísia e Spiritum, alguns deles até próximos de Ark-a- nun, do Inferno e do Abismo.

Os vales de punição dos Apocriphae estão começando a receber almas mais uma vez. Estiveram vazios por vários séculos, desde que entregaram os espíritos que vigiavam para o Inferno. Agora começam a coletar almas que

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