• Nenhum resultado encontrado

Graduações em História da Arte no Brasil

CAPÍTULO 3. A RECEPÇÃO DE O FIM DA HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL

3.3. A HISTÓRIA DA H ISTÓRIA DA A RTE NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

3.3.1. Graduações em História da Arte no Brasil

Muito se tem discutido a respeito da atual configuração da História da Arte, enquanto disciplina científica, no contexto acadêmico brasileiro, sendo tema central de diversos eventos da área.

O XXVI Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte, ocorrido em 2006, já trazia como tema central de discussões “a necessidade de um levantamento de dados sobre o estado atual dos estudos e pesquisas em História da Arte no Brasil, bem como compartilhar as reflexões sobre tais questões” (RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.10). As comunicações apresentadas no colóquio se dividiram em eixos temáticos: O campo da História da Arte; A formação do historiador da arte; O ensino da História da Arte; As publicações e a História da Arte; As curadorias e a História da Arte; Pesquisas em andamento.

A mesa de encerramento do V Encontro de História da Arte (IFCH- Unicamp), realizado de 5 a 9 de outubro de 2009 – cujo tema foi 20 anos de história da arte na UNICAMP: caminhos percorridos e a percorrer, através do qual se celebrava os vinte anos de implantação da Área de Concentração em História da Arte no Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp – contou, na mesa final, com uma discussão referente às Graduações em História da Arte no Brasil, na qual eram presentes os professores Roberto Conduru (IART-UERJ), Jens Baumgarten (DH-UNIFESP), Carlos

Terra (EBA-UFRJ) e Claudia Valladão de Mattos (IA-UNICAMP). Os três primeiros como representantes das universidades pioneiras na criação e implementação de cursos de graduação em história da arte e a última como mediadora da mesa.

Houve ainda, no ano seguinte, uma mesa de tema similar (Graduações em História da Arte no Brasil e sua implantação) durante a Semana de História da Arte da UNIFESP (ocorrida entre 3 e 7 de maio de 2010), com a presença dos professores Roberto Conduru, Jens Baumgarten e Helenise Monteiro Guimarães (EBA-UFRJ)51.

Verifica-se, assim, a necessidade de se problematizar as circunstâncias de implantação e amadurecimento, além da configuração atual do jovem campo científico no âmbito brasileiro. No entanto, apesar dessas ações se mostrarem, em um primeiro momento, positivamente, já que empreenderiam um exercício de reflexão sobre as práticas historiográficas brasileiras, uma investigação mais aprofundada deste contexto elucida o quão problemático é ainda o campo científico em que se desenvolve a história da arte no Brasil.

O professor Dr. Jorge Coli (IFCH-UNICAMP), na comunicação Pela implantação de graduações em História da Arte nas universidades brasileiras, publicada nos Anais do XXVI Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte52, trata da “necessidade premente da implantação e desenvolvimento das graduações em História da Arte no Brasil”. E completa: “O que é uma banalidade nas Universidades de outros países, é uma ausência insustentável no Brasil” (COLI, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.132). Coli é incisivo com relação à inexistência de qualquer curso de graduação em História da Arte em universidades brasileiras, destacando o fato como revelação do tratamento dado à disciplina no contexto acadêmico brasileiro: concebida como campo de saber secundário,

51

Informações sobre ambos os eventos disponíveis em: http://vehaunicamp.wordpress.com/ (sobre o V EHA) e http://humanas.unifesp.br/novo/images/documentos/semanarte.pdf (sobre a Semana de História da Arte da UNIFESP). Acesso em: 03/05/2010.

52

durante longa data foi tratada “como uma disciplina complementar para estudos de arquitetura ou de arte”.

Nesta mesma linha de raciocínio, a professora Dra. Denise Gonçalves (UFV) escreve seu artigo A formação do historiador de arte no Brasil: possibilidades de renovação da disciplina sob o olhar contemporâneo (igualmente apresentado no XXVI Colóquio do CBHA). Considerando que o tema referente à formação do historiador da arte no Brasil merece um espaço de ampla discussão, afirma que não é que se considere que a produção historiográfica brasileira seja pouca ou deficiente, mas aponta para “importantes lacunas”, “ao contrário dos países onde a disciplina tem recebido uma abordagem mais sistematizada”.

