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4.4. Ginástica Artística

4.4.2. Ginástica Artística na Formação Acadêmica

As disciplinas pautadas em manifestações ginásticas estão presentes na formação dos profissionais desde a primeira escola superior de Educação Física do Brasil. Barbosa (1999, p.26) afirma que “no Brasil, antes mesmo que existisse uma escola de 3º grau que formasse professores para tal função, a ginástica já era obrigatória nas escolas”. A autora ainda coloca que a ginástica existe em formatos variados nos currículos dos cursos de Educação Física.

Devido a sua histórica conceituação, que abarcou diversas práticas de atividades físicas, a ginástica por muito tempo e, ainda hoje, serve apenas como suporte nas aulas de Educação Física, sem ter para si um delineamento particular e específico. Por ter configurado também um tipo de treinamento para a guerra, a ginástica acaba levando consigo características de exigências e imposições militares.

A ginástica artística entrou no Brasil no século passado, sendo utilizada pelos militares que influenciaram diretamente a formação das escolas de ensino superior em Educação Física no Brasil, porém não como disciplina independente, mas sim como um conteúdo que faz parte de outras disciplinas. (BARBOSA, 1999, p.31)

Barbosa (1999) constata que atualmente as disciplinas relacionadas às manifestações gímnicas possuem independência nos currículos, principalmente aquelas que se desportivizaram – ginástica artística e rítmica. No entanto, sua forma de aplicação na escola é sempre um apêndice para outras modalidades esportivas. Essa visão de ‘apêndice’ pode ser observada nos relatos dos depoentes, quando a maioria afirma que a ginástica artística (ou somente a ginástica) serve para a realização/melhoria de outras atividades físicas/esportes: “é uma preparação física para

outras modalidades esportivas, para outras atividades” (D.5); “a ginástica pode ser utilizada nos esportes como parte do treinamento de condicionamento físico” (D.10).

Barbosa (1999, p.36) ainda afirma que a ginástica “embora apareça nos currículos dos cursos de licenciatura em Educação Física em variadas manifestações gímnicas, esse conteúdo da cultura corporal é praticamente inexistente no meio escolar”. E o Docente 2, corrobora o apontamento da autora quando coloca que a “maioria das universidades continuam tendo (...) pelo menos uma disciplina de ginástica, muitas têm duas, algumas têm três ou quatro, o problema é o que se ensina e, de que forma se ensina” e continua “não é o fato de se ter a disciplina que garante que ela vai ser ensinada fora”.

Um dos motivos pelo ‘mau uso’ da ginástica artística na escola ocorre porque, na licenciatura em Educação Física, as disciplinas de práticas esportivas usam abordagens essencialmente técnicas – como já colocado – e esse tipo de formação contribui para determinar características de profissionais não comprometidos com o processo educacional (OLIVEIRA, 1983). O problema, ao ser observado na perspectiva de Elias (1998), é que um conhecimento com alta coerência com a realidade – o tecnicismo da ginástica artística – passa a ser aprendido pelas pessoas, desde a fase inicial de suas vidas, como algo óbvio.

Para o autor, em função das teorias positivistas tradicionais do conhecimento suporem a existência de um conhecimento científico praticamente ímpar, estas mantêm um nível de verdade universal que é difícil de ser ultrapassado. Trata-se de uma fase, nos movimentos da relação envolvimento-alienação, na qual a alienação permanece em vantagem.

Evidenciando um estado corrente de alienação frente à ginástica artística, não é difícil entender que esta só irá fazer parte do planejamento escolar de professores que tiveram experiências nessa modalidade, ou que possuem a capacidade de um ‘distanciamento’ em relação a ela para observá-la com possibilidades no espaço escolar.

