• Nenhum resultado encontrado

DA FORMAÇÃO FLUVIAL F

6.2.1.3. Fragmentos de talhe

Dadas as condições em que decorreu a identificação destes materiais, o número de objectos líticos inventariados nesta rubrica viu-se bastante reduzido. Apenas se recolheram os materiais que evidenciavam inequívocos e organizados vestígios de talhe, mas cuja fragmentação acidental não permitia porém estabelecer a sua associação a qualquer produto de debitagem es-

pecífico, nem tão pouco a nenhum tipo particular de utensílio, pelo que foram considerados como fragmentos de talhe.

No total agruparam-se 16 peças, maioritariamente em quartzito (12 peças), embora o sílex (3 peças) e o quartzo (1 peças) estivessem também bem representadas. No que se refere ao seu estado físico, 4 indiciavam uma forte incidência do boleamento nas respectivas arestas de talhe, 9 surgiam apenas afectadas pelo boleamento, enquanto apenas 3 dos fragmentos de talhe se poderiam associar aos materiais não alterados.

6.2.2. Os utensílios

Os utensílios identificados correspondem a 20,8% do total dos materiais estudados, neles se integrando quer utensílios definidos por uma determinada configuração específica, como é o ca so dos bifaces e dos machados de mão, quer outros resultantes da adaptação parcial dos respec tivos suportes, na maior parte dos casos constituídos por lascas, através da criação por retoque de uma zona activa relativamente bem delimitada. O seu estudo foi repartido pelas principais ca tegorias tecno-tipológicas consideradas e de acordo com parâmetros a que já se fez referência.

6.2.2.1. Bifaces

Constituindo 12,9% dos materiais líticos identificados em associação com a base de F1b, imediatamente a jusante de Leiria, os 59 bifaces estudados são porém o grupo de utensílios mais importante, dado que representam bem mais de metade dos utensílios identificados (62,1%) (Quadro 6.5). No que se refere à matéria-prima utilizada, é também de sublinhar o predomínio dos quartzitos, já que apenas se identificou um biface em sílex (Quadro 6.27). Quadro 6.27. Jazidas da formação fluvial F1 a jusante de Leiria. Distribuição dos bifaces em função da matéria-prima utilizada e do seu estado físico.

E F : 1 E F : 2 E F : 3 T O T A I S

Quartzito 22 27 9 58

Sílex 1 1

Apesar de o valor da amostragem reunida ser limitada, optou-se por apresentar e avaliar no âmbito do presente trabalho a descrição destas peças de acordo com a sua repartição pelos diferentes grupos de materiais individualizados em função do respectivo estado físico, sendo desde logo de salientar o número mais elevado de bifaces entre o grupo de peças apenas mediamente boleadas (27), seguido de perto pelos bifaces integrados no grupo de utensílios

muito alterados pelo boleamento (23) e, só depois, por um grupo bem mais escasso de bifaces não alterados (9) (Quadro 6.28).

Entre os 23 utensílios com arestas muito boleadas que se inventariaram, 5 correspondiam a bifaces parciais, 3 a unifaces e outros 3 a fragmentos de bifaces, reportando-se os restantes, à excepção de uma peça que foi considerada como um esboço de biface, a diferentes tipos de bifaces espessos, entre os quais se inclui a única peça em sílex de toda a colecção estudada.

O chamado grupo dos bifaces lanceolados está representado por uma única peça, de suporte não identificável, embora os vestígios corticais conservados na sua zona proximal indiciem a possível utilização de um seixo rolado. Trata-se de uma peça com uma extremidade distal apontada, definida pela convergência dos seus dois bordos laterais, e uma silhueta simétrica cujas dimensões, em conjugação com o respectivo índice de aplanamento, justificam a sua integração entre os bifaces lanceolados. A sua base espessa, juntamente com a manifesta utilização do percutor duro no decurso da sua manufacturação e a morfologia relativamente rectilínea dos respectivos bordos, onde a incidência de retoques é aliás rara, determinam a sua classificação como “ficron” lanceolado (EST. 12).

Quadro 6.28. Jazidas da formação fluvial F1 a jusante de Leiria. Distribuição dos bifaces pelos principais grupos tipológicos considerados.