(...) o ensino da história da arte aqui, salvo poucas exceções, aparece como complemento a outras disciplinas nos cursos de graduação, o que faz com que nós, historiadores de hoje, tenhamos formação em outras áreas – história, filosofia, arquitetura, letras, etc. A conseqüência disso é que em geral a pós- graduação precisa suprir essa deficiência antes de cumprir o seu papel que é o de desenvolver estudos especializados sobre temas específicos, e isso acaba por comprometer a produção das pesquisas na área (GONÇALVES, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.102).

A professora Dra. Almerinda da Silva Lopes (UFES) (em O historiador da arte: formação, ensino e pesquisa no Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, comunicação proferida no mesmo Colóquio), ao se referir à formação acadêmica do corpo docente do Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo, aponta um quadro local que reforçam a percepção desta configuração profissional nacional:

Os historiadores e professores de história da arte lotados nesse Centro – de maneira similar àquilo que ocorre em outras universidades brasileiras – vêm de formações e experiências bastante heterogêneas. (...)

Cerca de metade desses historiadores possui formação em alguma área artística, enquanto que a outra metade vem de formações em diferentes áreas do conhecimento e migrou para a arte apenas na pós-graduação. Neste último caso, o contato com a História da Arte deu-se, ou estreitou-se, apenas durante a pesquisa e a redação das respectivas dissertações de mestrado ou das teses de doutorado. Se isso reflete a falta de cursos específicos de história da arte, também revela que a formação dos historiadores de arte, tanto desta como da maioria das universidades do país, se dá na pós-graduação e vai sendo ampliada

na vida prática, em especial na pesquisa e curadoria de exposições, ou ao longo da carreira acadêmica (LOPES, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007 p.85).

Lopes acrescenta mais adiante um dado histórico bastante significativo: a inclusão da disciplina História e Crítica da Arte ou de outras disciplinas de natureza teórica na Academia Imperial de Belas Artes, cujo funcionamento iniciou-se na década de 1820, se deu apenas tardiamente. Inicialmente, estas disciplinas não foram introduzidas à grade curricular dos cursos oferecidos pela instituição. No entanto, Lopes afirma ainda que tal introdução não se deu de forma tranqüila, mas foi imposta “de cima para baixo” (acontecendo, oficialmente, apenas no Segundo Império, após a Reforma Pedreira), o que contribuiu para que durante longo tempo fosse ministrada de forma irregular e lacunar.

Se isso parece confirmar que a teoria e a reflexão não eram ali praticadas nem valorizadas, também aponta para o tecnicismo que caracterizou a implantação do ensino artístico no nosso país. (...)

A imposição, de cima para baixo, da História da Arte no currículo da Academia Imperial não acabou, evidentemente, com o preconceito, nem mostraria, de imediato, a importância da reflexão para a compreensão da arte e o embasamento das práticas artísticas (LOPES, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007 pp.86; 87).

Com isso, conclui Lopes, somente decorridos mais de 150 anos da criação e instituição do ensino artístico no Brasil, surgiriam os primeiros avanços na pesquisa histórica e teórica em artes, com a fundação dos primeiros programas de pós-graduação na área. Segundo Lopes, “o primeiro deles foi criado na Universidade de São Paulo (USP) há menos de trinta anos” (LOPES, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007 p.87). A afirmativa de Lopes é, no entanto, refutada indiretamente pelo artigo de Coli. Segundo ele, até a década de 1980, “existiam setores especializados em Teoria da Arte, mas que não enfrentavam diretamente uma área de pesquisa exclusiva em História da Arte”, considerando que o primeiro que o fez foi o Departamento de História da UNICAMP, em 1989.

Não existindo assim um “quadro legítimo” para o desenvolvimento de estudos na área, os desbravadores de tal campo de pesquisas acadêmicas procuravam inserir-se “onde podiam”, nos cursos de história, arquitetura, estética, sociologia, por exemplo. Não estando as universidades brasileiras aparelhadas para a formação desse profissional, os

interessados deveriam “improvisar”, sendo, “portanto, em grande parte, autodidatas” (COLI, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.132).

