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CAPÍTULO 2 – VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL: OBRA, AUTOR E

2.2 Henry Koster: autor e tradutor cultural

E, por fim, o mapa (figura 7) representa os lugares percorridos pelo viajante ao longo do “[...] Sertão do nordeste, do Recife a Fortaleza, em época de sêca, viajando em ‘comboio’, bebendo agua de ‘borracha’, comendo carne assada, dormindo debaixo das árvores [...]” (KOSTER, 1942, p. 22). Koster morava em Recife, mas sentindo-se bem da doença que tinha, resolveu fazer uma viagem pelo Nordeste brasileiro que levou cerca de quatro meses: de Pernambuco seguiu pela Paraíba e adentrou o Rio Grande do Norte até alcançar o Ceará; depois retornou à Pernambuco seguindo aproximadamente a mesma rota.

2.2 Henry Koster – autor e tradutor cultural

A vida de Henry Koster é relativamente conhecida se considerarmos que sua obra passou a ser referência obrigatória em outros estudos sobre o Brasil e a escravidão da época, pois conforme Anjos (1994), o autor foi citado em trabalhos como The Problem of Slavery in Western Culture (1969), O Escravismo Colonial (1978) e Casa Grande e Senzala (1933). Farei, nessa parte da pesquisa, uma apresentação, ainda que breve, de alguns aspectos da vida do autor, visto que no Brasil, ao que parece, apesar de não ser totalmente

desconhecido, ele ainda não é suficientemente estudado. Abordarei de modo especial algumas informações acerca da sua família e dos motivos que o fizeram migrar para o Brasil. Tais informações são necessárias para compreender os motivos pelos quais ele esteve no país e ainda por quê ele fez anotações detalhadas daquilo que vivenciou e somente no seu retorno à Europa resolveu reuni-las e publicá-las em forma de livro.

John Theodore Koster (1793-1820), pai de Koster, era inglês, comerciante de açúcar em Lisboa, membro da Academia Real das Ciências de Portugal e também escritor de assuntos econômicos. Costumava reunir na sua casa, em Lisboa, interessados em artes e ciências. Além de morar em Portugal, viveu em Keswick (Inglaterra) após ter sofrido perdas financeiras e, posteriormente, se mudou para a França, falecendo em Bordeaux. Sua mãe, Susanna Maria Koster (1760-1842), casada com J. T. Koster em 1778, teve doze filhos, muitos deles falecidos ainda jovens17.

Henry Koster nasceu em 1793 em Portugal, lugar onde seu pai tinha relações comerciais (CARVALHO, 2015). Tempos depois se mudou para a Inglaterra e por lá viveu por alguns anos. Ao contrair uma tuberculose, foi aconselhado a procurar um local de clima mais benigno para tratar sua doença, quando, em 1809, com apenas 16 anos, resolveu vir ao Brasil, país de clima tropical, onde supostamente poderia se curar da doença ou pelo menos prolongar sua vida (GASPAR, 2004). J. T. Koster também o enviou com outros interesses: já que era comerciante de açúcar, desejara que o filho seguisse seus passos. Henry Koster decidiu então ir a Pernambuco, pois um conhecido elogiava calorosamente os ares e habitantes daquele lugar.

Conforme Cascudo (1942), ao escrever uma biografia sobre o viajante antes do início dos capítulos, Koster deixou Liverpool em 2 de novembro de 1809, a bordo do navio Lucy, chegando à Recife, cidade do Nordeste do Brasil, um pouco mais de um mês depois, em 7 de dezembro. Repleto de cartas de apresentação endereçadas a ingleses que ali viviam, celeremente se embrenhou por setores da sociedade pernambucana e fez relações em todas as classes. Após quase um ano já instalado na cidade e se sentindo melhor da doença,

17 Disponível em:

https://romantic-circles.org/editions/southey_letters/people.html#KosterHenry. Acesso em: 08 out. 2018.

