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Gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do INMETRO

3. METODOLOGIA

4.2 Gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do INMETRO

A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do INMETRO iniciou suas atividades em agosto de 2002, está localizada no município de Duque de Caxias, até maio de 2007 havia graduado 3 empresas e tem como Instituição Mantenedora o INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

A Incubadora de empresas do INMETRO passou por uma mudança de foco, motivada principalmente por uma forte carência na captação de novos empreendedores e inovações que pudessem gerar novos negócios.

“A incubadora do INMETRO está dentro de um ICT – Instituição de Ciência e Tecnologia, e não em uma universidade. A gente não tem o material humano para geração de novas empresas. Então a Incubadora do INMETRO, Incubadora entendida como uma Incubadora de Empresas, ela tinha muita dificuldade de captar idéias de novas empresas”.

“No entanto, nós temos uma facilidade muito grande de captar projetos científicos, tecnológicos e inovadores em empresas já constituídas. Então a mudança da Incubadora de uma Incubadora de Empresas para uma Incubadora de Projetos, permitiu um leque maior de possibilidades: projetos científicos tecnológicos que podem gerar novas empresas ou que podem gerar partes de novas empresas, ou ainda, o desmembramento de uma empresa já instalada, os clássicos spin-offs”.

“Então, por que ficar dentro da dificuldade, se a gente pode atingir objetivos bem interessantes, desenvolvimento tecnológico, geração de novos postos de trabalho e tudo mais, em um outro modelo”.

“Além do fato de nós estarmos dentro de um conceito maior que é o parque tecnológico. Então a idéia é a Incubadora, como um dos aparelhos do Parque Tecnológico, gerar novos produtos onde ali possam ser implantadas linhas de produção, de prototipagem e tudo mais”. “O projeto também contempla mais dois aparelhos fundamentais: uma escola técnica de formação e um hotel. Para exatamente viabilizar essa vinda de cientistas, empresários, estudantes, e tal. Essa região é pouco favorecida nesse sentido, então viabilizaria ali toda a geração de um pólo de ciência e tecnologia, aproveitando os laboratórios todos que estão aqui dentro. São milhões de dólares em equipamento”.

Como se vê, a experiência da Incubadora do INMETRO levou sua gerencia a mudar o foco de atuação da Incubadora. A sua instituição mantenedora, no caso o INMETRO, apesar de toda capacitação tecnológica e de contar com laboratórios de alta tecnologia, não possuía empreendedores em potencial. Além disso, como se observa também, a região onde a

Incubadora está localizada também não atraia muitos empreendedores em potencial. A Incubadora passou a vislumbrar nas relações com outras instituições e empresas, a possibilidade de captar novos projetos que pudessem gerar novos negócios.

A participação da Incubadora de Empresas do INMETRO na captação de novos negócios fica mais clara quando o gestor menciona exemplos de como isso ocorre no dia-a-dia da Incubadora.

“Então há uma triangulação. Enquanto o INMETRO procura desenvolvimento tecnológico, científico e a disponibilização de melhores equipamentos de medição, para que a sociedade possa utilizar equipamentos mais confiáveis, para pagar o preço justo e tudo mais, as empresas privadas também têm interesse em novos projetos, com redução de custo, tecnologia, essas coisas todas. Então a gente monta parcerias para fazer isto”.

“Sempre existe esse contato dos nossos técnicos com a iniciativa privada, ai no caso, com a área técnica das empresas. E para surgir um projeto e esse projeto vir para cá é relativamente fácil”.

No INMETRO, seus técnicos, passam a atuar como agentes, dentro da rede da Incubadora de Empresas, responsáveis pela captação de inovações tecnológicas. A medida que seus técnicos vão construindo seus laços dentro desta rede, vão surgindo possibilidades de se captar inovações tecnológicas que possam vir a se transformar em empresas incubadas.

Quanto ao conselho da Incubadora, o gestor da Incubadora de Empresas do INMETRO relata que não existe formalmente este conselho na Incubadora. Em seu lugar, existe um comitê técnico que analisa os projetos que irão fazer parte da Incubadora. E em uma segunda instância, após esta primeira análise, estes projetos são levados a consulta da alta administração do INMETRO, que avaliza os projetos selecionados.

