• Nenhum resultado encontrado

Os indicadores de viabilidade são importantes instrumentos existentes na área de custos, utilizados para sustentar o processo decisório no gerenciamento de um negócio, pois evidenciam as análises de custo/volume/lucro, demonstrando as relações existentes entre as vendas, os custos e o lucro alcançado ou desejado pela empresa.

Estes indicadores de viabilidade são: margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança.

2.7.1 Margem de Contribuição

A margem de contribuição representa a capacidade de cobertura dos custos fixos e conforme Bornia (2010) é o montante das receitas auferidas, deduzidos os custos variáveis, representando a parcela do preço de venda que sobra para cobrir os custos e despesas fixas e gerar lucro. Pode ser calculada da seguinte forma:

Margem de Contribuição (MC) = Preço de Venda – Custos Variáveis

Para Crepaldi (1998, p.229) “a margem de contribuição expressa, em última estância, potencial de cada elemento em gerar recursos para fazer face ao custo estrutural da empresa”, e ensina a calcular a margem de contribuição no comércio de mercadorias da seguinte forma:

Preço de Venda Unitário (-) custo da mercadoria vendida (-) despesas de distribuição

(=) Margem de contribuição unitária.

Por sua vez Padoveze (2000, p.269) corrobora dizendo que a margem de contribuição:

Representa o lucro variável. É a diferença entre preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa.

Assim, se a margem de contribuição for positiva, significa que o produto está deixando alguma margem de lucro para empresa, a qual será utilizada para cobrir os custos fixos e gerar lucro. Já se a margem de contribuição for nula, representa o ponto de equilíbrio, onde não há lucro e nem prejuízo. Porém se for negativa, significa que se está tendo um prejuízo.

Cabe salientar que a margem de contribuição pode indicar a estratégia de posicionamento adotada pela empresa, como por exemplo, as atacadistas, que trabalham com uma margem de contribuição muito pequena, mas com um grande volume de vendas. Por

outro lado, existem empresas que atuam em segmentos de artigos de luxo, onde a margem de contribuição é elevada, mas o volume de vendas é reduzido.

2.7.2 Ponto de Equilíbrio

Segundo Crepaldi (1998) a expressão ponto de equilíbrio, é a tradução do termo

Breakevenpoint, e refere-se ao nível de venda em que não há nem lucro e nem prejuízo, ou

seja, onde o total dos custos se iguala ao total das receitas. Para Padoveze (2000, p.269) o ponto de equilíbrio:

Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros” “a informação do ponto de equilíbrio da empresa, tanto do total global, como por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar.

Diversas são as vantagens de utilização do cálculo do ponto de equilíbrio, dentre as quais Vieira et al (2003a, p.45) cita:

A partir dele o gestor poderá ter uma noção de quantas unidades deverão ser vendidas para se obter determinado montante de lucro, bem como os reflexos que terá no resultado da empresa se aumentar os custos fixos, além de poder analisar qual seria a consequência de um determinado desconto no preço de venda, e ainda, com um aumento ou diminuição no preço de venda, saber como ficará o resultado.

O ponto de equilíbrio pode ser contábil, econômico e financeiro. De acordo com Bornia (2010), para o cálculo do ponto de equilíbrio contábil são considerados todos os custos e despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa, e representam o volume de vendas necessário para cobrir todos os custos, com lucro nulo. Já para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, são considerados apenas os custos desembolsáveis, ou seja, aqueles que realmente oneram financeiramente a empresa, correspondendo ao montante que a empresa deve vender para cobrir suas necessidades de desembolso, portanto para este cálculo não devem ser considerados os gastos com depreciação, amortizações ou exaustões.

Por sua vez, o ponto de equilíbrio econômico, representa a quantidade de vendas necessárias para que a empresa consiga cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela

investido, ou custo de oportunidade, de modo que o lucro obtido deve se igualar à remuneração do capital próprio, (BRUNI e FAMÁ, 2004).

Portanto o conhecimento do ponto de equilíbrio é “de grande utilidade, pois possibilita ao empresário saber em que momento seu empreendimento começa a obter lucro e, assim, torna-se uma importante ferramenta gerencial”, (DORNELAS, 2008, p.155), portanto, sua análise é indispensável para que seja possível a determinação do nível mínimo em que a empresa deve operar para garantir sua viabilidade.

2.7.3 Margem de Segurança

Margem de segurança é definida por Bornia (2010) como o volume de vendas que excede às vendas calculadas no ponto do equilíbrio, representando o quanto as vendas podem diminuir sem que a empresa tenha prejuízo, podendo ser representada tanto em unidades físicas ou monetárias ou na forma percentual. É calculada pelo uso da seguinte formula:

vendas (-) vendas no PE

Margem de segurança (%) = ---

vendas

Portanto, assim como os demais indicadores de viabilidade, a análise de margem de segurança é indispensável no gerenciamento de um negócio, pois permite conhecer a margem existente entre as vendas desejadas e o ponto de equilíbrio.

Documentos relacionados