A maioria dos docentes concorda que vai depender basicamente do professor ter ginástica artística na escola ou não. Estar alienado ou envolvido demais com os conhecimentos da modalidade que não serviriam para a escola, ou

ser capaz para distanciarem-se destes e construí-la na dinâmica do espaço escolar, vai depender de cada professor individualmente! O Docente 4 afirma que, “se o professor que passou por aquela escola entende de ginástica [...] sabe que é importante ensinar a ginástica ele vai se preocupar com isso”. Já para o Docente 8, o professor “tem que correr atrás, tem que se especializar, ele tem que vivenciar a ginástica realmente, não só o que ele vê na faculdade”. O Docente 10 já visualiza pelo lado da competência: “vai muito da competência individual de cada um e de querer trabalhar com a modalidade também”.

Alguns eu tenho certeza que conseguiram, que trabalham com isso, alguns que nunca imaginaram que iam fazer ginástica artística acabaram caindo em lugares que tinham tradição disso e foram atrás e continuaram, mas também isso não tem só a ver com ginástica artística, acho que qualquer outro esporte, o professor sempre puxa um pouco a sardinha para o

lado daquilo que gosta (D.11 – grifo nosso)

Porém, mesmo aqueles que a vivenciaram mais profundamente podem não incluí-la nos conteúdos a serem ministrados, por visualizarem apenas o caráter esportivo e trabalhoso que esta requer em termos de material, espaço físico e cuidado com os alunos. Alguns docentes acabam por ‘reproduzir’ essa idéia, como por exemplo, Docentes 1, 7, 8 e 12, que apontam em seus relatos que, entre outras coisas, a maior dificuldade ainda é a aparelhagem e o espaço físico. “Para você falar hoje de ginástica artística (...) eu preciso de aparelhagem ou, de pelo menos alguns aparelhos que correspondam àqueles em que se pratica a modalidade” (D.7)

No entanto, tem-se em meio aos relatos, docentes que observam que a introdução quase nula da ginástica artística na escola é advento mesmo da falta de conhecimento por parte do professor: os Docentes 2, 9 e 10 defendem essa idéia, e nas palavras de um deles:

Então, eu acho que em primeiro lugar é, às vezes, a falta de um conhecimento mais atual de Educação Física, não é nem de ginástica (...) volto a repetir o material é sempre muito importante para a gente andar mais rápido e às vezes andar melhor, mas não é ele que vai deixar a gente andar ou não (...) falta às vezes conhecimento das pessoas em poder trabalhar esses elementos básicos sem precisar pensar naquela ginástica de competição (D.9).

Nessa perspectiva – da ausência da ginástica na escola em que foram colocados alguns motivos acima – o Docente 4 pontua que “a culpa também é nossa, porque nós somos responsáveis pela formação”. Dessa forma, pode-se pensar que a maneira como a ginástica artística vem sendo estudada pela Educação Física não propicia ao futuro professor o conhecimento e a condição de saber, necessários para introduzi-la em seus planos de aula.

Entendemos que a GA possui uma característica “estética”, inerente e significativa, que lhe garantiu em grande parte o sucesso adquirido ao longo dos tempos, trazendo o respeito e a admiração de muitos daqueles que tiveram oportunidade de observá-la, contudo, no presente ela está cada vez mais direcionada e impregnada de valores do caráter Objetivo (Técnico). (BORTOLETO, 2000, p.38)

Apesar de algumas evoluções no sentido de inserção de disciplinas gímnicas, inclusive ginástica artística, nas grades curriculares dos cursos de graduação, isso tem se mostrado insuficiente para a capacitação dos profissionais (NISTA-PÍCCOLO, 2005). Reforçando essa ideia, Nunomura (2000) observou que os cursos de graduação não oferecem subsídios suficientes para que os profissionais possam desenvolver essa modalidade em seu ambiente de ensino. A maioria dos docentes relata que o tempo de duração da disciplina é muito curto, além de outros empecilhos, para que se possa formar a contento um professor que atue com uma base bem fundamentada de ginástica artística. Entre os relatos cita-se o Docente 6 que ressalta que “esse mundo da ginástica é muito grande, então você não consegue transmitir todos os conhecimentos em um semestre letivo com sessenta horas aulas”. Já o Docente 8 refere-se ao espaço da disciplina no curso: “desde dezessete anos para cá a Universidade I nunca deu condições para dar aula de ginástica artística [...] era a maior briga, a gente cansou de pedir, de insistir”. O Docente 12, aponta um problema e diz aborrecido que:

[...] existem as disciplinas chamadas ginástica, em que a pessoa vai dar Aeróbica, ginástica de academia, ginástica de formação corporal e ginástica artística junto, eu acho isso péssimo nos cursos de Educação Física (...) uma coisa é você fazer ginástica simples, pura e simplesmente para formação corporal, educação motora, ginástica corretiva, o que seja, e outra coisa é o esporte ginástica artística.