resolveu fazer uma viagem, em 19 de outubro de 1810, ao longo do sertão nordestino em época de seca, atravessando praias, o agreste e a caatinga. Reuniu um pequeno comboio com cavalos, guias nativos e um criado inglês, e seguiu viagem pelo interior de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, passando por cidades como: Dois Rios, Espírito Santo, Mamanguape, Cunhaú, Papari, São José, Natal, Ceará-Mirim, Assú, Santa Luzia, Aracati e Fortaleza. Durante sua jornada, como foi mencionado, o autor fazia notas sobre tudo o que via, como pessoas, raças, costumes, crenças, alimentos, paisagens, animais, natureza, tarefas agrícolas e pecuária. Essas observações foram, posteriormente, reunidas no livro no qual Koster tenta traduzir a cultura nordestina do Brasil, até então escassamente conhecida, para o público inglês. Ao longo dessa viagem, mais especificamente no Ceará, Koster foi reconhecido, através do seu sobrenome, por um amigo da família, o Sr. Lourenço da Costa Dourado, que dizia ter relações comerciais com seus parentes em Lisboa (KOSTER, 1942).

Conforme Câmara Cascudo (KOSTER, 1942), durante todo o percurso, Koster relacionou-se com figuras importantes da história do Nordeste brasileiro. Ao passar por Goiana (PE), conheceu Manuel Arruda Câmara, médico, religioso, importante botânico do fim do século XVIII e fundador da primeira loja maçônica no Brasil. Em Cunhaú (RN), se hospedou na casa de André de Albuquerque Maranhão, proprietário rural, Senhor de Cunhaú, Coronel Comandante da Divisão do Sul e líder da Revolução Pernambuca de 1817. Em Natal (RN), esteve com José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, Sargento-mor, Coronel de Infantaria e Cavaleiro da Ordem de Cristo, que participou da Conspiração dos Suassunas18 e foi governante da Capitania do Rio Grande do

Norte. Já em Papary (desde 1948 conhecida como Nísia Floresta em homenagem à escritora e poetisa renomada internacionalmente), também no Rio Grande do Norte, Koster teve contato com os pais de Nísia Floresta (pseudônimo

18 A Conspiração dos Suassunas ocorreu em 1801, na cidade de Olinda, Pernambuco. Foi um movimento de ideais revolucionários e conspiração contra a pátria, liderado pelos irmãos Suassunas (donos de engenhos que possuiam influência política e social), que visava a liberdade de Pernambuco (BRAGA, Flávia Bruna Ribeiro da Silva. REPÚBLICA, JACOBINISMO E LIBERDADE: A Revolução Francesa em Pernambuco. X Encontro Estadual ANPUH – História e Contemporaneidade. Pernambuco, 2014).

para Dionísia Gonçalves Pinto) ainda no ano de seu nascimento (1810). O contato com pessoas de diferentes classes e apoio dessas figuras importantes permitiu que o viajante tivesse licença para se deslocar por toda a região e pudesse usufruir da hospitalidade das famílias por onde passava. Además, facilitou a entrada de Koster na sociedade pernambucana, que se tornou agricultor e senhor de engenho.

Em 16 de fevereiro de 1811, Koster retornou à Recife e voltou a ver os amigos que acreditavam que ele havia desaparecido por ter ficado tanto tempo sem contato. Seis dias depois, viajou de barco até São Luís do Maranhão e por lá continuou compilando tudo o que via, inclusive num passeio de canoa até Alcantara. Essas informações são importantes para compreender o alcance dos escritos do autor e a forma como traduziu para a língua inglesa os elementos naturais e humanos que encontrou em seus caminhos. Em uma de suas travessias pelo sertão, por exemplo, “presenciou circunstâncias em que mulheres livres pobres assumiram a chefia de suas famílias porque seus maridos haviam migrado para o litoral em busca de trabalho” (MARSON, 1995, p. 238). Além disso, chegou a comerciar diretamente com mulheres livres quando precisou abastecer seu comboio com carne de galinha, “porque criar e negociar galinhas era, no interior, uma atividade feminina” (MARSON, 1995, p. 238).

