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O 1º FRUTO DO PIBID (PIBID, Sementes de Esperança para as Escolas Públicas)

4 DISCUSSÃO SOBRE POLÍTICA EDUCACIONAL: QUAL É A DO BRASIL?

5 O PIBID UFPE (Primeiros passos)

5.3 O 1º FRUTO DO PIBID (PIBID, Sementes de Esperança para as Escolas Públicas)

A produção de materiais didáticos, realizada pelos bolsistas do programa PIBID, projeto Biologia, ocorrida ao longo do recorte temporal 2007 – 2010 foram surgindo vagarosamente e em ritmo crescente. Inicialmente, vários textos para a introdução de práticas laboratoriais foram escritos; em seguida, testes para aferição dos conteúdos ministrados foram

confeccionados e jogos, principalmente para PNE foram construídos, uma vez que, as escolas públicas também recebiam pessoas com necessidades especiais.

Posteriormente, a desenvoltura para a produção de artigos científicos, incialmente pequenos resumos e resumos expandidos, apresentados em reuniões e eventos científicos, congressos nacionais e internacionais ganhou força.

Em uma etapa seguinte, participaram da elaboração de uma coletânea de práticas laboratoriais que foram reunidas e publicadas no livro intitulado “PIBID: Sementes de esperança para as escolas públicas”, organizado pelos Profs. Padovan & Simões (2010).

A obra em pauta foi publicada pela Editora Universitária da UFPE, Recife/PE, em 2010, composta por 186p, contando com vários autores (todos os bolsistas e outros professores colaboradores), recebendo o ISBN 978-85-7315-773-4 e 87 referências bibliográficas. Para atingir a desenvoltura para a produção de artigos científicos, bem como da redação dos textos referentes às práticas laboratoriais coletadas, os alunos venceram várias etapas na sua formação, a saber:

1. Inicialmente, deparou-se com uma vasta gama de temas trabalhados em salas de aulas

e nem todos poderiam ser escritos para a composição do livro. Quais escolher e por que. Neste particular foi de fundamental importância a participação da coordenadora do subprojeto Biologia, Profa. Isairas Pereira Padovan, para discutir e orientá-los sobre a escolha dos temas;

2. Outro ponto a se relatar e principalmente em função do uso rotineiro e/ou diário da internet, parte dos bolsistas de biologia normalmente utilizavam uma linguagem pertinente, com muitas abreviaturas não condizentes para redação de um artigo pro exemplo, vc (você), pq (por que), entre outras. Como corrigi-las a favor da escrita correta; por várias vezes foram alertados de que estavam redigindo um texto científico e a linguagem deveria ser adequada para tal;

3. Após escolha dos temas nas mais diferentes ênfases (anatomia, botânica, citologia, genética, zoologia, entre outras), os bolsistas tiveram que rever seus conhecimentos a respeito dos mesmos para redigirem os textos;

4. Muitos trabalharam a proposta de redigir artigos para o livro em equipe, pela primeira vez, o que, pressupõe-se, ocorreu num primeiro momento, certas divergências para, posteriormente, acordarem sobre “o que escrever”. Havendo mais divergências do que

acordos, novamente entra a intercessão da coordenadora, Profa Isairas Pereira Padovan, foi importante para dirimir as arestas;

5. Uma vez tudo pronto, antes do envio para a publicação, uma apresentação geral foi realizada para apreciação de todos e correção de pequenos erros;

6. Após apresentação final do livro, para todos os autores, os coordenadores, Profs. Padovan e Simões sugeriram o título do mesmo, o que foi prontamente aceito por todos.

Fica patente que todo esse processo foi longo e crescente, porém, no final foi muito gratificante para todos, bolsistas, colaboradores e coordenadores.

A composição do livro - o livro em tela foi à primeira obra em Biologia, publicada pelo PIBID. Trata-se de uma coletânea de atividades práticas, jogos e modelos didáticos cuidadosamente elaborados, com a finalidade de complementar as informações e os conhecimentos teóricos, preferencialmente aos estudantes de nível médio, em especial, das escolas públicas.