“Hoje não existe um conselho formal. Isso foi dissolvido quando eu assumi a Incubadora. A gente tem hoje um comitê técnico que analisa todos os projetos que entram e temos uma consulta à alta administração daqueles projetos aprovados pelo comitê técnico”.

“O que eu posso te dizer é que o conselho antigamente era constituído por critérios técnicos e políticos. Normalmente os conselhos são montados com essa característica. Mesclava-se um grupo do movimento de Incubadoras, mesclava-se profissionais que ajudam na análise dos

projetos como desde um psicólogo até um engenheiro e um grupo político também para dar essa, vamos dizer assim, o peso do conselho nas questões políticas”.

“[...] a gente está focando em negócios e desenvolvimento tecnológico, o importante é ter a aprovação da casa, até porque o corpo técnico uma vez que ele analisa e faz um parecer técnico, de certo modo, ele apadrinha o projeto tecnicamente falando”.

Percebe-se que o conselho de uma Incubadora de Empresas acaba exercendo dois papéis principais: uma participação preponderante na escolha das empresas e outro na articulação política da rede da Incubadora de Empresas, porém, este segundo papel não se aplica no caso da Incubadora de Empresas do INMETRO.

Quanto às instituições que apóiam a Incubadora de Empresas do INMETRO, o gestor comentou que existem basicamente dois critérios para a escolha dessas instituições: critérios absolutos e relativos.

“Existem critérios absolutos e relativos. Eu chamo de critérios absolutos aqueles ligados às características da Incubadora, como, por exemplo, fazer parceira com instituições que tenham a ver com a linha de ação e a base tecnológica que a Incubadora trabalha”.

“Os critérios relativos são aqueles que, dependendo das necessidades da Incubadora eles são aproximados ou não. Então não existem critérios que possam garantir, que tenham sido estudados, elaborados, é muito dentro da situação, da necessidade”.

“[...] a gente é uma Incubadora do INMETRO, o INMETRO tem os laboratórios, então ela como instituição mantenedora ela é absoluta”.

Os critérios absolutos para escolha das instituições que apóiam a Incubadora de Empresas estão vinculados à característica da Incubadora e tendem a serem mais duradouros, permitindo a construção de laços interinstitucionais fortes. Já os critérios relativos, pela sua própria natureza, possuem um caráter durável, ou seja, permitem a construção laços fracos entre as instituições de apoio e a Incubadora que vão sendo feitos e desfeitos de acordo com as necessidades da Incubadora.

Quanto aos benefícios obtidos pelo fato da Incubadora fazer parte de uma rede de agentes, o gestor da Incubadora de Empresas do INMETRO faz o seguinte comentário:

“Os benefícios são muitos: a manutenção de foco da Incubadora, união de forças para conseguir mudanças, ou adaptações, ou novos pontos no sistema”.

“Então, sem dúvida nenhuma, a vantagem de se trabalhar em rede é poder ter uma voz mais alta com órgãos que a gente dependa e também permear as nossas ações como uma única rede em todo movimento, facilitando mudanças, facilitando a inclusão de novas políticas, novos projetos, além de também distribuir o trabalho que você sendo uma andorinha, muitas vezes não iria desenvolver, ou se conseguisse, iria demandar muita energia”.

Como se vê, nas palavras do gestor da Incubadora do INMETRO, o fato da Incubadora estar inserida em uma rede permite que ela consiga melhores condições para manter o seu foco de atuação. Outro beneficio apontado, seria um maior poder de barganha junto aos agentes governamentais que são responsáveis pela implementação de políticas. Neste sentido, a circulação de informação por meio de laços fracos e a articulação do Capital Social dos gestores das Incubadoras tornam-se peças.

Com relação aos benefícios obtidos pelas empresas incubadas na Incubadora do INMETERO, o gestor destacou que existem aqueles ligados à infra-estrutura oferecida pela Incubadora e o rateio do custo pela utilização dessa estrutura, e ainda aqueles obtidos de forma intangível, como é o caso dos benefícios da empresa contar com a grife da Incubadora.

