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A-Gestão política em detrimento da técnica

B-Dificuldades burocráticas no trato das questões ambientais, em especial no procedimento de licenciamento

C-Arcabouço legislativo insuficiente, inadequado e desatualizado

D-Conflito entre projetos de crescimento/desenvolvimento

econômico e responsabilidade sócio- ambiental das empresas

E-Falta de incentivos e/ou vantagens para as empresas que adotem práticas ambientais adequadas

F-Falta de investimentos em estudos ambientais, educação popular e comunicação na área ambiental

G-Falta/deficiência de visão, ação e formação técnica ampliada para a área ambiental

H-Falta de investimentos e inoperância do Poder Público para a área de meio ambiente (ação efetiva, planejamento, controle e fiscalização)

I-Falta de ação integrada entre o setor governamental, empresarial e sociedade civil

J-Precariedade e/ou inexistência do processo de participação da sociedade civil

K-descartada IDÉIA CENTRAL A

GESTÃO POLÍTICA EM DETRIMENTO DA TÉCNICA DSC

Considero a atual gestão ambiental do Pólo Industrial de Cubatão muito mais política do que técnica, com exigências que são pouco efetivas ou claras, por serem pouco técnicas.

O desenvolvimento sustentável, que é de interesse de todos (governo, empresários e sociedade civil), requer que as questões ambientais devam ser tomadas com decisões baseadas em informações técnicas e cientificamente consolidadas, o que muitas vezes não está ocorrendo. Do meu ponto de vista este é o ponto mais fraco do sistema de gestão ambiental do país e do Pólo Industrial de Cubatão.

Por exemplo, a Cetesb, no início de suas atividades, funcionava como um órgão técnico de orientação e fiscalização. Ao longo do tempo, verificou-se que sua administração, anteriormente técnica na área ambiental, tem sido exercida por pessoas políticas, sem qualquer vinculação ou conhecimento com o meio ambiente. A Cetesb assim perdeu seus melhores técnicos, que haviam se especializado na orientação, controle e fiscalização ambiental.

Na Cetesb, ainda existe uma forma de intransigência e também uma falta de coragem e de bom senso da equipe técnica da matriz (São Paulo).

Acho também a atual gestão ambiental muito susceptível à pressão de organizações da sociedade civil, muitas vezes imbuídas de propósitos desvinculados da efetiva proteção ambiental.

Por sua parte, a sociedade civil, incentivada pelos políticos locais, criou nichos de valorização de assistencialismo. Existe realmente um excesso de assistencialismo na comunidade de Cubatão.

IDÉIA CENTRAL B

DIFICULDADES BUROCRÁTICAS NO TRATO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS, EM ESPECIAL NO PROCEDIMENTO DE

LICENCIAMENTO DSC

Há um problema quanto ao licenciamento ambiental. Dificuldades burocráticas e lentidão nas análises dos processos de licenciamento ambiental dificultam o crescimento e desenvolvimento tecnológico do Pólo Industrial de Cubatão.

Pode-se dizer que existe uma morosidade na tramitação de processos de licenciamento, que por força da lei proporcionam melhorias ambientais locais e regionais e em casos específicos, em todo território nacional. As estruturas responsáveis pelo processo têm dificuldades de comunicação interna e externa, havendo em muitos casos avaliações antagônicas de processos.

Uma burocracia excessiva, principalmente no que se refere à Secretaria de Meio Ambiente do Estado, está causando um crescimento econômico represado; novos empreendimentos muitas vezes mudam de Estado para viabilização do empreendimento.

Em alguns casos há também conflito de competências sobre quem, governo estadual ou federal, deve licenciar determinado empreendimento. Existe por isso uma necessidade de melhor identificação dos diversos segmentos

envolvidos nos processos de licenciamento para os novos empreendimentos, o que melhoraria a qualidade e transparência nas exigências de licenciamento.

IDÉIA CENTRAL C

ARCABOUÇO LEGISLATIVO INSUFICIENTE, INADEQUADO E DESATUALIZADO

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A legislação ambiental atual está desatualizada. Acredito que uma legislação mais clara e mais voltada ao meio ambiente dará no futuro um grande retorno para a sociedade civil e gerações futuras.