Em 8 de abril resolveu então retornar à Inglaterra, chegando até Falmouth em 20 de maio de 1811. Contudo, seis meses depois, para evitar o inverno, Koster voltou à Recife a bordo de um navio português, ancorando na cidade em 27 de dezembro desse mesmo ano. Ao pisar em terras pernambucanas, assombrou-se com tantas mudanças ocorridas desde sua partida: hábitos, tradições, vestimentas, arquitetura, relações comerciais, tudo havia se transformado (KOSTER, 1942). Escreveu ele:

Notei uma modificação consideravel no aspecto do Recife e de seus habitantes, embora minha ausencia fosse de curta duração. Varias casas tinham sido reparadas e as rotulas, sombrias e pesadas, foram substituidas pelas janelas, com vidros e balcões de ferro. Algumas familias haviam chegado de Lisbôa e tres outras da Inglaterra. As senhoras das primeiras davam o exemplo, indo á missa a pé, em plena luz solar, e as damas inglêsas tomaram por habito passear, todas as tardes, por distração. Esses melhoramentos, mesmo introduzidos e praticados por outras pessôas, foram adotados por algumas outras, que conservavam o receio de inicia-los e pelos demais por acharem

agradaveis. As fazendas de sêda e setim, tornadas de uso normal para roupa nas festas e dias-santos, foram logo vencidas pelas musselinas brancas e de côr e tecidos de algodão. Os homens que antigamente compareciam todos vestidos de preto, com fivelas de ouro e tricornio, não faziam grande questão em substitui-los pelas calças de namquim, meia-botas e chapeus redondos. Mesmo a séla, alta e pesada, estava menos usada, e apresentava feitio mais moderno. As cadeirinhas, em que as senhoras iam a igreja ou pagar visitas de suas relações, tinham forma mais elegante, e os carregadores se vestiam mais ricamente (KOSTER, 1942, p. 257).

Essas mudanças tão repentinas provavelmente se deram devido à chegada da Coroa Portuguesa ao Brasil que, com a Abertura dos Portos em 1808, possibilitou o aumento do número de estrangeiros no país. O próprio Koster, cita que algumas famílias haviam chegado de Portugal e Inglaterra e que os melhoramentos (como assim ele chama) provindos dos europeus, foram aos poucos sendo inseridos na sociedade. Conforme Aguiar e Buriti (2009, p. 348), através do processo de abertura dos portos brasileiros, ”houve um incremento da navegação, o estabelecimento de laços diplomáticos e o consequente aumento da presença estrangeira no país“.

O viajante morou em um sítio onde teve uma vida tranquila e convívio com pessoas das mais diferentes condições sociais e econômicas - de escravos à vigários - e chegou até a arrendar um engenho, o Jaguaribi, uma vez que tinha interesse em estar em contato com o meio agrícola. Possuía escravaria, canaviais; um mundo deveras diferente daquele ao qual estava acostumado na Europa. Embora tivesse sido senhor de engenho, e por conseguinte, proprietário de escravos, “era a favor da abolição da escravatura” (OLIVEIRA FILHO, 2014, p. 117) e defendia que os escravos deveriam passar por uma educação civilizatória antes de libertos. Segundo Gomes (2019), a escravidão corrompia tudo, portanto, não era suficiente libertar os escravos, era necessário incorporá- los à sociedade como cidadãos de pleno direito.

O viajante costumava comparar o estilo de vida dos escravos brasileiros com as condições dos escravos das Ilhas Ocidentais (região do Caribe). Segundo Koster (1946, p. 494), “os escravos no Brasil gozam de maiores vantagens que seus irmãos nas colônias britânicas”, tinham horário de almoço, intervalo para um café, possuíam domingos e feriados, se divertiam batucando e dançando em festas. Contudo, a visão do autor parece um pouco limitada e

romântica ao afirmar que os escravos brasileiros possuem benefícios se comparados aos cativos dos ingleses. Sabe-se que é um regime de exploração, caracterizado pela indolência, repressão e autoritarismo, responsável por inibir práticas sociais e originar a reclusão. Dito de outro modo,

Na prática da escravidão se originavam os traços definidores de uma sociedade ‘semicivilizada e feudal’. Suas características essenciais eram o despotismo dos proprietários de terras e escravos; reclusão, a violência, a ignorância, a ociosidade, a desvalorização do trabalho e a impunidade (MARSON, 1996, p. 87).