Nos anos de 1980, salvo erro de minha parte, não havia sequer uma única pós- graduação especificamente em história da arte no Brasil. Existiam setores especializados em Teoria da Arte, mas que não enfrentavam diretamente uma área de pesquisa exclusiva em História da Arte. Creio que a primeira se fez no Departamento de História da Unicamp, em 1989 (COLI, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.133).

No entanto, realmente havia um erro na fala de Coli. No mesmo Colóquio do CBHA, o professor Dr. Roberto Conduru (IARTES/UERJ) apresentou a comunicação Do silêncio à marginalização: arte e África, IBA e UERJ, no qual afirmara que o primeiro Curso de História da Arte em nível superior foi criado no Brasil em 1957, pela Secretaria de Cultura do Estado da Guanabara, tendo como sede o Instituto de Belas Artes (IBA), fundado em 1950 e transferido para o parque Lage em 1966. O primeiro vestibular ocorreu poucos anos depois, em 1961.

Tratava-se de um curso seriado, em três anos (...). Em 1963, se formaram em sua primeira turma 13 historiadores da arte. Dez anos depois, de acordo com a legislação do ensino superior em vigor, o curso passou a ser de Licenciatura Plena em Educação Artística – Habilitação em História da Arte, e a ter duração mínima de quatro anos.

(...) Entre 1963 e 1978, quando foi incorporado à UERJ, o Curso Superior de História da Arte havia formado 181 historiadores da arte.

(...) No Curso de História da Arte oferecido pelo IBA, a partir de 1961, estudava- se principalmente a história da arte ocidental, que estava subdividida em três períodos ao longo de sua duração: “História da Arte Antiga e Medieval”, “História da Arte do Século XV ao XVIII”, “História da Arte dos Séculos XIX e XX”. Além disso, os estudantes deviam cursar “História da Arte do Extremo Oriente”, “História da Arte das Américas”, “História da Crítica de Arte”, “História da Arte no Brasil”, “Estética”, “Teoria da Percepção” e “Didática” (CONDURU, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007: p.154; 155;156).

Sem se aprofundar, neste momento, numa avaliação dos méritos do curso, fato é ser esta a primeira graduação em História da Arte (ou, ao menos, assim nomeada).

Além da mudança de nomenclatura, o curso passou por várias transformações ao longo do tempo. Em 1975, com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro,

o Instituto de Belas Artes é renomeado como Escola de Artes Visuais (EAV)53. Com a extinção do antigo instituto, a nova escola define-se por um perfil diferente: sua estrutura de ensino era “constituída por cursos livres destinados à formação de artistas”, tornando-se “inadequada para abrigar cursos de nível superior”, de acordo com a legislação vigente na época. “Assim, o Curso que passou a ser mantido pela Secretaria de Educação e Cultura do novo Estado do Rio de Janeiro – SEEC/RJ. Provavelmente, essas transformações afetaram o andamento desse curso, pois, em 1976 e 1977, não foram realizados exames vestibulares para o mesmo” (CONDURU, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007 p.154).

Em 1978, o curso prosseguiria, após estudo realizado ao longo de 1977 por um grupo de trabalho constituído por professores vinculados à Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, não mais como Curso Superior de História da Arte, porém como Curso de Educação Artística – Habilitação em História da Arte (Licenciatura Plena), cujo ingresso foi possível até 2001. Acredita-se que este seja um dos motivos de um não reconhecimento deste curso como a primeira graduação em História da Arte no país: apesar de, em sua história inicial, pretender a formação de bacharéis em História da Arte, com as mudanças ocorridas, o curso destacou-se durante por muito anos por sua inclinação a formação de profissionais para atuação no magistério, tornando a História da Arte apenas uma habilitação para o exercício docente.