A ausência de instrumentos legais do município para gerenciamento da qualidade do ar e água representa um grande problema. Em minha opinião, falta a criação por lei do Distrito Industrial de Cubatão, e também de um Código Municipal de Gestão Ambiental.

Por outro lado, a ausência de atualização na legislação estadual, em relação à emissão de poluentes, dificulta a expansão e o crescimento do parque industrial cubatense, pois a fase mais crítica já passou, havendo hoje uma consciência maior de preservação ambiental.

IDÉIA CENTRAL D

CONFLITO ENTRE PROJETOS DE

CRESCIMENTO/DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL DAS EMPRESAS

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Um ponto fraco na atual gestão ambiental do Pólo Industrial de Cubatão seria a dificuldade em conciliar a proteção ambiental com projetos de desenvolvimento econômico. A busca deste entendimento tem sido com freqüência conflituosa, pois em muitos empreendimentos observamos que é tênue o limite que define simultaneamente os objetivos do empresário, o atendimento às necessidades da sociedade e a proteção ao meio ambiente; ou seja, o desenvolvimento sustentável.

Por um lado pode-se dizer que falta incentivo para o crescimento da indústria em Cubatão; por outro lado falta efetividade por parte das empresas, no compromisso com a questão da responsabilidade sócio-ambiental. Considero esse entendimento entre o crescimento econômico e o problema ambiental um grande desafio para as sociedades modernas.

Por exemplo, as empresas não se comprometem com a preservação, manutenção ou recuperação de áreas protegidas, que de alguma maneira confrontem seus interesses particulares. Elas só atuam de acordo com o grau de pressão do Ministério Público ou da sociedade civil organizada, nunca de forma pró-ativa. Empresário também sempre procura o lucro financeiro. As empresas demoram em criar soluções para os problemas ambientais sob alegação de restrição financeira, ou pela necessidade de aprovação dos

projetos na matriz no exterior. O que falta mesmo é melhor planejamento dos empreendimentos; usando um exemplo atual, a dragagem do canal de acesso à Cosipa prevê a construção de uma unidade para depósito de resíduos no Dique do Furadinho que já destruiu o habitat de várias espécies interessantes. A medida mitigatória, que seria a recuperação de várias lagoas e brejos hoje assoreados, ainda nem começou. Como ficam os bichos despejados? É o típico caso em que não se exigiu um cronograma lógico de atividades.

IDÉIA CENTRAL E

FALTA DE INCENTIVOS E/OU VANTAGENS PARA AS EMPRESAS QUE ADOTEM PRÁTICAS AMBIENTAIS ADEQUADAS

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Em minha opinião, faltam incentivos tributários para as empresas que adotam práticas minimamente poluidoras. Existe pouco ganho em nível de impostos e taxas para empresas que efetivamente investem nas questões ambientais.

IDÉIA CENTRAL F

FALTA DE INVESTIMENTOS EM ESTUDOS AMBIENTAIS, EDUCAÇÃO POPULAR E COMUNICAÇÃO NA ÁREA AMBIENTAL

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Um ponto fraco na atual gestão ambiental é sem dúvida a ausência de um programa de educação ambiental efetivo, voltado para o ensino público, privado e à comunidade como um todo.

Faltam políticas públicas para o desenvolvimento de ações de educação ambiental, o que está se iniciando, com a implementação da Agenda 21 e do programa SEAT.

Cubatão é um Pólo Industrial compacto, por isso, sinto a falta de estudos preventivos nas áreas de saúde (dermatologia, pulmonar-respiratória, toxicidade do sangue, etc.) e também na área ambiental (estudos anátomos patológicos em anfíbios, etc.). Além disso, são poucos os estudos de efeitos eco-toxicológicos.

Outra dificuldade encontrada é a de má comunicação. Apesar de todos os esforços já realizados no Pólo Industrial e os resultados positivos já alcançados, a imagem do Pólo é constantemente associada a fatos negativos do passado. O ponto fraco talvez, seja na divulgação mais ampla e atualizada das melhorias que ocorrem em Cubatão. A divulgação ocorre na região, mas a imagem negativa persiste ao nível nacional. Não existe uma divulgação integrada dos avanços na recuperação ambiental de Cubatão.

É pouca a presença na mídia das ações dos órgãos de controle ambiental e dos resultados. Em minha opinião, falta também um relatório periódico sobre os impactos ambientais.

O que também poderia melhorar é a divulgação periódica por parte do governo sobre as condições ambientais de Cubatão. Por exemplo, a sede da Cetesb, que era em Cubatão, foi transferida para Santos. A partir dessa mudança, a Cetesb vem negligenciando nas obrigações com a cidade, pois como integrante do SISNAMA, teria que informar a comunidade periodicamente sobre as condições ambientais, como era feito no passado. Por absoluta falta de transparência da Cetesb quanto à informação e educação, isso não mais acontece.

E a retirada do aparelho medidor da Avenida Nove de Abril que informava os índices de poluição? Isso também contribuiu pela atual falta de divulgação do nível de poluição.

Considero também um grande problema a ausência de informação por parte das indústrias a respeito dos riscos que os produtos por elas manuseados podem causar a população, pois, caso aconteça algum acidente, os médicos vão ter dificuldades de atender as pessoas afetadas, uma vez que desconhecem os tipos de produtos.

IDÉIA CENTRAL G

FALTA/DEFICIÊNCIA DE VISÃO, AÇÃO E FORMAÇÃO TÉCNICA AMPLIADA PARA A ÀREA AMBIENTAL.

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A gestão atual ainda carece de um melhor esclarecimento e conhecimento sobre técnicas e práticas de gestão ambiental. Em minha opinião alguns itens técnicos deveriam ser mais discutidos, pois ainda existem algumas discordâncias técnicas e imposições sem sentido.

A redução de aporte de recursos financeiros, por parte do governo, para suporte no aperfeiçoamento e formação técnica de profissionais na área ambiental, causou uma falta de pessoas tecnicamente qualificadas no Ministério Público.

Acredito que, hoje em dia, ainda existe uma tendência de reação e não de construção de modelos viáveis, pois há certa dependência de fatos pontuais, quando o correto seria de avaliar o conjunto da obra e o conhecimento racional dos impactos a serem discutidos. Essa situação provoca, na parte mais sensível, insegurança quanto aos verdadeiros motivos e interesses que estão sendo discutidos.

Alem disso, empresas utilizam expedientes e métodos arcaicos de cooptação e manobras relacionadas à gestão de recursos hídricos e formulação de zoneamentos.

Nem todas as indústrias dispõem de um setor cativo para meio ambiente. Normalmente o engenheiro absorve também outros setores da empresa, inclusive produtivos, o que impede o profissional de manter uma gestão efetiva de controle ambiental.

Por outro lado, a capacitação técnica da sociedade civil é limitada, o que gera dificuldade de entendimento, incertezas e desconfianças sobre os impactos ambientais.

IDÉIA CENTRAL H

FALTA DE INVESTIMENTOS E INOPERÂNCIA DO PODER PÚBLICO PARA A ÁREA DE MEIO AMBIENTE (AÇÃO EFETIVA,

PLANEJAMENTO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO) DSC

O setor governamental em Cubatão vive um momento de grave crise, representada pela "falência múltipla dos órgãos" legislativo e executivo. Por causa da inoperância atual do Poder Público Municipal (Prefeito), a cidade não dispõe, hoje, de lideranças políticas capazes de assumir o desafio maior para este século: que é a defesa do desenvolvimento sustentável que propicie melhoria da qualidade de vida para sua população.

Em minha opinião, o governo não possui qualquer ingerência pró-positiva, primando pela subserviência e critérios de oportunidade aliados ao sabor de eventuais pressões do Ministério Público ou da sociedade civil organizada, que não forma sua base de sustentação.