E F : 1 E F : 2 E F : 3 T O T A I S

Bifaces planos 2 2

Bifaces la nceolados 1 3 4

Bifaces ovalares e a fins 3 6 1 10

Bifaces amigdalóides 4 6 1 11

Bifaces de bisel terminal 1 1 2

Bifaces diversos 2 2 4

Bifaces parciais 5 4 5 14

Unifaces 3 2 1 6

Outros 2 4 6

Entre os bifaces ovalares e afins contabilizaram-se 3 utensílios, todos de tipos diferentes. Um deles, elaborado a partir de uma lasca, apresenta uma extremidade distal arredondada, definida numa das faces pela combinação convergente de 3 levantamentos e na outra por retoque complementar ao talhe, enquanto a morfologia cortante da sua base é determinada por talhe bifacial. Estes atributos, juntamente com as dimensões da sua silhueta pouco equilibrada, ainda que globalmente simétrica, e o seu índice de aplanamento, permitem considerá-lo como uma “proto-limande” cuja configuração por intermédio de amplos levantamentos conduziu à

definição de bordos relativamente sinuosos, o mesmo sucedendo com o perfil das respectivas arestas. Uma outra peça, confeccionada a partir de um seixo rolado e com uma extremidade distal apontada, apresentava porém uma silhueta marcadamente assimétrica, embora com dimensões globalmente similares às da peça anterior. Este último facto, em conjugação com a sua base reservada e espessa, levou a que fosse considerada como uma “proto-limande” com talão. Em terceiro lugar surge um utensílio com uma silhueta de recorte assimétrico e uma base cortante resultante da sua delimitação por talhe unifacial, enquanto a morfologia arredondada da respectiva extremidade distal é definida por talhe bifacial, o que numa das faces se traduz na convergência de mais do que dois levantamentos. Mas se as principais dimensões da sua silhue ta e a morfologia da base permitem associá-lo aos chamados bifaces ovalares típicos, o seu índice de aplanamento sugere a sua clara integração entre os bifaces espessos, pelo que se op- tou por classificá-lo em termos tipológicos como um biface espesso ovalar típico. Note-se, por último, que em nenhum destes 3 bifaces foi possível determinar a presença, extensão e incidên cia do retoque ao longo dos seus bordos dado o forte boleamento de todas estas peças.

Seguem-se os bifaces amigdalóides, representados por 4 utensílios, todos eles com bases não cortantes, apesar de num dos casos tal característica surgir em combinação com uma pe- quena zona cortante definida por talhe unifacial, o que aliás ocorre na única peça elaborada a partir de uma lasca. Dos restantes bifaces dois foram confeccionados a partir de seixos rolados e no terceiro o suporte revelou-se indeterminável (EST. 13.1). Acresce que 3 destas peças evidenciavam o arredondamento da suas extremidades distais, surgindo a quarta peça apontada pela justaposição de uma face aplanada por intermédio de um amplo levantamento transversal oblíquo, com outra face onde a morfologia apontada é sublinhada pela intersecção de dois levantamentos transversais e opostos que definem localmente um diedro. No seu conjunto estes bifaces apresentam silhuetas relativamente assimétricas - apenas numa das peças o contorno dos bordos é regular e simétrico - e com dimensões que quando conjugadas ao índice de aplanamento das peças e à morfologia espessa das suas bases, permite a sua integração entre os bifaces amigdalóides com talão, isto apesar de dois deles, por possuírem um índice de alongamento relativamente baixo, se integrarem entre os bifaces amigdalóides curtos com talão. Registe-se que é exactamente um destes bifaces amigdalóides curtos o único utensílio deste tipo que se identificou no conjunto das colecções estudadas.

De assinalar também a presença de um biface de bisel terminal e de dois bifaces de dorso, estes últimos associáveis à categoria dos bifaces diversos. O biface de bisel terminal foi elaborado a partir de um suporte não identificável, tendo permitido a sua configuração destacar uma silhueta assimétrica delimitada por bordos convexos, situação essa que estendendo-se à sua zona proximal aí permitiu destacar uma base cortante definida por talhe bifacial. O respectivo gume transversal foi definido pela justaposição de dois levantamentos transversais oblíquos de diferente amplitude, num dos casos complementado por retoque. Quanto aos

bifaces de dorso, ambos apresentam as suas superfícies fortemente alteradas pelo boleamento, o que dificulta de forma significativa a sua interpretação. É de destacar todavia a circunstância de evidenciarem silhuetas assimétricas ou muito pouco equilibradas, onde se integram a morfologia arredondada de ambas as extremidades distais e as suas bases corticais espessas. Num dos casos não foi possível identificar o tipo de suporte usado, enquanto no outro se assinalou a utilização, pouco frequente aliás, de uma placa de quartzito.