Um possível fator que contribui para esta situação é a formação, muitas vezes equivocada, dos discentes de licenciatura (futuros professores), devido à visão tecnicista de seus docentes. Em muitos casos, “estes docentes foram técnicos de modalidades gímnicas e não vêem a possibilidade dessa prática na escola sem fins competitivos, e mostram-se com dificuldade de visualizar os aspectos pedagógicos da ginástica” (SCHIAVON, 2003, p.16).

Sobre este assunto Souza (2001, p.25) destaca que:

[...] o maior enfoque dado nos cursos de graduação é para os aspectos relacionados ao treinamento dessas modalidades, ressaltando a técnica, o regulamento, o treinamento, o que estaria direcionado à atuação em clubes, junto a equipes competitivas e não à atuação na escola onde os aspectos pedagógicos deveriam ter mais destaque.

Elias (1992, p.230) coloca que “todos os tipos de desportos têm funções específicas para os participantes, para os espectadores ou para os respectivos países em geral. Quando a forma de um desporto fracassa na execução adequada destas funções, as regras podem ser modificadas”.

Ao se deslocar as falas do autor para a ginástica artística no espaço dos cursos de formação, observa-se que a mesma também possui funções específicas ali dentro e que, se a partir da licenciatura, sua aplicação vem fracassando fundamentalmente na escola, sua exposição acadêmica poderia, ou ainda deveria, ser modificada.

Nesta perspectiva de mudança, Barbosa (1999) pontua que não se trata de negar os aspectos técnicos da ginástica artística durante a formação, mas que essa formação ofereça um equilíbrio, em que os aspectos históricos, culturais e pedagógicos da modalidade também sejam trabalhados, para que o futuro educador possa proporcioná-la na escola. O Docente 7 alerta para o fato de que a ginástica artística é uma modalidade ampla que trabalha inúmeras questões, na licenciatura então, “os conceitos que devem ser trabalhados são os conceitos de iniciação voltados para esse aspecto, para o desenvolvimento integral do aluno, como um processo pedagógico mesmo”. O Docente 4, corroborando com a questão pedagógica relata que: “o primeiro ponto mais importante é que todo e qualquer conhecimento da modalidade tenha sido desenvolvido, focado em uma questão

pedagógica”. Contudo, repete-se aqui parte de uma de suas afirmações, em que apesar de a modalidade ter que ser desenvolvida “com um enfoque pedagógico, uma preocupação pedagógica [...] isso não acontece” (grifo nosso). Isso pode não acontecer, pois é possível que os docentes universitários não consigam relacionar os conteúdos transmitidos com a realidade das escolas atuais, e, consequentemente, não preparem adequadamente os futuros professores para serem inventivos frente aos problemas com que se depararão no ensino da modalidade nas aulas de Educação Física escolar. Sobre isso o Docente 11 explica que: “nunca dei aula numa escola com uma turma normal de Educação Física, também em função disso a minha dificuldade talvez de analisar melhor as necessidades ou (...) a possibilidade de trabalhar com isso”.

