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foi visualizada dentro da caixa craniana a massa

No documento MOISÉS DAVID DAS NEVES (páginas 182-186)

RACIOCÍNIO

E... foi visualizada dentro da caixa craniana a massa

branca central com vários fiozinhos e um fio mais grosso, de onde saiam fiozinhos em direção a vários partes do corpo

(resultado observado)

05

Observador-participante - O grupo esqueceu

de mencionar as conclusões do experimento, mas ficou implícito que eles confirmaram o pensamento que o sistema nervoso é um conjunto de tecidos concentrados no cérebro e espalhados pelo corpo.

Portanto... o sistema nervoso é um conjunto de tecidos concentrados no cérebro e espalhados pelas diversas partes do corpo (conclusão)

Fonte: os recortes de 01 a 03 são da primeira socialização; o recorte 04 é da segunda.

Com base nos passos já analisados e nos discursos acima, deduzo que o grupo G5 desenvolveu o padrão de raciocínio se / e / então / e ou mas / portanto durante as atividades em torno do problema sobre o que é o sistema nervoso e onde este se localiza.

O recorte 01 traz a hipótese apresentada numa sentença declarativa, expressando o raciocínio de explicação prévia para o sistema que será pesquisado, o qual pôde ser traduzido com a paráfrase contendo o elemento se.

O diálogo do aluno B com o professor-coordenador, no recorte 02, evidencia o que estava sendo planejado para testar a hipótese do grupo, representando o padrão e referente ao teste imaginado.

A previsão de resultados (recorte 03), não é incluída no relatório, mas também aqui fica evidente que a expectativa do grupo é confirmar, então, o que foi descrito na hipótese: “nós achamos também que ele (...) tá concentrado e também espalhado por toda parte do corpo”. O uso do verbo achar e o contexto em que este

é empregado apoia essa dedução.

No recorte 04, o discurso do aluno B detalha os resultados observados pelo grupo G5, utilizando-se de inflexões verbais que denotam a ação de observação:

percebemos que (...) há uma massa (...) saíam vários fiozinhos para as diversas partes do corpo. Por confirmar a hipótese, esta etapa corresponde ao segundo e do

padrão de Lawson (2002, 2004).

Embora durante a socialização ao auditório, o grupo G5 não tenha mencionado suas conclusões, é possível perceber que houve um raciocínio conclusivo pelo contexto da fala anterior, confirmando a existência do padrão portanto. No recorte 05, registro como os alunos poderiam ter expressado oralmente este pensamento.

Os passos do segundo problema trabalhado pelo grupo de alunos G5

Com a conclusão do experimento anterior, o G5 pôde visualizar e compreender o funcionamento do sistema nervoso. Este estudo anatômico fundamentou o grupo em busca de respostas para a sua primeira inquietação sobre a relação entre um trauma na cabeça e a perda de movimentos dos membros. Eles continuaram sendo motivados pela mesma observação intrigante e a mesma pergunta causal (recortes 01 e 02). Assim, partiram para nova problematização, cujos passos são demonstrados a seguir.

Quadro 10 - Identificação dos passos seguidos pelo grupo G5 na resolução do problema “Os nervos estão ligados ao movimento?”

N° do

Recorte Discursos do método Passos

01

Aluno B – A paralisia de braço e pernas sofrida pelo garoto do

filme continuava sendo a impressionou o grupo e o estimulou a fazer também o segundo experimento.

Observação intrigante 02 Observador participante – Por que um baque na cabeça causa

perda de movimentos?

Pergunta causal 03 Aluno B – Aí surgiu outra pergunta que foi: será se esses

fiozinhos (nervos) podem estar ligados ao movimento?

Questão problema 04

Aluno B – Então, tivemos as nossas hipóteses que sim, que esses fiozinhos podiam enviar um comando e fazer o movimento

da pata do camundongo. Formulação

de hipótese 05 Aluno A hipótese é que sim. – o nervo estimula o músculo ou não? (...) A nossa

06

Aluna A – Nós vamos (...) procurar o músculo dele, o nervo, né. E vamos usar uma bateria (segue diálogo com o professor sobre

o teste da bateria visto em um filme)

Aluna A – (...) Nós vamos tentar também com várias coisas pra ver o que vai dar certo: a bateria, o fogo...

Professor-coordenador – Mas como vão fazer isso

experimentalmente, vão queimar o bichinho? (em tom coloquial) Aluna A – Não, vai só chegar perto (risos).

Professor-coordenador – Ah, vai calor, então. Menos mal. Aluna A – É e luminosidade também (...) e magnetismo, com um imã (...) Nós vamos tentar pra ver qual vai dar certo.

Professor-coordenador – Então, vocês estão acreditando que existem diferentes formas de energia capazes de produzir contração muscular?

Aluna A - É.

Planejamento de testes

07

Aluna A- (...) Sem o nervo, acho que o músculo não serviria pra nada porque não receberia o comando do cérebro, vão os três

trabalhando junto. Previsão de

resultados 08

Aluno B – (...) esses fiozinhos, eles podem estar ligados à massa branca central, pode enviar um comando, e desse comando (...) fazer o movimento da pata.