Em 2002, é criado o Instituto de Artes da UERJ (subdividido em três departamentos: 1. Teoria e História da Arte; 2. Linguagens Artísticas; 3. Ensino de Arte e Cultura Popular) e “o curso anterior foi substituído pelo Curso de Artes, com licenciatura e bacharelado nas habilitações Artes Plásticas e História da Arte”, tornando-se

53

Hoje conhecida como Escola de Artes Visuais do Parque Lage, esta “desenvolve programas de ensino em arte voltados para a formação de artistas, curadores, pesquisadores e interessados em estabelecer ou aprofundar o contato com a arte”. É o artista brasileiro Rubens Gerchman (1942-2008) que a funda e assume a sua direção entre 1975 e 1979, quando então “a EAV passou a ocupar a mansão em estilo eclético, tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico e paisagístico, substituindo o Instituto de Belas Artes”. Localizada no parque Lage, na rua Jardim Botânico nº414, no Rio de Janeiro.

independente da Faculdade de Educação. Neste curso, ingressaram estudantes até 2005, pois:

Em 2006, foi implantada uma nova reforma curricular elaborada pelos docentes do Instituto de Artes, a partir da necessidade de adequação dos cursos de licenciatura à legislação vigente, da experiência acadêmica mais autônoma no Instituto de Artes, do impacto da criação do Mestrado em Artes da UERJ, no início de 2005, e da análise do curso criado em 2002 por ocasião da conclusão do mesmo por sua primeira turma. O Instituto de Artes passou a oferecer três cursos (...), com duração de quatro anos: uma licenciatura em Artes Visuais, um bacharelado em Artes Visuais e um bacharelado em História da Arte (CONDURU, in: RIBEIRO; RIBEIRO, 2007 p.156).

Hoje, além do Curso de Graduação em História da Arte oferecida pela UERJ, conta-se ainda com as graduações recentemente inauguradas pelas Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Nas duas primeiras, o curso foi aberto ao ingresso em 2009. Já na última, no ano seguinte, em 2010.

O Curso de Graduação em História da Arte (Bacharelado) da UFRJ é alocado na tradicional Escola de Belas Artes. Já da UNIFESP se “constitui a primeira iniciativa, no Brasil, de organizar este curso integrado à Filosofia e às Ciências Humanas, com conexões interdisciplinares (...). Pioneiro, (...) é, ainda, o primeiro a se constituir de forma autônoma nas universidades paulistas”54. Logo, o que se salienta caracteristicamente como peculiaridade desta graduação em História da Arte da UNIFESP é sua filiação à Filosofia e às Ciências Humanas (diferentemente do que ocorre nas graduações da UERJ, UFRJ e UFRGS).

Ao contrário do europeu, uma particularidade do contexto acadêmico brasileiro é que tanto as graduações como as linhas de pesquisa em História da Arte na maior parte das vezes se encontram vinculados a Institutos ou Departamentos de Artes, salvo algumas exceções como a graduação da UNIFESP e os Programas de Pós-Graduação em História da UNICAMP e da PUC-RJ. O Programa de Pós-Graduação em História do IFCH-

54

UNICAMP possui área de concentração em História da Arte e linhas de pesquisa em Estudo das Tradições Clássicas e Questões da Arte Moderna e Contemporânea. Já o Programa de Pós-Graduação da PUC-RJ possui área de concentração em História Social da Cultura e História da Arte é uma das suas três linhas de pesquisa.

A criação de cursos de graduação em história da arte emerge como a consolidação de um campo do conhecimento que, no Brasil, permanecia ainda muito disperso entre os cursos de graduação de arquitetura, comunicações e artes (em suas diversas linguagens). Neste sentido, com exceção da consideração de uma inexistência total de um curso de graduação em História da Arte no Brasil, Coli acerta ao definir de forma sucinta o perfil do historiador da arte brasileiro: apesar da abertura de turmas de graduação em história da arte na UERJ em meados do século XX, o historiador da arte brasileiro caracterizava-se (e ainda caracteriza-se, em sua maioria) como aquele sujeito que, interessado por história da arte (cujos interesses se apresentaram em momento anterior, durante ou posteriormente à graduação) e que na inexistência de um campo específico para o desenvolvimento de seus estudos na área em seus anos iniciais nas academias, buscava rotas alternativas para que pudessem projetar-se em direção a tal objetivo somente no momento pós-graduação.

