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2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL

3.1 GESTÃO

O Dicionário Aurélio a define como o ato de gerir ou gerência e aponta a palavra administração como sinônimo. Alguns autores, no entanto, entendem que administração possui uma implicação diferente do vocábulo gestão já que esta, mais recentemente, passou a significar a interferência direta e ampla dos gestores nos sistemas e procedimentos empresariais. Neste sentido, gestão poderia ser definida como o gerenciamento do conjunto de ações e estratégias nas organizações, de maneira holística, visando atingir seus objetivos. Há uma linha de pensamento que afirma que a administração está para os gerentes assim como a gestão está para os líderes.

Segundo CARMO (1994, p. 6) “também se pode citar o modelo (ou estilo) de gestão democrático de liderança que está associado, simultaneamente, à satisfação e produtividade do grupo”.

Pelo fato de trabalhar com grupos de pessoas, a administração é analisada como ramo das ciências humanas, envolve várias áreas além da administração como o direito, a contabilidade, economia, psicologia, matemática e estatística, a sociologia, a informática, dentre outras.

Ao estudar as sociedades antigas, é possível concluir que desde aquela época já se aplicavam ferramentas de gestão, devido à organização das mesmas e a grandiosidade de suas obras que até hoje intrigam a humanidade, como as pirâmides do Egito, por exemplo.

Entretanto, os estudos sobre gestão começaram a ganhar força após a primeira Revolução Industrial, que devido ao novo modelo de produção, trouxe à tona problemas que, até então, não existiam. A partir deste momento os

profissionais decidiram buscar soluções para resolver estes novos problemas, usando vários métodos científicos para administrarem os seus negócios, o que deu início à ciência da administração.

3.1.1 Tipos de Gestão

A evolução das organizações em termos de modelos estruturais e tecnológicos, considerando as constantes mudanças e o conhecimento de novos paradigmas, vem exigindo uma postura diferente dos gestores, voltando a organização para uma realidade diferenciada e emergente.

Segundo Cordeiro et. al (2002), o grande desafio enfrentado pelas organizações vem sendo a capacidade e a competência para se adaptarem e levarem a todos os seus níveis hierárquicos e funcionais, da alta gerência ao piso de fábrica, à incorporação de novos modelos, métodos, técnicas, instrumentos, atitudes e comportamentos necessários às mudanças e inovações para sobreviverem e seguirem competitivas no mercado. Gerir hoje é uma atividade mais abrangente e diversificada do que no passado. Em vista disso, o gestor precisa estar apto a perceber, refletir, decidir e agir em condições diferentes das anteriores.

De acordo com os autores, a diferença entre sucesso e fracasso, está no melhor uso dos recursos disponíveis para alcançar os objetivos desejados. A ênfase na gestão vem da necessidade de aperfeiçoar continuamente os processos do negócio, pelo aprendizado e inovação permanentes. Novos métodos de gestão, novas ferramentas de apoio, novos sistemas de informação, tudo isso representa o esforço por aperfeiçoar a gestão.

A gestão estratégica é utilizada como ferramenta para alavancar novos mercados, a utilização do modelo de gestão estratégica leva a empresa a realizar um diagnóstico situacional, destacando oportunidades e ameaças, bem como forças e fraquezas, a fim de cruzar estas realidades e descobrir suas inter-relações. (CAMPOS, 2009).

A partir do processo de autocrítica organizacional busca-se encontrar condições de direcionar seu foco para o estabelecimento de visão de futuro, missão organizacional, desafios estratégicos e estratégias gerais que nortearão os rumos do negócio para o curto, médio e longos prazos. (CORDEIRO, et. al., 2002).

A gestão estratégica é um modo de acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática e contínua, com objetivo de avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas, acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Como o próprio nome diz, é um meio de gerir toda organização, focando em ações estratégicas em todas as áreas. Deste modo, os processos e os investimentos serão feitos de forma mais organizada, racional e profissional, buscando reduzir o grau de incerteza, para alcançar melhores resultados. (CAMPOS, 2009)

Já a Gestão Participativa é o modelo de gestão que mais se adapta ao novo homem da sociedade do conhecimento. Nesta sociedade, os indivíduos exercem sua cidadania, assumem responsabilidades, opinam sobre decisões que afetam sua vida, pressionam também as organizações para alterarem suas estruturas rígidas que tradicionalmente silenciam os trabalhadores. (CORDEIRO, et. al., 2002).

A Gestão Participativa necessita de um modelo cultural democrático e aberto, onde prevaleça confiança em todos os níveis. Um conjunto de valores baseados em princípios com os quais todos concordam.

As mudanças ocorridas na sociedade desde o início do século passado até o momento atual ampliaram as áreas do conhecimento, fazendo do homem moderno um sujeito mais informado e exigente. Este processo teve como consequência a transição do poder que antes era concentrado, tanto na sociedade como nas organizações, e hoje é instável e dinâmico, movendo-se por todas as camadas, assumindo novas formas de acordo com a situação. (CORDEIRO, et. al., 2002)

Para Santos et al. (2001), antes de se implantar a Gestão Participativa numa organização, é preciso harmonizar três aspectos, sendo estes:

1) Os seus Sistemas (produção, comercialização, recursos humanos, administração e finanças, entre outros); se existem conflitos de tipos diferentes de gestão entre estes sistemas será difícil implantar a gestão participativa na mesma;

2) Condições Organizacionais; é necessário flexibilizar a estrutura organizacional, (com menor número de níveis hierárquicos e normas mais adaptáveis;)

3) Comportamentos Gerenciais; os gestores se tornarão os principais incentivadores das pessoas para o processo participativo, o bom relacionamento entre chefia e subordinados é o principal ponto da relação participativa.

Com base no exposto, considera-se que a administração participativa compreende a organização como um verdadeiro sistema. Oliveira (2006) afirma que: sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado propósito e executa determinada função, característica marcante do gerenciamento holístico.

O gerenciamento holístico reflete bem essa dinâmica, pois defende a ideia do entrelaçamento, de todas as partes do meio ambiente em um sistema, incluindo todas as variáveis, históricas, políticas, econômicas, socioculturais, entre outras, necessárias para se compreender e administrar adequadamente a relação da organização com o ambiente, na concepção holística tudo é interdependente. (CORDEIRO, et. al., 2002).

Sintetizando, pode-se dizer que, para resistir e fazer diferença, uma organização tem que ser presente no seu tempo. Ela precisa se ajustar às mudanças, já que a transformação é uma constante em nossa sociedade atual.

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