Marson, que é professora do Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas e escreveu os artigos Imagens da condição feminina em ‘Travels in Brazil’ de Henry Koster (1995) e Imagens da sociedade pernambucana em 'Travels In Brazil' de Henry Koster (1996), comenta que muito embora o autor se referisse à escravidão no Brasil como algo ‘‘suportável” quando comparado a outras regiões, Koster também acentuava o caráter irracional do sistema ao concluir que “[...] a escravidão era uma ‘moléstia’ que atingia todas as atividades e setores da sociedade, com sequelas de toda espécie: econômicas, políticas e, sobretudo, morais” (MARSON, 1995, p. 225). Enquanto Koster vê vantagem nas condições de vida do escravo brasileiro, Gomes (2019), afirma que “a escravidão no Brasil foi uma tragédia humanitária de proporções gigantescas”, pois os africanos e seus descendentes, quando retirados do país e cultura em que nasceram, “construíram o Brasil com seu trabalho árduo, sofreram humilhações e violências, foram explorados e discriminados” (GOMES, 2019, p. 34).

No início de 1815 Koster retornou à Inglaterra achando que não voltaria mais ao Brasil (CASCUDO, 1942). Chegando lá foi encorajado a publicar suas impressões sobre a viagem, mesmo que, inicialmente, não tivesse a pretensão de assim fazer. Seu maior incentivador foi o amigo da família Robert Southey (1774-1843), que havia publicado, em 1810, o livro History of Brazil. Southey era poeta, escritor, historiador e tradutor, detentor de uma extensa biblioteca, com cerca de quatorze mil volumes manuscritos, lugar no qual Koster teve acesso a uma vasta literatura, conhecendo, dessa forma, diversos outros escritores. Entendedor do português, alemão, italiano, francês e latim, Southey trabalhava prontamente com textos de diversos países. Era também um amante da língua, cultura e literatura da Espanha, Portugal e América Latina; teve inevitável

importância na história da tradução inglês-espanhol e se tornou o principal intérprete dessas nações para o público britânico do século XIX (ZARANDONA, 2006). O livro de Koster teve a primeira versão publicada em apenas um volume, já a segunda versão (1817) foi dividida em duas partes: a primeira trata, principalmente, de um diário feito pelo autor em suas passagens por diversas cidades do Nordeste do Brasil, e a segunda concentra uma gama de reflexões sobre a sociedade, agricultura, comércio e escravidão (MARSON, 1996). Esse livro tornou o Brasil conhecido em outros países por seu sucesso e repercussão, já que literatura de viagem era um gênero em ascendência nesse período e, como a Abertura dos Portos (1808) possibilitou um afluxo de estrangeiros no país, pessoas de outras regiões se interessavam em ler obras sobre essa nação. Segundo Cascudo (1942, p. 19), “a simpatia cercou imediatamente o livro de Koster” e os volumes voaram.

Ainda em 1815, mas já no Brasil, Koster passou a trocar cartas com o amigo Southey; eram enviadas mensagens acerca do país, já que Southey escrevera na época sobre esse lugar. Informações a respeito da Insurreição Pernambucana, expulsão dos Jesuítas, negros, quilombos, governadores, bispos, autores locais, figuras importantes da sociedade e cidades brasileiras eram fornecidas por Koster, e esclarecimentos sobre a venda do livro, política inglesa, clima, economia, doenças, familiares e conhecidos vinham de Southey. Na carta que Southey enviou a Koster em 03 de junho de 1815, o poeta e historiador deixou claro o prazer que teria em ver seu History of Brazil (1810) traduzido para o português pelo amigo: “You need not doubt that I should be much gratified by seeing my Hist. of Brazil in a Portuguese translation, and much more so by its being your work than if it were that of a stranger”19. Algumas partes

eram enviadas através das cartas, aqui traduzidas, e posteriormente reenviadas à Inglaterra, contudo a tradução de Koster não foi publicada.