Coli indica ainda problemas como as nomenclaturas oficiais, o que em primeira vista pode passar como a mais simples das questões, mas que, no entanto, revelam como a história da arte é compreendida e praticada. Já em 2006, Coli demonstra o quanto até aquele momento era ainda muito equivocado o reconhecimento da disciplina em classificações acadêmicas: “ora se submete a História da Arte à teoria, à estética, à crítica (quantas agências de fomento à pesquisa não a espremem sob o título ambíguo de “Fundamentos e críticas das artes”...), ora às práticas artísticas” (COLI, 2006: p.132).

Em pesquisa em índices gerais de área de órgãos de apoio à pesquisa científica brasileiros, foram encontrados alguns dados que respondem às questões levantadas por Coli. Um exemplo seria o “Índice geral das áreas” sobre o qual trabalha a Fundação Carlos

Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)55. Alocada na Grande Área “8.00.00.00-2 - Lingüística, Letras e Artes”, a Área “8.03.00.00-6 – Artes” não faz qualquer referência particular à história da arte. Acredita-se, no entanto, que a Fundação contemple a área a partir do item 8.03.01.00-2 - Fundamentos e Críticas das Artes, como é observável na lista a seguir:

8.03.01.00-2 - Fundamentos e Críticas das Artes [grifo nosso]

8.03.02.00-9 - Artes Plásticas 8.03.03.00-5 - Música 8.03.04.00-1 - Dança 8.03.05.00-8 - Teatro 8.03.06.00-4 - Ópera 8.03.07.00-0 - Fotografia 8.03.08.00-7 - Cinema 8.03.09.00-3 - Artes do Vídeo 8.03.10.00-1 - Educação Artística56

A tabela das áreas de conhecimento utilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)57, ao contrário, inclui a História da Arte na grande área Linguística, Letras e Artes, na Área de Avaliação: Artes e Música (80300006 – Artes), com o seguinte código: 80301029 – História da Arte (além de 80301002 - Fundamentos e Críticas das Artes).58

55

Conforme consta no Artigo 1º do Título I: Da Natureza, Sede, Fins e Duração do Estatuto da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPESP), a “Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ, de que tratam a Lei nº 3.783 e a Lei Complementar nº 102, ambas de 18 de março de 2002, é uma pessoa jurídica de direito público, instituí da em conformidade com a autorização dada pela Lei nº 619, de 02 de dezembro de 1982, com o objetivo de fomentar a pesquisa e a formação científica e tecnológica necessárias ao desenvolvimento sócio cultural do Estado, com sede e foro na Capital do Estado do Rio de Janeiro, prazo de duração indeterminado e vinculação à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia”. Disponível em: http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=4531 . Acesso em: 02/05/2010.

56

Dados disponíveis em: http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=58#grupo7. Acesso em: 02/05/2010.

57

Segundo informações obtidas no site da CAPES, a “Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. As atividades da CAPES podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de ação, cada qual desenvolvida por um conjunto estruturado de programas: 1. avaliação da pós-graduação stricto sensu; 2. acesso e divulgação da produção científica; 3. investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior; 4. promoção da cooperação científica internacional.” Dados disponíveis em: http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/historia-e-missao. Acesso em: 03/05/2010.

58

A tabela adotada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)59 igualmente prevê a área História da Arte (8.03.01.02-9 – História da Arte). Como a CAPES, o CNPq vincula a área à grande área Lingüística, Letras e Artes e igualmente possui o item 8.03.01.00-2 - Fundamentos e Crítica das Artes.

É necessário que se saliente que em nenhuma das tabelas adotadas tanto pela CAPES quanto pelo CNPq, a área História da Arte é vinculada igualmente à grande área Ciências Humanas. Este dado se contrapõe na prática à argumentação de Coli de que, ao contrário do que se possam pensar, a História da Arte não é uma disciplina artística, mas