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I DOM DE PROFECIA (1 CO 12.10)

2. FINALID AD E DA PROFECIA

Como todos os demais dons espirituais, o de profecia tem propósi tos especiais da parte de Deus para a Igreja de Jesus Cristo. Só deve ser usado de forma correta, com base na Palavra de Deus. “Mas a manifes tação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7) ou proveitoso para a igreja. De maneira bem clara e até didática, o dom de profecia tem três finalidades básicas, em proveito da igreja: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação”

DONS DE ELOCUÇÃO

Assim como um edifício de pedras é edificado pouco a pouco, com a união dos elementos materiais, com a argamassa própria, da mesma forma, os crentes em Jesus são “edifício de Deus” (1 C o 3.9). A formação espiritual de um discípulo de Jesus começa com a conversão, mas não para no discipulado inicial. Deve continuar por toda a vida. Pouco a pouco, o ensino da Palavra e da doutrina do Senhor vai construindo o caráter cristão no crente.

Mas, às vezes, é necessária uma mensagem especial ou específica para alguém ou para toda a congregação. E aí que Deus usa um profeta para transmitir uma mensagem da parte de Deus, visando corrigir ou colocar “no prumo”, ou “no nível”, alguma área da edificação espiritu al. Pastores são “serventes” ou “servidores” do supremo Arquiteto ou Construtor, que é Cristo. Não são perfeitos na edificação. Sua mensa gem, mesmo com base na Bíblia, carece de reparos, aqui e ali. Em gran de parte das igrejas, pelo país afora, há grande falta de preparo para o ensino da Palavra de Deus. Há obreiros despreparados até para os mais elementares ensinos bíblicos. Por misericórdia, o Senhor dá sabedoria até mesmo a pessoas sem cultura para transmitir sua mensagem, mas, há ocasiões em que só uma mensagem específica, para determinadas ocasiões, pode suprir o que é indispensável para a edificação do Corpo de Cristo, no que respeita à igreja local.

Exortar tem o sentido de “chamar para fora”, para orientar, ajudar e ensinar. Deriva da palavra grega parakalao,  que tem o sentido de con fortar, inspirar, defender e guiar. Exortar não tem o sentido distorcido, entendido por alguns, de que significa ameaçar, intimidar, ou causar pavor, na igreja. O verbo grego parakalao  tem origem em outra palavra de muito significado, Paracleto,  que significa Consolador, o título que é dado ao Espírito Santo (cf. Jo 14.16; 15.26). Por isso, Paulo ensina que quem exorta deve fazê-lo “com toda a longanimidade e doutrina”

(2 Tm 4.2).

) ficaç ão

Do n s Es p i r i t u a i s & M i n i s t e r i a i s

a mensagem bíblica foi escrita. Sem o ensino da Palavra de Deus e da mensagem profética, há uma tendência para a ocorrência de desvios de conduta e distorções perigosas no meio das igrejas locais. Diz Provér bios: “Não havendo profecia, o povo se corrompe...” (Pv 29.18a).

As inovações e modismos têm tomado conta de muitos redutos pen- tecostais. A chamada “teologia da prosperidade” tem causado grandes estragos, com sua filosofia utilitarista dos dons e da Palavra de Deus. O evangelho antropocêntrico tem dado ao homem a primazia nas deci sões e ensinamentos de muitos líderes. Aberrações teológicas ou práticas estranhas têm ocorrido, em certas igrejas. A “unção do riso”, “a unção do leão”, “a urina ungida”, inventada por determinada igreja (os cren tes saíram urinando, nas esquinas e ruas de uma cidade, para “marcar território”), para o pecado diminuir. Em lugar disso, a pecaminosidade tem aumentado; certo pregador, “celebridade” pregou que seu suor era ungido, pois seu DNA era ungido. Com isso, levou muito dinheiro dos irmãos, além do “cachê polpudo”. Nada disso tem fundamento bíblico. São ensinos heréticos, que têm grande aceitação no meio de igrejas e atraem muitos crentes que não conhecem a Palavra de Deus.

Deus disse, no Antigo Testamento: “O meu povo foi destruído, por que lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento...”

(Os 4.6). Essa palavra aplica-se de modo bem atual, ao que está ocor rendo no meio dos evangélicos.

O Espírito Santo é chamado de “O outro Consolador” (cf. Jo 14.16). Ele é o parakleto  prometido por Cristo. Por isso, também usa o dom de profecia, para transmitir mensagem de consolação aos servos de Deus. Já vimos que o verbo parakaleo   (gr.) significa consolar, confortar. E o que podemos ver em Barnabé, amigo de Paulo (At 4.36; ver Rm 15-4,5; 1 Co 14.3; 2 Co 1.3,4-7)). Consolação vem de paraklesis  (gr.) e tem o sentido de “consolar”, “dar alegria”, dar “paz”. Paulo diz que todos os crentes podem profetizar (se Deus conceder tal dom), visando a consolação da igreja: “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que

Do n s d e El o c u ç ã o

intolerante e radical. E esquecem que, no meio da congregação, há dezenas de pessoas que estão experimentando momentos difíceis e do lorosos em suas vidas. E estão precisando mais do que nunca de ouvir uma palavra de consolação. A exortação pesada, às vezes, é necessária. Mas fazer uso do púlpito para chicotear as ovelhas, indiscriminadamen te, é falta do espírito de consolação.

O Espírito Santo é o mesmo. Ele consolava no Antigo Testamento (SI 23.4; Is 51-12) e continua consolando na Dispensação da Graça (2 Co 1.4; 7.6). Faltaria espaço literário, sem dúvida, se pudessem ser registradas todas as mensagens de consolação que Deus tem dado à sua Igreja, no Brasil e em todos os lugares do mundo. Em cultos de oração, nos círculos de oração, em tantos lugares; em reuniões informais de oração, Jesus tem confortado seus servos, principalmente os que sofrem por causa do seu Nome e do evangelho. “O Dom de Profecia, portanto, serve para falarmos sobrenaturalmente aos homens, assim como o Dom de Línguas serve para falarmos sobrenaturalmente a Deus”.'1

3. ERROS A SEREM EVITADOS NO USO DO DOM DE