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INCIDÊNCIA DO TRABALHO INFANTIL EM DIFERENTES PAÍSES: O QUE MOSTRAM OS INDICADORES INTERNACIONAIS

2.2 Fontes de informação e questões

de natureza metodológica para a comparação entre países

Nesta seção nosso objetivo é, a partir da comparação entre países, identificar alguns indicadores socioeconômicos e demográficos que nos ajudem entender as diferenças entre eles quanto à incidência do trabalho infantil.

A ideia subjacente é a de que, podendo o trabalho infantil em um país ser interpretado como a resultante da interação entre a lógica de mercado (demanda por mão de obra infantil), as decisões familiares (momento de ingresso de cada membro no mundo do trabalho) e as ações do Estado (conjunto de normas e políticas que afetam o trabalho infantil), a comparação entre países quanto a variáveis que possam expressar diferentes perfis de mercado (dados econômicos), das famílias (dados demográficos) e do Estado (dados fiscais e de acesso a bens públicos) poderá nos auxiliar no entendimento das diferenças existentes entre eles quanto à incidência do trabalho infantil 15.

Na medida em que seja possível identificar um conjunto de fatores (que podemos expressar na forma de “variáveis independentes”) aos quais possamos associar a maior ou menor incidência de trabalho infantil (“variável dependente”), poderemos situar o Brasil no cenário internacional. Desta maneira poderemos definir indicadores com base nos quais possamos comparar Estados e municípios brasileiros para entender porque, no país, a incidência de trabalho infantil é mais ou menos elevada em alguns lugares que em outros.

Mas para isso é necessária uma breve reflexão sobre três ordens de dificuldades que limitam a utilização de dados sobre o trabalho infantil e impõem cautela tanto no que diz respeito à sua escolha quanto à sua interpretação. São eles a disponibilidade de informações, a comparabilidade dos dados, e o efeito de ocultação das desigualdades decorrente da utilização de médias ou valores para grandes agregados. O entendimento dessas três ordens de dificuldades é necessário para orientar a própria escolha das variáveis e dos países a serem comparados.

Quanto à disponibilidade, existe grande quantidade de informações em variadas fontes. Basta mencionar uma das bases de dados que a OIT disponibiliza em sua página eletrônica, a LABORSTA, na qual encontramos dados oriundos de nada menos que 582 levantamentos nacionais, realizados entre 1947 e 2008, apenas para citarmos os que têm informações sobre as taxas de ocupação de pessoas com até 14 anos de idade.

O quadro 2 apresenta algumas informações sobre esta e outras fontes localizadas. Para cada uma estão mencionadas as principais variáveis, as formas de agregação, a cobertura (número de países) e os períodos abrangidos, evidenciando haver considerável massa de informações úteis para diferentes interesses analíticos. Elas contêm dados oriundos de levantamentos quantitativos de diversos tipos, censitários ou amostrais, em geral de cobertura nacional, sobre condições de vida, mercado de trabalho, saúde e demografia, e trabalho infantil, entre outros.

Mas apesar da grande quantidade de dados, da diversidade de formas de levantamento, e da facilidade de acesso aos mesmos, já que estamos nos referindo apenas a fontes disponíveis em páginas eletrônicas, há algumas limitações quanto à disponibilidade de informações que não podem ser ignoradas.

A primeira delas é que, em função dos levantamentos a partir dos quais os dados são aproveitados para a organização das bases, na maior parte das fontes podem ser obtidas apenas informações relativas às taxas de atividade econômica por grupos de idade.

Em segundo lugar, estas taxas são muitas vezes calculadas a partir de dados sobre o trabalho com relação empregatícia e realizado fora de casa. Dificuldades de natureza metodológica para a coleta de dados, e elevados custos, resultam que sejam menos frequentes os levantamentos que fornecem outras informações também relevantes para o dimensionamento e caracterização do trabalho infantil. Em muitos casos, a depender das relações de trabalho envolvidas (por exemplo, trabalho junto à família) ou do tipo de atividade desempenhada pela criança ou adolescente, tais levantamentos sequer as caracterizam como trabalho.

Em terceiro lugar são mais raros os levantamentos nacionais que coletam e disponibilizam dados sobre trabalho para a população abaixo de 10 anos. Mesmo para o grupo de 10 a 14 anos, para os países economicamente mais desenvolvidos, a disponibilização de informação atualmente é bastante rara já que não mais incluem este grupo de idade em questões sobre o trabalho em suas enquetes nacionais.

