• Nenhum resultado encontrado

O fluxo de caixa demonstra todo o montante de recebimentos e pagamentos por uma entidade em um determinado período de tempo, podendo estar ligado a um projeto específico, sendo, portanto, um importante instrumento gerencial capaz de controlar e informar todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores monetários) de um dado período.

O fluxo de caixa pode ser diário ou semanal para gerenciamento em curto prazo, mensal, trimestral ou anual quando for um planejamento a médio e longo prazo, pois o “horizonte coberto pelo fluxo de caixa é estabelecido em função de objetivos e metas definidos pela administração”, (DORNELAS, 2008, p.155).

Para Zdanowicz (1997, p.04) o fluxo de caixa:

É um mecanismo gerencial que mostra a situação financeira de sua empresa para um determinado período de tempo. Ele examina o total de recebimentos e pagamentos da empresa, nesse período de tempo, mantendo sob controle o seu caixa, avisando- lhe das sobras de dinheiro à sua disposição ou da sua falta. Na verdade, é um planejamento, uma organização e um controle financeiro de seu negócio.

No entendimento de Santos (2001), o fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que objetiva fornecer estimativas de caixa da empresa ou de um projeto específico em determinado período de tempo futuro. A partir dele é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Pode servir ainda como método de avaliação de alternativas de investimento.

O fluxo de caixa é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar e a receber, controle de vendas, de despesas, de saldos de aplicações, e todos os demais que representem as movimentações de recursos financeiros disponíveis da organização, possibilitando o planejamento e o controle destes. Entretanto somente será possível fazer as projeções dos fluxos de caixa futuros com exatidão, se for possível conhecer o passado de forma minuciosa.

Neto e Silva (2002) apontam como principais finalidades do fluxo de caixa informar a capacidade da entidade para liquidar seus compromissos perante terceiros, bem como permitir o planejamento de contratações de financiamentos, maximização dos rendimentos das aplicações das sobras de caixa, além de permitir a avaliação do impacto financeiro tanto das variações nos custos quanto das vendas.

Explicam ainda que para uma empresa ter continuidade, a mesma deve honrar seus compromissos, liquidando-os corretamente, e para tanto precisam apresentar suficiente saldo em caixa nas datas de vencimento, pois em isto não ocorrendo, ou seja, caso haja insuficiências de caixa, poderão ocorrer cortes nos créditos, cancelamento de entregas de mercadorias, acarretando o fechamento da entidade.

Sendo assim, a análise dos fluxos de caixa é indispensável na avaliação de viabilidade de um projeto/investimento, pois por apresentar a forma como a empresa gera e usa seus recursos de da caixa, possibilita que se avalie se os valores gerados por essa nova atividade serão suficientes para cobrir os gastos envolvidos, ou seja, permite avaliar se as receitas geradas serão maiores do que as despesas envolvidas.

2.9.1 A Estrutura do Fluxo de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa, segundo Campos Filho (1999) é composta por quatro grandes grupos:

Disponibilidades: abrange o dinheiro em Caixa, o saldo existente nas contas correntes nos bancos, e aplicações financeiras cujo prazo de vencimento seja de até três meses a contar da data da aplicação.

Atividades Operacionais: geralmente, envolvem a produção e entrega dos bens/prestação de serviços, correspondendo às contas que compõe a Demonstração do Resultado do Exercício.

Atividades de Investimentos: abrangem aplicações financeiras com prazo superior a três meses, empréstimos concedidos, terrenos, móveis, utensílios, instalações, máquinas e equipamentos, veículos, entre outras, geralmente correspondendo ao grupo do Ativo Não Circulante do Balanço Patrimonial.

Atividades de Financiamentos: abrangem recursos de terceiros e recursos próprios recebidos no período, como por exemplo, empréstimos bancários, financiamentos/ leasing, recursos próprios, subtraídos os dividendos pagos.

No entendimento de Iudícibus e Marion (2010) os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender compromissos de curto prazo, e não com a finalidade de investimentos ou outros fins. Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são originados das principais atividades geradoras de receita da entidade, sendo um indicador de que os fluxos de caixa das operações da empresa são suficientes para cobrir amortizações de empréstimos, manter a capacidade operacional e fazer novos investimentos sem utilizar fontes externas de financiamento. Quanto aos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento, representam a extensão dos desembolsos de recursos efetuados pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa futuramente. Por meio da divulgação

dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento são demonstradas as exigências sobre os futuros fluxos de caixa.

Segundo estes mesmos autores, a classificação por atividades fornece informações aos usuários permitindo a avaliação do impacto causado por cada uma destas atividades sobre a posição financeira da entidade, e o montante de caixa e equivalente de caixa, sendo que esta estrutura serve para qualquer tipo de empresa, independente de seu porte e de seu ramo de atividades.

2.9.2 Métodos de Geração de Fluxo de Caixa

Existem duas formas de apresentar o Fluxo de Caixa: o Método Direto e Método Indireto, sendo que a diferenciação está na forma de encontrar o fluxo de caixa das atividades operacionais.

Pelo método direto, há a evidenciação dos valores das entradas e das saídas que efetivamente geraram ou consumiram caixa das operações, ou seja, as principais classes de pagamento e recebimentos brutos são divulgadas.

O Método Direto, para Campos Filho (1999, p.29-30), “consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem do método é que permite gerar as informações com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência da legislação fiscal”. Deste modo, no entendimento do autor, este método facilita a administração financeira da empresa, pois permite conhecer se os problemas financeiros têm origem operacional, nos investimentos, nos financiamentos, ou ainda numa combinação destes.

Por sua vez, o Método Indireto, consiste em ajustar o lucro líquido para reconciliá-lo ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais, demonstrando como se formou a diferença. Dentre suas principais vantagens destaca-se o fato de que “apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade”, (CAMPOS FILHO, 1999, p.48).

Deste modo, pelo Método Indireto, o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais é encontrado pela conciliação do Resultado Líquido do Exercício com a efetiva variação do caixa, ou seja, quanto aos efeitos das mudanças nos estoques e nas contas operacionais a pagar e receber, quanto aos itens que não afetam o caixa, como por exemplo,

depreciação, provisões, impostos diferidos, resultado de equivalência patrimonial, e em investimentos e participações de minoritários quando for o caso, e todos os itens que causem efeitos nos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento e investimento, (IUDÍCIBUS e MARION, 2010).

Entretanto, cabe salientar que a utilização do método indireto é mais aconselhável para fins gerenciais, pois demonstra detalhadamente a geração do fluxo de caixa operacional pela entidade em um determinado período de tempo.

3 ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA LOJA DE CONFECÇÕES: Estudo aplicado

A elaboração deste Plano de Negócios teve como propósito a análise de viabilidade da abertura de uma Loja de Confecções na cidade de Jóia - RS, para a comercialização de moda feminina, masculina, infantil e acessórios.

Documentos relacionados