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3. METODOLOGIA

3.6 Limitações do método

Toda pesquisa científica, por maior que seja seu rigor metodológico, apresenta limitações em seu método. Nesta pesquisa, identificamos como limitação:

a. Coleta de Dados: A coleta de dados poderá ter apresentado respostas que não refletiram os verdadeiros pontos de vista dos sujeitos envolvidos na pesquisa. Esta incongruência pode ter sido causada, entre outros motivos, pela influência do pesquisador sobre o pesquisado ou até mesmo pela falta de compreensão das questões abordadas, tanto nas entrevistas quanto nos questionários;

b. Interpretação e categorização dos dados: A utilização de entrevistas abertas podem gerar respostas cuja complexidade da captação de seus aspectos está intimamente relacionada com a vivência do pesquisador e a sua experiência na aplicação do método escolhido;

c. Parcialidade do pesquisador: As conclusões da pesquisa podem ter sido influenciadas pela parcialidade do pesquisador, já que este carrega com si um conhecimento a priori, uma linha filosófica, além de uma experiência profissional e acadêmica próprias capazes de interferir nas conclusões desta pesquisa.

Neste capítulo, foi abordada a metodologia que foi utilizada nesta pesquisa, classificando-a quanto aos fins e quantos aos meios. Identificou-se o universo e a amostra em que o estudo ficou restrito, além dos sujeitos envolvidos nesta pesquisa. Por fim, foram descritos a forma como os dados foram coletados e tratados e as limitações que o método utilizado possa ter apresentado.

4. ANÁLISE DE DADOS

As informações obtidas por meio das entrevistas em profundidade com roteiros semi- estruturados, foram transcritas e consolidadas com o propósito de permitir a utilização da técnica de análise de conteúdo nas respostas coletadas. Como descrito na metodologia, trabalhou-se com uma grade aberta, isto é, com base no referencial teórico e durante a análise das entrevistas, as seguintes categorias foram sendo construídas:

• Estrutura das redes das Incubadoras de Empresas; • Papel dos agentes dentro dessas redes;

• Relacionamentos existentes nas redes; • Capital Social;

• Políticas Públicas e Incubadoras de Empresas; • Relevância das Incubadoras de Empresas.

A partir dos dados obtidos e já categorizados, em um primeiro momento foi feita a validação do modelo conceitual da Incubadora de Empresas proposto anteriormente. Este modelo conceitual sofreu uma nova interpretação, passando a incorporar novos elementos, além daqueles já existentes, permitindo uma melhor aderência ao objeto de estudo pesquisado.

O modelo conceitual da Incubadora de Empresas passou a incorporar o elemento do conselho da Incubadora. Em alguns casos este conselho também foi chamado de comitê técnico ou ainda consórcio. O papel dos conselhos e comitês será abordado mais à frente.

Além do conselho, também foi incorporado ao modelo o elemento das políticas públicas voltadas para as Incubadoras de Empresas. Durante as entrevistas, foram identificados

diversos fatores que apontaram a importância das políticas públicas voltadas para as Incubadoras de Empresas e o seu impacto para o entendimento das redes formadas pelas Incubadoras.

Complementando este novo modelo conceitual, foram discriminados os três tipos de empresas ligadas as Incubadoras de Empresas. Com isso, o novo modelo conceitual de Incubadora de Empresas desenvolvido e adotado nesta pesquisa pode ser visualizado na FIGURA 7.

Mercado Instituições de Apoio Instituição Mantenedora Empresa Incubada Empresa Graduada Empresa Associada Incubadora Corpo Gerencial Conselho

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Figura 7 – Novo modelo conceitual de uma Incubadora de Empresas.

É importante ressaltar novamente que não há nenhuma informação relacionada à dimensão de cada um dos balões e as ligações existentes. Este modelo conceitual foi concebido única e exclusivamente com o propósito de melhorar a análise do objeto de estudo desta pesquisa. Do ponto de vista da estrutura das quatro Incubadoras pesquisadas, observou-se que todas elas

tiveram uma forte aderência ao modelo conceitual de Incubadoras desenvolvido e adotado nesta pesquisa, o que conseqüentemente acabou validando o modelo proposto.