Os bifaces parciais identificados entre os materiais muito boleados abarcam 5 peças, todas elas com índices de aplanamento que as aproximam dos bifaces espessos, vislumbrando-se em dois casos a utilização de lascas como suportes, noutros dois o recurso a seixos rolados e, por último, uma peça em que não foi possível caracterizar o suporte usado. A morfologia dos seus bordos, não sendo muito sinuosa, determina contudo silhuetas pouco equilibradas e nalguns casos mesmo assimétricas. As dimensões de uma das peças, associada a bordos rectilíneos pon tualmente retocados e à definição geral da sua configuração por levantamentos bem marcados, permitiu considerá-la em termos tipológicos como um biface parcial de tipo “ficron” lanceo lado. Trata-se de um utensílio confeccionado a partir de uma lasca que apresenta uma secção longitudinal biconvexa assimétrica, a par de uma extremidade distal apontada relativamente bem destacada e de uma base espessa determinada pela morfologia do suporte. As restantes pe ças repartem-se por diversos tipos de bifaces parciais amigdalóides consoante a morfologia espessa ou cortante das suas zonas proximais, sendo por isso considerados com talão ou típi cos, ou em função do seu menor índice de alongamento, o que permite destacar os amigdalóides curtos. Quase todos eles surgem porém com as suas extremidades distais arredon dadas (a excepção reporta-se a uma peça com essa zona fracturada) e bordos não retocados.

Dos 3 unifaces estudados dois haviam sido manufacturados a partir de lascas, enquanto o terceiro resultava de um judicioso aproveitamento de uma calote de quartzito. Em função das dimensões das suas silhuetas e do respectivo índice de aplanamento, duas das peças foram associadas ao estereótipo dos bifaces amigdalóides, sendo uma designada como uniface amigda lóide com talão e a outra como uniface amigdalóide curto com talão. As duas evidenciam contu do silhuetas pouco simétricas, extremidades distais apontadas e bem destacadas, assim como bases espessas. O outro uniface caracteriza-se pela presença de um dorso ao longo de um dos seus bordos, atributo morfológico que é acompanhado por uma silhueta assimétrica onde se des taca apenas a morfologia cortante da base, já que a extremidade distal se encontra fracturada.

Por último, refira-se a existência de um esboço de biface sobre seixo e de três fragmentos, um dos quais corresponde à zona proximal de um biface e outro à ablação de parte de um utensílio similar segundo um plano longitudinal à peça.

Os bifaces contabilizados entre os materiais alterados, embora com arestas não excessiva- mente boleadas, abarcavam um total de 26 peças, todas de quartzito. Em tal conjunto havia

porém que assinalar a presença de 4 bifaces parciais e de 2 unifaces, bem como de 1 esboço de biface e de 1 fragmento, enquanto nas restantes 17 peças se destacava a identificação de dois bifaces planos.

Os dois bifaces planos evidenciam silhuetas que permitem a sua classificação entre os bi- faces discóides típicos, de acordo com os critérios da clássica tipologia delineada por F. Bordes nos anos sessenta para este tipo de utensílios. Uma das peças, manufacturada a partir de um seixo rolado, apresenta uma extremidade distal arredondada, enquanto na outra se destaca uma morfologia claramente apontada, não sendo contudo possível determinar o tipo de suporte utilizado. Em ambas se observa porém bases cortantes definidas por talhe bifacial, tal como silhuetas de simetria pouco equilibrada, apesar de delimitadas por bordos relativamente regulares e com raros retoques.