A relevância especial foi dada ao capítulo que contempla as pessoas com deficiências visuais, possibilitando o aprendizado daquelas que têm desde baixa visão até mesmo a cegueira, uma vez que nas escolas públicas não existiam materiais didáticos práticos, específicos para tal. Essa atividade demandou não somente a confecção dos materiais, bem como, redação dos textos para o livro e treinamento adequado para a sua aplicação.

Para cada escola pública conveniada foram doados 40 exemplares do livro que ficaram disponíveis para consultas, em seus laboratórios. Outrossim, cada bolsista recebeu seu exemplar. Acreditamos que pela vasta coletânea de práticas laboratoriais apresentadas, distribuídas por onze diferentes ênfases (Anatomia, Bioquímica, Botânica, Citologia, Ecologia, Embriologia, Genética, Histologia, Micologia, Microbiologia e Zoologia, além dos jogos) venha também a ser de valia para escolas da rede de ensino particular.

A publicação desta obra somente foi possível graças ao financiamento do Governo Federal e implementação do PIBID pela CAPES/MEC, que reconhecemos como marco importante no processo de melhoria da qualidade de ensino nas escolas públicas. Em resumo, o livro “PIBID: Sementes de Esperança para as Escolas Públicas” possibilitou para os bolsistas:

2. Melhor desempenho e aprimoramento na arte da expressão da escrita;

3. Melhoria no curriculum vitae de cada um, facilitando o ingresso de vários deles nos cursos de Pós-graduação.

Para os supervisores (professores das escolas públicas conveniadas), o livro ofereceu (e oferece):

1. Uma vasta gama de sugestões para a realização de práticas laboratoriais pertinentes aos assuntos teóricos ministrados, utilizando materiais de baixo custo e dentro da realidade das escolas;

2. Durante todo o processo de elaboração do livro, os professores também participaram de uma atualização dos temas abordados.

Para os alunos das escolas conveniadas, o PIBID – subprojeto Biologia, possibilitou o uso rotineiro dos livros, nos laboratórios.

Uma das coisas que nós observamos na formação desses educadores como um todo é a produção de materiais de qualidade e de referência para se trabalhar e nesse caso mais específico, materiais apropriados, ora vejamos, se você forma um professor de biologia, por exemplo, e se este profissional não estiver consciente do ambiente em que ele vai atuar como professor, bem como nas dificuldades da realidade e não tiver aparelhado com essas informações vai ser muito difícil ele ter sucesso em sua profissão.

O Resultado do PIBID-Biologia com a produção de materiais didáticos e novos experimentos, pode ser considerado como um acúmulo de experiência muito importante não apenas para o projeto da UFPE, mas um agente multiplicador na rede como um todo e nas outras instituições. Por isso que esses encontros onde são possíveis reunir pesquisadores, professores e várias entidades para discutir e absorver essas experiências faz-se desenvolver materiais da qualidade como do livro acima citado.

O Professor Dr. Amaro Henrique, a época Reitor da UFPE, em entrevista no seu gabinete de trabalho fez a seguinte colocação sobre a obra:

“Você sabe que teve um impácto muito grande no PIBID esse livro tá certo! Gerou para o próprio MEC, ele começou a verificar que esses produtos deveriam ser gerados tá certo, em todos os programas no país. Por quê? Por ser uma base de conhecimento que foi construída coletivamente” (Prof. Dr. Amaro Henrique, em entrevista).

A obra representa assim um marco histórico no desenvolvimento profissional docente simbolizando o resultado não só do subprojeto Biologia, mas de toda uma coletividade que atravessou barreiras além das físicas, para fazer com que o programa realmente fosse exitoso.

Imagem 9 – Capa do 1º livro do PIBID/Biologia e PIBID/Brasil.