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Acádio: Língua semítica falada por uma das primeiras populações da Mesopotâmia, como os sumérios. Seu nome deriva da cidade de Acade ou Agade, fundada por Sargão no terceiro milênio a.C. Dividiu-se em seguida, no segundo milênio a.C., em dois dialetos: o babilônio, no sul, e o assírio, no norte. O adjetivo acádio também designa a população que fala essa língua e a dinastia fundada por Sargão da Acádia.

Alfabeto: Do grego álpha e beta, nome das letras fenícias aleph e beth. A idéia de uma escrita alfabética caminha lentamente no Oriente Médio no decorrer do segundo milênio a.C. Foram encontrados traços de alfabetos cuneiformes em Ugarit e uma forma de alfabeto derivada da escrita hieroglífica egípcia no Sinai. O alfabeto fenício, composto de 22 letras (todas consoantes), data de cerca do ano 1000 a.C. e está na origem de todos os outros alfabetos existentes.

Aliança: Berit, em hebraico. O termo tem o sentido corrente de "tratado", "contrato", "engajamento". É usado na Bíblia para designar a Aliança entre Deus e os homens: assim, a Aliança estabelecida por Deus com Abraão, depois com Moisés, engaja todo um povo.

Amorreus: Populações nômades, falantes de uma língua semítica, originárias da Síria Ocidental, que, no fim do terceiro milênio a.C., invadiram a Mesopotâmia. No segundo milênio a.C., chefes de tribos amorreias fundaram reinos em Isin, Larsa, Babilônia, Mari etc.

Aquemênida: Nome dado à dinastia que exercia o poder no império persa. Foi Dario I quem, ao tomar o poder pela força em 522 a.C., deu o nome de "aquemênidas" à sua ascendência fictícia (o rei Aquêmenes) e à dinastia que ele pretendia fundar.

Aramaico(s): População falante de uma língua semítica próxima do hebraico que, no início do primeiro milênio, se instalou no sul da Síria atual até a Alta Mesopotâmia. Nos séculos IX e VIII a.C., Damasco foi a capital de um poderoso reino aramaico, que constituiu uma ameaça constante para o reino israelita. Esse reino desapareceu sob os ataques dos assírios em 732 a.C.

Arca da Aliança: Do hebraico arôn, "o baú". Segundo o livro do Êxodo, trata-se de um baú retangular em madeira de acácia, revestido de ouro fino, fechado por uma tampa de ouro maciço em que se ergue o "trono de Javé"; a tampa é ornada com dois querubins de ouro. De acordo com a Bíblia, ela contém a prova da Aliança: as Tabuletas da Lei recebidas no Sinai. Venerada no Santuário do deserto, foi transferida para o Santo dos Santos do templo de Jerusalém.

Assíria: O Estado assírio se constitui no século XIV a.C. em torno da cidade- estado de Assur, no norte da Mesopotâmia. Viveu seu apogeu sob Sargão II e Assurbanipal, no século VII a.C.

Astrologia: Os primeiros textos astrológicos apareceram na Mesopotâmia aproximadamente em 1.800 a.C. Conhece-se um tratado compilado a partir da metade do segundo milênio a.C., que contém 7.000 presságios relativos ao movimento da Lua, do Sol, dos fenômenos atmosféricos e meteorológicos, dos planetas e das estrelas fixas. A astrologia diz respeito essencialmente ao bem público, ao Estado e ao rei, constituindo um meio de governo.

B

Babilônia: Termo moderno que designa o território do reino formado por Hamurábi da Babilônia, no século XVIII a.C., e que recobre a "Baixa Mesopotâmia", isto é, a região que se estende entre a Babilônia e o golfo Pérsico.

C

Canaã: Nome do território correspondente à região costeira margeada a oeste pelo Mediterrâneo e a leste pelas montanhas libanesas, pelo vale do Jordão e pelo mar Morto. As fontes epigráficas mencionam a existência de cananeus desde o século XIV a.C. Os redatores da Bíblia conservaram esse nome para designar a terra prometida.

Cidade: As primeiras cidades nasceram na Mesopotâmia, no Egito e no Elam, no final do quarto milênio a.C. A primeira cidade do mundo talvez seja Uruk. A cidade era tão importante para os sumários que os mitos destes põem sua criação nas origens do mundo. É ao mesmo tempo o centro do poder político, o coração da vida religiosa e o ponto de encontro das trocas.

Cuneiforme: Inventada pelos sumários, é a primeira forma de escrita conhecida. É composta de signos em forma de "pregos" ou de "cunhas" (em latim, cuneus). Os mais antigos testemunhos descobertos, impressos sobre tabuletas de argila, datam de aproximadamente 3.300 a.C. A escrita cuneiforme serviu para anotar o sumário, o acádio, o elamita e o persa, mas também a língua hitita ou hurrita. Esteve em uso durante três milênios antes de ser suplantada pelo emprego da escrita alfabética aramaica.

D

Decálogo: Termo de origem grega que significa "dez palavras", ou mandamentos de Deus recebidos por Moisés. Trata-se dos deveres do fiel para com Deus e para com seu próximo, que consistem, entre outros, em reconhecer e adorar somente a Deus, respeitar seu nome divino, santificar o dia do Senhor — o sabbat — honrar os pais, não matar, não cometer adultério, não roubar, não apresentar fal- so testemunho, não cobiçar a mulher do próximo, não desejar os bens de outrem.