O grupo dos bifaces lanceolados surge agora representado por 3 peças, todas elas associadas a diferentes tipos. Uma delas, a única que utilizou como suporte uma lasca, caracteriza-se por uma silhueta simétrica onde a extremidade distal apontada se destaca na convergência de dois bordos laterais rectilíneos e com raros retoques, mas cujo perfil das arestas se revela bem mais sinuoso. As dimensões da sua silhueta, juntamente com a morfologia dos bordos e com o talhe algo fruste que determinou a sua configuração volumétrica, levou à sua classificação como “ficron” lanceolado. As duas outras peças resultaram do aproveitamento de seixos rolados como suportes iniciais, circunstância essa em grande medida responsável em qualquer dos casos pelas respectivas bases corticais espessas. Muito embora evidenciem silhuetas em termos gerais similares, é contudo a diferenciação que a este nível entre ambas se verifica que permite considerar um dos utensílios em causa como um biface langeniforme atípico, por oposição ao outro, classificado como biface langeniforme típico. Nesta última peça observa-se aliás uma silhueta equilibrada, mas com uma simetria não totalmente atingida, onde se destaca uma extremidade distal cuidadosamente arredondada por retoque bifacial, bem delimitada por dois bordos adjacentes e paralelos entre si que a destacam da volumetria global da peça (EST.8).

Cinco outros bifaces espessos foram incluídos entre os utensílios com uma morfologia ovalar ou afim. A primeira peça considerada correspondia a uma “proto-limande” sobre lasca, com uma extremidade distal arredondada e uma base cortante determinada por talhe bifacial, evidenciando no conjunto uma silhueta de simetria pouco acentuada e delimitada por bordos convexos mas com arestas de perfil rectilíneo, apenas pontualmente reforçado por retoque. Quanto às outras quatro peças, elas distribuem-se equitativamente entre as “proto-limande” com talão e os bifaces espessos ovalares com talão, não se identificando o tipo de suporte a que se recorreu nas duas primeiras, enquanto as outras demonstravam num caso o aproveitamento de uma lasca e no outro de um seixo. Em qualquer dos casos, emerge da simples observação destas peças a sua associação a silhuetas assimétricas onde prevalecem em maior número as extremidades distais apontadas e as bases espessas, a par de uma morfologia bem mais variada

dos bordos, sendo difícil identificar a incidência, por norma já de si reduzida, do retoque. O grupo dos bifaces amigdalóides integra agora 6 peças, 4 das quais denotam atributos morfológicos que justificam a sua classificação entre os bifaces amigdalóides com talão, en- quanto as outras duas foram identificadas, respectivamente, como correspondendo a um biface amigdalóide típico e a um biface amigdalóide curto típico, não tendo sido possível nestes dois últimos casos identificar o tipo de suporte utilizado. O biface amigdalóide típico apresenta uma silhueta assimétrica, onde se destaca uma extremidade distal apontada em contraponto a uma zona proximal cortante definida por talhe bifacial, sendo delimitado por bordos relativamente sinuosos, apesar de a incidência irregular de retoques permitir que ambos revelem o perfil das suas arestas regularizado e com uma morfologia rectilínea. Por seu turno, o único biface amigdalóide curto com talão que se identificou evidencia igualmente uma silhueta bastante assimétrica, com bordos de características similares às da peça anterior, individualizando-se contudo, para além das suas dimensões, pela sua base espessa e cortical, já que a extremidade distal surge fracturada. Quanto aos 4 bifaces amigdalóides com talão inventariados, embora num deles não tenha sido possível determinar o tipo de suporte usado, nos restantes era bem claro o aproveitamento de lascas como suporte, destacando-se também a prevalência de silhuetas pouco equilibradas ou até mesmo assimétricas, associadas a bordos de contorno convexo onde a incidência de retoques nem sempre se traduziu na regularidade do perfil das arestas. Uma das peças corresponde a um utensílio amplamente definido por talhe bifacial a partir de um suporte não identificado, resultando a sua configuração alongada da extracção de amplos levantamentos por vezes marcados por pronunciados ressaltos, o que contribuiu para a definição da sua silhueta de simetria algo irregular, ainda que equilibrada, bem como para a delimitação da sua secção longitudinal biconvexa assimétrica, sublinhada pela sinuosidade do perfil das arestas de ambos os bordos e pela espessura da base (EST.9). A morfologia arredondada da sua extremidade distal surge na convergência dos dois bordos definida pela intersecção de duas faces amplamente talhadas, evidenciando-se numa delas a sua regularização por retoque. Outra das peças considerada entre os bifaces amigdalóides com talão testemunha, por seu lado, o judicioso aproveitamento como suporte de uma lasca de talão cortical, de que se conservam vestígios do respectivo anverso e reverso em posição relativamente central na zona proximal de ambas as faces do utensílio (EST.14.2). Trata-se de um utensílio definido em geral por levantamentos bem marcados, com uma amplitude frequentemente marginal, de que resulta a delimitação de uma silhueta assimétrica onde os bordos apresentam arestas em perfil sinuoso. No que se refere à sua extremidade distal, apesar de ela surgir fracturada, o desenvolvimento do talhe na zona imediatamente adjacente sugere uma configuração apontada.