A análise do conteúdo de cada uma das entrevistas será apresentada separadamente, obedecendo a seguinte ordem: Gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFF, gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do INMETRO, gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica Gênesis PUC – RIO, empresa gradua na Incubadora de Base Tecnológica Gênesis PUC – RIO, gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da COPPE /UFRJ, empresa gradua na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da COPPE /UFRJ, um gestor da FINEP que coordenou durante um período o PNI e por fim a entrevista com um gestor do SEBRAE ligo a política da instituição voltada para Incubadoras de Empresas.

4.1 Gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFF - IEBTUFF

A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UFF iniciou suas atividades em maio de 1999, está localizada no município de Niterói, até maio de 2007 havia graduado 2 empresas e tem como Instituição Mantenedora a UFF- Universidade Federal Fluminense.

O gestor da IEBTUFF afirmou que as universidades ainda têm um papel muito forte como modelo onde se encontram os melhores pesquisadores capazes de gerar conhecimento no Estado do Rio de Janeiro.

“[...] as melhores cabeças no Estado do Rio de Janeiro estão na universidade. Em especial as públicas e as que fazem pesquisa [...]. Você privar a sociedade dessas cabeças, pra mim é um crime. É um crime tão grave que o cara tem que prestar contas com Deus”.

Ao mesmo tempo este mesmo gestor aponta que as universidades apresentam problemas no tocante à capacidade de se relacionar com o mercado.

“A universidade é muito ruim em tratar o mercado, em verificar que uma invenção tem capacidade de ser uma inovação de sucesso, mesmo porque ela confunde muito a invenção com inovação. Inclusive é utilizada a mesma terminologia. Se perguntar para qualquer professor o que é inovação ele vai lhe falar: aqui está a descoberta, aqui está invenção, aqui está a inovação, mas na hora em que eles vão tratar a avaliação, por exemplo, de uma incubada entrando, eles estão querendo avaliar a inovação olhando para a invenção. Então esse é um problema que a universidade tem que sanar para conseguir gerenciar essas coisas”.

Além desses problemas, o gestor questiona a capacidade da universidade como formadora de empreendedores.

“[...] isso nos leva a um outro fator que falta muito nas universidades: As universidades não formam o empreendedor”.

“Elas têm um conjunto de ações que são muito voltadas ao tipo de formação tradicional, mas elas não ensinam o cara a ser empreendedor”.

“Eu posso ter aula do que deve ter no contrato, tal e não sei mais o que. Mas eu só aprendo a negociar um contrato se eu estiver na frente do cara da Petrobras, por exemplo, negociando o com ele. Então é esse tipo de formação que a universidade tem estado muito longe”.

Continuando seu discurso, o gestor da IEBTUFF comenta sobre as diversas formas de como o conhecimento produzido dentro da universidade poderia chegar até a sociedade:

“Então na verdade, a gente precisa mudar essas cabeças e levar elas pro mercado. Pode ser da maneira que está sendo feita hoje, que eu acho extremamente criminosa”.

“A universidade, por necessidade, criou dois caminhos muito complicados. Um é o caminho dos cursos[...]Então chegou um determinado momento, que para se ter verba ou tocar a sua área, precisava-se vender conhecimento no formato de curso. Ai foi a febre dos MBAs. Então ganha-se R$ 150,00 a hora, tem-se um conjunto de aulas muito legal e consegue-se multiplicar seu salário”.

“O outro caminho era vender os projetos. Então, tem-se um determinado conhecimento, vende-se esse conhecimento como projeto. Fecho um acordo com a Petrobras, por exemplo. A Petrobras tem direito a tudo, mas ela paga R$ 120,00 a hora por um doutor. Tem-se um número de horas nesse projeto que esse doutor consegue tocar”.

“Essas duas alternativas estão na fase da difusão do processo do conhecimento da universidade e elas acabam consumindo a pesquisa. Se você tem os professores acumulados nessas duas alternativas, vai chegar um momento que esse acúmulo de pesquisa vai, digamos assim, se extinguir. Ele não vai ser efetivo no mercado. Então você precisa ter uma lógica que na verdade, realimente esse negócio. Esse é um problema sério”.