E

Escriba: Como a escrita hieroglífica no Egito, a escrita cuneiforme, por sua complexidade, requeria uma categoria de especialistas, os escribas. Parece, contudo, que, na Mesopotâmia, o domínio da escrita foi mais disseminado do que poderíamos pensar.

F

Fenícios: Populações estabelecidas no atual Líbano em cidades marítimas (Sidon, Tiro, Biblos etc.) entre 1.200 a.C. e a conquista por Alexandre, em 332 a.C. Os fenícios falavam uma língua semítica comum.

H

Hebraico/ Hebreu: Do hebraico, 'Ibri. Sua origem é discutida, mas a raiz conota a idéia de "passar para o outro lado". Na Bíblia, é essencialmente posto na boca dos egípcios e filisteus, para designar os membros do povo eleito, "os filhos de". Após o exílio, o termo foi empregado para designar os judeus da Palestina, habitantes da satrapia (região administrativa do império persa) de Transeufrates, em oposição aos membros da comunidade que permaneceram na Babilônia, e depois a toda a Diáspora. Essa acepção é também encontrada em certas passagens da Bíblia.

Henoteísmo: Termo da história das religiões que designa o apego exclusivo a um único deus e o desinteresse em relação aos outros, sem com isso negar a existência deles. Os historiadores falam por vezes de henoteísmo a propósito dos hebreus até o exílio.

Hititas: Povo indo-europeu estabelecido desde o fim do terceiro milênio a.C. na Anatólia (atual Turquia). O Estado hitita foi criado aproximadamente em 1.650 a.C. pelo rei Hattusilis I, que instalou sua capital em Hattusa. Em meados do

século XIV a.C., os hititas conquistaram o reino de Mitani (Alta Mesopotâmia) e uma parte da Síria. O império hitita desapareceu por volta de 1200 a.C., depois da invasão pelos povos do mar.

I

Israel: Na Bíblia, o nome Israel designa ao mesmo tempo o patriarca Jacó, o povo que descende de seus doze filhos e, de maneira mais particular, as dez tribos setentrionais que teriam formado, a partir do século X a.C., o reino de Israel, cuja capital era Samaria. Depois do exílio, no século VI a.C., a palavra Israel ou israelita passou a designar o conjunto da comunidade étnico-religiosa.

M

Magia: Na Mesopotâmia, a magia era uma forma de medicina. Como o mal era provocado por "demônios" ou pela ira dos deuses, tratava-se de conjurá-lo. Por meio da manipulação e das palavras (fórmulas rituais), os "exorcistas", "conjuradores" ou "purificadores" praticavam uma arte codificada. Existiam também magia preventiva e magia negra.

Mesopotâmia: Literalmente, "país entre os rios", do grego meso, "meio", e

potamos, "rio". No sentido atual, a Mesopotâmia designa as regiões situadas

entre o Eufrates e o Tigre e à margem destes rios.

Monoteísmo: Do grego monos, "único", e théos, "deus", o termo designa a idéia de que existe apenas um deus. A Bíblia hebraica, redigida entre os séculos VIII e III a.C., é o fundamento das três grandes religiões monoteístas.

O

Oriente Médio: Para os historiadores da Antigüidade, o termo designa usualmente a Mesopotâmia e a Síria. Incluem-se às vezes o Egito e a Anatólia.

P

Palácio: Nas cidades mesopotâmicas, o palácio, surgido no terceiro milênio a.C., era ao mesmo tempo residência real e centro do poder político e administrativo (nele conservavam-se os arquivos). Sua importância aumentou com a do poder monárquico, e foi em tomo dele e dos templos que as cidades se organizaram. Profetas: O profeta é um mensageiro da divindade: ele revela verdades ocultas ao comum dos mortais, em nome do deus que o inspira de acordo com uma tradição bem consolidada no antigo Oriente Médio. A tradição judaica reconhece os "profetas anteriores", aqueles dos livros históricos, tais como Moisés, o mais prestigiado entre eles. Os "profetas posteriores" são aqueles que, a partir do século VIII a.C., deram o nome a um dos escritos do livro dos Profetas, tais como os três "grandes" (Isaías, Jeremias, Ezequiel) e os doze "pequenos", assim chamados devido à pequena extensão de seu texto.

S

Semitas: Como os indo-europeus, os semitas se definem por sua língua. As línguas semitas do Oriente Médio são o acádio, o amorreu, o fenício, o aramaico, o hebraico e o árabe. No terceiro milênio a.C., os semitas se tornaram majoritários na região.

Sumérios: Ignora-se a origem dessa população instalada em torno de Sumer, no sul da Mesopotâmia, no quarto milênio a.C. Sua língua não é comparável a nenhuma língua conhecida. O sumério, que deixou de ser falado no fim do terceiro milênio, permaneceu uma língua erudita e religiosa nos textos cuneiformes do segundo e do primeiro milênios.

T

Tabuletas: De argila fresca, de tamanhos e formas diferentes, as tabuletas eram o principal suporte da escrita no Oriente Médio antigo. O texto era disposto em linhas que se liam da esquerda para a direita, por vezes organizadas em colunas. As tabuletas eram secadas ao sol.

Templo: Na Mesopotâmia, os templos eram considerados a residência dos deuses, que neles estavam presentes sob a forma de estátuas. A partir do terceiro milênio a.C., passaram a ser grandes conjuntos arquitetônicos que abrigavam depósitos, armazéns, cozinhas etc. Artesãos especializados e cozinheiros estavam ligados a eles.

No documento No Começo Eram os Deuses - Jean Bottéro.pdf (páginas 180-186)