Entre os bifaces diversos incluíram-se dois utensílios com atributos morfológicos que levaram a designá-los como bifaces de dorso, não se tendo em nenhum deles podido identificar

a natureza dos respectivos suportes. Correspondem a peças que compartilham ainda silhuetas assimétricas, evidenciando uma delas uma extremidade distal arredondada e uma base cortante, enquanto a outra é claramente apontada e apresenta uma base espessa.

Os 4 bifaces parciais que se identificaram repartem-se por diferentes subtipos, todos eles espessos, embora em relação aos suportes utilizados se distribuam equitativamente entre as lascas e os seixos rolados. Registam ainda em comum a assimetria das suas silhuetas, sendo também de sublinhar a circunstância de 3 deles se integrarem em função das suas dimensões entre os amigdalóides. Uma das peças elaborada a partir de um seixo rolado e que apresenta uma extremidade distal arredondada, definida numa das suas faces pela convergência de vários levantamentos seccionados pela justaposição do retoque que incide na face oposta, a par de uma base cortical espessa, foi no entanto classificada como um biface parcial espesso ovalar com talão com bordos laterais convexos relativamente sinuosos, o mesmo sucedendo aliás com o perfil das respectivas arestas. Entre os bifaces associados às formas amigdalóides, o único manufacturado a partir de um seixo rolado possui a extremidade distal fracturada e uma base igualmente reservada e espessa, o que levou a designá-lo como um biface parcial amigdalóide com talão. Os dois restantes indiciam o aproveitamento de lascas como suporte e uma morfologia apontada, muito embora os seus índices de alongamento levem a integrá-los entre os bifaces parciais amigdalóides curtos, um com talão e o outro típico.

Os unifaces, por seu lado, encontram-se representados neste grupo por duas peças. Uma delas, elaborada a partir de uma lasca, apresenta a sua extremidade distal fracturada e uma zona proximal combinadamente cortante e espessa, determinando alguns destes atributos em conjugação com as dimensões da silhueta assimétrica a sua classificação como uniface “proto- limande” com talão. O segundo utensílio utilizou como suporte uma calote pouco espessa, cuja superfície de clivagem evidenciava uma morfologia diédrica relativamente aberta com uma direcção ligeiramente desviada em relação ao eixo morfológico da peça (EST.14.1). Apesar da assimetria da sua silhueta, este uniface denotava na sua confecção um judicioso aproveitamento da morfologia original do suporte, limitando-se a respectiva configuração a um desenvolvimento unifacial e marginal do talhe ao longo de todo o bordo esquerdo e às zonas distal e mesial do bordo direito, por forma a delimitar dois bordos sinuosos mas convergentes cuja extremidade apontada foi de seguida arredondada por retoque.

Refira-se ainda a identificação de um fruste esboço de biface sobre seixo rolado e de um fragmento de biface, não tendo sido possível associar este último a qualquer parte específica da peça donde provinha.

Entre os materiais líticos não alterados inventariaram-se apenas 9 peças integráveis no grupo dos bifaces, de novo todas em quartzito, das quais 6 correspondem a bifaces parciais, 1 a um uniface e as outras 2 a diferentes tipos de bifaces.

Numa primeira peça considerada não foi possível determinar a natureza do suporte uti- lizado, destacando-se contudo a sua extremidade distal arredondada, atributo esse decorrente de uma cuidada transformação por retoque da sua morfologia originalmente apontada, bem como uma base cortante definida por talhe unifacial. A sua silhueta pouco equilibrada, delimitada por