Schiavon (2003, p.18) argumenta que nos cursos de graduação “falta o desenvolvimento de aulas em que os graduandos possam vivenciar o ‘ensinar ginástica’ de modo que possam desmistificar o tabu que muitos trazem consigo em relação à prática da ginástica”. A autora ainda ressalta que tal fato pode favorecer a “formação de um profissional que não sabe adaptar os conteúdos aos objetivos do cenário escolar como espaço de aprendizagem de diferentes conhecimentos” (p.16). Sobre isso, apesar de todos os docentes afirmarem que a maior parte de suas aulas refletem mais momentos de prática da modalidade do que aulas teóricas, apenas alguns tentam efetivamente levar seus alunos ao contato com crianças durante as aulas, o que pode ajudar, mas não necessariamente se aproxima à atividade dentro do contexto escolar. Dentre os docentes entrevistados, três deles – 4, 6, e 11 – levam crianças às suas aulas, exclusivamente para que os discentes vivenciem o ato de ensinar ginástica artística junto a estas crianças, e como exemplo cita-se o Docente 11 que acha importante “fazer alguma prática também, trazendo crianças de escolas, coisa que eu fiz quase sempre”.

Além do apontamento acima todos os docentes dirigiram, alguns de forma mais efetiva do que outros, projetos de extensão em que seus alunos poderiam, não de forma obrigatória, realizar atividades de ensino da modalidade para crianças. Dentre estes, o Docente 3 aponta que o espaço de extensão que o curso criou serve para que “nossos alunos façam nesse espaço uma prática da especialidade, como parte de sua formação profissional. Ali os alunos se defrontam com o dilema entre a formação e a atuação profissional”. Além disso, o Docente 3

compartilha com o Docente 7, que a extensão deveria servir como uma oportunidade que vem somar na formação profissional e que esta deveria ser parte integrante do currículo ligada diretamente à prática de ensino e estágio supervisionado, assim, “outra coisa que eu acho interessante dentro da universidade que poderia ser feito [...] são os projetos de extensão [...] eu tive três anos de projeto de extensão de ginástica artística e era vinculado à prática da ginástica artística” (D.7).

A ginástica artística faz parte dos conteúdos a serem desenvolvidos na Educação Física escolar (SOARES et al., 1992), mas para que o futuro professor coloque em prática a modalidade na escola, ele precisa ter conhecimento prévio das dificuldades que poderá encontrar. Tratar disso no contexto de uma disciplina na formação acadêmica não significa de antemão desconstruir a beleza da modalidade de ginástica artística, que é apresentada via recursos de mídia. Trata-se de mostrar a realidade ao futuro professor para que este possa criar e recriar a ginástica artística. Em seu ambiente de trabalho, posteriormente, poderá ressignificar a modalidade, unindo-a ao que a mídia oferece (ginástica artística de alto nível) com aquilo que apreendeu no curso de formação (ginástica artística voltada para a escola). Esses aspectos, somados à escola e aos alunos iriam compor uma ginástica artística ímpar, com valor educacional amplo aos alunos, bem como o auto-reconhecimento do objetivo alcançado pelo professor.

Entretanto, assim como alunos saem da escola sem terem vivenciado a ginástica artística, muitos discentes deixam o curso de formação acadêmica inaptos para trabalhar esse conteúdo na escola. Diante desses fatos, na condição de não saber alienante que ronda a modalidade, esse estudo buscou compreender e analisar a formação do licenciado em Educação Física, no que se refere ao ensino da modalidade, sob a perspectiva de docentes universitários. Destarte o texto traz na sequência uma breve discussão da análise que foi feita ao longo de todo o texto, apresentando-se as considerações finais da pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS ENCAMINHANDO AS DISCUSSÕES PARA A ATERRISSAGEM

O primeiro ponto a se destacar, e talvez um dos mais importantes, é ter em mente que a configuração da disciplina de ginástica artística nos cursos de licenciatura em Educação Física, traz consigo um longo processo histórico – ora militar, ora essencialmente técnico e ora amplamente competitivo diante da esfera esportiva à qual pertence – no qual a fundamentação pedagógica encontra, de certo modo, dificuldade para se estabelecer.