Como se vê, a universidade detém um grande volume de Capital Social. Neste sentido, seu Capital Cultural, sob a forma de conhecimento acumulado por meio das pesquisas científicas desenvolvidas dentro de seus laboratórios, é muito grande. Porém, esse Capital Cultural ainda carece de um conhecimento voltado para o mercado e principalmente aquele voltado para o empreendedorismo.

Seguindo sua linha de pensamento, o gestor da IEBTUFF descreve o papel que a Incubadora de Empresas tem como uma terceira alternativa para levar o conhecimento produzido dentro da universidade até a sociedade:

“O modelo do processo da incubação, no nível dos núcleos de inovação tecnológicos e etc., é mais poderoso porque ele fecha a universidade no centro de pesquisa e você vai ter estruturas de licenciamento e de “spin-off” em Incubadoras. As Incubadoras vão pegar esse conhecimento e vão levá-lo ao mercado, deixando a universidade concentrada na pesquisa. Quanto mais pesquisa ela gera, mais “spin-off” ela vai ter na ponta. Tanto é que uma das discussões aqui na Incubadora da UFF é como a gente pode aumentar esse nosso reservatório de pesquisa, de diferencial. Porque é aqui que está o diferencial, com as descobertas que podem ser transformadas em invenção e depois serem colocadas no mercado como inovação”.

Vê-se claramente em seu discurso uma preocupação voltada para a manutenção do Capital Social da universidade. Pois, segundo o gestor da IEBTUFF, o Capital Cultural é o diferencial de uma grande universidade ou centro de pesquisa.

Contudo, ao ser argüido se um dos fatores do sucesso de uma Incubadora de Empresas seria a sua relação com a Instituição Mantenedora, no caso específico da IEBTUFF a UFF, o gestor levantou alguns problemas:

“Por exemplo, eu estou vivendo isso aqui na UFF. Existe uma legislação que data da constituição federal de 1988 dizendo que a universidade tem que proteger o seu conhecimento, porque o seu conhecimento é um bem público. Então se ela gasta dinheiro para desenvolver alguma coisa e eu abro esse conhecimento pro mercado, eu estou cometendo um crime contra o bem público”.

“Então a gente vai ter um conjunto de legislação que desemboca na lei da Inovação para proteger esse bem público. Então essa discussão do relacionamento universidade e

Incubadora, na verdade, é uma falsa discussão. Porque uma Incubadora é um dos instrumentos da universidade para proteger o bem público”.

“O problema é como a gente leva o conhecimento da universidade, transformado em invenção e o coloca no mercado como inovação, fazendo com que isso ajude a sociedade, de maneira que a universidade possa criar um ciclo positivo para se manter viva e pujante, desenvolvendo cada vez mais pesquisa”.

“Então ai tem toda uma discussão que é, digamos assim, sobre o que seria um bem público. A gente está aqui por que? Porque a sociedade bota dinheiro na gente. Isso aqui é um bem público servindo a sociedade. Eu acho muito egoísta, e ai a gente vê isso em várias universidades, professores que desenvolvem uma determinada competência e eles partem para montar seus laboratórios como verdadeiros feudos e eles passam a gerenciar esses laboratórios em bem de sua própria carreira. Isso pra mim é um crime”.

“Mas eu entendo que hoje, muitos professores fazem isso porque não existe um outro meio de manter a sua atividade. Eu considero isso um desvio de função [...]”.

“Então por isso tudo eu acho que essa discussão se a universidade deve apoiar ou não, eu acho que a discussão é como que a universidade na verdade, cria essa terceira via. Porque, por exemplo, na UFF hoje ela não existe. A gente está batalhando para construir essa terceira via. Com muita dificuldade”.

O relacionamento por meio de laços fortes e de confiança entre a Instituição Mantenedora e a Incubadora de Empresas é muito importante. São esses laços que disponibilizarão o Capital Social potencial da Instituição Mantenedora para a Incubadora e conseqüentemente para as empresas incubadas.

