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Quanto ao aspecto subjetivo do agente (conhecimento da situação pelo agente)

NATU REZA

CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURICIDADE OU ILICITUDE (justificantes ou descriminantes)

4. Quanto ao aspecto subjetivo do agente (conhecimento da situação pelo agente)

a) Real  a situação de perigo efetivamente existe e o agente tem conhecimento dela. Exclui a ilicitude.

b) Putativo  o sujeito, por erro de proibição, acha que está em estado de necessidade e pratica fato típico para afastar o perigo, porém esse estado de necessidade não existe. Exclui a culpabilidade se o erro for escusável, mas não exclui o crime. Se o erro for inescusável porém, subsiste a responsabilidade por crime culposo, se este for previsto em lei.

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Causa de diminuição da pena

Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

Agente sacrifica bem de maior valor, e o agente poderia ter agido de forma diferente. Sua conduta é considerada menos reprovável.

Não há exclusão do crime. É mantida a tipicidade, mas é possível a diminuição da pena, dependendo das condições concretas em que o fato foi praticado.

Só se aplica aos casos de estado de necessidade exculpante, desde que não tenha ficado configurada uma situação de inexibilidade de conduta diversa, excludente da culpabilidade.

Estado de necessidade recíproco

Quando duas ou mais pessoas estão, simultaneamente, em estado de Necessidade umas contra as outras. Alguém vai perecer e o Estado não pode tomar partido nem de quem venceu e nem de quem pereceu.

Casos específicos de estado de necessidade

Aborto necessário ou terapêutico  médico para salvar a vida da gestante

Intervenção médica sem consentimento do paciente ou seu representante legal justificado por iminente perigo de morte ou impedir suicídio.

Violação de domicílio em caso de desastre ou para socorrer alguém Violação de correspondência

Obs

No aborto necessário, que o médico pratica para salvar a vida da mulher, o médico pode praticar com antecedência, antes que a mulher esteja efetivamente correndo o perigo, desde que ele tenha certeza de que vai ocorrer. O médico Tb pode praticar o aborto em caso de estupro, desde que com o consentimento da gestante.

2 – Legítima Defesa (Ação defensiva)

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Requisitos:

Reação a uma AGRESSÃO HUMANA INJUSTA (não provocada, ação desmotivada – é o

pressuposto fático), atual (agressão presente) ou iminente (prestes a acontecer).

 Defesa de direito próprio ou alheio (pode ser até de pessoa jurídica e do feto)  Uso moderado dos meio necessários à reação (meios eficazes).

 Elemento subjetivo  desejo de se defender. Ter consciência de que a conduta tomada é

para afastar a agressão injusta. Par ação e reação.

A agressão é toda ação ou omissão humana, consciente e voluntária, que lesa ou expõe a perigo de lesão um bem ou interesse consagrado pelo ordenamento jurídico.

A agressão tem que ser humana. Se a agressão é animal, o sujeito agirá amparado pela excludente estado de necessidade. Exceto se esse animal estiver sendo usado como arma (mero instrumento) por uma outra pessoa. Neste caso vai ocorrer legítima defesa.

A agressão pode ser praticada por inimputável. Se o agredido tiver conhecimento dessa inimputabilidade do agressor, ele deve tomar mais cuidado na hora de evitar e repelir o ataque, tendo maior moderação.

A agressão culposa autoriza a legítima defesa.

O Direito permite a reação na iminência da ação (em vias de ocorrer), para ações que inviabilizariam a reação em virtude de sua intensidade.

Usar moderadamente Tb significa utilizar esse meio enquanto durar a ação. Se continuar a ação após cessada a agressão estará configurado o caso de EXCESSO, e o indivíduo responderá por isso.

Ao contrário do que ocorre com o estado de necessidade, a possibilidade de fuga ou socorro pela autoridade pública não impedem a legítima defesa. O agredido não está obrigado a procurar a saída mais cômoda e menos lesiva para se livrar de ataque injusto.

A reação deve ser imediata. Não cabe legítima defesa para ação passada ou futura. Deve haver contemporaneidade das ações.

A reação deve ser direcionada para o agressor. Porém, se por erro, atingir terceiro inocente, não exclui a causa justificadora.

Não existirá legítima defesa se a agressão for justa, como no caso da agressão decorrente do estrito cumprimento do dever legal.

Um policial que troca tiros com bandidos e mata um bandido não comete crime pois está amparado pela excludente de ilicitude de LEGÍTIMA DEFESA (e não estrito cumprimento do dever legal).

A legítima defesa pode ser contra uma Pessoa Jurídica.

Se, na tentativa de se defender da agressão injusta, o agente, por erro no empregos dos meios moderados, fere uma terceira pessoa inocente, ele continua amparado pela legítima defesa.

Meios

Instrumento que o agredido tenha ao seu dispor que permita que ele se defenda. Esse instrumento deve ser eficaz. Se o agredido tiver apenas 1 meio eficaz ao seu dispor, por mais lesivo que

ele seja, ele poderá usá-lo. Porém, se o agredido tiver ao seu dispor mais de um meio eficaz, ele deve usar o menos lesivo.

Deve Tb haver proporcionalidade entre os bens jurídicos em conflito. Desta forma, por ex, uma pessoa não pode matar a outra pelo simples fato de ter sido agredido verbalmente.

Se o meio empregado for desnecessário estará configurado o excesso, doloso, culposo ou exculpante (sem dolo ou culpa), dependendo das condições em que ocorrer.

Ex: Um indivíduo faixa preta de caratê ameaça agredir anão fraquinho (Agressão iminente), e só há um fuzil próximo ao anão. O anão poderá usar esse fuzil. Porém, se próximo ao anão estiverem presentes um fuzil e uma pistola, ele deverá usar a pistola, e não o fuzil.

Quando não se tem noção da intensidade da agressão, pode usar um meio mais lesivo, como arma de fogo quando não se sabe se o sujeito está armado ou desarmado.

Legítima defesa recíproca

Geralmente não será possível pois um dos indivíduos será injusto. Só será possível na legítima defesa putativa

Legítima defesa excessiva Defesa contra o excesso

Agressor tem amparo jurídico para atuar se defendendo desse excesso. Legítima defesa da honra

Não é possível em caso de adultério

É possível no caso de crimes contra a honra, quais sejam: calúnia, difamação e injúria. Legítima defesa sucessiva

É a espécie de legítima defesa em que alguém reage contra o excesso de legítima defesa de outra. É possível essa legítima defesa pois o excesso constitui uma agressão injusta.

Espécies de legítima defesa 1. Quanto à forma de reação

a) Agressiva ou ativa  é aquela em que a reação contra a agressão injusta constitui um fato previsto em lei como infração penal. Ex: matar alguém.

b) Defensiva ou passiva  o agente que reage limita-se a impedir os atos agressivos, sem praticar fato típico. Ex. segurar os braços do agressor para este não desferir socos.