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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FORMAS QUALIFICADAS

 Se o abandono efetivamente gera prejuízo para a Administração  pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.

 Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira  pena de detenção de 1 a 3 anos e multa

1.12 EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso.

O objeto jurídico é a regularidade da Administração Pública. O irregular exercício do cargo público perturba a normal atividade da máquina administrativa, causando prejuízo ao poder público em sua missão de prestação de serviços. Daí a incriminação do fato.

Tb incorre nesse delito o funcionário aposentado compulsoriamente (após completar 70 anos) e que continua trabalhando.

1.13 VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação.

A regra é a publicidade nos atos do Poder Público, porém existem certos atos que devem ser sigilosos para garantir a segurança da sociedade e do Estado (garantia constirucional).

Esse crime tem caráter subsidiário, ocorrendo somente se o fato não caracterizar um crime mais grave.

O delito é consumado no momento do ato da revelação do segredo. Por ser um crime formal, independe da real ocorrência de dano, bastando a potencialidade. É admissível a tentativa.

Funcionário mesmo afastado, aposentado ou em disponibilidade pode cometer esse crime. FIGURAS EQUIPARADAS

 Quem permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública.

 Quem se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

2. CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA

Pessoa exerce ou pratica ato de uma função que não lhe é devida.

O crime é consumado com a prática do primeiro ato de ofício, independente do resultado, ou seja, é um crime formal, não importando se o exercício da função usurpada é gratuito ou oneroso.

Admite tentativa.

Mas se o agente auferir vantagem estará tipificado o tipo qualificado.

Pode ser praticado por qualquer pessoa. Até o funcionário público pode praticar esse crime, desde que usurpe função distinta da sua.

2.2 RESISTÊNCIA

Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.

Comportamento é ativo

O ato não precisa ser justo, apenas precisa ser legal. É crime formal. Admite tentativa.

Se, em razão da resistência, o ato não se executa, tipifica-se a forma qualificada. Neste caso trata-se de um crime material.

Esse crime ocorrerá em concurso com o crime resultante da violência (lesão corporal ou até homicídio).

A resistência pode ser entendida como a desobediência qualificada pelo emprego de violência ou ameaça.

2.3 DESOBEDIÊNCIA

Desobedece ordem legal, sem emprego de violência ou ameaça. Tem que ser ordem, e não mero pedido. E essa ordem precisa ser direta e individualizada.

Comportamento é passivo.

A ordem não precisa ser justa, apenas precisa ser legal. 2.4 DESACATO

Desrespeitar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. Realizar conduta capaz de menosprezar a função pública exercida por determinada pessoa.

OBJETO JURÍDICO  Tutela-se a Administração Pública no que concerne à dignidade, ao prestígio e ao respeito devidos aos seus agentes no exercício da função. Secundariamente, Tb se resguarda a honra do funcionário público.

OBJETO MATERIAL  é o funcionário público contra quem se dirige a conduta criminosa. No crime de desacato, o funcionário público deve estar no exercício da função; ou, ainda que fora do exercício, a ofensa deve ser feita em razão da função. É o caso, por exemplo, do particular que encontra um juiz em um supermercado e diz: “juiz é tudo ladrão, inclusive você”. No desacato, a ofensa não precisa ser presenciada por outras pessoas.

O desacato pode ser cometido por palavras, gestos, gritos ou agressões. Mas é imprescindível que seja cometido na presença do sujeito passivo, não sendo possível por meio de carta, telefone ou televisão, nestes casos podendo ocorrer a injúria.

No desacato a ofensa é funcional, e o rime de ação pública incondicionada. Na injúria a ofensa é pessoal, e o crime é de ação privada.

Aquele que insulta deve saber que o outro é funcionário público. Se não souber será injúria somente.

É um crime formal. Desta forma, para a sua consumação, independe se o funcionário se sentiu ofendido ou não, bastando que a conduta seja capaz de causar dano à sua honra profissional.

Funcionário de férias, licença ou folga Tb pode ser desacatado em razão da sua função. Já o aposentado não pode mais ser desacatado, com exceção do juiz que é vitalício.

2.5 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem (de qualquer natureza, podendo até ser vantagem sexual), a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função. O particular não pode ter realmente a influência sobre o funcionário. Se ele tiver a influência realmente, o funcionário estará atuando junto com o particular e ambos responderão por corrupção passiva.

O crime é contra a Adm Pública, mesmo o funcionário não estando envolvido, pois passa a imagem de que o funcionário público é corrupto.

No verbo obter, trata-se de CRIME MATERIAL e a consumação ocorre no momento em que o sujeito obtém a vantagem (ou a promessa). Nos verbos solicitar, exigir e cobrar temos o CRIME FORMAL e a consumação opera-se com a simples ação do sujeito.

Não admite a modalidade culposa. Admite tentativa

CAUSA DE AUMENTO DE PENA  aumenta a pena da metade se o agente alega ou insinua que a vantagem Tb será usada para pagar o funcionário público.

2.6 CORRUPÇÃO ATIVA

Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício

Pena  reclusão de 2 a 12 anos e multa Viola o principio da moralidade.

É um crime formal.

Se o ato já foi praticado e o oferecimento da vantagem ocorre depois dessa prática, o fato é atípico.

Só existe o crime se o particular oferecer. Se ele apenas entregar não há crime.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA  aumenta de 1/3 se o funcionário realmente retarda ou omite ato de ofício, ou pratica o ato infringindo dever funcional.

2.7 CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando é a entrada ou saída de produto proibido ou que atente contra a saúde ou a moralidade. Já o descaminho é a entrada ou saída de produtos permitidos, mas sem passar pelos tramites burocráticos / tributários devidos.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA  aplica pena em dobro se o crime é praticado com uso de transporte aéreo.

3. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 3.1 DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA

Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. (ou o crime não ocorreu ou ao foi a pessoa denunciada que o praticou)

PENA  reclusão de 2 a 8 anos e multa

Se a imputação inverídica for de contravenção penal estará caracterizada a forma privilegiada da denunciação caluniosa, reduzindo-se a pena pela metade.

É um crime material.

3.2 COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO

Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado. Neste caso o agente não acusa ninguém, seja por se tratar de pessoa indeterminada, seja por se tratar de pessoa inexistente.

3.3 AUTO-ACUSAÇÃO FALSA

Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem 3.4 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA

Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação

3.5 EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES Fazer justiça com as próprias mãos.

3.6 EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO

Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha

OBS