Concluindo seu raciocínio, o gestor da IEBTUFF justifica a existência da Incubadora como um instrumento para a resolução de possíveis conflitos de relacionamento entre a universidade e o mercado.

“É ai que a Incubadora existe dentro da universidade. Como um instrumento acadêmico que serve para levar essas invenções ao mercado, também serve para formar pessoas de maneira elegante para o mercado”.

Pode-se entender no comentário anterior que uma formação de maneira “elegante” na verdade seria uma formação além daquela tradicional, voltada também para o empreendedorismo e capaz de estimular o surgimento de novas empresas.

Com relação ao papel do conselho da Incubadora, o gestor da IEBTUFF mencionou algumas experiências e o seu ponto de vista com relação ao papel deste conselho.

“[...] você está me perguntando numa hora ruim isso.O conselho sempre foi pensado como algo que vai te permitir ter acesso à fonte de financiamento. Como ter acesso à fonte de financiamento, não quer dizer mais se você vai ter sucesso. Então os conselhos perderam muito o sentido”.

“Agora, uma coisa que a gente tem percebido é que o conselho pode ser utilizado em uma outra lógica. Ele pode ser utilizado em uma lógica de alavancar negócio.É muito interessante para qualquer Incubadora ter uma OI, por exemplo, no seu conselho.[...]para falar o seguinte, eu vou investir tanto em TV por Internet Protocol. Preciso ter uma empresa nessa área”.

Como se percebe, o conselho da Incubadora de Empresas também possui o seu próprio Capital Social, que quando bem articulado, pode vir a trazer benefícios para as empresas incubadas. Além do Capital Social, o conselho por meio dos laços de seus integrantes, acaba inserindo a Incubadora em suas respectivas redes, o que também acaba trazendo novas oportunidades para as empresas incubadas.

Um dos papéis exercidos pelos conselhos das Incubadoras é o de atuar na seleção das empresas que serão incubadas. O gestor da IEBTUFF comenta alguns problemas ocorridos com o conselho na Incubadora da UFF:

“[...] algumas Incubadoras tem um outro problema. Porque o conselho às vezes, da maneira como ele é montado, ele escolhe as empresas que vão entrar para a Incubadora. E eu já fiz um levantamento, pelo menos aqui na UFF, a participação dos conselhos nessas votações são desastrosas”.

“Para escolher as empresas que vão entrar, tem que ser gente que entenda de mercado e não de tecnologia. Então isso não quer dizer que as empresas para passarem pelo conselho, pelo filtro, não tenham que ter uma aprovação dizendo que sua uma invenção é interessante para a sociedade. Ela tem que ter essa aprovação”.

“[...] a gente aqui também teve outros problemas de professores que se negaram a passar pelo conselho, professores que tinham uma invenção até interessante e que poderia dar uma inovação legal, mas se negaram a passar pelo conselho porque eles não consideravam que as pessoas que iriam avaliar, que eram outros professores, tivessem condições técnicas de julgar o trabalho deles”.

“[...] porque na verdade ele não estava ciente que o que seria julgado era se o trabalho dele era passível de ir ao mercado ou não”.

Como sugestão, o gestor da IEBTUFF propõe que a seleção das futuras empresas incubadas seja feita em duas etapas. Em um primeiro momento, seria feita uma seleção que apontasse a relevância tecnológica do negócio que está sendo avaliado. Após essa primeira seleção, o negócio seria avaliado do ponto de vista mercadológico, ou seja, o potencial de sucesso que o negócio poderá vir a alcançar no mercado.

“Agora, na minha cabeça, esse conselho, aquele filtro, tem que ser gente de capital de risco, gente que está no mercado, ex-empresários. O cara vai olhar e vai ter o sentimento de pé no chão, ó isso é muito legal”.

“E ai o seguinte, só pode chegar no filtro quem já tiver passado por um aval do professor do tipo: olha isso que você está falando é relevante tecnologicamente e é só isso que eu posso dizer”.