09

Aluno B – (...) procuramos novamente até achar um fiozinho branco (...) ligado a uma massa vermelha (músculo) (...) e aí, testamos vários tipos de energia, que era a energia térmica [o calor], uma pinça esquentada pelo fogo; a energia mecânica, que seria tátil, pegar no nervo ou fiozinho; a magnética, que seria utilizar um imã; e a energia elétrica, que utilizamos uma bateria.

Execução dos testes

10

Aluno B - (...), sobre as energias: a energia térmica não

aconteceu nada; a energia mecânica, pegamos no fiozinho e não aconteceu nada; a energia magnética, botamos o imã, não aconteceu nada; somente a energia elétrica fez um estímulo que fez com que a pata do camundongo se mexesse.

Resultados observados

11 Aluno B – E aí concluímos que esses fiozinhos brancos estão

ligados (...) ao movimento. Conclusão

Fonte: recortes 05 a 07 são da socialização 1; recortes 03 e 04 e de 08 a 11 são da socialização 2.

Este exemplo do grupo G5 mostra que a mesma observação intrigante e a mesma pergunta causal podem conduzir a vários ciclos de pesquisa (LAWSON, 2004). No recorte 02, a expressão que informa a nova questão-problema do grupo confirma a ideia de sequência: Aí surgiu outra pergunta (...): será se esses fiozinhos

pois cogita a relação entre variáveis: será que a causa dos movimentos vêm da ligação desses fiozinhos com o cérebro?

Quanto à hipótese do grupo (recortes 04 e 05), ela é constituída de declaração afirmativa para a pergunta acima e para outra mais direta: o nervo

estimula o músculo ou não? Em resumo, a hipótese era que os nervos levam

informação do cérebro até o músculo para que este se movimente.

No diálogo do recorte 06, temos a aluna A relatando o planejamento do experimento e o professor-coordenador intervindo de maneira bem humorada e coloquial, novamente no intuito de ajudar os participantes a “falar ciências” (CARVALHO, 2009). A ideia do G5 era testar o nervo e confirmar se ele movimenta o músculo, para isso usariam diferentes tipos de estímulos. Ao final o professor parafraseia as falas da aluna da seguinte maneira: Então, vocês estão acreditando

que existem diferentes formas de energia capazes de produzir contração muscular?

A pergunta não objetiva necessariamente esclarecer uma dúvida, é usada para que os alunos percebam outra maneira de dizer o mesmo texto.

Quanto à previsão dos resultados para os testes, os recortes 07 e 08, um da primeira e outro da segunda socialização, mostram um detalhamento da hipótese:

sem o nervo, acho que o músculo não serviria pra nada porque não receberia o comando do cérebro, vão os três trabalhando juntos. E ainda: esses fiozinhos eles podem estar ligados à massa branca central, podia enviar um comando, e desse comando (...) fazer o movimento da pata do camundongo. Vale ressaltar que mesmo

sem o comando para especificar os resultados esperados, eles demonstram o que esperam ver. Mais uma evidência de que o processo existe, ainda que de forma inconsciente.

No recorte 09, está o discurso do aluno B contando como o G5 executou seus testes. Os resultados observados estão no recorte 10, onde ele informa:

somente a energia elétrica fez um estímulo que fez com que a pata do camundongo se mexesse. E a conclusão vem em seguida, confirmando que os “fiozinhos” estão

ligados ao movimento e sustentando a hipótese.

Era visível a satisfação do grupo por terem construído eles próprios esse conhecimento.

O padrão de raciocínio presente no segundo problema do G5

Após serem evidenciados os passos seguidos pelos alunos do grupo G5 na resolução do problema ligado ao movimento do músculo, apresento no quadro a seguir evidências de que o padrão de raciocínio se / e / então / e ou mas / portanto acompanhou as atividades desenvolvidas.

Quadro 11 - Padrão de raciocínio usado pelo grupo G5 na resolução do problema “Os nervos estão ligados ao movimento?”

N° do

Recorte Discursos

Paráfrase do padrão de raciocínio 01 Aluna A – o nervo estimula o músculo ou não? (...) A

nossa hipótese é que sim. Se... os nervos levam informação do cérebro até o músculo para que este se movimente (hipótese) 02 Aluno B esses fiozinhos [nervos] podem estar ligados ao movi-– Aí surgiu outra pergunta que foi: será se

mento? Então, tivemos as nossas hipóteses que sim (...)

03

Aluna A – Nós vamos (...) procurar o músculo dele e o nervo [do camundongo] e vamos usar uma bateria (segue diálogo sobre o teste da bateria)

Aluna A – Nós vamos tentar também com várias coisas pra ver o que vai dar certo: a bateria, o fogo... (...) e luminosidade também (...) e magnetismo

Professor-coordenador – Então, vocês estão

acreditando que existem diferentes formas de energia capazes de produzir contração muscular?

Aluna A - É. E... expusermos o nervo a estímulos provocados por diferentes formas de

No documento MOISÉS DAVID DAS NEVES (páginas 182-186)

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