Quadro 2

Fontes com dados estatísticos sobre o trabalho infantil

para vários países conforme as informações que disponibilizam

Organismo /

fonte Principais variáveis

Formas de agregação e de

apresentação dos dados cobertura e períodos

BID / Sociómetro- BID

população economicamente ativa de 10 a 14 anos (taxa de participação)

por sexo, região, área de moradia (urbana ou rural), raça e quintis de renda / percentuais

21 países (América Latina e Caribe); anos de 1986 a 2012 (conforme disponibilidade por país)

CEPAL / Anuários Estatísticos

população economicamente ativa de 10 a 14 anos (taxa de

participação) por sexo / percentuais

25 países (América Latina e Caribe); anos de 1970, 1980 e 1985 (para todos os países) CEPAL / Boletim Demográfico

população economicamente ativa de 10 a 14 anos (números absolutos e taxa de participação estimados com base em levantamentos censitários)

por sexo /

números absolutos e percentuais

20 países (América Latina e Caribe); anos de 1950, 1955, 1960, 1965 e 1970 (para todos os países)

Banco Mundial / Dados: indicadores

população de 7 a 14 anos economicamente ativa (taxa de participação)

taxas de incidência por sexo; e distribuição percentual por setores (primário, secundário e terciário), por frequência à escola ou não, e quanto ao tipo de vínculo (assalariado, familiar etc.) 98 países; anos de 1994, 1996, e de 1998 a 2012 (conforme disponibilidade por país) OIT / Laborsta (1) população de 10 a 14 anos economicamente ativa (números absolutos e taxas de participação)

por sexo /

números absolutos e percentuais

582 levantamentos em 128 países; nos anos de 1947, 1950, 1951, 1953, 1956, 1957, de 1960 a 1966, e de 1970 a 2008 (conforme disponibilidade por país)

OIT / CL.Info

população de 5 a 14 anos envolvida em atividades econômicas e outras variáveis relativas à família, demografia, situação de estudo, quintis de renda, setor de atividade, horas trabalhadas, afazeres domésticos etc.

por sexo, grupos de idade (5- 11; 12-14; 15-17, e 5-14 anos), área de moradia (urbana ou rural) / números absolutos e percentuais, conforme o caso

20 países; de 2001 a 2008

(um levantamento por país)

OIT, UNICEF e Banco Mundial / UCW – indicadores de trabalho infantil (2)

população de 5 a 14 anos envolvida em atividades econômicas e outras variáveis tais como situação de estudo, quintis de renda, setor de atividade, horas trabalhadas, afazeres domésticos etc., conforme disponibilidade nas fontes primárias

por sexo, idade (5, 6, 7 … 14), área de moradia (urbana ou rural), entre outras formas de agregação / números absolutos e percentuais, conforme o caso 329 levantamentos em 106 países; período de 1994 a 2011 (conforme disponibilidade por país) UNICEF / Childinfo

população de 5 a 14 anos envolvida em trabalho infantil (taxa de participação)

dados por sexo, área de moradia (rural ou urbana) e quintis de renda /

percentuais

103 países;

período de 2000 a 2010 (um levantamento por país)

Fontes: ANCO … – BID, 2014; BANCO MUNDIAL, 2014a, 2014b; COMISIÓN … – C PA , 1985, 1986, 1996; UNDO … – UNIC , 2014; ORGANIZAÇÃO … – OIT, 2014c; ORGANIZACIÓN … – OIT, 2014a, 2014b; UCW – …, 2014. Notas: Dados trabalhados pelo autor.

(1) Dos 582 levantamentos, 496 apresentam dados para o grupo de 10 a 14 anos de idade, e 86 para outros grupos de idade (10 a 15, 11 a 12, 11 a 14, 12 a 14, 13 a 14, e 14 anos). Para levantamentos de 2009 em diante a OIT disponibiliza as informações em outra base, denominada ILOSTAT, prevista para incorporar e substituir a LABORSTA. Mas, para o grupo de 10 a 14 anos de idade, a ILOSTAT disponibiliza somente dados relativos aos países que adotam idade mínima para o trabalho inferior aos 15 anos.

(2) Em alguns casos, em função das próprias fontes das quais os dados são oriundos, as variáveis e formas de agregação são diferentes do padrão geral de apresentação adotado.

Uma quarta limitação é que, com a exceção de estudos específicos e de cobertura mais limitada, há pouca disponibilidade de informação estatística que permita o dimensionamento, para qualquer grupo de idade, das piores formas de trabalho infantil.

E, por fim, a julgar pelos dados disponíveis nas fontes mencionadas no quadro 2, há muitos países sem nenhuma ou com informação pouco confiável para o período recente, incluindo alguns dos mais populosos como a China, a Índia, os Estados Unidos e a Federação Russa.

Assim, até mesmo a OIT trabalha com estimativas em seus estudos voltados ao dimensionamento e monitoramento dos avanços mundiais em relação ao trabalho infantil 16.