“Você tem benefícios básicos relacionados à custo, desde alugar um espaço, uma estrutura a um preço muito módico, tendo a disposição uma série de serviços que você aglutinaria no seu negócio como custo e a gente sabe que quanto menor o custo, maior facilidade de atingir o mercado, como por exemplo, serviço de limpeza, segurança, manutenção, uma série de outras coisas que o serviço de Incubadora oferece, assim como o rateio de utilização de equipamentos que tem um certo custo, toda uma estrutura de reprografia, acesso à Internet, enfim tudo que for relacionado a infra-estrutura.”.

“Um diferencial da Incubadora do INMETRO é a possibilidade de acessar os técnicos e os laboratórios para que, em conjunto a empresa possa desenvolver seus produtos. Tanto é que, quem entra na Incubadora do INMETRO tem um contrato para locação do espaço, toda parte de infra-estrutura e assina um convênio técnico-científico que permite o desenvolvimento tecnológico”.

“[...] além do fator básico da infra-estrutura, passando por esta questão de ter toda uma estrutura de alicerce, de laboratórios e tudo mais, até chegar a grife. A grife é um elemento fundamental”.

“[...] muitas vezes é interessante e mais fácil você atingir um cliente se apresentando como uma empresa instalada em uma Incubadora, seja ela, por exemplo, da COPPE, PUC, INT, CEFET, EXÉRCITO, UVA, INMETRO. Porque é palpável, transmite uma confiança”.

“[...] é uma empresa que está incubada na Incubadora, que passou por um processo, conseqüentemente ela tem uma pré-condição muito interessante para desenvolver aquilo que ela se propõe a desenvolver”.

Pode-se observar, nas palavras do gestor da Incubadora do INMETRO, que o Capital Social potencialmente disponível pela Incubadora de Empresas é um dos grandes benefícios que podem ser usufruídos pelas empresas incubadas. Vê-se claramente em suas palavras que as empresas incubadas podem se beneficiar do Capital Econômico, representado pela infra- estrutura e laboratórios e principalmente o Capital Simbólico, associado à credibilidade alcançada pelo uso da grife da Incubadora e o Capital Cultural presente na Instituição Mantenedora, além daquele induzido pela própria Incubadora, por meio de cursos e treinamentos.

Do ponto de vista das políticas públicas voltadas para as Incubadoras de Empresas, o gestor da Incubadora do INMETRO tece os seguintes comentários:

“O PNI – Programa Nacional de Apoio as Incubadoras, eu acho que é bem interessante. A quantidade de recursos eu acho que não é interessante, quer dizer, hoje é acanhado, é modesto pro volume de Incubadoras que existem no Brasil”.

“Alguma coisa está melhorando com relação aos arcabouços legais, em termos de participação das micro e pequenas empresas na área de desenvolvimento tecnológico, utilizando mão-de-obra especializada por mestres e doutores, como por exemplo, a lei do bem, a lei de inovação. Isso tudo, apesar de não estar falando diretamente em Incubadoras, de certo modo impacta no trabalho das Incubadoras”.

Apesar do otimismo com relação às políticas públicas voltadas para as Incubadoras, ao ser questionado sobre as dificuldades em se conseguir informações consolidadas a cerca da avaliação dessas políticas, o gestor concordou que ainda há muito a ser feito neste sentido.

“O MCT está muito preocupado com isso”.

“[...] nós tivemos uma reunião na ANPROTEC com a FINEP, SEBRAE, CNPq, todos nós juntos. Foi um workshop, e a gente está exatamente trabalhando a possibilidade de, possibilidade não é a palavra correta, estamos trabalhando exatamente no alinhamento das questões que você colocou, como por exemplo, no portal da inovação hoje, você tem ali publicado todas as empresas graduadas oriundas de Incubadoras. A gente fez agora uma inclusão maciça de empresas no Brasil inteiro no portal da inovação”.

“Em cima disso, está se fazendo um levantamento de faturamento das empresas, geração de postos de trabalho e tudo que for referente à produção do movimento de incubadoras, até porque o questionamento do programa é natural”.