Então, o que falta mesmo é ação efetiva, por parte do setor governamental, para reverter o quadro da região que é ambientalmente saturada. Agora que o país precisa crescer economicamente, o governo deveria agir exclusivamente por programas, e não com ações pontuais.

Além do mais, o governo utiliza pouco as ferramentas de gestão e planejamento de qualidade em seus processos de trabalho. Falta planejamento com objetivos e metas bem definidos, o que garantiria maior transparência das medidas que vêm sendo adotadas.

E o problema da fiscalização e controle ambiental? Verifica-se, hoje, ausência de uma permanente fiscalização, eficiente e eficaz, tanto no controle e orientação das fontes de emissão de poluentes, quanto nos equipamentos de proteção, como atividade preventiva e mesmo punitiva.

Acho que é justo dizer que falta um programa ambiental por parte da Cetesb, no tocante a operação e manutenção dos equipamentos e sistemas de controle de poluição. O atual sistema de fiscalização (amostragem de efluentes líquidos e gasosos) é anacrônico e ineficiente, criando problemas para o próprio órgão fiscalizador e mantendo a região na eterna condição de região saturada. Falta também um melhor controle das fontes de poluição por hidrocarbonetos. A Cetesb só vem fazendo o controle do material particulado, pois estes chamam mais a atenção.

Não podemos também esquecer que o foco do Ministério Público muitas vezes é somente nas indústrias sendo que em alguns casos os maiores impactos ambientais estão relacionados à falta de fiscalização do estado e prefeituras quanto à invasão de áreas públicas que são ambientalmente protegidas por lei. Precisamos, por isso, de um maior controle de invasões de áreas públicas. Falta também capacidade de investimento do governo municipal e estadual, pois o governo deveria investir em áreas como: o controle de tratamento de esgoto, um serviço de toxicologia no Posto de Saúde Central, reflorestamento, na criação de mecanismos de controle do tráfego de cargas perigosas e na

solução do problema do nosso passivo ambiental: os lixões de Pilões e de Perequê.

Por último o seguinte: há fontes importantes - como a Cosipa - que, se aquilo é estar controlada, eu sou a Madre Teresa. Basta cheirar o lugar para colocar em dúvida a seriedade do programa de controle!

IDÉIA CENTRAL I

FALTA DE AÇÃO INTEGRADA ENTRE O SETOR GOVERNAMENTAL, EMPRESARIAL E SOCIEDADE CIVIL

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Em minha opinião, falta em Cubatão uma integração mais efetiva das ações ambientais, pois ainda é incipiente a discussão franca das questões ambientais. Deveriam ser criados canais eficientes para a discussão de soluções coordenadas, ajudando, entre outras coisas, o governo gerenciar situações de conflito envolvendo o Poder Público. O que melhoraria a eficiência da produção industrial, gerando efeitos na estrutura social e na formatação de um projeto concreto de desenvolvimento sustentado.

Também falta uma maior integração entre as empresas do Pólo nas questões ambientais, com experiência na negociação de acordos e conflitos com os demais segmentos.

Por exemplo, o grau de aproximação empresarial com a comunidade científica é limitado, existe pouca iniciativa empresarial para alavancar estudos e projetos integrados de melhoria ambiental e as empresas tem pequena participação em discussões legislativas.

É preciso também dizer que o setor empresarial, não dispondo de interlocutores à altura no setor governamental, buscou se articular com a sociedade civil para a construção da Agenda 21, iniciativa que só foi possível em virtude da percepção empresarial da inexistência de interlocutores no Poder Público local.

Existe ainda uma ausência de comunicação entre a Cetesb e a comunidade industrial com a comunidade Cubatense a exemplo do que era feito anteriormente.

Também seria importante que o Pólo Industrial de Cubatão atuasse com maior sinergia quanto à reciclagem de resíduos.

IDÉIA CENTRAL J

PRECARIEDADE E/OU INEXISTÊNCIA DO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL

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A sociedade civil, que me parece menos atuante que no passado, relaxa quanto à cobrança para que o plano de controle da poluição em Cubatão não perca seu êxito.