De forma a suprir tais lacunas, melhorar a disponibilidade de informações e permitir melhor dimensionamento em nível mundial e em muitos países, a OIT desenvolve, desde o final dos anos 90, o Programa de Informação Estatística e Monitoramento do Trabalho Infantil (SIMPOC, na sigla em inglês), por meio do qual já forneceu suporte para mais de 60 levantamentos sobre o trabalho infantil em todo o mundo. Esse esforço vem permitindo maior padronização quanto ao tipo de informação levantada, formas de coleta, e agregação dos dados, o que viabiliza maior segurança na sua utilização para fins de análise comparativa.

Mas também quanto à comparabilidade dos dados disponibilizados a respeito dos diferentes países existem limitações e precauções necessárias.

A primeira é que as legislações definem de formas distintas o que seja o trabalho infantil. É certo que as Convenções nº 138 e nº 182, além de outras ações desenvolvidas em âmbito internacional, vêm resultando, ao longo dos anos, na construção de amplo consenso a respeito, conforme já comentado e ilustrado no esquema 3 (p. 106).

16. Para uma discussão sobre os procedimentos empregados para as estimativas globais do trabalho infantil, ver Organização … – OIT (2010; 2013, gráfico 22) e Diallo et al. (2010). Para as orientações da OIT relativas à padronização dos levantamentos a respeito, ver Organización … – OIT (2005; 2008). Para os levantamentos realizados em diferentes países, ver a página eletrônica por meio da qual o Programa disponibiliza inclusive os microdados de vários deles (<http://www.ilo.int/ ipec/ChildlabourstatisticsSIMPOC/Questionnairessurveysandreports/lang--en/index.htm>).

Mas há diferenças, de maneira que para o adequado dimensionamento do trabalho infantil em cada país (e a comparação entre eles) não basta conhecermos a proporção da população economicamente ativa neste ou naquele grupo de idade já que, como visto, a própria Convenção nº 138 admite diferentes idades conforme cada situação e país.

Uma vez que, metodologicamente, tal limitação é atualmente incontornável a partir das informações disponíveis, o que se pode fazer é definir critérios de forma a que possamos trabalhar com um ou outro proxy, conforme o interesse analítico.

Em segundo lugar, para a comparação entre os países mesmo quanto às taxas de atividade econômica, são necessárias cautelas. Ainda enfrentamos limites decorrentes da falta de padronização dos dados disponibilizados, diferenças de natureza amostral e quanto à definição de variáveis, além de outras como a forma de coleta, os questionários adotados, o plano tabular, e até quanto às categorias empregadas para agregação das informações. Além disso, não se pode ignorar a existência de problemas associados à confiabilidade dos levantamentos, que podem decorrer tanto de equívocos metodológicos quanto de interesses políticos em jogo já que nem sempre os órgãos responsáveis trabalham com a necessária independência. Quanto a isso, os usuários de informações têm pouco mais a fazer do que definir alguns critérios sobre a oportunidade de uso de determinados dados. Estas limitações certamente não impedem a utilização confiável de grande quantidade de informações para uso comparativo, mas devem ser consideradas para a escolha das fontes e seleção dos dados conforme a finalidade analítica específica.

O terceiro problema relativo à comparação entre países diz respeito ao efeito de ocultação das desigualdades decorrente da utilização de médias ou valores para grandes agregados. Não é necessário citar números para compreendermos que ao comparamos países a partir das taxas de atividade econômica em determinado grupo de idade (7 a 14 anos, por exemplo), a variável escolhida oculta o fato de que em cada país há maiores ou menores diferenças quanto à incidência quanto aos sexos, aos vários subgrupos de idade (7 a 9, 10 a 12, e 13 e 14 anos, por exemplo), aos grupos de renda (1º e 5º quintis de renda, por exemplo), entre o rural e o urbano, e ainda mais entre as diferentes regiões, o que limita nossa compreensão sobre eventuais similaridades e diferenças entre os países comparados.

Mas, conforme será visto, apesar destas limitações, com as cautelas necessárias, a comparação entre países pode iluminar nossa percepção quanto aos principais fatores de desenvolvimento socioeconômico associados à maior ou menor ocorrência do trabalho entre crianças e adolescentes.

Quase sempre realizados ou apoiados pela OIT, há estudos que reúnem ou utilizam informações sobre o trabalho infantil em diferentes países, ainda que nem sempre com o objetivo de análise comparada. Alguns buscam compilar de forma padronizada informações de caráter diagnóstico sobre diferentes países, analisando- se para cada um deles as estatísticas disponíveis, as legislações, o perfil das crianças e adolescentes envolvidas no trabalho infantil, e as principais políticas e ações voltadas ao seu enfrentamento. São exemplos dois estudos realizados pela OIT para os países andinos e do Mercosul (ORGANIZACIÓN … – OIT, 1998b; 1998c).