Na carta enviada a Koster no dia 28 de outubro de 1816, por exemplo, Southey pediu ao amigo que enviasse informações sobre a Insurreição

19 Não duvide que eu ficaria muito satisfeito em ver meu Hist. of Brazil em uma tradução para o português, mais ainda se fosse seu trabalho que de outro estranho [tradução nossa]. Disponível

em: https://romantic-

circles.org/editions/southey_letters/Part_Four/HTML/letterEEd.26.2610.html#back1. Acesso em: 19 mar. 2020.

Pernambucana20; na de 26 de agosto de 1817, Southey pediu que o amigo sondasse a opinião dos brasileiros a respeito das vantagens da expulsão dos jesuítas e dados sobre o autor P. F. Vicente de Salvador. A correspondência de 27 de novembro de 1818 veio com um agradecimento pela lista de governadores e bispos, enquanto que na de 16 de novembro de 1819, os agradecimentos foram em relação às notas enviadas sobre o Pará21.

Em 1816 e com a doença agravada, Koster retornou ao Recife, onde viveu até o fim de sua vida (1820). Gostava tanto do Brasil que afirmava ser melhor familiarizado com o português que o inglês. Falava português tão bem, devido ao tempo que morou em Portugal, que chegou a ter seu nome aportuguesado para Henrique da Costa - “[...] e ouvi o nome de Henrique da Costa como fiquei metamorfoseado, e repetido por varios outros” (KOSTER, 1942, p. 406). Além disso, sua adaptação aos costumes da terra foi tanta, que muitos nem acreditavam na sua origem europeia.

Os dados da biografia são insuficientes e inexatos, se divergem tanto na data do nascimento, quanto na data de morte de Koster. Sabe-se que ele morreu jovem, em Recife, 1820, por volta dos 27 anos, pois ainda vivia em dezembro de 1819, mas muito doente e debilitado e pouco depois havia morrido. Imagina-se que ele faleceu no início do ano seguinte e no Cemitério dos Ingleses, que já existia desde 1814, tenha sido sepultado.

Koster nos deixou uma obra significante sobre o Nordeste do Brasil do século XIX, pois catalogou fatos dificilmente vistos na época: registros sobre o sertão de um país que até então era mais conhecido no exterior pelo seu litoral. Segundo Câmara Cascudo (1942), no prefácio que fez ao traduzir o livro, “antes dele nenhum estrangeiro atravessara o Sertão do nordeste, do Recife a Fortaleza em época de seca, viajando em ‘comboio’, bebendo água de ‘borracha’, comendo carne assada, dormindo debaixo das árvores ...”

20 A Insurreição Pernambucana (1642-1645) foi um movimento de articulação entre o governo geral português e os moradores de Pernambuco com o intuito de expulsar o domínio holandês do nordeste do Brasil (ARAÚJO, Hugo André Flores Fernandes. Amigos fingidos e inimigos encobertos: O governo geral e a insurreição pernambucana (1642--‐‐1645). Prohistoria, Año XVII, núm. 21, ene--‐‐jun. 2014, pp. 27--‐‐53).

21Disponível em: https://romantic-circles.org/editions/southey_letters/people.html#KosterHenry. Acesso em: 21 ago. 2018.

(CASCUDO, 1942, p. 21-22). Viajantes e escritores, como Louis-François Tollenare, Richard Burton, James Henrerson, Robert Southey e Saint Hilaire, que visitaram o Brasil nesse período e/ou escreveram sobre esse lugar, citaram Koster em seus trabalhos como figura indispensável da história do país daquele século (CASCUDO, 1942). Southey, por exemplo, escreveu um livro sobre o Brasil, porém nunca pisou em terras brasileiras. De acordo com Oliveira Filho (2014, p. 172),

Um dos volumes do livro de Robert Southey sobre a História do Brasil foi amplamente utilizado por Henry em seu escrito de viagem. Em contrapartida, Southey recebia informações acerca do Brasil através de constantes trocas de correspondência com Koster para compor os outros volumes da história do Brasil, território no qual Southey nunca tocara os pés.

Conforme Cascudo (1942, p. 20), nenhum dos renomados naturalistas e viajantes “que visitam o Brasil no século XIX deixa de citar Koster, com distinção destacada, endossando observações ou dispensando averiguações desde que o inglês, feito agricultor pernambucano, registara”.