“Em um primeiro momento você monta o programa, você faz o programa andar, e agora está se entrando em uma fase de análise do resultado desse programa. E ai começa a se estabelecer indicadores e metodologias para essa mensuração”.

“Mas vai chegar. Vai ser colocado, não digo que o programa possa estar correndo perigo, mas a idéia é enxugar um pouco o movimento. Até porque tudo que é muito moda a gente sabe que nesse país pipoca na esquina. Tanto é que o PNI, no ano passado, apoiou um consórcio de Incubadoras. A FINEP apoiou claramente um consórcio de Incubadoras”.

“Então o PNI já mostra a tendência de trabalhar em rede, trabalhar em consórcio, eliminando aquela fragmentação de pouco recurso para 300 incubadoras no Brasil”.

“Isto mostra que o PNI está se preocupando em enxugar e dar resultado e fazer esta mensuração. De certo modo isso vai municiar todas as outras instituições, a FINEP, o SEBRAE, pra exatamente, no mínimo tornar de conhecimento deles próprios os resultados e o mais importante, divulgar o movimento”.

Como se vê, passa a existir uma preocupação com a avaliação dos resultados obtidos pelo movimento de Incubadoras em todo Brasil. Os agentes de fomento já perceberam a necessidade de focar seus recursos em Incubadoras mais eficazes e eficientes. Outro ponto importante é a tendência do PNI de trabalhar com estruturas em rede, no caso, com um consórcio de Incubadoras. Porém, para que isso seja possível, torna-se necessário estabelecer indicadores que permitam avaliar o desempenho dessas Incubadoras.

Com relação a sustentabilidade das Incubadoras de Empresas e o fato de que a maior parte dessas Incubadoras serem de natureza privada e sem fins lucrativos, o gestor da Incubadora do INMETRO demonstra que há uma preocupação em se criar mecanismos que permitam o auto- sustento das Incubadoras, sem que estas corram o risco de perder seu foco de atuação.

“[...] no INMETRO, nós temos cláusulas de pagamento de royalties. Então, de certo modo, não é que seja pra gente ter lucro, mas é para retro-alimentar o movimento e possibilitar os novos entrantes a terem a mesma condição daqueles que saíram. O objetivo é sempre crescer”.

“Uma outra ação que está pipocando é a possibilidade das Incubadoras prestarem serviços para as micro e pequenas empresas já instaladas, externas, que não vão chegar a ser residentes”.

“Teoricamente a Incubadora tem um profissional, ou tem acesso a um banco de profissionais que possa ser enviado para essas micro ou pequena empresas, para dar consultoria. Em troca disso, o SEBRAE, as remuneraria em cima de uma quantidade de atendimentos”.

“Seria uma forma de você adquirir a sua sustentabilidade através de uma troca de serviços”. “Não sei também como é que a gente vai lidar, porque o fim da Incubadora não é esse. Entendeu? Não é prestar serviço”.

Do ponto de vista das relações que ocorrem entre as empresas incubadas, o gestor da Incubadora de Empresas do INMETRO comenta que existe uma troca muito grande de experiência, durante o período de permanência na Incubadora, entre as empresas que estão entrando e as que estão saindo.

“[...] essa interação, essa é mais natural ainda. Você está no mesmo ambiente e sabe que aquela empresa, mais parruda, mais fortinha, que daqui a pouco já está andando com as próprias pernas e localizada em um endereço próprio. Eu estou entrando agora, vamos conversar, como é que foi, o que é que aconteceu? O seu contador pode ser o meu contador. E por ai vai...”.

“Gestão é só quem está na praça. Um passa pro outro”.

“[...] essa interação que só é prejudicada dependendo do perfil do empreendedor. Se for um empreendedor que simplesmente é uma pessoa tímida, ai fica dificultado. Mas, o empreendedor que é tímido não vai muito longe”.

