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II PALAVRA DO CONHECIMENTO (1 C O 12.8)

É manifestação da ciência ou do conhecimento de Deus, concedido ao homem salvo. Pode ser dado por sonho, por visão, por revelação es pecial, operando na esfera humana, no seio da igreja; sendo um conhe cimento sobrenatural propiciado por Deus. Podemos dizer que a palavra da sabedoria é a aplicação da “ciência” de Deus, na vida prática pessoal ou da igreja. Escrevendo aos coríntios, sobre as “armas de nossa milícia”, Paulo diz que essas “armas” destroem “...os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendi mento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5 — grifo nosso). Paulo fala de “todos os mistérios e toda a ciência” (1 Co 13.2), que só têm valor se for sob a graça do amor de Deus. Através desse dom, o crente penetra nas profundezas do conhecimento de Deus (cf. Ef 1.17-19).

Do n s d e Re v e l a ç ã o

devem ser exercidos, no meio da igreja cristã. Pois Deus quer que esse conhecimento profundo e sobrenatural esteja à disposição dos seus ser vos, que o amam. “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Co 2.9).

A Palavra de Deus mostra exemplos desse dom. Quando Jesus pre gava para a mulher samaritana, soube detalhes da vida dela, que o co nhecimento humano não teria condições de alcançar naquela circuns tância de um encontro inesperado. Ele disse à mulher que chamasse seu marido. A mulher respondeu que não tinha marido e Jesus lhe disse que ela tivera “cinco maridos” e aquele com quem vivia não era seu marido. A mulher ficou admirada, e disse: “Senhor, vejo que és profeta” (Jo 4.16-19). A palavra da ciência não é adivinhação nem expressão de tentativa de erro e acerto. E dada pelo Espírito Santo.

O profeta Eliseu sabia os planos de guerra do rei da Síria, mesmo à distância. Quando o rei pensava em atacar o exército de Israel de surpre

sa, em determinado lugar o profeta de Deus alertava ao rei de Israel dos planos do inimigo, por diversas vezes. O rei sírio ficou intrigado e des confiou de que haveria um traidor no meio de suas tropas. Mas um dos servos do rei o fez saber o mistério: “E disse um dos seus servos: Não, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir” (2 Rs 6.8-12). Era um conhecimento muito mais aperfeiçoado do que todos os atuais sistemas de informação, com uso de tecnologia de ponta, usados no mundo atual. Eliseu não tinha informantes, nem sonhava com equi pamentos de comunicação ou de satélites. Era a mensagem divina, di retamente do Espírito Santo ao seu coração. Quando o profeta Samuel disse a Saul que as jumentas do pai já haviam sido encontradas, foi pela ciência ou conhecimento de Deus (1 Sm 9.15-20).

A revelação dada a Daniel acerca dos impérios mundiais demonstra quão grande é a sabedoria de Deus, como recurso divino para ocasiões especiais, em que de nada adianta a sabedoria humana, ou os conhecimentos adquiridos pela experiência de quem quer que seja.

DONS ESPIRITUAIS & MINISTERIAIS

Escatologia, com base nas interpretações dadas pelo Altíssimo a Daniel, seu servo, que estava vivendo naquele País, com uma missão do mais alto significado.

Trata-se de um caso bem emblemático do que significa receber o conhecimento, ou a revelação de Deus. O rei tivera um sonho muito estranho, que o perturbara sobremaneira. Pela manhã, reuniu “os ma gos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declaras sem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei. E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o sonho, está perturbado o meu espírito” (Dn 2.2,3). Tudo em vão. Ninguém soube interpretar o sonho, por uma razão muito óbvia: o rei não se lembrava do sonho! Furibundo, o rei mandou matar todos os sábios da Babilônia, pelo fato de não saberem interpretar um sonho de que não tiveram sequer o relato de sua visão.

Mas Daniel, que estava no reino, em posição de destaque, pediu ao mensageiro do rei que desse um tempo para que buscassem a interpretação. Seu pedido foi atendido, e, contando o grave problema a seus três companheiros, foram orar ao Deus dos céus. Diz a Bíblia: “Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, e pediu que orassem a Deus, “para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu” (Dn 2.17-19). De maneira didática, com precisão histórica, Daniel interpretou o sonho, mostrando ao rei o desenrolar dos acontecimentos de sua época e de eventos futuros. Foi o conhecimento de Deus e não humano, lógico ou natural.

Esse dom revela coisas que não são percebidas pela visão natural (ver 1 Sm 16.7; Jo 2.24,25). N a vida prática da igreja, algumas experiências demonstram que o dom da palavra da ciência pode ser dado nos tempos presentes. Num Círculo de Oração, em Natal-RN, as irmãs estavam tranquilas, orando e louvando a Deus, numa congregação, anos atrás. Apresentou-se um homem, muito bem vestido, de paletó de tecido fino, sapato lustroso, gravata e Bíblia debaixo do braço. Ao ser interpelado, para ser apresentado, disse que era um servo de Deus, que estava de passagem

DONS DE REVELAÇÃO

Uma humilde serva de Deus, num lampejo divino, disse à dirigente: “Não dê oportunidade a ele. E um mentiroso, falso e procurado pela polícia...!”. Foi um mal-estar, pois a dirigente já ia anunciar a oportu nidade ao visitante. Mas, diante da advertência, não o fez. Foi criticada por um santo irmão, que achou uma falta de respeito a um “servo de Deus”, “filho de uma autoridade pública”. Esse também convidou o visitante para ir à sua casa, num gesto de desagravo e de hospitalidade. No caminho, dizia ao visitante: “Essas irmãs não têm sabedoria”. E pediu desculpas pelo constrangimento. Recebeu-o em casa, apresentou à família, e ofereceu dormida ao desconhecido.

Pela madrugada, alguém bateu à porta. O anfitrião foi abrir, e depa rou-se com policiais federais, apontando metralhadoras para sua casa, e dizendo que ele estava preso, pois dera acolhida a um criminoso, es- telionatário, que vinha sendo rastreado em sua viagem. Quem revelaria tal coisa a uma simples serva de Deus? Sem dúvida, foi a operação do dom da ciência, num momento crucial. Este exemplo é prova de que Deus não muda. Agiu nos tempos antigos. E age em todos os tempos.

E preciso entender a diferença entre o dom da sabedoria e o dom da palavra da ciência. A ciência é o conhecimento profundo, concedido por Deus, em relação às coisas divinas ou às coisas dos homens, que estão além do conhecimento natural. O dom da sabedoria refere-se à utilização do conhecimento em questões práticas da vida. Conheci mento sem sabedoria é puro exercício intelectual infrutífero e diletante. O cristão deve ter conhecimento de Deus para viver o cristianismo de forma concreta, no seu dia a dia.

III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS