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2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL

3.6 Mercado Bancário

3.6.3 TIPOS DE CRÉDITO

Este capítulo visa trazer uma breve explanação sobre as modalidades de créditos mais comuns na economia brasileira, sejam estes para pessoas físicas ou pessoas jurídicas.

De acordo com Melo (2011), a operação de crédito bancário e/ou empréstimo é um contrato entre o cliente e a instituição financeira em que o cliente recebe determinado valor que deverá ser devolvido ao banco em prazo determinado, sendo acrescidos os juros acertados. Os recursos liberados no empréstimo podem ter ou não destinação específica. Dentre os mais comuns estão o financiamento, o desconto bancário, a antecipação, a cédula de crédito, o capital de giro, o crédito direto ao consumidor (CDC), o crédito rural, e por fim, o microcrédito.

Também, segundo o autor, o financiamento trata-se de um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com fim específico, como, por exemplo, adquirir um veículo ou bem imóvel. Cobrar ou não juros sobre o valor financiado fica a critério da instituição financiadora, de acordo com o valor e o tempo de pagamento. É uma modalidade de crédito que se aplica tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas e o bem financiado fica como garantia e alienado à instituição que cede o crédito.

Já o desconto bancário é uma operação comum dos bancos em que se adiantam créditos de terceiros para clientes, deduzindo-se os juros da operação mediante a cessão do crédito. A operação de desconto é realizada somente sobre de títulos de crédito, que representam soma líquida e certa, e de fácil recuperação

ao banco. O banco antecipa ao cliente o valor dos ativos, deduzidos os juros, repassando apenas o valor líquido, que em geral é creditado em conta corrente (MELO, 2011).

Deste modo o contrato de desconto bancário pode ser considerado o contrato em que o banco, deduz do montante, antecipadamente, os juros, comissões e despesas, creditando para o cliente o saldo restante, recebendo por endosso o título sacado contra terceiros com vencimento futuro, como boletos emitidos contra terceiros e cheques pré-datados, com vencimento futuro, caso o terceiro não cumpra com suas obrigações, a responsabilidade pelo pagamento da quantia utilizada cabe a quem efetuou o desconto, no caso o cliente (MELO, 2011).

A antecipação é o negócio jurídico, bancário, em que o banco adianta para seu cliente determinado valor em troca de uma garantia real consistente em títulos, mercadorias ou direitos. Essa garantia pode ser constituída por títulos, valores mobiliários, ações, debêntures, etc. Geralmente ocorre quando o empresário precisa de capital de imediato, já que os juros são menores do que os oferecidos para desconto, por se tratar de um recurso da empresa e não de terceiros (MELO, 2011). Melo (2011) afirma também que a Cédula de Crédito Bancário é o título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira, com promessa de pagamento em dinheiro, derivada de operação de crédito de qualquer modalidade. A instituição que cede o crédito deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo permitida a emissão da Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição com domicilio no exterior, desde que a obrigação esteja exclusivamente sob as leis e os foros brasileiros. Poderá ser emitida com ou sem garantia, real (o bem constante na cédula) ou fidejussória (os avalistas que assinam a cédula em conjunto com o tomador do crédito).

Ainda segundo o autor, o capital de giro é um empréstimo de curtíssimo prazo, de modo a simplificar os procedimentos operacionais, para os clientes tradicionais. Neste produto se estabelece um contrato fixo contendo as regras deste empréstimo e permitindo a transferência de recursos ao cliente a partir de um simples e-mail, telefonema ou fax garantindo o limite para este tipo de empréstimo que já é previamente estabelecido por contrato, evitando, assim, que o cliente necessite assinar um novo contrato cada vez que precisar de capital. Todavia, isso

só ocorre caso o cliente deseje aumentar seus limites de crédito, neste caso é assinado um novo contrato com atualização dos valores.

O Crédito rotativo ou cheque especial é um valor-limite que o banco disponibiliza ao cliente para eventuais emergências. Geralmente é movimentado diretamente pelos cheques emitidos pelo cliente, desde que não haja saldo disponível na conta corrente de movimentação, mas também é permitido o saque deste valor. À medida que é disponibilizado o saldo novamente na conta, estes são utilizados para cobrir o saldo devedor da mesma. Para o cliente, o produto garante uma liquidez imediata para suas emergências. Os juros sobre esse produto são calculados diariamente sobre saldo devedor e cobrados normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação (MELO, 2011).

O Crédito direto ao consumidor – CDC é o crédito concedido por uma instituição financeira aos seus clientes, pessoas físicas e jurídicas para aquisição de bens e serviços. Sua maior utilização, em geral, é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos. O bem adquirido, sempre que possível, serve como garantia da operação, entretanto esse tipo de operação não necessita estar vinculada a um bem. É permitida a contratação, mesmo nos casos em que os clientes não justifiquem o motivo da contratação, porém nesses casos os valores disponibilizados são menores. Os prazos dos CDC variam normalmente de 03 a 60 meses, nos casos de financiamento e é possível financiar de 10 a 100% do bem (MELO, 2011).

Nesta categoria também se enquadram os empréstimos pessoais, como os créditos automáticos, créditos salário e o crédito consignado, onde a empresa pagadora através de convênio com a instituição financeira efetua o desconto do valor acordado pelo funcionário junto à instituição financeira e faz o repasse do valor a mesma. Essa modalidade, geralmente, se aplica a servidores públicos, mas funcionários de empresas privadas também podem fazê-lo, caso a empresa em que trabalham possua convênio com algum banco (MELO, 2011).

O autor discorre também sobre o crédito diretíssimo, que é o tipo de operação em que a financeira fica responsável pelo gerenciamento das vendas a prazo do lojista, assumindo todos os riscos de um eventual não pagamento por parte dos clientes. Já que não se atribui qualquer garantia ao estabelecimento, os juros praticados nessa modalidade de CDC são mais altos. Embora exista uma perda financeira com os encargos cobrados pela financeira na compra das vendas a prazo,

para o lojista, essa modalidade de CDC elimina o risco de inadimplência, o que não deixa de ser interessante. É o caso das compras realizadas por cartão de crédito, onde a financeira cobra uma porcentagem sobre o valor da venda, entretanto, o lojista recebe o valor, independentemente do pagamento ou não do valor, pelo cliente em questão.

Financiamento de capital fixo: a constante preocupação com a inflação faz com que as Instituições Financeiras tornem a concessão de financiamentos, preferencialmente, restrita aos prazos mais curtos, mesmo porque, com exceção dos recursos externos, é muito difícil de obter internamente quem esteja disposto a aplicar recursos a prazos mais longos e, portanto, dar funding (consolidação de débitos de curto prazo, através da emissão de novos débitos de longo prazo, manobra esta realizada com o objetivo de garantir a saúde financeira da empresa no período do investimento) para as operações de longo prazo. Deste modo, os financiamentos com essas características, geralmente são realizados por entidades e instituições financeiras governamentais (MELO, 2011).

O autor define o crédito rural como o fornecimento de recursos financeiros para aplicação exclusiva em atividades agropecuárias que tem por objetivos: Incentivar os investimentos rurais realizados por produtores e suas associações, tais como as cooperativas. Possibilitar o custeio da produção, seu armazenamento e sua posterior comercialização de maneira oportuna, e eficiente. Consolidar, de maneira geral, o setor rural gerando ganho de competitividade. Estimular a melhoria dos meios de produção, aumentando a produtividade rural e aprimorando o padrão de vida dos envolvidos em atividades rurais (MELO, 2011).

Por fim, para Melo (2011), o microcrédito é caracterizado por empréstimos de pequenos valores, destinados a trabalhadores informais, microempreendedores, empresários individuais e microempresas.

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