Existem também pesquisas de caráter diagnóstico que utilizam informações já disponíveis em variadas fontes enquanto outras optam pela coleta de dados específicos em vários países na busca de aprofundamento do conhecimento sobre aspectos específicos do trabalho infantil. Este é o caso, por exemplo, de estudos que analisam o trabalho doméstico em países latino-americanos (ORGANIZACIÓN … – OIT, 2004; COMISIÓN … – CEPAL et al., 2009).

Utilizando informações para grande quantidade de países, dois estudos recentes realizados pela OIT buscaram associar objetivamente as diferenças quanto às taxas de incidência de trabalho infantil a outros indicadores econômicos e sociais.

Um deles comparou as diferenças de incidência de trabalho infantil na população de cinco a catorze anos entre os quintis de renda mais baixa e mais elevada para 14 países, e constatou diferenças muito acentuadas em quase todos eles (ORGANIZACIÓN … – OIT, 2013, p. xvi). O mesmo estudo identificou também, com base em dados relativos a 84 países, forte correlação (0,71) entre a incidência de trabalho infantil e o PIB per capita equiparado pela paridade de poder de compra (idem, p. 14).

De maneira ainda mais pronunciada, estudo publicado pelo Programa “Entendendo o Trabalho Infantil” (UCW – UNDERSTANDING CHILDREN’S WORK, 2010) utilizou grande quantidade de variáveis para um amplo conjunto de países, buscando

associar cada uma delas à maior ou menor ocorrência de trabalho infantil. Foram considerados dados relativos à assistência e desempenho escolar, mercado de trabalho, migração, e saúde. O emprego de técnicas de regressão confirmou a associação esperada entre maior incidência de trabalho infantil e menor frequência à escola, maiores taxas de repetência e de desistência, e menor vida escolar (menos anos de estudo). O estudo confirmou também a correlação negativa entre trabalho infantil e gasto público em educação, e entre trabalho infantil e acesso ao crédito. Para o caso latino-americano encontramos três estudos que analisam a incidência do trabalho infantil buscando associá-la a outras variáveis socioeconômicas.

Utilizando dados coletados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a partir da aplicação de aproximadamente 186 mil questionários em 16 países latino-americanos, Román Carrasco et al. (2013) analisaram as relações entre trabalho e escola e concluíram que:

Respecto de las características del niño trabajador en Latinoamérica, el estudio coincide con el conocimiento y evidencia disponible y revisada que identifican los principales determinantes o factores asociados a esta problemática. Así, se encuentra que aumenta la probabilidad de trabajo infantil entre los estudiantes varones, de nivel socioeconómico bajo, que habitan en contextos rurales y con madres de menor escolaridad. Fenómeno que se da en todos y cada uno de los países y con mayor incidencia entre los estudiantes de 6º grado que en los de 3º de primaria (ROMÁN CARRASCO et al., 2013, p. 16).

Na esteira da crise global de 2008-2009, outro estudo comparou indicadores relativos à pobreza, crescimento econômico e incidência de trabalho infantil em diferentes grupos de idade em 17 países latino-americanos, chamando atenção para o risco de que a crise viesse a interromper a trajetória de redução do trabalho infantil na região (ORGANIZACIÓN … – OIT, 2009b). O estudo identificou correlação positiva entre incidência de trabalho infantil e pobreza, seja esta diagnosticada a partir de insuficiência de renda (linha de pobreza) ou por outro índice de satisfação de necessidades básicas. Mesmo não dispondo de dados sobre a variação das taxas de trabalho infantil para a maior parte dos países no período abrangido pelo estudo, para o grupo de países com informações a respeito (Brasil, Colômbia, Costa Rica e Honduras) foi identificada forte correlação negativa entre as taxas de participação das crianças e adolescentes em atividades econômicas e as taxas de crescimento do PIB e do PIB per capita. (idem, p. 6-9).

Ao investigar os nexos entre trabalho infantil e pobreza em 18 países latino- americanos, Sauma (2007) apontou as mesmas tendências gerais, ou seja, a de que há maior incidência de trabalho infantil nos países com maiores taxas de pobreza. Quando medida pelo método de linha de pobreza (insuficiência de renda), o coeficiente de correlação encontrado entre o indicador adotado e a incidência de trabalho infantil foi de 0,54; e no caso de método que mensura a pobreza por indicador de satisfação de necessidades básicas, o coeficiente obtido foi de 0,44. Mas, ainda mais expressivos que estes coeficientes, foram os obtidos para expressar a correlação (negativa) entre a incidência de trabalho infantil e o gasto social per capita (-0,67), e também entre aquela e o gasto público per capita em educação (-0,62) neste conjunto de países (SAUMA, 2007, p. 21-23).

Conforme será visto na seção 2.4, chegamos a resultados similares para um grupo distinto de países. Mas antes disso, iniciaremos nosso esforço comparativo entre diferentes países analisando como evoluíram as taxas de atividade em um período de tempo mais longo.