A revisão de literatura e os depoimentos orais mostraram que, especialmente diante das questões técnicas e competitivas que a modalidade apresenta – a concepção do alto rendimento e sem fundamentação pedagógica – torna-se um conteúdo difícil de ser ensinado. Além disso, outras questões se fazem complexas no ensino da ginástica artística na escola como se observou: a hegemonia dos esportes tradicionais, que são mais acessíveis aos alunos, consequentemente mais fáceis de serem aplicados; poucas aulas de Educação Física na semana com número excessivo de alunos nas turmas, o que dificulta o aprendizado de movimentos mais específicos; falta de espaço adequado e o mínimo de material (mesmo que adaptado) para a realização de algumas peculiaridades da modalidade; o preconceito em relação à Educação Física como componente curricular da educação básica, e à ginástica artística como conteúdo da Educação Física; a desvalorização da própria educação, e em maior grau no ensino público; as críticas aos professores que atuam na escola, como consequência da desvalorização da educação e por ações equivocadas de alguns profissionais; a concepção de ginástica artística que a comunidade escolar tem e que os professores também têm; entre outros.

Todos estes pontos destacados acabam afastando a ginástica artística do ensino escolar como conteúdo das aulas de Educação Física. Entretanto, ao se reconhecer, ou ainda reafirmar algumas destas questões, buscou-se analisar a gênese dessa problemática na tentativa de apontar algumas soluções. Assim sendo, parte-se do termo ginástica que abrange hoje uma gama de atividades corporais que a configura. A própria relação de indivíduos – sejam estes, estudiosos, idealizadores ou praticantes – permitiu a troca de experiências entre eles, em que o termo configuração enquadra-se de modo muito apropriado, pois segundo Elias (1970) trata de uma rede de relações que as pessoas constroem entre si.

Dessa forma, não seria demasiado colocar que a maneira como a ginástica artística – inserida em dois sub-campos da Educação Física: ginástica e esporte – há muito se configura como sendo resultante dos tipos de relações que seus ‘criadores’ tiveram uns com os outros e com os demais indivíduos em nossa sociedade, possibilitando seu tecnicismo e aspecto competitivo. Também num outro momento, das relações entre outras pessoas, que possam perceber a ginástica artística de outra maneira, suas configurações possam ser moldadas por uma tentativa com enfoque pedagógico. Diante de um direcionamento pedagógico, entendido aqui como um enfoque lúdico; preocupado com o aprendizado dos movimentos da ginástica artística e não com um resultado de alta performance; que busque a formação de um indivíduo crítico que compreenda a modalidade quando esta lhe é apresentada em outros segmentos que não o escolar; e acima de tudo que saiba direcionar a modalidade em sua vida de forma que possa apreciá-la, e que essa apreciação lhe traga prazer, sendo praticante ou não.

No encaminhar deste estudo foi possível observar também que apesar de poucas pesquisas da modalidade no campo das ciências humanas, estas8 em grande maioria defendem sua aplicação para o desenvolvimento motor e cognitivo de crianças de maneira geral. Além disso, apontam que é na escola que isso poderá ser melhor efetivado, já que é durante sua vida escolar que a criança irá passar por profundas transformações, tanto na esfera biofísica, quanto na esfera sócio-cultural. Além disso, dialogando a revisão de literatura, que trata exclusivamente da modalidade, com os relatos dos docentes entrevistados, a ginástica artística, se

8 Algumas pesquisas foram mencionadas no interior da revisão de literatura e se encontram nas Referências – Nista-Piccolo

reformulada dentro da formação acadêmica, apresentou-se com grandes possibilidades de inclusão na escola.

Para um estudo baseado em questões sociológicas, os diversos grupos, os indivíduos que os compõem, bem como as configurações tecidas por eles são de extrema importância. Assim sendo, a problemática que fundamentou este estudo focou-se na compreensão – diante da teoria de Norbert Elias – do ensino da ginástica artística em cursos de licenciatura, tendo em vista que ela não chega de forma coerente à escola. Referida compreensão levou, dentre outras considerações, à configuração dos grupos que compõem as ciências no espaço da universidade e, portanto, nos cursos de Educação Física.

Por muito tempo, a universidade apresentou-se regida por grupos que versavam deleitados sobre a concepção positivista de ciência para aquisição e manutenção do conhecimento. As ciências naturais estiveram por séculos arraigadas