“Essa aprovação na minha cabeça só pode ser dada por quem entende e quem entende, em geral está dentro da universidade”.

Portanto, uma composição equivocada do conselho pode, além de reduzir consideravelmente o volume do Capital Social potencialmente disponível das Incubadoras, pode criar laços também desnecessários para as empresas incubadas e por fim, acabar selecionando empresas de maneira errada. É importante que este conselho se relacione, por meio de laços de confiança, com a própria Instituição Mantenedora, o que no caso da IBETUFF acabou ocorrendo de forma desastrosa, fazendo com que os professores da própria universidade se negassem participar do processo de incubação.

Quanto ao sucesso da Incubadora, o gestor da IEBTUFF comenta que quanto maior a Incubadora de Empresas, mais bem sucedida ela será, ou melhor, quanto mais empresas incubadas e graduadas uma Incubadora tiver melhor será seu resultado.

“Um outro dado que eu acho interessante, isso eu tenho na cabeça que a gente percebeu é que quanto maior a operação, mais bem sucedida ela é. Isso tem uma correlação direta”. “Uma Incubadora como a da UFF, que tem quatro empresas, vai sofrer um pouco mais porque tem um certo ganho de escala, em termos no tamanho”.

“E ai o sucesso é simples. Eu também fui buscar por que o sucesso acontece com as que são grandes. Porque o sucesso de um empreendimento é uma discussão de portifólio. Então quanto mais diversificado for seu portifólio, maior será a probabilidade de se ter sucesso”. “Na verdade, é inerente a discussão de gestão de portifólio e o sucesso das Incubadoras”.

Em outras palavras, do ponto de vista do gestor da IEBTUFF, quanto maior a rede de uma Incubadora de Empresas, maior será o seu Capital Social e melhor será o seu resultado.

O gestor da IEBTUFF aponta que um dos fatores que levam uma empresa a ter sucesso em uma Incubadora seria o seu esforço inicial em desenvolver seu planejamento, por meio de um plano de negócios. Além disso, a oportunidade de realizarem cursos e de discutirem o seu dia- a-dia com pessoas da universidade também foram apontados como fatores de sucesso para essas empresas.

“[...] a empresa é forçada a fazer um exercício de planejamento. E nesse planejamento, que é o tal do maldito plano de negócios, ela aprende. Ela até pode não executar o plano de negócios, mas ela aprende”.

“Ela aprendeu o mecanismo, ela aprendeu tanto pro lado positivo, quanto para o lado negativo que não funciona. Então isso tem que dar um certo diferencial. A outra coisa é que é um processo de formação mesmo”.

“Os caras passam por cursos, vêem as coisas acontecerem, eles tem contato com a universidade, eles estão mais próximos. Eles estão mais próximos da elite de formação do país. Isso é uma coisa clara”.

“Então a gente tem discussões que um empresário que estaria fora da universidade não teria e que aqui tem”.

“Você tem cabeças para discutir essa sua trajetória com você, você tem uma diferença dessas discussões”.

“Então esse tipo de discussão é muito difícil ele ter no dia-a-dia do trabalho dele, que ele está tendo apagar incêndio. Mas faz sentido quando ele está dentro de uma Incubadora [...]”. Neste ponto, pode-se verificar o Capital Social potencialmente disponível pelas Incubadoras de Empresas para as empresas incubadas, e o Capital Cultural potencialmente oferecido nos cursos ministrados aos empreendedores. Percebe-se também a formação do habitus dos

empreendedores entre as empresas incubadas que podem se consolidar nas experiências vividas e discussões que acontecem dentro do ambiente da Incubadora. Esse habitus começa a se incorporar aos poucos na tomada de decisão das empresas, durante o seu tempo de permanência na Incubadora.

Além dos fatores acima, o gestor da IEBTUFF aponta o papel da Incubadora como um agente articulador entre as empresas e o mercado como mais um fator de sucesso para as empresas incubadas.

“Então a gente está tendo um trabalho muito forte com, por exemplo, a Oi, com a AMPLA, com a PETROBRAS, entendeu? Para se aproximar dessas corporações, que são corporações