Pode-se ver que durante o período de permanência dentro da Incubadora de Empresas, há uma troca de experiências entre as empresas, principalmente entre as que estão entrando e as que estão se graduando. Esta troca de experiências pode acabar interferindo no processo decisório das empresas, contribuindo para a percepção da existência de um habitus dos empreendedores dentro da Incubadora. Percebe-se claramente que o fato do empreendedor estar dentro do ambiente da Incubadora e de poder trocar experiências com outros empreendedores, de nada vale se o próprio empreendedor não articular os seus relacionamentos. Complementando neste

sentido, quando o gestor da Incubadora do INMETRO comenta que “o empreendedor que é tímido não vai longe”, pode-se entender que o empreendedor precisa articular o Capital Social potencialmente disponível na rede em que a Incubadora de Empresas está inserida, do contrário, de nada adiantará fazer parte desta rede.

Quanto aos fatores que podem ser atribuídos ao sucesso das empresas que passam pelo processo de incubação, o gestor da Incubadora de Empresas do INMETRO diz que:

“Olha, é intrínseco à pessoa que está tocando o negócio, ele tem que ter habilidade para ver o nicho de mercado, ser perseverante, tem que ter nível técnico bom. O cara tem que ser bom no que faz, tem que ter contatos. Network é uma coisa importantíssima! Ele tem que saber fazer contatos, tem que saber localizar uma oportunidade através de um contato”.

“Ele tem que estar na Incubadora condizente com o que ele está a fim de desenvolver como projeto, como empresa”.

“Não basta, em hipótese alguma achar que entrou em uma Incubadora que vai ter sucesso como negócio. Com certeza absoluta, não é só estar em uma Incubadora”.

“Relacionamento, nível-técnico, apresentação física”.

“Como eu falei, não adianta o cara ser muito bom e ser altamente introspectivo. Porque business não tem jeito, é relacionamento”.

Como se vê, não basta estar inserido na rede da Incubadora de Empresas, é necessário articular esta rede. O empreendedor tem que possuir um Capital Cultural mínimo que permita a viabilidade do seu negócio. Durante o período de incubação, é de se esperar que a matriz de capitais desse empreendedor sofra alterações, em função principalmente da capacidade deste empreendedor articular o Capital Social potencialmente disponível na rede onde a Incubadora de Empresas está inserida. É importante também que o empreendedor esteja em uma Incubadora condizente com o negócio que ele está propondo, senão de nada adiantará ele estar inserido na rede desta Incubadora.

Quanto à relação entre o custo e o benefício e a relevância de se montar uma Incubadora de Empresas, o gestor da Incubadora do INMETRO comenta que:

“Olha, eu acho que tudo isso é relativo. Tudo que envolve desenvolvimento é oneroso sim. Não há a menor dúvida. Escola é caro, uma maternidade é cara, um centro de formação é caro. Não há a menor dúvida. Alguém tem que arcar com isso, senão a gente estaria até hoje dentro das cavernas, com lasca de pedra”.

“O que eu posso dizer é que, quem acha que uma Incubadora tem um custo alto, ele está certo por um lado e no mínimo míope, para não dizer cego, por outro. Porque o desenvolvimento tecnológico e o resultado cultural de uma Incubadora, eu digo cultural porque uma Incubadora envolve uma mudança de postura de empregado para empregador, onde o brasileiro sempre foi criado para ser funcionário público ou ter um patrão para mandar na sua vida, isso está aos poucos mudando, infelizmente por fatores de necessidade, não por mudança efetivamente de programas culturais, por políticas e tudo mais”.

“A Incubadora ela é muito caro para quem pensa em amanhã. A Incubadora é muito barata para quem pensa em década”.

“Porque não há a menor dúvida, já é fato que os centros de desenvolvimento tecnológico são hoje grandes geradores de riqueza. Existe um estudo mostrando que o MIT seria a sexta economia do mundo, só em volume de desenvolvimento tecnológico que aquela universidade fez”.

“Se você parar para pensar, o MIT não é uma estrutura, não é um prédio, é uma cidade Incubadora. No MIT, as empresas é que foram nascendo em volta dele, devido a essa área de desenvolvimento tecnológico”.

“E de certo modo a gente tem até culpa com relação a isso. Eu também faço a mea-culpa ou porque a gente não dá informação, ou porque existem Incubadoras que podem não estar diretamente envolvidas com o resultado, enfim, uma série de outros fatores que muitas vezes